segunda-feira, 5 de agosto de 2013

N3 - Sonhos travessos

Tiamat World
Lora Leigh
Nauti Boys 03
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Sonhos Travessos Lora Leigh Nauti Boys 3 Natches Mackay separou-se da sua família, anos atrás, exceto dos dois primos que lhe deram a única família que alguma vez conheceu. Agora se vê jogado de volta à vida de seu pai de um modo que poderia acabar tanto com ele como com a mulher que o desafia além da razão: a Agente do Governo Chaya Dane, que lutou para deixar seu próprio passado para trás. Uma missão em Somerset, Kentucky, leva-a a entrar nos sonhos de Natches, e na sombra projetada de seu pai, suspeito do roubo dos mísseis do governo. E isto poderia custar a Chaya mais do que ela imaginou.
Disp. em Esp: LLL
Envio e Tradução: Gisa
Revisão Inicial: Adriboa
Revisão Final: Danielle Aguiar
Formatação: Gisa
Logo e Arte: Suzana Pandora
Colaboração em Inglês: Mariana
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Comentário da Revisora Adriboa: Dizem que o primeiro a gente nunca esquece, e tive a sorte grande de ter como primeiro Sem Terra fazendo Uso Capião da minha vida di Revisora diPapel o Natches cria da FDP Mor, ele arregaçou a pesadas sem dó nem piedade e arrancou com góstio o Lacre das minhas ilusões do Príncipe diPapel no Cavalo Branco. Até pra hominho di Papel ele é TDB, enterra na Cesta com tanta vontade que confesso que até agora sinto o abalo sísmico no meu cérebro, pois a muito perdi a barreira protetora das minhas Amígdalas! Quer saber QUANTAS calcinhas usar?!? ADRIANA Compra logo um Pacotão de Fraldas Geriátricas de uso NOTURNO porque eu não tenho mais jeito e já estou na fila da Cirurgia de Períneo BOATTINI Comentário da Revisora Danielle Aguiar: Esse, definitivamente, foi o que eu mais gostei.................as histórias de vida do Natches e da Chaya são muito tristes, mas eles superam................vão em frente, enfim, o livro é simplesmente maravilhoso. E na minha opinião o Natches é o mais travesso de todos.......rssssssss PRÓLOGO I Iraque Cinco anos atrás – Pequena vadia americana. – O chute foi mais forte dessa vez, mirado na carne frágil do estômago de Chaya, tirando-a ao ar e fazendo-a soltar um lamento torturado na pequena cela no qual ela havia sido jogada. Seu lamento. Ela sabia que era seu grito, estrangulado e agonizado, mas ele não soava mais familiar a ela. A realidade havia minguado no dia anterior, e não havia voltado, ainda. Ela havia sido arrancada de seu carro logo antes de Bagdá, vendada, e empurrada para dentro de uma van. E isto havia sido um passeio no parque, se comparado às horas que se sucederam. – Quão mais fácil ia ser, vadia, se você simplesmente nos desse o que precisamos? – A boca de uma arma acariciou sua bochecha. – Você poderia morrer. Rapidamente. Então, não haveria mais dor. Não seria bom? Sem mais grampos presos às partes frágeis do seu corpo. Sem eletricidade. Sem chutes. Tudo que você precisa fazer é nos dizer quem contatou você. Contar o que eles sabem. A voz era um sussurro pérfido dentro de sua cabeça, à medida que chorava encolhida, tremendo com seus soluços.
Oh Deus, por favor, não deixe eles a machucarem mais. Ela podia sentir os machucados pelo corpo agora, o inchaço nos mamilos, a fragilidade dos ossos que não aguentariam muitos abusos mais, sem quebrarem.
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Eles não a haviam destruído, ainda. Havia ela conseguido convencê-los de que ela não sabia? Que ela estava desavisada sobre o paiol ilegal com o qual eles estavam comprando armas? Que ela não sabia nada sobre a informação que ela havia sido mandada para conseguir sobre o espião na Inteligência da Armada provendo acesso a estas armas? E o que ela havia feito com a informação de que apenas uma pessoa sabia para onde ela havia ido e por quê? – Tão fácil. – uma voz murmurou, e ela se focou no sotaque. Não era iraquiano, ela conhecia iraquiano. Não era afegão. Havia diferenças nos tons das vozes, mesmo falando a mesma língua. Ela sabia a diferença. Esta voz era um sussurro de outra coisa. Outra pessoa. Ela conhecia esta voz. Outro golpe arrancou-lhe um grito, quando o bico da bota entrou em contato com suas costelas. Terror invadiu-lhe como uma oleosa e obscura onda de calor. Eles iam quebrar as costelas, e com elas quebradas, ela não teria como escapar. Nua e machucada, física e emocionalmente. Ela poderia escapar se tivesse a mais ligeira chance. Mas e se eles lhe quebrassem as costelas? E se lhe causassem sangramentos internos? Ela nunca conseguiria. – Talvez nós consigamos manter esta por um tempo, – uma voz refletiu, com um tom entretido. – Eu acho que ela talvez goste de nossas carícias, não? Não. Não. Ela balançou a cabeça, machucados secos sacudindo e torturando-lhe, à medida que os espasmos rompiam pelo seu corpo. – Você não gosta dos nossos toques? – falsa simpatia preenchia a voz enquanto ele se curvava para ela novamente. – Talvez nós usemos você e a encheremos de esperma. Então, pegaremos o pirralho e o colocaremos num lindo andador cheio de explosivos na frente da Casa Branca. Quem pode resistir a choro de bebê, não é? – Ela lutou para respirar. Realidade. Realidade foi o controle de natalidade que havia sido administrado antes desta missão. Realidade era um substituto, em algum lugar. A equipe não gostaria de perdê-la ou perder a informação que ela tinha, mas eles apenas poderiam resgatá-la se soubessem que ela havia sumido. Se o oficial com quem ela havia conversado sobre a viagem informasse que ela não havia voltado. A realidade era que ela estava começando a suspeitar que o oficial pudesse muito bem ser o traidor que eles estavam procurando na Inteligência. Realidade. Ela teria que aguentar, só um pouco mais. Ela precisava encontrar um modo de escapar, um modo de conseguir levar aquela informação aos seus superiores, mesmo com a desilusão e o sentimento de traição que lhe invadiam a alma. Ela sentiu uma mão na cintura, movendo-se para a parte de trás da perna dela, experimentando. Fúria e terror passaram por sua mente. Chutando, ela lutou para fugir do toque, tentou machucá-lo ou aleijá-lo, deixá-lo aborrecido o bastante para mantê-lo afastado. Ela preferia os chutes, preferia ter os ossos quebrados. – Conte-nos, Greta. – A voz suspirou então, resignação em seu tom enquanto ela ouvia a confusão em volta. – Estuprar você não seria uma experiência prazerosa. E estuprar você destruída e incapacitada de lutar é ainda menos apelativo. Mas se você não me der a informação que eu quero, eu vou te soltar daqui e deixar os guardas te usarem. Eles vão usar você vezes e mais vezes, até que o seu corpo esteja tão maculado que ninguém sinta nada além de nojo de você. É isso que você quer?
A gentileza falsa da voz a deixava com medo. Ele ia fazer isso. Ela sabia. Ela sabia o tempo
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todo que ele ia fazer isso uma hora ou outra. Que melhor meio de se torturar uma mulher? Quando os grampos elétricos em seus mamilos e clitóris não adiantaram, ele ficou ainda mais inventivo. Seus homens não haviam estuprado-a, mas seus dolorosos instrumentos sim. Ela não aguentaria mais dor. – Uma mulher tão linda. – Ele suspirou. Saudita. O sotaque era saudita. Ela não conseguia vê-lo, seus olhos estavam tão inchados agora, que ela duvidava que teria visto a luz do dia se estivesse nela. Mas o sotaque, a voz. – Nassar. – ela sussurrou entorpecida, soluçando. – Você nos traiu, Nassar? E isso apenas reforçava a idéia de que o homem do qual ela suspeitava realmente era o traidor. Seu marido. Nassar era amigo dele. Seu contato. Então, obviamente, seu co-conspirador. O silêncio preencheu o vazio por um longo tempo. Nassar Mallah. Ela se lembrava dele agora. Ele era um agente contratado pela CIA e um dos seus moles¹ mais confiados. Bonito, charmoso, seus olhos negros sempre brilhando com alegria e sempre sorrindo. Ela nunca soube, nunca imaginou que ele era um traidor. – Ah, Greta. – Ele afagou em sua bochecha de novo, mas ela o havia distraído. Ele não estava mais afagando a abusada carne entre suas coxas, não estava mais ameaçando abri-la, destruí-la com um desamparo que ela não conseguia aceitar. – Por quê? – Tremores percorriam-na, e ela sabia que estava finalmente entrando em choque. Ou talvez eles pretendessem matá-la lentamente assim. – Matem-na. – Ela sentiu-lhe erguer-se. – Usem-na como quiserem antes, mas quando vocês deixarem esta cela, ele deve estar morta. – Não, Nassar. – Ela gemeu seu nome fracamente. – Nós confiávamos em você. Nós confiávamos em você. – Não, você confiava em mim. Você foi tola. – Ela ouviu o descaso em sua voz. – Aprecie seus últimos minutos, Greta. Eu duvido que eles gastem muito tempo com um corpo quebrado como o seu. Mas, com estes quatro, nunca se sabe. A porta da cela se fechou. Seus dedos se apertaram na faca improvisada que ela havia conseguido afiar nas pedras mais cedo. Estava presa em sua mão, no pulso, escondida em seu corpo enquanto eles a arrastavam. A realidade era que ela ia morrer e sabia disto. Pop. Ela ouviu o som, mas isto não fazia sentido. Ela ouviu alguém grunhir, ouviu alguma coisa cair. Mais alguns dos vazios e úmidos pops e mais confusão. Ela conhecia aquele som. Balas. Ela não conseguia ver, mas sabia que os guardas estavam mortos. Freneticamente, ela se arrastou pelo chão, encontrou um deles, e pôs-se a arrancar a camisa de seu torso. Botões. Deus, ela odiava botões. Ela soltou-os com dedos duros e inchados enquanto ouvia gritos, grunhidos e berros fora da cela. A camisa se soltou, e ela retirou-a do corpo antes de vesti-la. Não havia nenhuma chance de abotoá-la. Calças. Ela precisava de calças. Ela estava agitada, e trabalhou rápido, lutando, arfando, tentando ignorar a dor penetrante que sentia enquanto tirava as calças e botas do guarda. Ela colocou as calças, sentindo o tamanho e a sujeira delas. Mas elas a cobriam. Ela ia ter que ir sem sapatos.
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Arma. Ela tinha a maldita arma nas mãos, e não conseguia enxergar. Ela estava chorando, as lágrimas, fazendo os machucados do rosto arderem, queimando seus olhos enquanto ela abria a porta. A porta se abriu, a luz do sol penetrando seus olhos por muito tempo, sombras envolvendo-a enquanto levantava a arma, tentando agir com a pequena estaca de madeira que havia conseguido esculpir.
– Acalme-se! – A voz era americana, áspera. Mãos fortes agarraram seus pulsos, retiraram a arma e a estaca de suas mãos e moveram-nas rapidamente para trás dela. – Extração em progresso – ele sibilou. Reforços. Ele estava relatando. Extração. SEALs1? Eles eram SEALs? – Entendeu Faisal? – mãos percorriam-na rapidamente. – SEALs? – Quem dera, – ele disse rispidamente em sua orelha, a voz profunda, como uísque antigo e calmante para seus sentidos despedaçados. – Tente um atirador de elite solitário e um adolescente com mais coragem que bom-senso. Consegue correr? Seu braço estava envolvendo-a, segurando-a contra ele. Ele era quente e protetor. Ele era protetor, ou ela apenas precisava se convencer de que ele era? Precisava ela disto para sobreviver aos eventos das últimas vinte e quatro horas? – Eu não consigo enxergar. – E ela queria vê-lo. Queria seus sentidos funcionando corretamente, seus pensamentos clínicos e afiados como teriam sido ontem. – Eu guio, você corre? – A sugestão era quase um murmúrio, sua voz quase tentadora. – Eu corro. Ela estava descalça, mas estava tudo bem. Ela correria, faria qualquer coisa para escapar desta cela, as mãos tocando-a, a voz em sua orelha, mergulhando em sua cabeça. – Cela pequena – ele a colocou na luz quente e cegante. – Eu acho que pegamos todos eles, mas não vou apostar nisso. Temos inimigos, vindo para cá, a algumas milhas de distância e alojamentos apertados para nos escondermos. Ele falava com ela enquanto corria, dura e rapidamente, mantendo-a ao seu lado e suportando a maior parte do peso dela, enquanto ela se forçava a acompanhar seu passo. – Nassar? – Ela perguntou asperamente. Esperava que o desgraçado estivesse morto. – Fugiu com o único jipe armado. Deu-nos nossa chance. Nassar havia escapado. Mas ela tinha a informação, tinha o que precisava para acabar com seu marido e Nassar, e era exatamente isso que ela ia fazer. – Eu preciso de um rádio. Preciso informá-los antes que ele escape.
– Que se dane. – Dura, severa, a voz era não obstante confortante. Era americana. Sotaque sulista, Kentucky, se ela não tinha se enganado. – Olhe pequena. Eu estou sem paciência e munição está acabando.. Eu sou um atirador de elite dos fuzileiros sem auxílio ou comunicação até a próxima extração, ou até que o time de extração venha procurar por mim. Eu nem estaria aqui se seu amigo Faisal não tivesse enviado um S.O.S em onda curta e que foi captado só pelo meu comunicador. Nós temos de dar no pé e cair na estrada com tudo, ou vamos comer grama pela raiz. Aqueles caras durões, certamente, sabem fazer bons gramados.
1 SEAL – membro da unidade especial da marinha que é treinado para a guerra não convencional. SEAL é um acrônimo de SEA: mar, AIR: ar e LAND: terra
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Eles estavam correndo colina acima. Ele estava gritando comandos. Juntando suas armas, seus pacotes. Se aprontando para voltar a correr. – Onde nós estamos? – Ela estava lutando para respirar, para se manter no ritmo. – No meio de lugar nenhum. – Ele estava correndo tanto, e não estava perto de ficar sem ar. – Ainda temos uma milha pela frente. Você vai ter que aguentar, querida, porque se nós não chegarmos lá, estamos mortos. E eu não quero morrer. – Ela está viva? Ela está viva? – Jovem, iraquiana, a voz do garoto era energética. Ela conhecia aquela voz. Faisal era um dos seus informantes. A coragem dele era incrível. – Ela está viva. Agora mexa seu traseiro, garoto! – Mexo meu traseiro, Natchie. – o garoto exclamou. – Mexo, mexo! – Maldita criança. – mas havia afeto em sua voz. Aquele afeto, aquela sensação de proteção que a rodeava, entrava nela, fazia seu peito doer por mais que a corrida. Há quanto tempo ela não se sentia protegida? Ela já havia se sentido protegida? Mas agora, ela se sentia. Com o braço deste estranho ao redor da cintura, meio puxando-a, meio carregando-a. Resgatando-a. E Chaya nunca havia sido resgatada na vida. Eles estavam correndo o mais rápido possível. Ela não conseguia ver, seus pés sangravam, e suas costelas estavam agonizando. Mas ela estava livre. A realidade era, ela estava livre, e apenas com um pequeno milagre, ela poderia continuar livre. Mas ela sabia que aqueles braços não estariam sempre lá, que aquela força não ia envolvê-la para sempre, e ela ressentiu isso por alguns momentos. Natches correu a milha até o buraco que ele havia feito na noite anterior, na que ele recebeu a mensagem codificada de Faisal em seu rádio. Ele havia feito os buracos, os preparado, e então corrido atrás da garota que o garoto havia visto ser arrastada para o depósito de um campo terrorista. Um campo pequeno, fora do caminho, povoado por uma dezena de fanáticos e uma loirinha americana. Quem tinha sido burro o bastante para perdê-la? Ela era uma agente, ele podia perceber pela energia automática dela. Ela não tinha forças para ir por si própria, mas suas pernas estavam se movendo e ela lutava para ajudá-lo o máximo que podia. Faisal estava facilmente se mantendo ao seu lado, seu rosto escuro enrugado com preocupação devido ao som de uma arma atrás deles. Eles estavam fora de vista enquanto rodeavam a baixa colina, e o buraco estava logo à frente, coberto com árvores cortadas e vegetação. Uma parte da paisagem. – Entre no buraco. – Ele levantou a primeira cobertura e empurrou Faisal dentro, com os mantimentos que ele precisaria num pacote menor. Ele jogou a si mesmo e à garota dentro do segundo buraco e jogou um dos disfarces por cima do buraco, quando o barulho de um helicóptero começou a soar da direção da base terrorista.
Claro, tinha que ter um maldito helicóptero, ele pensou enquanto se erguia o suficiente para olhar através da brecha que ele havia deixado para ver se eles haviam sido seguidos. Merda, ele não precisava disso. O buraco era profundo o bastante para sentar-se, a cobertura boa o bastante para aguentar um tanque passando sobre eles, talvez. Eles estavam seguros, se eles não tivessem cachorros. Não era muito longo, nem muito grande, mas era o melhor que ele poderia ter feito
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sem ser notado. – Eu tenho um rastreador em mim. Eles me encontrarão quando estiverem na distância correta. Como eu não estava no primeiro ponto de retirada (extração), eles vão ter de seguir esse sinal que tenho em mim. Os lábios dela se retorceram em divertimento: - Tem certeza? Danos colaterais são as palavras chaves nesses dias, sabe? Dane-se se isso não era verdade. - Todo caipira sabe que sempre há um plano B. - ele garantiu a ela. A equipe dele era todo o plano A e B que ele precisava. Muitos atiradores de elite trabalhavam sozinhos, mas nessa missão ele era o número UM e sabia disso. Eles precisavam muito dele para permitir que ele se ferisse. Ela expirou esgotadamente enquanto ele puxou um cantil e destampou-o. – Aqui. Beba devagar. – Ele levou a água até os lábios dela, olhando para o rosto dela enquanto ela bebia. – Eu tenho um pouco de pomada e ataduras para seus olhos. – ele disse. – Canalhas, sempre vão nos olhos primeiro, não é? Ela deu uma risadinha amarga. – Ao menos em segundo. Ele puxou o kit médico, passou a pomada nos olhos, e então colocou as ataduras ao redor deles. Ela tinha o rosto de um anjo, ele pensou. Ossos finos, maçãs do rosto delicadas, lábios bem sensuais, ele apostava. No momento, eles estavam sangrentos e inchados. – A velha lá de casa faz a pomada, – ele disse. – Uns desgraçados me pegaram ano passado, estavam prestes a arrancar meus olhos quando eu escapei. Quando eu cheguei em casa, ela fez a pomada e me obrigou a prometer que ia mantê-la comigo. – Kentucky. – Ela murmurou, o helicóptero passando logo acima deles. – Lake Cumberland. – Ele gentilmente tocou alguns dos arranhões no rosto dela com a pomada. Ela era uma mulher esguia. Terra cobria o cabelo e rosto dela, mas ele apostava que ela era linda antes de Nassar e seus homens a capturarem. – Você é de New England. – Ele acenou com a cabeça ao sotaque dela. – Lindo lugar. Lindas garotas. O sorriso dela era cansado. – Agora, uma a menos. Ele duvidava sinceramente disto. – Eles estupraram você? Ele se surpreendeu com a fúria que ameaçava acabar com seu senso. Claro que eles a estupraram. Eles eram conhecidos por isso. Ela balançou a cabeça e sorriu ironicamente. – Eles não. – Quem estuprou? – Ele passou a pomada sobre os lábios inchados durante a ênfase. – Nassar tinha uns brinquedos interessantes. – Ela sorriu. – Mas ele ficou cansado de usá-los, e seus amigos iam cuidar do caso quando ele saiu. Aliás, obrigada, bem na hora.
Natches esticou-se e ouviu cuidadosamente o barulho de fora. Não havia cavernas nessa área. Na outra colina havia algumas. Essa era mais uma área plana e tediosa. Nada além de umas
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folhagens e vegetação morta. O lugar perfeito para um buraco. Eles checariam a área, mas estariam mais interessados nas cavernas a algumas milhas dali. – Faisal, seu amigo pastor de cabras. – ele explicou. – Ele viu Nassar trazer você. Ele também tinha um comunicador militar de onda curta e um sargento da Armada como amigo que o ensinou um pouco dos códigos de comunicação. Esses códigos mandados por ele foram captados por mim quando eu estava voltando. Eu voltei pra te resgatar. Todo mundo lá em casa vai me parabenizar por essa. Eu posso conseguir até uma rua com o meu nome. O sorriso dela estava mais vagaroso. Atordoado. Ela estava escapando e ele não podia deixar isso acontecer. – Faisal é um bom garoto. – ela murmurou, a cabeça caindo para o lado. – Acorde, menina. – Chaya. Meu nome é Chaya. – A voz dela era suave, doce. Ele gostava. Nome lindo para uma garota linda. Ele tocou a bochecha dela de novo. – Fale comigo, Chay. Diga-me onde dói. Eu preciso de você o melhor possível, se nós precisarmos fugir. – Pés. Costelas machucadas, possivelmente contundidas. Sem sangramento interno nem ossos quebrados. Ela estava delirando. Natches se curvou e tocou os lábios dela com os seus. A cabeça dela foi para trás, sobressaltada. Mas as mãos dela foram ao encontro dele, os dedos, dedos esguios e frágeis, apertando seus pulsos, mais e mais, como se ela estivesse com medo de se soltar dele, antes que ela o fizesse. Lentamente. Hesitantemente. – Pronto. Acordada agora? – Ele se moveu para os pés dela, colocando um em seu colo e puxando o kit médico para perto. – Por que você fez isso? – Ela parecia chocada, mas acordada e atenta. – Meus beijos são potentes. – Ele vangloriou-se descaradamente, desesperado para mantê-la aterrada e desperta. – Eles acordam qualquer garota. Ele usou uma lanterna para verificar cuidadosamente o pé dela, sempre ouvindo, sempre traçando o caminho do helicóptero e os carros que agora passavam na ravina pelo som. Ele espiou pela beira do buraco, mas não viu nada perto o bastante para ser uma ameaça. Ele passou a pomada nos pés dela, então tirou a camisa e a camiseta. Rasgou a camiseta em tiras, colocou gazes no pé dela e envolveu-as com a camisa rasgada. – Todas as garotas gostam dos seus beijos, então? – Elas imploram por eles. – Não era nada menos do que a verdade. Mas quando ele olhava pra esta mulher, tão forte e determinada, ele se perguntava a respeito das mulheres que ele havia conhecido antes. Alguma delas teria tido essa força? Ele sabia que não. Mas esta, esta nunca entraria nos jogos dos Mackay como as outras. Convencido. – O sorriso dela era um sorriso cansado, e ele ficou preocupado novamente. Ela estava branca, como papel, dor e abalo finalmente se estabelecendo, agora que ela estava sossegada e não mais envolta em pânico. Ele não podia arriscar abalo. Ainda não.
Ele procurou dentro do pacote de medicamentos novamente e puxou potentes analgésicos.
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– Tome isto. – Ele as empurrou para a boca dela e deu-lhe água novamente. Ela bebeu e então encostou a cabeça na parede de terra atrás dela. Silêncio preencheu o buraco por longos momentos. A respiração dela era curta e errática, e constantemente ela se curvava ou fazia caretas. Ele queria segurá-la. Ela estava quase destruída, talvez não fisicamente, mas ao menos mentalmente. Ela tinha aguentado até ali, tinha que aguentar um pouco mais. – Os caminhões estão se aproximando. – Havia fadiga na voz dela, mas não medo, ainda. – Eles procurarão por um tempo. Não se preocupe, eu sou bom nisso. Ele verificou o buraco de Faisal. Estava silencioso. Faisal sabia como se esconder, não era a primeira vez dele, e provavelmente não seria a última. Ele tinha tudo que precisava para permanecer seguro, se ninguém descobrisse os esconderijos. – Como eles capturaram você? – Ele finalmente perguntou, quando ela não disse mais nada. – Me tiraram do meu carro do lado de fora de Bagdá, me colocaram numa van, me bateram, e me torturaram um pouco. – Ela encolheu os ombros, mas ele sentiu o terror latente na voz dela. – O que você tem que eles querem? Ela era uma mulher americana e ela havia tido força o bastante para tirar as roupas de um homem morto e vesti-las no tempo que ele demorou pra se livrar de algumas pessoas e chegar onde ela estava. Ela era uma agente, ele sabia disto por causa de um comentário que ela havia feito sobre precisar fazer alguém saber sobre Nassar. Isso ia levar algumas horas, ao menos. – Eu não tenho nada que ninguém quer, – ela disse esgotadamente. – Eu sou uma voluntária. Estava trabalhando em Bagdá. – Querida, não vem com essa. – Então não vem com essa você. Você sabe como é. – Ela copiou o sotaque dele exatamente. – Eu tenho que sair daqui. É, ele sabia como era. Ela não podia revelar nada e ele não deveria estar perguntando, mas a verdade era que ele era um intrometido. – Não vai demorar muito agora. Eu já perdi um ônibus. Quando eu não estiver na extração, eles vão mandar um time até mim. Eu sou importante, sabe. – Obviamente mais importante que eu. – Ela suspirou. – Posso tirar um cochilo? – Sem cochilos. – O helicóptero estava ficando próximo. Ele torcia para Faisal estar debaixo do cobertor. – Venha, precisamos nos proteger. Medo a dominou por um segundo, quando ele puxou o cobertor leve, de verso prateado, e o jogava sobre suas cabeças, prendendo-o cuidadosamente ao redor deles. Um pé para fora seria o bastante para um rastreador de calor encontrá-los. Ele não tinha idéia do que estava no helicóptero, e não queria descobrir. Ele estava agora a envolvia como um amante possessivo e podia sentir o medo dela tão facilmente quanto podia sentir o calor se formando embaixo do cobertor. – Sabe, se eu estivesse em casa, as meninas ronronariam por estar aqui embaixo comigo. – ele apontou para ela e sorriu, encostado na cabeça dela. – Elas gostam do meu corpo. Acham-me sexy. Ela deu uma risada nervosa, quando ele descansou a bochecha contra o cabelo dela. – Eu não consigo ver se você é sexy. – ela lembrou, e ele odiou o tremor na voz dela.
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– Ah, você está perdendo. – Ele suspirou, lamentando, sua voz suavemente sussurrada. – Eu não sou nada mal, Chay. Olhos verdes e um bom bronzeado. Músculos abdominais duros. Cabelo preto. As garotas babam em mim. Ele sorriu, ouviu cautelosamente, e se sentiu agradecido por sentir um pouco de medo ser liberado dela. Ele não se considerava especialmente bonito, mas sabia que era isso que as mulheres diziam. Ele tinha que distraí-la e isso era o que importava. – Arrogante, também. – As mãos dela se apertaram ao redor de seus antebraços, unhas quebradas entrando na carne. – Com certeza. Eu sou bem mimado. – Então o que você está fazendo aqui? – Brincando? Escapando do mercado matrimonial? – Ele a segurou, o som de um helicóptero logo acima fazendo-a tremer. A parte exterior do cobertor, camuflada, e a vegetação, o esconderiam das vistas. Ele se preocupou com Faisal por um momento, mas apagou isso da mente. Se eles fossem capturados, eles provavelmente iam ser mortos de qualquer maneira, apesar do time de extração que ele sabia que estava fazendo seu caminho até ele. Ele tinha fotos, esboços, movimentos da tropa e bases terroristas escondidas. Ele esteve em lugar nenhum por seis semanas e agora que havia terminado sua missão primária ele havia sido mandado para cuidar da extração de outro agente capturado. O agente havia sido resgatado. Então, por que não havia sido mandado nenhum time pra este? – Eles estão se aproximando. – A voz dela era um suspiro de horror. – Não se preocupe, bebê. Ao anoitecer, nós estaremos seguros e celebrando com um uísque caseiro que eu estou poupando para o fim desta missão. Eu vou embebedar você e te seduzir. – Me seduzir? – Isso. – Ele a segurou ainda mais próximo. – Eu vou deitar você e beijar cada machucado, e então lamber toda essa mágoa. Eu vou lavar esses lindos e delicados mamilos, e quando eu for mais para baixo, você vai esquecer toda essa dor. – Ego. – Ela estava tremendo em seus braços, ao som dos veículos se movendo na ravina. – Verdade. – Ele beijou o blusão da cabeça dela. – Quando eu terminar, isso tudo vai parecer um pesadelo muito ruim. Distante. Seremos só eu e você, amor. Suados e quentes e fazendo coisas que podem fazer os dois corarem. – Aposto que você não fica corado. – Ela enterrou o rosto no peito dele ao som de vozes berrando em árabe. – Aposto que você consegue me fazer corar. – Ele beijou o topo da cabeça dela e sorriu, triunfo varrendo-o por dentro com a leve vibração do rádio em sua cintura. – Você vai me fazer corar hoje a noite, querida? Eu acabo de receber um sinal. – Ele pegou a mão dela e colocou no rádio. – Cinco minutos e nós sairemos daqui. Cinco horas e eu faço você corar. – Você não pode. – Ele podia jurar ter ouvido um choro na voz dela. – Fazer você corar seria meu único objetivo na vida. – ele murmurou. – Eu prometo que consigo. – Eu sou casada.
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PRÓLOGO II Lake Cumberland, Kentucky Agosto, quatro anos depois Chaya Greta Dane encontrou o localizador que havia sido deixado no carro de Dawg Mackay ao lado de uma estrada de terra tão para dentro das montanhas de Kentucky que ela sabia que ia passar um inferno tentando sair de lá. Ela soltou uma respiração pesada e balançou a cabeça. Os Mackay não eram estúpidos, mas às vezes o chefe dela gostava de fingir que sim, e isso era um grande erro, especialmente com o fato de que Cranston realmente não era um tolo. Ela observou a área antes de colocar para trás seu cabelo loiro escuro e resignar-se ao inevitável. Dawg Mackay a havia feito entrar numa espécie de corrida, e ele sabia exatamente o que ele estava fazendo. Através de deformações vazias, subiam rotas montanhosas que mal eram trilhas, e dentro da densa floresta que cercava Lake Cumberland como um amante protetor. Ela encontraria uma saída, eventualmente, mas sem dúvida ela estava presa durante o resto da noite. O telefone por satélite dela não estava cooperando por algum motivo, o celular não tinha sinal, e a noite estava chegando. Ela se ajeitou do agachamento no qual ela havia encontrado o localizador que outro agente havia colocado no veículo dos Mackay, colocou as mãos nos quadris, e observou a floresta em volta. Teria sido agradável se ela estivesse preparada. Coisa simples como água o bastante para o resto da noite, talvez um saco de dormir. Ela tinha uma arma. E seus pensamentos. Cada vez mais pensamentos, à medida que ela passava mais tempo em Somerset, mais tempo que ela passava perto de Natches Mackay de todas as memórias que ela tentava apagar. Ela balançou a cabeça e procurou dentro da bolsa pelo vício que ela havia adquirido nos últimos meses, apenas para achar o maço de cigarros que ela havia colocado lá, mais cedo, vazio. Ótimo. Balançando a cabeça, ela acolchoou a bolsa e jogou-a na traseira do jipe emprestado que o chefe dela tinha deixado esperando por ela do lado de fora de Somerset, depois que ela tivesse informado à direção que Dawg e sua namorada, Crista Jansen, tinham seguido. Crista Jansen parecia demais com a mulher que havia intermediado a venda de mísseis entre raptores de aviões e terroristas para ser apta para o Departamento de Segurança da Terra Natal. Seu trabalho no momento era seguir Crista, prestar atenção nela e em com quem ela se encontrasse.
Conhecendo Dawg Mackay, Crista Jansen estava se encontrando com nada menos que cada centímetro do corpo duro do nativo de Kentucky. Dawg não era um traidor. Ele queria aqueles mísseis tanto quanto eles, e era aparente que ele achava que sua mulher era inocente. Mas droga, todos pensam que as pessoas que eles amam são inocentes. A natureza humana tinha a tendência de ignorar a verdade sempre que quisesse. Ela tinha aprendido aquela lição, e do modo difícil. Sempre do modo difícil. E olhe o que ela perdeu. Algumas vezes, Chaya se perguntava se ela não
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havia perdido a alma num deserto tão gélido que sugava o espírito da pessoa. Aquele pensamento a fez bufar, chutando uma protuberância de grama e se curvando para o carro, determinada a curtir apenas alguns minutos incomunicável com seu chefe, Timothy Cranston. Sem dúvida alguma ele estava naquele momento ligando freneticamente para o celular via satélite. E ali estava ela, respirando o ar puro da montanha, sentindo a paz do lugar enrolar-se em volta dela, entrar nela. Suplicando-a para relaxar. Para relembrar. Relembrar uma noite. Um homem. Encorajando-a á fechar os olhos e lembrar seu toque. Um toque cheio de lágrimas e choros, mas também cheio com sua gentileza, com o calor dos seus beijos e a energia de seu controle. Uma noite que ela só lembrava nos sonhos. Seus lábios voltados num sorriso para aquele pensamento. Sim, relaxe e baixe sua guarda. Não era isso que ela havia feito antes? E ela não havia pagado por isso? Ela não havia perdido tudo que amava porque havia confiado na pessoa errada? E ali estava ela, parte dela desejando, se arrependendo de coisas que ela sabia não ter direito de se arrepender. Braços fortes não a seguraram durante a noite. Uma voz como uísque antigo não havia dito seu nome apaixonadamente quando chegou ao clímax. Mãos, endurecidas e possessivas. E ela se arrependia, porque aquela ilusão era a mais perigosa que ela podia ter. Um segundo depois, um som inesperado a fez tirar a arma do coldre e mirar para frente do carro. Ela sabia quem era. Ela teve a precaução de esperar, observar, mas o som do jipe subindo a montanha era inconfundível. Poderoso, uma máscula pulsação de poder que aquele lixo de jipe emprestado não tinha. Ao menos ele estava dirigindo na frente dela, e não passando entre as árvores e mirando. Ele poderia tê-la pego antes que ela soubesse o que a atingiu. E ele iria. Não importava o quão bem ele a conhecesse, não importava a curta história que eles haviam tido tempos atrás, ele colocaria uma bala entre os olhos dela mais rápido que ele colocaria num inimigo combatente, se achasse que ela era uma ameaça. Ela segurou a semi-automática confortavelmente, confiantemente, quando o veículo preto apareceu. Se um jipe podia pavonear-se, ele fazia isso subindo a montanha a fazendo-a ranger os dentes. Cranston podia fazê-la ficar maluca correndo em círculos, mas não podia dá-la um veículo decente para fazer tais círculos. Pneus altos, pintura brilhante, e um pára-choque preto. Uma manivela na frente, o teto aberto, o homem atrás do volante fitando-a por trás de óculos escuros, escondendo aqueles incríveis olhos verdes. Mas nada podia esconder sua expressão melancólica quando ele pulou do banco do motorista, o veículo ainda funcionando. Este era o sonho, e a ilusão. E de alguma forma, ela sabia que ele estaria ali. Ali, nas montanhas que o criaram como o forte, seguro e perigosamente primitivo homem que ele era. Tão perigoso quanto o arrependimento que murmurava nela quando ela o observava.
Chaya lambeu lentamente os lábios, olhando-o, tentando não notar a lisa e atada graça do corpo dele. O modo como seus jeans ficavam soltos nos quadris e chamavam a atenção para suas coxas. O modo como a camisa cinza marcava o abdômen. A aura masculina e graciosa de poder que parecia emanar dos poros de sua pele muito bronzeada. O vento passou por seu cabelos negros exageradamente longos, colando-o na testa e na curva do pescoço. Aquelas mechas grossas e tentadoras faziam suas mãos comicharem para tocá-las, seus dedos curvando-se em punhos para
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resistir ao desejo. Droga, ela precisava de um cigarro agora. Ela estava trabalhando com ele há meses, e ela ainda não conseguira desencorajar seus nervos, a dor cada vez que ele se aproximava. O desejo. Oh Deus, o desejo a dominava até que algumas vezas ela se perguntasse se isso ia um dia deixá-la louca. A necessidade daquele toque. Só mais uma vez, mais um toque, um beijo, uma noite escondida em seus braços. Ao invés disso, ela guardou novamente a arma e enfiou as mãos nos bolsos dos jeans, observando-o. O modo como ele se mexia. A intensidade daqueles olhos verdes como florestas, aquele saber em sua expressão. Sempre havia aquele saber, as palavras sussurradas abaixo do exterior, as memórias que nunca foram realmente embora. A vontade que nunca havia realmente sumido. Natches moveu-se preguiçosamente para frente do jipe e encostou-se no pesado pára-choque. Ele fitou-a, sem sorrir, e cruzou uma bota na frente da outra, retirando os óculos escuros. Penetrantes olhos verdes rasgaram seus sentidos, embaralharam seu cérebro e fizeram seu coração palpitar como o de uma colegial. Um calor de verão então subiu seu corpo, acariciando seu corpo e lembrando-a, sempre lembrando-a, de coisas que ela não deveria se deixar lembrar. – Te peguei. – Ele levantou suas sobrancelhas, zombeteiramente. – Poderia me dizer por que você está seguindo meu primo e a mulher dele? Os lábios dela se separaram, lutando para conseguir mais ar. Ele conseguia fazer isto, deixá-la sem ar. Fazê-la querer. Com apenas um olhar, ele a fazia sentir-se como uma virgem à beira de seu primeiro beijo. E aquilo era perigoso. Ele era perigoso. De mais de uma maneira. – Você não está me respondendo, Chaya. – Ele era uma das poucas pessoas que ousava chamá-la pelo seu nome, ao invés do nome que ela usava na agência, Greta. Era simples e bom e despretensioso, mas ele tinha que chamá-la de Chaya, ao invés disso. Ele tinha que lembrá-la de quem ela já quis ser, e não de quem ela era. Ela lambeu os lábios de novo, lutando por compostura. – Você vai ter que perguntar ao Cranston. – Ela não ia tomar a culpa por isto. – Ordens dele. Eu vivo para obedecê-las. – Aquilo não era nada menos que a verdade nos últimos anos. Ele a controlava. Por enquanto. Natches balançou a cabeça, se recompôs, e se moveu mais para perto. Ficar parada não era fácil. Ela queria correr, correr para ele, tocá-lo, acariciar toda aquela pele dura e escura, e deixar a intensidade daqueles perigosos desejos livre. Ela não estava mais casada, ela se lembrou. Ela estava tentando lembrar a si mesma disso há anos. Ela o observou, atentamente, suspeitando do perigo por baixo daquele sorriso. Suspeitando nada, ela sabia que ele aguardava ali. Ela sabia que estava encarando um homem que havia sido um matador frio e rígido. Ele teve treinamento de atirador de elite por seis meses de seu alistamento na Marinha, e em um ano, ele era considerado um de seus mais eficientes assassinos. E agora ele estava aposentado. Ombro ruim. Ele gostava de sorrir quando falava do que o havia retirado da Marinha. Ela duvidava que qualquer coisa no corpo dele estivesse “ruim”. – Você sabe, Chaya...
– Meu nome é Greta. – Ela corrigiu. – Use-o, Natches. – Ela precisava encontrar alguma defesa contra ele. O nome Greta a lembrava, mantinha as memórias de um erro que havia
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remodelado sua mente. – Chaya. – Seus lábios acariciavam as palavras enquanto ele se aproximava, uma respiração distante, forçando-a a olhar para ele. – Querida, Cranston vai colocá-la em um monte de problemas. Você sabe disso, não é? Oh Deus, se ela não sabia antes, estava descobrindo agora. Ela havia pensado que trabalhar com Cranston faria tudo mais fácil, que o time que trabalhava nos Estados Unidos a aliviaria lentamente do horror do passado e a tiraria do mundo que estava começando a sufocá-la. – Trate disso com o Cranston. – Ela forçou as palavras pela garganta, as mãos dele enroladas nos lados do pescoço dela, e a obscura e sensual luz em seus olhos havia começado a cintilar com intenções. Aquele toque, daquele jeito, o poder implícito e a gentileza daquele toque, fizeram seus joelhos enfraquecerem. Ela era uma agente treinada, ela não deveria deixar emoções ou luxúria atrapalharem seu julgamento. Mas neste momento, estava atrapalhando toda a sua mente. Os dedos dele flexionaram contra o pescoço dela, o poder e a força em seus braços ecoando pelos nervos dela. Prazer corrompeu seus normalmente lógicos pensamentos, e desgastou o controle pelo qual ela havia lutado durante anos. De repente, ela estava no escuro, lutando para respirar através da agonia de um inferno que ela não podia aceitar, se apegar a apenas uma coisa. Ao toque de Natches. Ela não podia deixar-se apegar àquela memória. Chaya não se importou em lutar. Ela conseguia ver o desejo queimando naqueles olhos, e ela sabia que não teria chance se aqueles lábios sedutores, encostassem nos dela. Ela se perderia nele, e ela não podia permitir-se a se perder novamente. – Não me beije, Natches. Não faça isso comigo. Por favor. – Ele congelou, os dedos se contraindo na pele dela, agitando células que não eram tocadas por um homem fazia muito tempo. Ele não tinha idéia do quão difícil era recusar, partir. Como ela havia sentido saudades naquela noite, revirando-se na cama, a memória daqueles olhos felinos e da promessa dela queimando por sua alma. Ela o queria com uma força que a aterrorizava. – Me dê uma razão pela qual eu não deveria. – ele disse, sua voz baixa, os dedos acariciando a carne. – Você não está mais casada, queria. – Seu olhar não era de escárnio agora, era nebuloso, intenso. As memórias passaram pelos olhos dele também, e ela não podia aguentar isto. Isto os conectava, fazia muito mais difícil para ela resistir, para se controlar enquanto lutava pelo interminável abismo de emoções que ameaçavam soterrá-la. – Porque eu não posso controlar você, e nós sabemos disso. Tenha piedade, Natches. Você não tem mulheres o bastante no seu pequeno estábulo? Você não precisa de mim. – E não havia como sobreviver a isto. Ele era tão selvagem, intenso, o homem mais incrivelmente fascinante que ela já havia conhecido. E ele não era para ela. Ela o queria até sentir uma dor que partia sua alma, e ela não podia permitir-se a tê-lo. Este homem, o homem que incendiava sua alma e a fazia sonhar quando ela não tinha este direito.
– Esta razão não é boa o bastante. – Ela arfou quando os lábios dele cobriram os dela. Sensações explodiram por seu corpo, prazer fazia ondas por suas terminações nervosas e queimava sua pele. Este beijo, este homem, era como néctar, uma droga que ela não conseguia tirar de seu
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sistema. Ela arfou ainda mais pesadamente, sua arma caindo no chão e as mãos de Natches puxando sua camisa, expondo-a, permitindo ao ar quente e ensolarado o toque à sua pele. Ela disse a si mesma que o suor era do calor do dia, mas ela sabia, era do beijo. Oh Deus. O beijo dele. Ela espalmou suas mãos em seu tórax para empurrá-lo, mas ele não estava se mexendo. Suas mãos acariciaram as costas dela, através de sua camisa, então ao redor, as pontas dos dedos nas delicadas protuberâncias de seus seios, cobertos apenas por rendas. Chaya lutou na guerra que estava ocorrendo dentro dela naquele momento. Seu corpo, faminto, desesperado, ele conhecia o toque daquele homem, conhecia sua possessividade. Seu coração e sua cabeça gritavam em aviso. E seu corpo estava vencendo. – Ah, Chay. – Ele mordeu os lábios dela. Ela adorava aquele pequeno atormentar sensual e se aproximou, implorando por mais. – Aqui está, bebê. Mostre-me o quanto você pode queimar novamente. Ela inspirou afiadamente, as mãos dele deslizando para seus quadris, agarrando-os e levantando-a até que ela estivesse sentada no capô do jipe, então deitada, o corpo grande dele pressionando-a, as mãos dela puxando a camisa dele. Ela devia estar empurrando-o, não descobrindo aquele corpo maravilhoso. Mas era isso que ela estava fazendo. Descobrindo todos aqueles duros e deliciosos músculos. Sentindo o encaracolado pelo do peito dele tocando suas mãos, a umidade de seu suor. Ela girou embaixo dele, sentindo seu joelho pressionar entre suas coxas, e viu estrelas explodirem por trás de seus cílios fechados quando ele pressionou o ponto sensível entre suas coxas. – Isso –, ele gemeu em seus lábios enquanto afrouxava sua calça. – Queime pra mim, Chaya. Só um pouco. Queime de forma selvagem e doce, como você faz nos meus sonhos. A voz dele era áspera, curta pela excitação, e ela sabia que ela podia ficar gutural. Que sua fala lenta poderia enrolar suas palavras e fazê-lo soar bêbado de paixão. Ela queria esse som. Ela queria que ele se embebedasse com ela. – Natches! – Ela chamou seu nome quando as mãos dele entraram em seus jeans e os dedos a encontraram. Encontraram a lisa e grossa camada de fluidos que a preparava para ele, que a traía. O desejo estava matando-a. Ela se contorceu, se arqueou na direção dele quando os lábios dele desceram por seu pescoço até os seios. Seus dentes tocaram a delicada carne de um mamilo, a mão livre puxando o sutiã para baixo. Então sua boca o cobriu, os lábios dele se fechando, sugando com uma pressão árdua que fez emoções irromperem por seu útero. Longos e grossos dedos entraram rapidamente em sua vagina, arrancando outro gemido dela. Carne desacostumada com qualquer toque que não o dela desde que ele havia tocado-a, fazia tanto tempo. Tempo demais. Ela atingiu um clímax imediato, o calor se espalhando, a sensação dele sugando seu mamilo, sua língua estimulando-a, era demais. Ela explodiu num prisma de cores, deles em seus lábios e em seu coração.
Oh Deus, ela nunca conseguiria se livrar dele. E naquele momento, explodindo em seus dedos, ela se perguntava se queria. Ela lutou para abrir os olhos, e perdeu a o ar olhando para ele. Ele tirou seus dedos dela, e sentiu seu gosto. Bem ali, embaixo do sol, a brisa passando por eles,
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ele abriu seus lábios e chupou o gosto dela de seus dedos. – Natches. – Ela mal conseguia fazer algo além de suspirar seu nome quando o rosto dele ficou parado, a cabeça levantada, como um animal cheirando o perigo. – Cranston filho da puta. – Ele estava ajeitando o sutiã e puxando a camisa dela para baixo quando ela percebeu o som de um helicóptero se aproximando. Separando-se dela, Natches deixou-a arrumar os jeans, seus olhos verdes cheios com uma diversão desdenhosa, quando o helicóptero voou pelas árvores protetoras e veio para a clareira. Ele não poderia pousar, mas ela sabia quem era. O Departamento da Segurança da Terra Natal havia encontrado-a. Eles quase haviam visto mais do que poderiam ver de forma que ela não fosse ter problemas. Natches se afastou mais, sua expressão endurecendo. – Vamos lá, eu posso guiar você na estrada principal. Então você liga pro Cranston e fala pra ele se encontrar comigo. Eu já tive o bastante disse. Isso acaba agora. Ela não estava certa do quê ia terminar, mas ela estava mais do que pronta para sair dali, para longe dele. Deixe Cranston cuidar dele, porque ela sabia, sabia tão bem quanto sabia que estava de pé ali, que ela não tinha nenhuma chance de controlá-lo. Capítulo 1 Somerset, Kentucky. Outubro, Um ano depois. Natches Mackay sentado silenciosamente no jipe observa enquanto Chaya Dane transporta sua bagagem ao hotel que reservou na cidade. O Suits era justo isso, um hotel bonito que oferece uma variedade de suítes para se acomodar, com um quarto, uma pequena sala e uma cozinha para aqueles que tinham que permanecer na cidade durante um período. Chaya se registrou por uma permanência de duas semanas mais sua bagagem de mão não era suficiente para uma mulher nem pra quatro dias. Uma mala grande, uma nécessaire, e outra mala menor. Definitivamente era uma bagagem para viagem curta. Com os olhos semicerrados por atrás das escuras lentes do óculo de sol, esfregou o princípio de barba na mandíbula e considerou esse novo problema. Já tinha passado um ano desde que esteve na cidade. Um ano desde que apertou o gatilho e enterrou uma bala na cabeça de seu primo. E vê-la outra vez lhe trouxe lembranças vívidas de detalhes que tentava esquecer. Johnny Grace tinha sido uma desgraça. Tinha planejado o seqüestro e o envio de um míssil bem como venda de armas, e tentou jogar a culpa em cima da jovem que seu outro primo Dawg Mackay estava apaixonado. E no ápice da insanidade tentou matá-la quando descobriu que Dawg sabia dos seus planos.
Salvar a Crista não tinha sido fácil, e Natches soube, enquanto dirigia para o ponto de
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encontro onde Johnny Grace se encontrou com seu amante e cúmplice, o qual Johnny não saiu com vida. Natches prometeu a si mesmo. Rowdy e Dowg eram sua única família. Se não fosse por eles e o pai de Rowdy, Ray Natches não teria sobrevivido à confusão que foi sua própria vida quando jovem. Todo mundo que conhecia os Mackays sabia que não se podia bater em um deles. Se o fizessem todos eles viriam correndo ao seu socorro. E as mulheres de Rowdy e Dawg, Kelly e Crista, eram totalmente intocáveis. Intocáveis ou Natches sairia de caça. Johnny deveria ter pensado melhor. Deveria saber que Natches estaria esperando com uma bala para ele. Mas o imbecil se convenceu que poderia sair desta sem que ninguém soubesse do seu envolvimento. Sua morte tinha finalizado a investigação. Os mísseis tinham sido recuperados, os possíveis compradores presos, e supunha-se que tudo ia bem nesse lado do mundo. Não é que Natches dormisse tranqüilo à noite, mas encontrou um pouco de paz. Essa paz tinha sido ganha com muito esforço durante os últimos cinco anos, e a desfrutava muitíssimo. Até no ano anterior. Observou como Chaya desaparecia dentro do hotel. Chaya era a agente preferida do Timothy Cranston, o agente especial chefe das investigações. Era sua menina de recados e lutadora, e irritava profundamente à Natches ver que seguia as ordens do sarcástico homem, ainda que a considera-se bastante inteligente. Tão esperta que ele tentou de permanecer bem longe dela. Talvez ela não fosse tão preparada como ele tinha pensado. Porque estava de volta, e que o amaldiçoassem se alguma de suas fontes o tinha advertido de alguma operação encoberta. O que essa operação era, ou ninguém sabia, ou ninguém o tinha contado. Esfregou o lábio inferior e olhou fixamente a entrada do hotel em que ela tinha desaparecido. Não parecia feliz por retornar… parecia rendida, cansada, como se tivesse dormido tanto como ele no ano passado. O que somava menos que nada. E estava condenadamente boa, para comer-lhe. Infelizmente, ela não tinha sido mais que um lanche para ele. Então por que a senhorita Dane estava se hospedando em sua cidade outra vez? Tinha que ser a trabalho, porque ele a tinha advertido, que se retornasse a sua cidade não estaria a salvo dele. Se pretendia manter sua cama fria e solitária, então deveria ter escolhido outra cidade para pernoitar. Estava absorto em sua contemplação quando seu primo Rowdy estacionou o pick-up ao lado do jipe. Do outro lado, Dawg parou a sua cabine dupla preta ocupando todo o espaço restante, roncando alto com o seu poderoso motor. Olhou em ambos os lados, ao ver seus primos saírem dos carros. O vento movia-se através do cabelo negro de Dawg, o qual não estava tão longo como costumava deixar, mas o cabelo de Rowdy era de um negro idêntico, mais estava bem mais longo. A vida de casado os mantinha decentes de muitas maneiras. Dawg tinha um corte de cabelo decente, e Rowdy deixou os seus cabelos longos. Dawg era mais forte e alguns anos mais velho que seu outro primo. Ambos eram tão malditamente fortes e irritáveis como sempre.
E irritáveis como podiam ser. Casados, com grilhões e atados tão estreitamente as suas
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algemas que se um homem simplesmente respirasse na direção dessas mulheres, enfureciam-se. Mas ainda vinham quando os chamava, e pensar nisso acendeu algo em seu interior. Um desses pedacinhos de emoção que lutava por manter enterrados e ocultos. Quando se aproximaram ao lado do jipe, Natches abriu a porta e saiu lentamente, o olhar ainda estava cravado no edifício. Tinha chamado à funcionária de serviço na recepção antes de chegar, para assegurar-se de que à senhorita Dane foi encaminhada ao quarto apropriado. Uma que desse diretamente para o estacionamento. Queria que o visse, e que soubesse que estava sendo vigiada. — O Que acontece, Natches? — Dawg se inclinou contra o pick-up cinza de Rowdy, os braços cruzados sobre o peito largo. Natches ergueu uma sobrancelha enquanto observava as calças vincadas e a camisa branca que seu primo usava. Tão malditamente diferente da furada e desalinhada aparência que ele tinha antes de unir-se à Crista Ann Jansen no ano passado. — Roupas elegantes, primo. — sorriu Natches — Crista as fez com suas próprias mãos? Dawg franziu o cenho em resposta, mas seus pálidos olhos verdes, quase da cor do jade, flamejaram com uma impaciente excitação ante a menção de sua esposa. — Lavagem a seco — grunhiu por fim Dawg — Não acredito que nos chamou até aqui para discutir sobre as minhas roupas. — Olha-o, Natches — sorriu Rowdy, seus escuros olhos verde mar, com rugas de satisfação — Dawg nunca foi desmazelado com suas roupas, mas também nunca se preocupou tanto com elas. Crista raptou as camisetas furadas e rasgadas que ele tanto gostava de usar na loja. Não o deixa mais passar por mal vestido, ainda mais sendo o proprietário.. Dawg grunhiu enquanto Natches sorria ausente e dava uma olhada para o hotel. — Essa chamada parecia ser algo muito importante, Bundão. — Dawg suspirou enquanto se dirigia outra vez ao Natches — Que diabos acontece? Natches virou-se furiosamente para seu primo olhando de soslaio o que parecia acontecer frequentemente.. — Continue me chamando de Bundão que quebrarei a sua cara. Dawg grunhiu e foi sua vez de sorrir. — Acho que sei o que acontece. Mudou-se do barco para ficar sozinho sobre essa maldita garagem, e já começa a comportar-se como um homem que cresceu com princípios, começo a me preocupar com você. As narinas de Natches se dilataram enquanto a fúria começava a tomar conta do seu interior. Maldito Dawg. Não precisava de seus malditos conselhos ou seus sarcásticos comentários, que descreviam com perfeição o porquê de seu primo o insultar. Porque se recusava a escutar quem quer que fosse. — Cranston tem outra operação na cidade. — contou aos outros dois homens antes de deixar que a fúria se apoderasse dele. O resto da acusação a ignorou completamente. Não precisava que o irritassem. Tinha passado muitos anos escondendo essa emoção tão profundamente dentro de si, que já não lhe queimava as vísceras. Mantê-la ali era importante. Retê-la ali mantinha a respiração segura e a consciência do Natches bem clara.
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— Que diabos aquele gordo filho da puta está fazendo? — Dawg se endireitou e deu uma olhada para o hotel com evidente animosidade — Está ali? —Não. Ainda não. A senhorita Chaya Greta Dane está ali agora mesmo, e se minha hipótese é correta, está nos observando do quarto três ou quatro. Será que já descobriu que a estamos vigiando? — Como poderia saber? — Rowdy observava a reação de Natches. Natches odiava quando Rowdy fazia isso. Como se soubesse algo, ou visse algo que Natches não queria ver.
— Uma chamada anônima. — Natches fez uma careta — Não, não é brincadeira. Uma chamada do seu celular faz uma hora, impossível de rastrear, me deixando saber que ela ultrapassou o limite da cidade e estava aqui para a DSN2. Se Cranston tiver perdido mais mísseis meninos, terei que o matar. — Estava brincando? — Mais ou menos. — Não ouvimos nada. — Dawg esfregou o queixo recém barbeado enquanto dava uma olhada para a janela do quarto de Chaya. Ela preferia o nome da Greta, mas esse nome não lhe agradava. Com seu cabelo de diversos tons de mechas loiras e traços deliciosos, era tão exótica quanto uma flor tropical. Chaya o atraia. O nome deslizava por sua língua, nas noites adentro quando se masturbava com a imagem dela na cabeça, seu nome soava como oração enquanto gozava e seu sêmen se espalha em sua mão. — Não ouvi nada dos meus contatos tampouco. — murmurou Rowdy — Nem um rumor de que um agente do DSN viria à cidade. O que significava que Cranston estava mantendo o que acontecia como segredo de estado. E isso não era nada bom. Quando o filho da puta raivoso mantém a boca fechada, significa que as coisas estão muito feias. O pensar nisso lhe fez voltar a olhar para o hotel. Chaya era uma agente muito boa, mas não punha seu coração nisso. Natches o tinha visto no ano anterior. Ela não tinha querido estar no Somerset, e não queria participar dos jogos do Cranston. — Supunha-se que tenha renunciado. —murmurou, os olhos entreabertos pelo brilho da luz do sol outonal sobre suas cabeças— Ouvi que entregou os papéis depois da operação daqui. Não foi consciente dos olhares curiosos que lhe lançaram seus primos. Rowdy olhou ao Dawg inquisitivamente, mas a resposta de seu primo foi um leve encolher de ombros. Natches nunca se interessava por ninguém exceto por seus primos, suas mulheres, sua irmã, e o pai do Rowdy, Ray, para averiguar algo de alguém. Freqüentemente proclamava quando se tentava de sua gente, caso contrário não deteria o descarrilamento de um trem, porque era muito divertido ficar a vontade e observar o amontoamento de carros. Não tinha estado tão divertido com o papel que Cranston tinha obrigado a tomar à senhorita Dane. Tinha-a posto em perigo, e isso tinha irritado Natches. Como Cranston que tinha posto seus traseiros na linha de fogo.
2 Departamento de Segurança Nacional
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— O que nós temos que fazer? —Rowdy se girou para seu primo mais novo, com o peito oprimido como sempre tinha, quando olhava ao outro homem durante muito tempo. Agora Natches era quase frio. Tinha estado descendendo durante um momento, mas às vezes tinha medo desse frio que o tinha dominado quase que completamente, e que o esfriava até a alma. Natches pareceu evitar a pergunta, como se tampouco lhe importasse, ou não estivesse certo sobre o que precisava. —Não trabalha aqui a jovem Lucy Moore? —perguntou então Dawg—. Trabalha na recepção, não? Natches assentiu a pergunta. Lucy era prima de terceiro grau por parte de sua mãe, uma doce menina, mas às vezes era um pouco esperta demais para o seu próprio bem. Tinha posto a Chaya no quarto ele tinha queria, mas tinha feito muitas perguntas curiosas sobre o porquê a queria ali. —Então espera até que ela saia e entre no seu quarto. Verifique tudo e vejamos o quão minuciosa ela está acostumada a ser com suas anotações —sugeriu Dawg. Natches o olhou furioso. —Ela não é tão estúpida, Dawg. Essas notas, se as tivesse, estariam firmemente guardadas no seu notebook e nenhum de nós é um Hacker. — Invada o seu quarto e a seduz até que ela lhe dê a informação —Dawg sorriu —. Você é bom nesses assuntos. A faça calar-se, e mande o seu traseiro de volta pra casa. Era uma ótima idéia, exceto que ele sabia algo que eles não. Chaya não tinha um lar para voltar. —Que, demônios, acontece com você em relação a isto, Natches? —perguntou-lhe então Rowdy— Você já a conhecia antes que ela viesse aqui, não o negue. Agora está de volta sem nenhuma razão evidente do por que. Talvez tenha voltado para revê-lo. Natches negou com a cabeça lentamente. Não, não havia voltado para vê-la. Tinha muitas lembranças, e Natches sabia exatamente como funcionava isso. Essas lembranças eram muito dolorosas, e repletos de muitas emoções para que Natches ou Chaya estivessem dispostos a tocá-los nem com um pau de três metros. —Não está aqui por mim. — disse finalmente, se perguntando do pesar que o oprimia — Isto é uma operação, meninos. Uma chamada anônima, uma agente bonita, e sem as intrigas da agência. Cranston tenta nos manter afastados de algo e quero saber que demônios é. * * * Chaya contemplava através das diáfanas cortinas aos três homens reunidos no estacionamento. Não havia muitos carros estacionados fora, e eram tão claro como os óculos escuros no rosto do Natches que estavam ali por ela. Por um instante, só por um instante, pôde ouvir os gritos em sua cabeça. Desesperou-se, sons agudos que ricocheteavam nela, destroçando sua bem ganha compostura e que a tinham balançado longe da vista do Natches e passeado pelo quarto.
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Não eram somente os seus gritos que ouvia em sua cabeça. A sensação de chamas lambendo-a, o horror e a fetidez da morte se vertiam em seus sentidos e a deixaram tremendo. Teve que respirar fundo, apertar os punhos e obrigar a si mesmo afastar as lembranças, do mesmo jeito que teve que obrigar-se a não voltar para essa janela e contemplar os homens que de vez em quando olhavam para seu quarto. Já sabiam que estava aqui, acabou-se o elemento surpresa no que se referia ao Natches. Tinha esperado lhe surpreender com sua aparição, esperando lhe desequilibrar um pouquinho. Respirou fundo antes de caminhar de volta para a janela, atraída apesar de seus melhores esforços, pela visão dele. Natches Mackay. Era quase uma lenda nos Marinhe. Tinha sido admitido na instrução de franco-atirador diretamente do campo de treinamento. Em quatro anos tinha uma relação de mortes que a fez estremecer ao recordar. Logo, uma armadilha do destino, ou como ao Timothy gostava de dizer, uma armadilha do Natches, uma bala perdida tinha se alojado em seu ombro, o colocando fora de jogo. Durante anos correram rumores de que Natches nunca mais tinha recuperado a habilidade de manejar um rifle outra vez. No ano passado, inteiraram-se de que Natches ainda era tão silencioso e mortal como sempre tinha sido. Estremeceu quando ele girou a cabeça e a contemplou. Certamente não a podia ver atrás das cortinas, mas sabia que estava ali. Sabia em que quarto ela estava, e sabia que uma vez o visse lá fora, não seria capaz de afastar os olhos dele. — Abaixa a cabeça, Merda! Fecha os olhos Chaya. Por Deus. Tenha piedade! Não olhe, neném. Não olhe. Fechou os olhos. O sentir sobre ela, segurando-a apesar de suas resistências, seus gritos ainda a despertavam durante a noite. Muito pouca gente no mundo sabia que ela e Natches tiveram uma história. Rezava pra que só ela e Natches soubessem, porque se Timothy desconfiasse faria de tudo para descobrir o exatamente tinha se passado antes que ela entrasse no DSN, então nunca mais ele a deixaria partir. E teria a vantagem que precisava para forçar ao Natches a entrar para o Departamento de Segurança Nacional, em vez de simplesmente utilizar aos primos Mackay como agentes contratados quando podia simplesmente ter as cartas necessárias para tê-lo mesmo contra sua vontade. Abriu os olhos e olhou fora da janela outra vez, esses óculos escuros protegiam seus olhos, o cabelo muito comprido afastado da nuca, a ferocidade de seus traços mais pronunciados do que tinham estado um ano atrás. Sempre lhe pareceu um obscuro anjo vingador. Mas agora, parecia um guerreiro selvagem. Sabia que se tirasse os óculos os olhos verde bosque a perfurariam, escuros e cheios de conhecimento e de ira. Tanta ira. E não podia lhe culpar. No mais mínimo. — Fato consumado, Chaya —murmurou no silêncio de sua habitação. E o tinha feito. Tinha-lhe permitido a seu chefe chantageá-la em outra missão que a colocou diretamente no caminho do Natches. Um engano dos grandes. Um grande, grande engano.
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* * * Rowdy entrou a grandes passos longos nos escritórios sobre a loja de Fornecimentos de Madeira e Construção do Mackay. Olhou furioso ao Dawg enquanto seu primo tirava uma cerveja da geladeira e se jogava na grande cadeira de couro atrás da mesa. —Alguém precisa me contar qual é o segredo — falou enquanto fechava a porta de repente— Que diabos se passa? Ou se passou? Dawg se recostou na cadeira e inclinou a cerveja para seus lábios pensativamente. Um longo gole e depois deixou a garrafa sobre a mesa e contemplou ao Rowdy. —Já vi tudo, esperava que tivesse as respostas a essas perguntas. — passou a mão pela mandíbula antes de sacudir a cabeça com evidente confusão— Está agindo de maneira estranha com ela, mais ainda do que no ano passado. Cada vez que ela está a seu redor a olha às escondidas ou a observa. Você acredita que ele não a ache pouco atraente? Rowdy se mudou para uma cadeira de couro mais confortável em frente à mesa e se sentou nela enquanto considerava a pergunta do Dawg. —Tem um cabelo bonito. —disse banalmente, com a expressão enrugada em masculina contemplação. —É pouco atraente. —grunhiu Dawg. Rowdy soprou ante isso. — Está dizendo isso a cada mulher que cruzou o nosso caminho desde que Kelly e Crista nos botaram as mãos. Admite, Dawg, estamos ferrados. Dawg o olhou furioso. —Reconheço uma mulher bonita quando a vejo. Simplesmente porque você esteja tão cego como um morcego não significa que eu o esteja. Rowdy sacudiu a cabeça. —Suponho, que se vê bem. Não posso dizer o mesmo dessas roupas folgadas e a maneira em que se afasta o cabelo do rosto. — Vá se ferrar. — Dawg tamborilou a mesa com os dedos, com expressão preocupada. —Encontra defeitos em todas. Qual é o problema de verdade, Dawg? —Rowdy inclinou a cabeça para frente, observando atentamente ao seu primo — Não é seu costume encontrar defeitos em tudo. Dawg apertou os lábios, logo os franziu pensativamente. —Natches tirou uma mulher do deserto iraquiano na última missão, de seis semanas, que fez. Você sabe que ele sempre ia na frente para ter tempo de voltar na hora de agir, e ao mesmo tempo tinha tempo de sobra para espionar um pouco mais ao inimigo? Rowdy assentiu. — Dizem que Natches conseguiu contatar com um agente do Serviço de Inteligência do Exército. Mulher, Capturada e Torturada. Conseguiu salvá-la e aguardaram a equipe de salvamento tirar a ambos de lá, depois ninguém soube de mais nada. Algo aconteceu, Rowdy. Algo que deixou ao Natches mais fechado em si mesmo do que nunca.
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— Uma agente, capturada e torturada. —Rowdy franziu o cenho— Não deve ter dado tempo de romper o coração, Dawg. Ocorreu-nos um montão de coisas que pode ter acontecido nos Marinhe. Lá não é um lugar agradável de estar. Dawg negou com a cabeça. —Não. Algo terrível aconteceu, pelo que Natches não quer falar, e acredito que ela estava ali. Natches a reconheceu imediatamente no momento em que encontramos com a equipe que Cranston trouxe no ano passado. Essa noite se embebedou como não o tinha visto desde quando destruiu o restaurante de seu pai. Rowdy se reclinou na cadeira e fez um gesto ante a informação. Não tinha participado dessa missão. Seus primos miseráveis pareciam pensar que precisava de umas férias depois de ter participado da captura do assassino em série que tinha tentado matar a sua esposa. Mas Dawg tinha razão, algo tinha acontecido ao Natches no último ano, algo que preocupava a ambos já há um ano. —Está apaixonado por ela? —refletiu Rowdy. Era tão difícil de imaginar. Natches apaixonado por alguma mulher. Parecia que gostava de todas por igual. Mas aqui havia algo diferente pelo modo como se comportou no ano passado e como se comportando no estacionamento. Dawg e Rowdy se encontraram com o Natches ali, enquanto Kelly e Crista foram fazer coisas de mulheres. Não se haviam sentido o suficientemente seguros para deixar às mulheres desprotegidas. E Greta Dane — não, Chaya, Natches disse que seu verdadeiro nome era Chaya— tinha dito ali seguindo ao Dawg e a Crista. Natches tinha sido incapaz de permanecer longe dela e nenhum deles atuava com normalidade ao redor do outro. —Está em uma operação. —resmungou Dawg— Posso senti-lo. Algo está prestes a acontecer e ela vai arrastá-lo junto. —Diabos. — não precisamos disso. Rowdy conhecia o Natches. Seu primo podia ser muito impulsivo, e raramente protegia as próprias costas até que fosse tarde demais. Rowdy ficou de pé e caminhou pelo interior do escritório. Conhecia a operação que tinha acontecido no ano anterior e que ainda o mantinha acordado de noite. —Qual é o fio solto que foi deixado? — andou ao redor de Dawg— A operação do ano passado, o dinheiro que o Johnny conseguiu como pagamento dos mísseis, o encontraram? —Que nada. — grunhiu Dawg — Cranston arrancou os cabelos quando ele não apareceu. Timothy Cranston, é o bastardo miserável que está no comando. Deveria se atirar com sua própria arma. Rowdy tinha tido o desagradável desgosto de encontrar-se com ele várias vezes. Ainda não gostava dele. —Quem mais ajudaria ao Johnny, Dawg? —perguntou-lhe então Rowdy, a voz profunda, o peito ainda oprimido, inclusive depois de todo este tempo. Johnny era seu primo, e os tinha utilizado a todos eles. Os teria matado a todos se tivesse podido. Definitivamente tinha planejado matar à mulher do Dawg. Ele e seu amante, Jim Bedsford.
—Apanharam à equipe que Johnny utilizou para roubar os mísseis —disse Dawg—. Johnny e Bedsford estão mortos, e só eles sabiam onde estava guardado o dinheiro do pagamento. Merda,
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O que nos deixamos escapar? —Esquecemos algo. —sugeriu Rowdy. —Que diabos nos pudemos ter deixado? —amaldiçoou Dawg— Seu agente retorna e Natches recebe uma ligação anônima lhe informando do fato? Não tem sentido, Rowdy. Se a garota retornar apenas para ficar brincando e suando com o Natches, qual é a razão da chamada? Rowdy franziu o cenho ante a situação. Se não tivesse sido pela chamada de telefone, teria assumido que brincar e suar era exatamente o que tinha em mente a senhorita Dane. Mas por que alguém lhe chamaria para lhe avisar? Rowdy sentiu o pêlo da nuca arrepiar-se em advertência, e o esfregou irritado. —Sim, essa também é minha pergunta — admitiu Dawg— Me arrepia a nuca como o inferno. Algo está a ponto de acontecer. —E a agente Dane está pondo ao Natches diretamente no centro disto —terminou Rowdy—. Assim vamos cobri-lo? —E se nos dispara por isso? —grunhiu Dawg com surpreendida incredulidade—. Sabe que ele gosta das sombras, Rowdy. Trataremos de cobri-lo e ele tratará de nos chutar nosso traseiro. Isso deixava uma última opção. —Tenho alguns contatos que posso chamar — Rowdy extraía os nomes de sua cabeça enquanto falava—. Verei o que posso descobrir. Dawg assentiu. —Farei o mesmo quando terminar. Chamarei a alguns dos antigos agentes da operação do ano passado e verei o que eles têm a dizer. —Alguém tem que vigiar ao Natches — insistiu Rowdy —. Ao menos lhe dar uma olhada. Dawg o olhou com receio. —Bem, então que seja você, já esteve com a Kelly durante mais tempo do que eu estive com a Crista. E eu gosto que meu corpo funcione perfeitamente. —Você e eu. Dawg exalou bruscamente. —Atiramos uma moeda ou faremos turnos? Rowdy se jogou na cadeira outra vez. —Suponho que faremos turnos. — já estava imaginando a dor, quando Natches os apanhasse. Era um demônio brigando e definitivamente haveria briga. Dawg se afundou mais em sua cadeira. —Matarei ao Cranston. Rowdy grunhiu. —Dá tempo ao Natches. Ele o fará por si mesmo. E isso era do que ambos tinham medo. Capítulo 02
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Na manhã seguinte, Chaya se encontrou com o time que havia chegado para trabalhar na investigação que Cranston havia conseguido trazer de volta à ação. Os seis homens eram mais velhos, de trinta para quarenta anos, e se misturariam bem. Seus vários disfarces trabalhavam para a área e iam prover razão para a aparente curiosidade deles. Isso a favoreceria, Chaya pensou, enquanto voltava para o quarto após o primeiro encontro bem cedo de manhã. Eles iriam coletar pedaços de rumores sobre os eventos do ano passado, então Cranston poderia começar uma lista de pessoas do interesse deles e de perguntas que ela poderia fazer. No entanto, eles estavam trabalhando no escuro, e ela sabia disso. O problema deles era terem trabalhado no escuro por cinco anos, e isso precisava acabar. Ela não poderia fazer isso por muito tempo. A razão que ela estava lá novamente era o suborno de Cranston. Sua resignação ainda estava esperando aprovação. Rangendo seus dentes para o pensamento de Cranston arrastando seus pés em sua resignação, ela passou o cartão pelo sistema de segurança e esperou a luz ficar verde antes de empurrar a porta e entrar. Ela deixou a porta fechar-se, lentamente, atrás dela, tirou a jaqueta e soltou a arma do coldre em seu quadril e alisou sua saia. Ela desejava ter colocado jeans. Ela colocou a jaqueta e a arma na mesa, dentro da pequena suíte, e foi para o quarto. A porta estava aberta, e quando ela entrou, ela sentiu o coração na garganta. Natches. Ela engoliu em seco quando o viu, esparramado na cadeira ao lado da janela, longas pernas revestidas de jeans abertas, quando sua mão se ergueu. Ela sentiu o rubor que a atingiu quando ela viu o pesado vibrador de látex em sua mão. O pênis moldado era o que ela usava, principalmente, quando visões daquele homem a deixavam louca de desejo. Ela não havia conseguido o esquecer, não importava o quanto tivesse tentado. Engolindo em seco, ela observou-o inclinar o brinquedo na direção de seu rosto e inalar lentamente. Ela jurava que seus joelhos quase cederam, excitação, quente e áspera, passou por ela. – Você me surpreende. – ele disse, colocando o brinquedo em sua almofada. Não havia sido dali que ele o havia tirado. – Você pega um brinquedo para fazer o trabalho de um homem, mesmo sabendo que tem um homem, mais do que inclinado a fazê-lo. Como isso faz algum sentido, Chay? Ela colocou uma mão nos quadris, a outra no portal e olhou para ele, forçando sua expressão a não demonstrar interesse, mesmo que ela sabia o estar comendo com os olhos. – Considerando o fato de que o homem que o oferece vem com cordas, eu decidi que era a opção mais segura. Ele sempre queria mais de uma mulher do que o confortável. Mais do que Chaya pôde considerar nos anos passados. Ele riu disto, seus olhos verde-floresta vagando por ela, a camisa, a concha de seda por baixo do blazer, e a absorção em seus pés. Talvez ela devesse ter usado meias compridas, ao invés daquelas curtas? Ela sentiu que ele sabia exatamente o que havia por baixo de sua camisa. – Tudo na vida vem com cordas, querida. – Ele encolheu os ombros, parecendo totalmente confortável na cadeira.
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Balançando sua cabeça, Chaya atravessou o quarto, sem pensando, ela nunca pensava quando era sobre Natches, em tirar o brinquedo incriminador de sua almofada. – Ah, você não fez isso. – Ele riu. Foi seu único aviso de que ele estava atrás dela, um braço envolvendo sua cintura, o outro pegando seu pulso e o brinquedo enquanto a virava de costas. Seu pequeno chiado não o incomodou. Suas pernas a capturaram, enquanto ele subiu nela, e ignorou suas mãos, que o empurravam. Ela poderia o ter feito sair. Ela sabia como. Mas Deus, ela nem podia considerar isto. Além de ele, certamente, encontrar um modo de bloqueá-la, ela não tinha dúvidas de que ele arrumaria um modo de fazê-la se arrepender. – Estes jogos estão abaixo de você, Natches. – ela disse, desejando não soar tão sem ar. – Não, mas você está. – Suas sobrancelhas se curvaram, um sorriso em seus lábios e humor passando em seu rosto. Um olhar que ficava quente com desejo, quando ela vislumbrou a cunha grossa na frente de seus jeans. – Me solte, Natches. Ele levantou o vibrador e olhou para ela. – Como você usa isso? Seu rubor ficou mais forte. – Duh, adivinhe. Ele ficou mais próximo, seus lábios se curvando num sorriso maligno. – Você o chupa antes? Você sente seu gosto nele e lembra o quanto eu adorava chupar você e sentir o gosto daquele creme quente? O “creme quente” estava fluindo dela agora, saturando sua calcinha. Havia alguma coisa mais tentadora que ele? Algo que a houvesse um dia tentado mais? – Você é doente. – ela suspirou, fracamente. Ela sentia a fraqueza agora, o desejo. O desejo que a havia forçado a usar o brinquedo naquela manhã. – Quando você o chupa, você lembra de mim? – Ela lutou para respirar quando ele passou a cabeça do brinquedo em sua bochecha. – Deixe-me ver você usá-lo. Ela ficou em choque, engolindo em seco. – Você é maluco? – Com certeza. Porque no momento que ele afundar nessa linda boca eu vou poder lembrar de como era quando você fazia isso comigo. Eu poderia até gozar na minha calça, e eu acho que nunca fiz isso. Seu coração ia sair de seu peito. Seus seios estavam inchados e sensíveis, os mamilos duros, pressionados contra o sutiã e o fino material da camisa. – Vamos, me deixe ver. Ele sorriu, tão maligno e erótico, esfregando-o contra seus lábios. – Deixe-me ver e lembrar, Chay. Só um minuto. – Ela sabia. Ela sabia mais do que quando ela havia voltado a Somerset, ela sabia o que ele ia fazer: Natches ia destruí-la com seus próprios desejos. Seus lábios se abriram. Um sorriso largo e erótico correu os lábios dele, enquanto ele a observava, o brinquedo tocando seus lábios, e um brilho furioso encheu seus olhos.
No segundo seguinte, sua língua estava na boca dela, seus lábios cobrindo os dela. Ela não
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sabia o que ele havia feito com o brinquedo e não se importava. Ele estava beijando-a de novo. Estava dominando seus lábios, devorando-a, e ela estava fazendo o mesmo. Ele sempre tinha um gosto tão bom, tão obscuro e másculo. Seus braços se enrolaram em volta do pescoço dele, os dedos se espalhando em seu cabelo, enquanto ela sentia-o empurrar sua saia para cima, seus dedos separando suas pernas. Ele ia possuí-la, ela sentia isso. Ela não ia escapar dessa vez. Ano passado, ele havia sido generoso, até mesmo para ele, e deixado-a ir. Dessa vez, ele não faria isso. – Natches. – Ela suspirou seu nome em protesto quando ele terminou o beijo para descer pelo seu pescoço, para seus seios. Seus mamilos doíam de desejo por ele. Por sua boca, por sua língua. – Eu deveria espancar você. – ele rosnou. – Droga, Chay. Você sabia sobre voltar. Eu sei que sabia. Sim, ela sabia, e ela não tinha escolha senão fazê-lo. Mas ela o teria feito, de qualquer forma, porque a luta para ficar longe dele era difícil demais. Era mais do que ela podia aguentar. Uma missão. Só esta última e então, então eles teriam tempo. Não agora. Ela balançou a cabeça, se curvando para ele. Agora não era a hora. Ela não podia dividir sua atenção assim. Acabaria morta. Sua boca enterrada entre seus seios, sua língua lambendo-a, acariciando-a, enquanto ela gemia seu nome. Ela precisava. Apenas mais uma vez, e então ela seria forte. – Droga. – De repente, sua cabeça levantou. – Por que você está aqui, Chay? Ela balançou a cabeça. Ela não ia metê-lo nisso. Isso não estava acontecendo. – Só perguntas. – ela arfou. – Perseguir. Eu tenho que perseguir. Ela ia precisar ter conversas sérias, se ele descobrisse no que essas perguntas iam dar. – Mentira. – A acusação era leve, misteriosamente pensada. – Você não pode mentir pra mim, Chay. Ele separou suas pernas com as dele e o brinquedo, ele ainda tinha o maldito brinquedo. Ele passou-o delicadamente em cima do pedaço de algodão que a protegia dele. – Vamos jogar. – ele sussurrou. – Eu te pergunto uma coisa, você diz a verdade e eu te dou algo que você vai adorar. – Me beije, Natches. Como ele havia se vangloriado anteriormente, seus beijos eram potentes. Ele se curvou. Esfregou seus lábios nos dela. – Assustada? – Ele perguntou delicadamente, seus olhos advertidos. – Deixe-me me embebedar em você. – ela pediu. – Apenas me beije. – Apenas beijar? – A cabeça do brinquedo estava mais pressionada contra seu faminto centro. – Mas Chay, você está tão molhada e selvagem. Vamos brincar antes. Ela se arqueou e gemeu quando ele se afastou. – Primeira pergunta. – Ele lambeu o topo de um seio revelado pelo material que ele havia afastado com o queixo. – O Departamento de Segurança da Terra Natal mandou você aqui? Ok, essa era fácil. – Sim. – ela respondeu cautelosamente.
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Um murmúrio de aprovação contra a curva de seu seio e ele estava afastando mais o sutiã para lamber seu mamilo. O calor entrou em suas veias e fez seus quadris mexerem-se contra o brinquedo. – Boa garota. – ele murmurou. – Eu estou envolvido? Ele estava? Ela achava que não, ele não deveria estar, ao menos. Ela podia ser sincera. – Não. – Ela levantou os quadris de novo, querendo mais. Desgraçado, ela estava sendo honesta. Estava na hora da recompensa. Ele mordeu seu mamilo e ela quase teve um orgasmo. – Por que você está aqui? Seus lábios se abriram para responder, para falar, apenas para receber o prazer que ele poderia dar a ela. – Perseguição. – Ela gemeu. – Hmm, Chay, minha pequena mentirosa. – Ele puxou de volta o brinquedo. – Vamos lá, bebê. Diga. Seus olhos se abriram para observá-lo, doendo, precisando dele. – Perseguição. – ela repetiu, o atormentado suspiro arrancado da garganta. – É a única razão pelo qual eu estou aqui. – E isso era parcialmente verdade. O bastante da verdade, e tudo que ele precisava para permanecer seguro. Ele se ajoelhou. Ela olhou faminta enquanto ele, colocando o brinquedo de lado, afrouxou o cinto, desabotoou os jeans e abaixou o zíper lentamente. Ela lambeu os lábios, suas mãos a postos para ajudá-lo, para agarrar seu membro quando ele se libertasse. Para experimentá-lo. Para encher sua boca com ele. – Por que você está aqui, Chay? – Ela quase não notou o modo como sua voz ficou mais dura. – Perseguição. – Ela estava entorpecida, fora de balanço, impaciente. Como um viciado antes de uma dose. E ele se moveu rapidamente para longe dela, se pôs de pé e estava ajeitando sua calça, sua expressão parada e silenciosa com fúria. Droga. Aí se vai a dose. Seu corpo estava gritando em protesto, reclamando sobre como ela estava sendo cruel com ele. Há quanto tempo ela conhecia aquela sensação? Cinco anos, dois meses, três dias, e quantas horas, ela pensou morosamente. – Acho que isso quer dizer sem recompensa para mim. – Ela suspirou, enquanto ajeitava a saia e a camisa. Ela não se importou em sair da cama. – Feche a porta quando sair. Eu posso precisar de privacidade. Ele olhou para ela, e de repente, a fina corda foi arrancada da base do vibrador e, enquanto ela observava horrorizada, ele o partiu ao meio. – Oh meu Deus, Natches. Você não fez isso. – Se você precisa de privacidade, pode fazer isso com seus dedos. É ao que você me reduziu. – Ele jogou os pedaços no chão. – Quando você estiver pronta para me contar a verdade, sabe onde me encontrar.
Então, ele saiu do quarto. Ela observou sem acreditar o chão e então a porta, quando o eco
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da porta principal se fechando entrou em sua mente. Ele quebrou seu brinquedo e saiu? Ela ia matá-lo. Capítulo 3 Somerset e o Lago Cumberland atraiam a Chaya de uma maneira surpreendente. Tinha chegado à cidade a mais de um ano, como parte da equipe de preparação avançada da equipe de Segurança nacional e ficou desconcertada com a simpatia dos cidadãos e a atmosfera tranqüila e relaxada das montanhas que rodeavam a cidade. Aqui havia serenidade. É óbvio, que havia crimes e criminosos. O roubo e a tentativa dos mísseis no ano passado eram prova mais do que suficientes. Não, era algo mais. Havia um silêncio, um sentimento de tranqüilidade na área e ela adorava isso. Sentiu saudades neste último ano desde que a equipe teve que partir. Sentia saudades da comunidade, e principalmente sentia saudades de Natches. Infelizmente, sentia mais saudades do que queria. E Timothy sabia que Natches era sua fraqueza. Esse era o problema de ter um chefe manipulador e calculista. Timothy Cranston. Conhecia até o cantinho mais escuro de cada um de seus agentes. Seus pontos fortes e suas debilidades. E não tinha preconceitos em usar ambos em seu próprio benefício. Diabos, supunha-se que ela estaria fora disto. Neste momento, deveria estar procurando um apartamento ou algo assim. Deveria ter colocado sua cabeça em ordem, porque era algo que não tinha conseguido nos últimos cinco anos. Tinha conseguido novamente parar de fumar. Era um hábito desagradável, e não foi fácil rompê-lo. Timothy por si só, já era uma desculpa suficiente para fumar. Apostava que metade dos seus agentes tinha adquirido o hábito de fumar depois que foram designados para sua equipe. Entretanto, esta operação tinha obcecado Cranston, muito mais do que Chaya já tivesse visto antes. Esses mísseis em mãos equivocadas poderiam ter resultados desastrosos. E saber que havia americanos atrás do seqüestro e a tentativa de venda tinham enfurecido Cranston. Inteirar-se de que tinha conexão com uma investigação muito mais antiga o havia posto raivoso. Tinha proclamado que estavam tão perto, tão perto de encontrar os bastardos que os perseguia em cada momento de folga de sua vida. Tinha ido atrás de cada fio que pôde encontrar e quebrou mais de uma regra nessa investigação no ano anterior. Um dos fios foi adicionar à equipe a dois ex Marinhe. Aldeãos conhecidos por suas reputações selvagens e suas habilidades para reunir e filtrar as fofocas locais. Dawg e Natches Mackay. E aí estava o benefício agregado para Timothy, de por fim encontrar o que ele chamava a “fraqueza” de Natches.
E isso era o que a fazia pôr os olhos em branco. Ela era tudo exceto sua fraqueza. Natches a desejava. Ele podia passar a noite em sua cama em um suspiro e ela sabia. Podia-o ter. Nas
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condições e sob as regras dele. E isso significava arrastá-lo a uma investigação na qual ele não tinha nada a ver. Isso, que não podia conseguir fazer por si mesmo. Enquanto estacionava o carro alugado no estacionamento da cafeteria da cidade, que se sabia os Mackay freqüentavam, Chaya revisou sua arma e emitiu um suspiro de frustração. Odiava isto. Odiava o engano e a necessidade de fazê-lo. E mais que nada, odiava estar novamente sob a mira de Natches. Especialmente depois que ele quebrou o seu brinquedo. Não era como se pudesse ir tranquilamente comprar outro novo. Revisou o espelho retrovisor e ali estava ele. Esse malvado jipe negro estacionando na entrada de trás e parado, o homem atrás do volante observando-a atrás dos óculos escuros. Não tinha se aproximado desde que saiu zangado do quarto de hotel, fazia uns dias. Mas a estava seguindo desde manhã, quando deixou o hotel. Ficava sempre atrás, mantendo uma distância tal como o havia feito no ano anterior. Só observava, e a estava dando nos nervos. Estacionando o sedan, Chaya pegou sua bolsa e o grosso arquivo que trazia consigo, antes de sair no fresco ar de outono. Podia sentir seus olhos em suas costas, enquanto se dirigia à entrada da cafeteria. Intensa e ardente. Sua feminilidade voltou a despertar ante esse olhar a mais ou menos um ano, e agora depois de conhecer seu toque novamente, não parecia ter a indicação de que voltaria a dormir. Aprumou-se e entrou, parou por um momento para se orientar, enquanto todos os olhos se voltaram para ela. Desconfiados, curiosos, divertidos. O olhar dela se cravou na expressão divertida do xerife Ezekiel Mayes, antes de cruzar a passos longos a grande sala. Os olhos de falcão dele seguiam os seus passos na sala, enquanto lentamente ficava de pé. O uniforme de cor parda do xerife deixava ver um corpo em plena forma para um homem de trinta e seis anos. O cabelo castanho escuro estava cortado ao estilo militar e enfatizava os ângulos e os fortes traços de seu rosto masculino. —Agente Dane. —assentiu enquanto Chaya se sentava e apoiava o grosso arquivo na mesa em frente a ela, e logo voltou a sentar-se. —Xerife, obrigado por ter aceitado se encontrar comigo. — deu-lhe o seu melhor sorriso profissional, mas ao ver como entreabria os olhos, assumiu que não tinha obtido o efeito desejado— Sei que foi com pouca antecipação. —Não esperava nada menos. — Pegou seu café e tomou um gole antes de apoiar a xícara na mesa e fazer um gesto para a garçonete que andava por ali — Becca, queremos mais café. — Um segundo, Zeke. —A garçonete lançou a Chaya um rápido e desconfiado olhar antes de ir. —Já almoçou? —perguntou a Chaya. —Estou bem. Só tenho algumas perguntas que preciso fazer e umas poucas coisas que quero revisar com você antes de começarmos com as entrevistas. Não estava certa do porquê de Timothy ter querido que o xerife a acompanhasse. Ezekiel Mayes não era homem de dar ponto sem nó. Foi detetive da homicídios em Los Angeles por cinco anos, antes de retornar a sua cidade natal e candidatar-se a xerife. Era perspicaz por natureza e quando se inteirou de que no ano anterior teve uma operação sem seu conhecimento por parte do DSN, foi até D.C gritando na cara de todos com poder suficiente para esfolar o traseiro de Cranston.
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Cranston tinha se informado de que Mayes tinha um pouco de influência, e que sabia exatamente como exercê-la. A prova estava no fato de que ela agora estivesse trabalhando com ele. OH, que rede emaranhada precisamos tecer antes de começar o jogo. O encontro sussurrou através da mente da Chaya e não pela primeira vez. Cranston estava praticando um jogo muito perigoso, e o xerife Mayes era um dos inimigos potenciais que ele poderia fazer. —Zeke, o café. —Becca, a garçonete, pôs a xícara na mesa antes de virar-se para a Chaya— Precisa de algo mais? —Não, obrigada. —disse negando com a cabeça, desejando poder encontrar uma maneira de acalmar o seu estômago enquanto levava a xícara aos lábios. Becca assentiu e se afastou, mas o olhar do xerife nunca abandonou Chaya. — Cranston desceu a níveis mais baixos ainda. — Mayes se reclinou em sua cadeira e contemplou Chaya com seus perspicazes olhos castanho escuro. —Cranston sempre encontra novos níveis. —disse Chaya dando de ombros— O que ele conseguiu fazer desta vez? — Enviou uma linda garotinha pra fazer o trabalho de um homem. —grunhiu com desgosto— Os Mackay não estão muito felizes neste momento com o DSN, assim como tampouco o estão às forças locais da lei. Não se realiza uma operação como fizeram o ano passado, sem por a par à Polícia local e sem pisar em alguns calos. —Não nos pediram que informássemos a ninguém de nossa operação aqui. Pediram-nos que recuperássemos esses mísseis, xerife, não para manter relações com a polícia local. E o fato de eu ser mulher não prejudica ou influencia a minha habilidade de conduzir a parte final da investigação. Ele grunhiu ante isso: —Esteve a dois anos no Serviço de Inteligência e cinco no DSN. Tem um bom número de casos solucionados com sucessos, verdade? Tinha-o, e era uma das que podia estar orgulhosa, algumas vezes, assegurava a si mesma. Quando precisava encontrar uma fonte do que orgulhar-se, isso funcionava. —Não sou uma novata, xerife. —reclinou-se em sua própria cadeira e o olhou — Nem tampouco estou fora de meu elemento. Tenho influência suficiente para estar certa de que será contatado e incluído em qualquer investigação futura. Parece-me bom. Mas não tem poder para me dar ordens ou dirigir essas entrevistas. Entende-me? O olhar dele cintilou com raiva por um momento, logo, voltou-se divertido. —Sou seu pequeno lacaio, né? —murmurou, olhando por cima do ombro ante o som da campainha sobre a porta repicando alegremente para anunciar outro cliente. Chaya suspirou. Era Natches. Agora podia senti-lo. —Vamos direto ao assunto? — Ela verificou a lista das pessoas que seriam entrevistadas e que tinha escolhido para visitar esta tarde — Aqui está a pequena lista das pessoas que eu preciso ver hoje. Suponho que possamos terminá-la o mais tardar a noite. Mayes estudou a lista e franziu o cenho.
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—Esta não é a lista completa. —Não me pediram que lhe desse a lista completa. — lhe disse, sentindo Natches se aproximando, escutou uma cadeira ser arrastada pelo chão logo atrás dela. Os lábios do xerife franziram enquanto continuava estudando-a. — Garota, você gosta de viver perigosamente, não é verdade? Ela sentiu um estremecimento. Já tinha escutado antes essas palavras, e o inferno pelo que tinha atravessado depois, ainda atormentava seus pesadelos. —Vivo como posso. — disse encolhendo os ombros— Esse é outro detalhe que não me pediram para discutir com você. Agora, como é o primeiro que tenho que entrevistar na minha lista, podemos começar? Houve um bufo de risada atrás dela. O som a fez se enfurecer e a raiva começou a crescer dentro dela. Antes que Mayes pudesse responder, ela se virou lentamente na cadeira e olhou para trás, ao Natches. Estava a mais de um metro e meio dela, olhando-a por atrás dos óculos escuros. —Sua presença não é necessária neste momento. — lhe disse em voz baixa— Logo chegará a sua vez. Negou-se a ser intimidada. Se ele conseguisse abalar o seu equilíbrio agora, então estaria perdida. Nunca mais seria capaz de completar sua missão como precisava. Ele não sorriu, e não falou nada. Só ficou olhando até que lhe deu as costas novamente e remexeu entre os papéis do seu arquivo para pegar a informação que precisava a respeito do xerife. —Faz tempo que é xerife? —Quase seis anos. —Mayes agora estava definitivamente se divertindo— Por alguma razão votaram em mim. Pessoalmente acredito que o povo daqui me considera uma pessoa fácil de manipular você não acha? Esse sarcasmo era definitivamente dirigido ao homem atrás dela. Chaya era bem consciente do fato de que o xerife e os Mackay tinham estado o ano passado, várias vezes se enfrentando por conta das atividades de Dawg Mackay. —Não saberia lhe dizer. —sorriu abertamente— Parece que Johnny Grace era um cidadão popular entre as pessoas. O conhecia a muito tempo? Mayes assentiu lentamente. — O conheci a minha vida toda, agente Dane. Só estive oito anos fora de casa, não uma vida. Johnny e seus pais eram bem conhecidos por quase todos em Somerset e nas cidades vizinhas. —Entretanto, não suspeitou que pudesse estar envolto no seqüestro dos mísseis? —Esses mísseis foram roubados em outro condado, perto de uma base do exército. — sua voz agora era cortante— Tinha os olhos abertos, mas algumas pessoas se negaram a me informar, que eles poderiam estar em meu condado. —E isso era um sarcasmo para a Chaya e o DSN. Ele era o suficientemente profissional para não mostrar sua animosidade, mas ela podia senti-la.
—Xerife, não sou sua inimiga, muito menos o agente responsável pela investigação. Está brigando com o agente errado, isso eu lhe asseguro — Quero acabar com isso e ir para casa tão
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rápido quanto você quer que vá embora de sua cidade. Mayes inclinou a cabeça. —Agora, o que a faz pensar que eu a quero fora da minha cidade? Diferente das outras pessoas, agente Dane, adoro uma boa piada de vez em quando. E esta situação aparenta ter ao menos um elemento de diversão. A campainha da porta tocou novamente. Quando Chaya levantou a cabeça para olhar pelo espelho perto da caixa registradora atrás do xerife Mayes, sentiu-se como amaldiçoada. Os Mackay eram um abacaxi. As formas largas e altas de Dawg e Rowdy Mackay refletiram no espelho enquanto caminhavam pela sala. Eram pura arrogância. Usavam jeans e camisetas leves, Dawg usava uma jaqueta de vaqueiro e Rowdy uma de couro. Ambos eram desconfiados e intimidantes quando se uniram a Natches em sua mesa. Quando seus olhos se encontraram novamente com os do xerife Mayes, a diversão que havia neles tinha aumentado. —E o que tem os conhecidos de Grace? —perguntou-lhe ela então, baixando ainda mais a voz— Tem alguma razão para suspeitar deles depois que acabou a operação no ano passado? Este era o pior lugar para fazer esse tipo de perguntas. Ela sabia, e podia ver o conhecimento disso nos olhos de Mayes. Tinha tratado de advertir muitas vezes ao Timothy, que este homem não era nenhum idiota. Timothy tinha arrumado este encontro, aqui especificamente, para permitir que os Mackay se envolvessem. O xerife se inclinou para frente. Cruzando os braços na mesa, ficou olhando advertindo-a. —Está segura que quer acabar isto aqui, agente Dane? —perguntou-lhe, com sua voz oficial e fria. — Esse lugar é tão bom como qualquer outro, xerife. Por favor responda a minha pergunta. —Nesse momento tenho razão para suspeitar de meia cidade. — lhe disse — Mas se quer discutir especificamente sobre algum dos suspeitos, o faremos em outro lugar. Isso lhe parecia bem. Era a melhor resposta que poderia conseguir aqui e agora... que Mayes suspeitava de vários integrantes da família Grace e/ou Mackay. Ela tinha passado a maior parte de sua vida aprendendo como ler às pessoas, e apesar da frieza no rosto do xerife, podia ler muito em seus olhos. — No início da operação estava consciente de que Natches e James Mackay estavam envoltos nela? O delegado Mayes soprou ante a pergunta. —Se houver problemas, então James Dawg Mackay e seus dois primos sempre estão perto. —deu uma olhada zombadora atrás do ombro dela— Eles são o problema. Faria bem em lembrá-los. —Mas não respondeu a minha pergunta. — lhe recordou suavemente. —Suspeitava que eles estivessem metidos até o pescoço em algo, só não sabia no que. — deu de ombros tranqüilamente— Lembre-se que ninguém me informou que algo estava acontecendo. —Mas sabia o suficiente para começar sua própria investigação e contatar a vários membros do FBI assim como também um contato dentro do DSN e o Departamento de Justiça.
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Pareceu-lhe muito estúpida as informações que tinham chegado às mãos do Timothy. O registro do telefone do xerife revelava, claramente, quantas chamadas tinham sido feitas, mas não a que agentes ele tinha chamado. Os lábios dele se inclinaram conhecedores. —Sou um bastardo suspicaz, o que posso dizer? —E com quem falou nesse momento? Ele sorriu ante essa pergunta. —Os nomes não me recordo, senhorita Dane. Só pedi pra falar com um agente e me passaram outro. Chaya o olhou com desconfiança. Nem sequer se incomodava em dissimular o fato de que lhe estava mentindo. —E o que lhe disseram? —Disseram-me para eu me preocupar com os meus próprios problemas no meu lado do mundo. — lhe continuou mentindo — O que achou que deveriam me dizer? Chaya conteve seu próprio sorriso, assentiu com a cabeça em reconhecimento. Para ser sincera, não queria saber seus contatos e não lhe interessava saber. Embora Timothy morresse para por suas garras neles. Atrás dela o silêncio reinava. —Xerife, uma última pergunta. Posso confiar em você? —perguntou-lhe, permitindo agora que sua própria desconfiança se mostrasse na voz. Ele era amigo dos Mackay, a gente de Somerset era sua gente. Ela precisava saber observando os seus olhos e escutando sua voz para determinar o quanto podia confiar nele. Olhou para ela entrecerrando os olhos se inclinando para frente com cuidado. —Agente Dane, sou um oficial da lei devidamente juramentado, e este é meu lar. Pode contar comigo para cobrir a sua retaguarda. Pode confiar em mim e pode estar malditamente segura de que cada suspeita que tenha se manterá em segredo. Posso não gostar do que você é ou o que a sua equipe fez o ano passado, mas não tenho de gostar de ver você fazendo o meu trabalho. Fui claro? —E permitir que seus amigos o questionem sobre as entrevistas que iremos fazer? Como ficará sua lealdade, ela se dividirá? Porque então tenho que lhe pedir que escolha um lado caso isso venha a acontecer. Posso solicitar outro agente para me servir de respaldo. Ele franziu o cenho, apertando a mandíbula. Percebia a saída que ela lhe oferecia e era uma que Cranston não tinha pensado. Não havia razão para colocar joio entre este homem e os Mackay. Era uma opção que ele tinha que fazer. E ela a deixaria a ele. —Está-me insultando. — lhe lançou— E me irritando. Acabei de dizer que minha lealdade é com a lei. Ponto. —Excelente. —Fechou o arquivo e lhe deu um sorriso frio— Vamos? Eu gostaria de começar com o primeiro nome da lista após o seu, se não se incomodar. Os lábios dele se apertaram, e de um puxão pegou o chapéu da mesa o colocando violentamente na cabeça antes de ficar de pé.
Chaya reuniu os arquivos, colocou a alça da bolsa nos ombros e se virou pronta para
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enfrentar aos três pares de olhos Mackay postos nela. Verde claro, verde esmeralda e atrás dos óculos escuros sabia que estavam os mais profundos e escuros olhos verde bosque que alguma vez tinha visto. Eram fascinantes, afundavam-se na alma e deixavam seu rastro para sempre. —Rapazes, é bom vê-los de novo. — sorriu apertadamente— Talvez na próxima vez tenhamos tempo de conversar um pouco. Dawg e Rowdy abaixaram a cabeça, mas a expressão do Natches não mudou, e seus olhos não abandonaram os dela. —Greta, você não quer estar aqui. — murmurou finalmente Dawg, enquanto levantava a cabeça, com expressão preocupada— Deixa estar. Deixou Cranston te enviar pra fazer o seu trabalho sujo. —Mas, Dawg, você sabe o quão convincente ele pode ser. — lhe recordou maliciosamente— Penso que ambos sabemos que é preferível que fique aqui. E tenho um trabalho a fazer, bom dia. Ela balançou a cabeça para eles, e então passou ao xerife, que tinha ficado pra trás, observando a confrontação. Os olhos do Natches ainda a seguiam, silenciosos, conscientes. As lembranças a despertavam a noite coberto de suor? Perguntou-se. Ao menos se permitia recordar? Ela tentava não lembrar, mas o fazia. Muito freqüentemente... recordar era uma fraqueza, porque cada vez que se permitia recordar o inferno, então também recordava o êxtase. E se perguntava se o inferno não era mais seguro. —Cara, quer nos contar o que está acontecendo? —Dawg olhou a Natches através da mesa, enquanto bebia o café que ao final tinha pedido. —Não está acontecendo nada. — retrucou, lhe lançando um olhar zombador. —Natches, tire os óculos. — cuspiu finalmente Rowdy. Não se atrevia. Tinha estado fora de jogo durante muito tempo. Seus olhos mostravam o que sabia que seu rosto não, e quando se tentava de Chaya, mostravam ainda mais. Havia segredos que guardava, segredos que estava determinado a manter. E Chaya era um deles. — Eu te peguei, Chay. Agüenta, neném. Só agüenta. Eu te peguei. Quase estremeceu ante a lembrança. O aroma de pólvora, a violência e o sangue, enchiam sua cabeça, e o som dos gritos dela. Gritos tão horrorosos, tão cheios de raiva e dor que ele não tinha sabido viver com eles em sua cabeça. —Preciso me movimentar. — Afastou a xícara de café e procurou nos bolsos do seu jeans por uns dólares para pagar a conta. Não tinha tempo de pensar em estupidez. Chaya e Zeke estavam andando e Natches era muito curioso quanto aos nomes da lista que o xerife lhe tinha mostrado. Estava, malditamente, curioso quanto ao por que que ela estava aqui para começar. Ele tinha a versão oficial. Tinha os rumores e tinha as hipóteses que seus contatos lhe tinham passado. Nenhum deles o satisfaziam. Nenhuma dessas razões mantinham controlada a sua fúria cada vez que pensava nelas, ou cada vez que via a Chaya.
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Lançou o dinheiro à mesa e começou a se levantar. —Primo, não quero te amarrar nesta cafeteria. — disse Dawg então— E se brigarmos, sabe que vamos te amarrar. Senta seu traseiro e nos diga que merda está acontecendo e nos deixe te ajudar, Natches. Olhou para trás, para Dawg, depois ao Rowdy. Podia ver a inquietação em seus olhos, a preocupação de que estivesse pisando nessa linha novamente. Tinha pisado nessa linha freqüentemente no passado. Essa que separava o sentido comum, da violência pura e sangrenta. Que merda estava acontecendo com ele? Não tinha sentido. Não tinha encontrado sentido nos últimos sete anos e ainda não tinha encontrado. Quando Chaya estava nas proximidades, não se reconhecia. Não sabia quem era e não entendia as necessidades que o atravessavam, rasgando-o, nem tampouco entendia o sentimento de posse extrema. Em um entardecer ardente no deserto iraquiano, enquanto esperava à cavalaria para irem embora e escutava o inimigo se aproximar, tinha encontrado algo que não esperava encontrar. Ali, enterrado em uma fossa, tinha sustentado a uma mulher, e de algum jeito essa mulher deslizou dentro de sua alma. Como tinha ocorrido? Em tão curto tempo… como fez uma mulher para trocar tudo o que um homem sabia de si mesmo? —Sou casada. —Tinha sussurrado as palavras, e tinham estado cheias de dor, com um conhecimento que ele não teria esperado nesse momento. E o que lhe tinha sacudido claramente até o fundo da alma era que isso não importava. Quando a sustentou, soube que esse matrimônio não ia se interpor em seu caminho. Ela era dele, e esse sentimento lhe tinha marcado a fogo na alma. E tinha encontrado uma possessividade que não tinha imaginado que existia dentro dele. E essa possessividade o tinha sacudido, claramente, até o centro de seu ser e ainda tinha o poder de acabar com seu equilíbrio. —Natches. — o tom de voz do Rowdy era de advertência — Não saia por essa maldita porta. Natches sacudiu a cabeça e seguiu à mulher da qual não podia afastar-se. Tinha que segui-la. Tinha que saber que merda estava fazendo e em quanto perigo ia se colocar. —Está bem, tenho-te, neném. Sustentou-a enquanto soluçava. Prantos tremidos e quebrados que rasgavam suas vísceras e esfolavam sua alma, enquanto a levava através do inferno. O aroma de sangue, morte e sonhos quebrados os rodeava, e tudo o que podia fazer era sustentá-la. Enquanto abandonava a cafeteria não sentiu o ar de fim do outono, sentiu o calor de um verão iraquiano, o sol brilhante sobre Bagdá, enquanto os disparos se abriam as suas costas. Não escutava o tráfico ao redor, ou a voz de Dawg atrás dele. Escutava os gritos dela. Escutava seus rogos quando lhe pedia, rogava-lhe, que também a deixasse morrer. —Natches, basta desta merda! —Dawg e Rowdy o apanharam quando se aproximava de seu jipe, lhe agarrando o braço e girando-o— Maldição. Que diabos acontece contigo? Homem, está nos deixando preocupados. Estavam na defensiva, agachando-se instintivamente, sabendo de seu costume de golpear primeiro e perguntar depois. Mas Natches não golpeou.
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Conhecia estes dois homens. Conhecia-os quase tão bem quanto a si mesmo, e sabia que não o deixariam. Sacudindo a cabeça retirou os óculos e os olhou. E ele sabia o que viam. Ambos os homens deram um passo atrás, olhando-o com surpresa. Via esses olhos no espelho cada manhã do retorno de Chaya fazia um ano, e viu sua incapacidade para controlar a necessidade que o dominava um pouco mais a cada dia. —Minha luta. — disse a ambos — Não há espaço aqui para todos. Parece que finalmente amadureci, não é? Era um aviso de quando Dawg e Rowdy tinham amadurecido, quando seus corações se envolveram com suas mulheres, mais que só com seus membros, seus instintos possessivos dispararam. Ninguém tocava o que tinham reclamado para si. Já não compartilhavam a suas mulheres, nem sequer entre eles. E não precisavam envolver-se nisto. Conhecia a Dawg e ao Rowdy, e sabia que conhecer a verdade não faria mais que preocupá-los. Pensavam que o conheciam. Esse era um engano que a maioria das pessoas cometiam. Pensavam que o conheciam, que o entendiam. Pensavam que podiam predizer suas ações e percebiam que estavam equivocados. Virou afastando-se de seus primos, ignorando os olhares preocupados que eles trocavam entre si, e pulou para dentro do jipe. O carro alugado de Chaya ainda estava parado ali, isso significava que estavam no SUV oficial de Zeke. Esse não seria difícil de encontrar. Chaya nunca lhe seria difícil de encontrar, não importava onde estivesse ou quanto tentasse esconder-se. Já o tinha demonstrado. E agora estava pagando o preço. A tinha deixado ir a um ano. Não estava disposto a fazê-lo novamente. Averiguaria que demônios estava fazendo por aqui. Logo, encontraria a Chaya. Saiu do estacionamento com um chiar de rodas com a mudança brusca de direção e saiu disparado para o beco e se dirigiu para a rua principal. Não conhecia os nomes da lista que Zeke lhe tinha dado, mas se inteiraria esta noite do que estava passando. Até então, a seguiria e veria se não podia imaginar que diabos estava acontecendo. Porque sabia que se supunha que ela não estivesse aqui. Que ela não estivesse com a DSN e tampouco que estivesse em Kentucky. Então por que Chaya Greta Dane estava fazendo, o que não se esperava que estivesse fazendo, no lugar em que não deveria estar? E por que diabos isso lhe importava? Capítulo 4
Ezekiel Mayes estava recostado contra o carro, enquanto a agente Dane saía em seu carro do estacionamento do restaurante, e esperava. Logo tinha deixado de ver a parte traseira do automóvel e soube que não teria que esperar muito, só tinha curiosidade para ver quem
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apareceria. Não o deixaram em suspense, e teve que ocultar o sorriso quando o jipe negro estacionou atrás de seu SUV e Natches saiu do veículo. Esses detestáveis óculos cobriam seus olhos. As lentes negras eram um escudo entre Natches e o mundo, pensava Zeke freqüentemente. E maldito se podia culpar ao outro homem. Natches não teve, exatamente, a vida que pediu a Deus. Zeke sabia que durante alguns anos ele resistiu sozinho as torturas feitas por seu pai, que tentou de tudo para destruí-lo. Zeke temia que o ocorrido no ano passado, quando seu primo-irmão, Johnny Grace, puxou o gatilho, fosse a gota d’água que faltava para Natches estourar. Natches foi um dos melhores franco-atiradores que os Marinhe já teve. Freqüentemente trabalhava sozinho, sem a companhia de alguém que o ajudasse, completando suas missões e logo esperava até reunir-se com o time da inteligência. Quatro anos nos Marinhe e quase se tornou uma lenda viva no momento em que um franco-atirador inimigo disparou em seu ombro. Se isso realmente era o que tinha acontecido, às vezes se perguntava Zeke. Natches não era um homem que cometia equívocos, nem de longe. Possuía instintos que o xerife nunca tinha visto em outro homem. Instintos aperfeiçoados nas montanhas de Kentucky e na casa de seu pai. Como ex-Marinhe, Dayle Mackay era um duro filho da puta. Se algum homem merecia uma bala, esse alguém seria Dayle. — Imaginava quando é que você apareceria. — Suspirou Zeke quando Natches não falou— Não fui capaz de obter nenhuma informação, se isso for o que quer saber. — Por que ela está aqui? — Investigação é o que me disse. — Zeke deu de ombros, tampouco acreditava— Ainda falta saber muita coisa. Imagino que o governo tem que começar a procurar em algum lugar, não é? Empurrou o chapéu para trás e olhou para o pôr-do-sol, enquanto Natches permanecia quieto e em silêncio. Que diabos será que ele estava pensando por atrás desses óculos? Interpretar a Natches Mackay, era como tentar ler as antigas escrituras, ou seja, praticamente impossível. — Quem vocês irão interrogar amanhã? Zeke sacudiu a cabeça. —Diabos, quisera eu saber! Disse que me daria os nomes quando nos encontrarmos pela manhã. Não consegui lhe tirar uma palavra sequer. Ela era tão reservada como Natches, e quase tão cautelosa. Mas onde o homem era frio como a pedra e silencioso, Zeke tinha visto nervosismo na agente. Ela sabia a cada segundo, onde estava Natches atrás deles, quando tomava uma curva ou onde parava. Essa moça estava tão compenetrada nos assassino que os seguiam, que Zeke estava assombrado. — Você me diria se soubesse? —perguntou-lhe Natches, seu corpo enorme trocando perigosamente, enquanto imobilizava ao Zeke com um olhar direto. —Neste caso, sim, lhe diria. — assentiu ele — Porque eu também quero um final para isto, Natches. O que passou no ano passado arrasou a todos nós, como se fosse uma praga. Fodidos terroristas locais? Deus nos ajude. Neste momento todos tem medo de confiar até nos vizinhos. E isso me deixa de saco cheio. Realmente fico de saco bem cheio.
A cidade de Pulaski era o seu lar, sua cidade, aos seus cuidados e sob sua responsabilidade. E
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ele trabalhava arduamente para isso, e até o ano passado acreditava que estava fazendo um bom trabalho em não deixar acontecer e afastar às piores maldades que o mundo oferecia. Terroristas. Filhos de puta. Já era ruim quando os bastardos eram estrangeiros, isso era praticamente inconcebível. Mas moradores locais? Um homem que você conheceu por toda a vida? Ele e Johnny Grace não tinham sido amigos, mas se alguém lhe perguntasse se o rapaz podia matar, lhe teria dito um enfático não. E estava equivocado. Se alguém lhe contasse que Johnny tinha conspirando para roubar e vender mísseis que podiam ser usados contra sua própria nação, Zeke o teria negado até o fim. Johnny era estranho. Às vezes parecia que lhe faltava um parafuso, mas Zeke nunca imaginou o que escondia seu sorriso. — Ela está atrás de alguma coisa mais do que o dinheiro. —Zeke soltou bruscamente o fôlego ante esse pensamento —Tem alguma coisa aqui mais importante do que o dinheiro. —Como o que? —Merda, quisera eu saber. — amaldiçoou Zeke — Vocês os Mackay me digam que merda está acontecendo antes de tudo termine em um verdadeiro inferno. — disse enquanto lhe dava um olhar carrancudo— Se tivessem sido honestos comigo desde o início, não estaríamos agora aqui não é, maldição? —Isso ou estaríamos sobre sua tumba. — Deu de ombros Natches — Quase ficamos sobre a de Dawg e a de Crista. Isso eu não teria gostado, Zeke. A modéstia era quase ridícula. Quando Johnny Grace tinha seqüestrado a amante de Dawg e tentou matá-la, tinha assinado sua sentença de morte com Natches. Não havia nada mais que importasse a Natches fora Rowdy, Dawg e o pai do Rowdy, Ray Mackay. A não ser sua irmã, Janey. Zeke nunca soube se ele se importasse com a segurança dessa garota ou não, mas sabia que odiaria descobrir isso. Natches podia até agir como se ela não existisse, mas Zeke apostava que o outro homem a tinha sobre sua mira muito de perto. —O que veio fazer aqui, Natches? —perguntou finalmente— Não se ponha entre a lei e eu, homem. Odiaria ter que brigar contigo. Mas o farei se necessário. Os lábios do Natches fizeram uma careta de riso. —Me manterei fora da sua lei, e você se manterá fora do meu caminho. Além disso, não sei o que quer dizer. Então a frustração roeu a Zeke. Em realidade, não precisava disso. Pensava freqüentemente que Natches era o homem mais perigoso que conhecia. Não era dado a grandes ataques de temperamento, não se metia em brigas. Mas Zeke tinha o pressentimento que derramar sangue tampouco o incomodava muito. —Natches, não precisamos de outra morte como a do verão passado. — lhe advertiu — Não deveria ter matado Johnny. Poderia apenas tê-lo ferido e nos deixar interrogá-lo depois. Então agora não teríamos todas essas pessoas rondando por aqui. Natches não se alterou. Não tinha nada em seu porte que indicasse uma mudança de humor. Mas o ar ao redor parecia ranger pela tensão e a raiva.
— Matá-lo foi melhor que sexo. — o sorriso de Natches era, suficientemente, duro e frio,
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para que Zeke se perguntasse se não deveria sentir um pouco de medo. Havia algo totalmente sem afetação nesse sorriso. — Melhor que o sexo com a agente Dane? — tinha o pressentimento que tinha deixado a vida em suas mãos com essa pergunta. Natches se voltou a olhá-lo, inexpressivo. Tenso. Por um momento pensou que ia falar, pensou que algo finalmente tinha transpassado essa expressão fortemente defendida que tinha. Em vez disso, Natches deu a volta, pulou dentro do jipe, e mudou a marcha com esmerada moderação. Zeke deixou sair o fôlego lentamente, inconsciente, de que o tinha estado contendo depois de haver feito essa última pergunta. E não tinha idéia de para onde tinha ido à resposta. * * * — Não deveria ter matado o Johnny. Poderia apenas tê-lo ferido e nos deixar interrogá-lo depois. A acusação de Zeke não tinha sentado bem a Natches, não mais que sua resposta. Essa que matar Johnny tinha sido melhor do que sexo. Diabos, matar esse bastardinho tinha lhe dado um mal-estar, que até agora não pode se desfazer. Sem arrependimento. Não havia arrependimento. Era Johnny ou Crista, e ela tinha sido inocente. Não, era algo mais, algo que Natches não conhecia desde que tinha colocado os olhos em Nassar Mallah, o traidor que tinha seqüestrado Chaya no Iraque, e tinha pirado sua maldita cabeça. Era o conhecimento de que realmente estava se transformando em um assassino. Não importa o porquê, não importa que fossem monstros e que estavam matando. O que o deixava doente até a alma, era que já não sentia remorso. Não o sentia com Nassar e tampouco por ter matado a alguém da sua família. Temia estar se tornando um bastardo tão doente quanto seu pai, e isso o aterrorizava. O aterrorizava quase tanto quanto o conhecimento de que com o passar do dia, algo tinha mudado dentro dele no que dizia respeito à Chaya. Não a deixaria partir outra vez. Não sem dizer nada. Não sem tentar entender essa fome de merda, que devorava as suas vísceras e conseguisse tirá-la do seu sistema, para que pudesse sobreviver a próxima vez que ela decidisse se afastar. Já era tempo de fazer algo a respeito dela. Natches dirigiu através das ruas escuras do Somerset, fez um retorno na interestadual e se dirigiu ao hotel onde Chaya estava hospedada. Esta noite não estaria olhando pela janela obscurecida dela, se perguntava o que diabos estava fazendo aqui. Esta noite, saberia exatamente por que ela estava ali, e o que queria em Somerset. Podia imaginar até que o inferno se congelasse, mas se Timothy Cranston estava comandando essa pequena operação que, obviamente, estava sendo conduzida na sua cidade, então só Deus saberia o que estava passando.
Ao menos não tinha nada que a ver com os Mackay. Ou pelo menos com seu ramo dos Mackay. Ele se manteve afastado durante as semanas anteriores, observando, recolhendo
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informações. Inteirou-se que esta operação tinha importância para a sua família, então não titubearia em seqüestrar Chaya e fazer entender ao Cranston com absoluta segurança que isso não ia acontecer. Rowdy, Dawg, Kelly, Crista, seu tio Ray e sua irmã. Eles eram sua família, e não ia permitir que a dor os tocasse mais do que já o tinha feito. A informação que tinha conseguido até agora lhe assegurava que os Mackay não eram o alvo. Alguém era o alvo, e ele estava disposto a descobrir. E não podia estar longe dela por muito mais tempo. Nunca tinha sido capaz de permanecer longe dela por muito tempo. Enquanto dirigia para o hotel a lembrança do resgate dela sussurrou através de sua mente. Estava ferida, maltratada, aterrorizada e casada. E quando se inteirou de que seu marido era a razão pela que tinha sido capturada e torturada, tinha chorado nos braços de Natches, enquanto se recuperava no hospital. E lhe tinha rogado que a ajudasse. Obrigou-se a reprimir as lembranças. Não lhe importava que estivesse casada nem quando soube que o seu marido era um traidor. Ela era ela, simples assim. Logo aprendeu que não era tão simples. Ela se afastou. Desapareceu como se nunca tivesse existido, e durante anos não soube onde estava nem como encontrá-la. Até que ela chegou em Somerset pela operação de localização dos mísseis. E que merda havia feito ela quando a missão terminou? Fugiu. Afastou-se sem olhar para trás, sem considerar nenhuma das malditas coisas que aconteceram naquele deserto de merda. E ele a tinha deixado partir. Parou no estacionamento do hotel e imediatamente a localizou apoiada contra o porta-malas do sedan alugado. Tinha os braços cruzados sobre a jaqueta leve. Usava outra blusa de seda debaixo. Essas blusas curtas de alças finos o deixavam louco. Os jeans abraçavam seus quadris, a parte de cima roçavam ligeiramente os quadris, onde a blusa que usava sob a escura jaqueta apenas se encontrava na cintura. E usava botas. Era uma das primeiras coisas que tinha notado o ano passado, que usava botas de couro. Certamente gostava de uma mulher que usasse botas. E em Chaya as botas ficavam malditamente bem. Estacionou ao lado dela, então se estirou e desobstruiu a porta, antes de empurrá-la e abri-la. —Entra. —Ele não perguntou. Tinha ido muito longe para perguntar. Podia sentir crescer em seu interior a dominação, a possessividade, lutando contra as restrições que tentava manter. Ela entrou com cautela dentro do jipe e fechou a porta dela, antes de fechar com toda pressa o cinto de segurança. — Aonde vamos? —perguntou com voz suave e um pouco nervosa, lhe recordando essa fossa escura, a escuridão e a intimidade que os tinha envolvido. — Em algum lugar onde possamos conversar. Onde pudessem conversar. Chaya olhou através do pára-brisa, enquanto Natches dirigia, a segurança na condução do carro, mas obviamente contido. Podia sentir o fino fio de tensão movendo-se através dele, o óbvio controle que exercia sobre isso.
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E ela sabia como era quando esse controle se rompia. Quando o homem contido se convertia no amante dominante. Quando se convertia em uma força que ela não podia rechaçar. —O que precisamos falar? —perguntou finalmente enquanto ele virava na rua principal e se dirigia em direção oposta à marina esportiva — Não vamos no barco? — O Nauti Dreams foi o lar dele no ano passado. — O inverno se aproxima. — sua voz era tão glacial como essa estação— De todas as maneiras me mudei para o apartamento em cima da garagem o ano passado. O maldito lago está muito concorrido. Havia uma raiva contida em sua voz, um temperamento com o que agora não queria se arriscar. Tinha escutado sobre o seu caráter perigoso, a raiva fria e contida que podia projetar, mas nunca a tinha experimentado. Chaya não podia imaginar de onde tinha tirado a coragem para subir no jipe com ele esta noite. Antigamente, ela era conhecida por ter nervos de aço. Agora podia sentir a cautela movendo-se através dela. Não medo, mas algo feminino, algo que reconhecia em Natches, como possivelmente não sentiu com nenhum outro homem.. Algumas vezes, raciocinou, uma mulher simplesmente sabia quando tinha muito homem em suas mãos. Muita luxúria, muita força, muita fome. E tudo isso descrevia muito bem a Natches. —Estava me vigiando. —declarou finalmente— Por quê? Ele tirou os óculos lentamente. Como conseguia dirigir usando lentes tão escuras, não conseguia imaginar. Mas quando a olhou, sentiu novamente. A mesma sensação que sentia quando olhava o verde bosque perfeito de seus olhos. O fôlego parecia sair de seus pulmões, as terminações nervosas se esquentaram e entre as coxas sentiu um fluxo de líquido morno que não pôde controlar. — Não deveria ter voltado. — lhe disse finalmente, enquanto virava e pegava um caminho lateral que conduzia até sua garagem— Deveria ter renunciado ao DSN, como escutei que tinha feito e se afastado o máximo possível de Cranston. —O que isso tem a ver com o fato de estar me vigiando? Sabia que teria muitos outros interrogatórios levados a cabo no Somerset. Pensou que realmente tinha acabado? Timothy não sossegará, enquanto não encontrar o dinheiro e o cúmplice de Johnny. —Está certa de que havia um? —ante isso sacudiu a cabeça— Johnny não confiava tão facilmente, Chaya. —Ao contrário dos Meninos Travessos. — murmurou ela. Conhecia os rumores que diziam que os primos compartilhavam as suas amantes e se perguntava sobre isso, porque Rowdy e Dawg pareciam muito possessivos com relação as suas mulheres. — Isso foi há muito tempo. — resmungou ele. Havia algo em sua voz, que fez com que ela olhasse para ele. Uma dor de perda, de remorso. Algo lhe assegurava que ele tinha razão. Qualquer compartilhamento tinha ficado no passado, já estava acabado. Embora sua pergunta fosse o quanto ele lamentava. O silêncio desceu entre eles. Chaya observava como a escuridão do cair da noite, rapidamente, tomava conta da garagem e do apartamento em cima dela.
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— Aqui estamos. — Dirigiu para trás da garagem e estacionou o jipe debaixo dos degraus de madeira que levavam ao segundo andar. A luz no alpendre do andar superior deixava transpassar débeis raios dourados unindo-se às sutis luzes sutis do paisagismo atrás dos arbustos, que cresciam perto do edifício debaixo do alpendre. Chaya saiu do jipe e observou, cautelosamente, enquanto esperava na frente do veículo. — Jantou? — ele perguntou, apoiando a mão na parte baixa das costas dela e lhe dando um firme empurrão para os degraus. —O xerife Mayes e eu comemos depois da última entrevista. — disse, sentindo a mão esticar-se em suas costas. Ela virou a cabeça tentando enxergar através da luz tênue. Poderia jurar que tinha grunhido algo não muito adulador com respeito ao xerife. —Chay, anda. —Ele a curvava, pressionando-a para subir as escadas, seu corpo grande e largo a fazia sentir muito feminina, muito fraca. Ela era uma agente treinada, ou se supunha que o era, mas cada vez que estava perto de Natches, a agente se via ultrapassada pela mulher. Ele era seu ponto fraco, já sabia disso há muito tempo, mesmo quando não queria admiti-lo. E essa certeza só tinha aumentado com o tempo. Parou e se encostou no corrimão, ficando de lado enquanto ele abria a porta, entrava e olhava ao redor antes de se voltar para ela. — Entra. Seu coração quase a estrangula, quando se acelerou em seu peito e saltou para sua garganta. Deu um passo para dentro, olhando ao redor, o ambiente era austeramente masculino, enquanto sentia umedecer as palmas das mãos. Aqui, estava no território de Natches, completamente rodeada por ele. Entrou ainda mais na sala, então fez uma pausa ante o suporte sobre a estufa a gás. Um sorriso tocou seus lábios. Havia uma foto de Faisal, o jovem pastor de cabras, que tinha ajudado Natches a contatar através de um canal de rádio de onda curta para lhe informar que um agente feminino foi seqüestrada e torturada no deserto. Ele também foi seu salvador nesse dia. Faisal tinha ajudado Natches, enquanto ele a tirava dessa cela escura e infernal. Ela sabia que a equipe de extração que os tinha salvado, prometeram que Faisal voltaria para as suas cabras. —Falei com ele faz uns meses. — disse Natches — Contou-me que você ainda lhe manda mensagens e algum dinheiro. Ela assentiu lentamente. Não podia esconder, tudo o que podia fazer era tornar as coisas mais fáceis. — Faz uma viagem mensal passando por uma das bases da zona. Asseguro-me que tenha algo o esperando ali. Ela podia senti-lo atrás, enquanto lhe perguntava: — Alguma vez falou com ele? Chaya baixou sua cabeça e a sacudiu.
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— Não. Não o contatei pessoalmente. Não podia. Tinha tentado muitas vezes, na realidade tinha ido tão longe para adquirir os cartões telefônicos e lhe dar seu número. Ela sabia que ele agora tinha seu próprio telefone celular. Um que o deixava muito orgulhoso. Voltou-se para ele. —Fala freqüentemente com ele? Ele consentiu, com um movimento seco. — Sua família foi assassinada pouco antes do seu resgate. Estive tentando fazer uns acertos para trazê-lo para cá. Ainda não tive muito êxito. Sim, sabia, como Cranston. Era uma das promessas, leia-se ameaça, que lhe havia feito para obrigá-la a meter-se nesta operação. Cranston a assegurou que daria o visto para Faisal estar na América, tão logo a operação se completasse satisfatoriamente. Sentiu um calafrio em sua cabeça, ante esse pensamento, que logo desceu por sua coluna. Então pareceu ir por todo seu corpo, enquanto se obrigava a afastar-se de Natches. Uma vez que ele soubesse que o tinham marcado como objetivo do DSN, era capaz de matar a ela e a Cranston. —O que é o que quer de mim, Natches? Sabe que não posso te dar esta missão ou as suspeitas de Timothy, então como ficamos? —Ela olhou ao redor, a grande sala de móveis acolchoados e acessórios masculinos. Havia fotos de Natches e seus primos Dawg e Rowdy. Algumas tinham sido tiradas, enquanto ele estava nos Marinhe com os amigos. Havia uma só de Natches com Faisal. Uma mesa estava posta no lateral da sala com um quebra-cabeças. Caramba, ela não conhecia pessoas que ainda os fizessem. Havia alguns abajures de azeite em uma mesa e um abajur pesado ao final da mesa perto da poltrona. A cozinha e a sala estavam separadas por um balcão. Não havia sala de jantar, mas a cozinha era suficientemente ampla para que ficasse contra um lado uma pesada mesa de carvalho. Achava que a porta do corredor ia a um quarto, mas não ia comprovar. E enquanto olhava ao redor, deu-se conta que Natches não lhe tinha respondido. Virou para ele, observando nervosamente como caminhava para ir à cozinha, sua expressão era dura e furiosa. Isso era tudo o que ela sabia. Natches não ia deixar que ela se safasse por muito mais tempo. — Teria seguido a qualquer outro agente. —grunhiu finalmente, tirando uma cerveja da geladeira e abrindo-a com um rápido movimento de mão. Dedos longos e largos. Essas mãos podiam fazer com que uma mulher pensasse que estava no céu, enquanto estivesse no inferno. E sabia que podia fazer uma mulher voar, roubar seus sentidos e seus pensamentos com apenas um toque. Será que ele gostaria de tocá-la com essas mãos, uma vez mais, depois que essa operação de Timothy em Somerset acabasse? — Não achei que a veria novamente por aqui. — ele disse, a olhando num misto de sensualidade e de irritação.
— Cranston é muito convincente quando quer que seus agentes façam o trabalho sujo dele. — atenuando as palavras com um sorriso zombador— Vamos, Natches, sabe como é o espetáculo.
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A conclusão do caso é importante. Ele quer esse dinheiro e quer estar certo de que ninguém mais daqui está envolvido. Isso é tudo. —Está investigando a minha família? — Foi direto ao assunto. E aqui era onde as coisas se tornavam difíceis. Porque não mentir ao Natches. Ele a salvou, não uma, mas duas vezes, e a cuidou, sustentou e a deixou voar, enquanto ela encontrava seu prumo novamente. — No que diz respeito a Cranston, todos são suspeitos. — lhe recordou secamente — Todos estão em minha lista para serem interrogados. — Por que ele te enviou? — levou a garrafa aos lábios e bebeu, seu olhar nunca abandonou o dela, as profundidades verde escuras atraindo-a e deixando-a sem fôlego. Ela era uma agente, completamente, treinada para ignorar a tensão sexual e inclusive o medo durante uma missão. Mas não podia ignorar a Natches. Ele a fazia se sentir débil, necessitada e temendo a si mesma. — Por que lhe diverte? — elevou os ombros para mostrar que não sabia e nem se importava— Estava de saco cheio por causa da minha tentativa de renúncia e decidiu brincar comigo. Cranston é bom nesse tipo de jogo. —Cranston é bom nos jogos, ponto. —Natches terminou sua cerveja e a jogou no lixo enquanto Chaya o observava de perto. Ele passou uma mão pelo rosto antes de voltar a olhá-la. — Tem alguma idéia do quanto eu senti sua falta? —disse com voz suave — Quanto sofri por você o ano passado? Chaya recuou um passo, seus movimentos eram espasmódicos, enquanto tentava olhar para qualquer lugar menos ao Natches. Não queria falar do ano passado, não queria falar sobre o que aconteceu há cinco anos. Queria terminar com isto. Queria correr e esconder-se, enterrar a cabeça na areia e fingir que esta missão e este homem podiam ser ignorados. — Isso não teria sido muito inteligente, e também não seria agora. — respondeu ela, sua garganta se apertando, enquanto o olhava, enquanto observava cintilar sua expressão com uma luxúria primitiva. Ele não ia deixá-la ir desta vez e ela sabia disso. Ia obrigá-la a enfrentar tudo o que não queria, e ela não sabia se podia fazê-lo. Chaya sacudiu a cabeça ante esse olhar. —Natches, não o faça. Não podia dirigir seu toque, não agora, quando toda sua missão dependia de traí-lo. Não tinha sangue-frio suficiente, não era o agente que Timothy pensava que ela fosse. —Não o faça. —Ele sacudiu a cabeça, cansadamente, antes de passar seus dedos por seu cabelo denso e olhá-la com uma expressão atormentada— Quanto tempo vai deixar essa espada pender sobre nossas cabeças, Chaya? Quando vai me perdoar? Não. OH, Deus, não podia lutar com isto. Sua garganta se apertou e se fechou com dor e medo quando viu a determinação nos olhos dele.
— Não quero falar sobre isso. — Ela fez um movimento brusco com a cabeça — Podemos discutir sobre a operação, sobre Cranston ou sobre qualquer outra coisa. Mas não disso. —Tinha que lutar por conter as lágrimas, os soluços. Tinha que lutar com as lembranças que queriam
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retornar em uma rajada de agonia. —Maldita seja. —Ele atravessou a sala antes que ela pudesse evitar. Suas mãos agarraram os seus braços, enquanto a puxava, bruscamente, contra ele, e sentiu seu calor, sentiu a debilidade que ameaçava consumi-la, enquanto inalava ofegante e entrecortadamente. — Cinco anos. — Ele se moveu, obrigando-a a retroceder enquanto o olhava emocionada — Cinco fodidos anos, Chay. Quanto mais temos que sofrer por algo que nenhum de nós causou? —Não. —Seu grito soou muito perto à histeria— Natches, pare. Não posso discutir isto. Não o farei. —Era uma garotinha linda. Vi sua foto mais tarde. — sua voz era agônica, atormentada. Chaya escutou o gemido cheio de dor que abandonou sua garganta. Nem quando a torturaram tinha emitido um som como esse. —Seqüestrou-a. — grunhiu a acusação, enquanto ela sentia o seu peito contra o dele — Ela estava a salvo com sua irmã, não é verdade, Chay? Se ele somente a tivesse deixado ali. —Não faça isto. —Parecia tanto com você. Tinha o seu sorriso, o seu cabelo. Sua inocência. —Pare! —gritou as palavras, se afastando do seu abraço enquanto pressionava seu punho contra o estômago e engolia as náuseas que subiam por sua garganta— Não a conhecia. Não a criou e não a amou. E não é da sua maldita conta. Beth. Doce Beth. —Tinha três anos, e seu marido a fez voar ao Iraque. Enquanto estava sendo torturada, ela aterrissava no aeroporto em um transporte militar acreditando que veria sua mãe outra vez. Sentia o coração se partindo em seu peito, e não queria se paralisar pela dor. Ela tinha perdido tudo nesse maldito deserto. Não queria recordar, não queria pensar nisso ou falar sobre isso. Especialmente não com o homem que tinha presenciado tudo, e que tinha protegido suas costas, que a tinha coberto com seu próprio corpo para protegê-la enquanto sua filha morria. — Por quê? — voltou-se para ele, as lágrimas que tinha jurado que não derramaria, agora escapavam— Por que está fazendo isto comigo? Pensa que não sei o que aconteceu? A voz dela era áspera. Não soava como sendo ela mesma. Soava como a criatura demente que tinha sido no dia que perdeu Beth. —O Serviço de Inteligência não sabia que ele tinha a sua filha. — Sua expressão era tão desesperada quanto dela — Eles não deram a ordem de bombardear o hotel não é verdade, Chay? Alguém mais o fez. Alguém a ferrou como sempre o fazem, e seu bebê foi assassinado. Ela sacudiu a cabeça. Seu corpo se sacudiu. Os tremores corriam através dela enquanto olhava o teto. Mas não o via, via os mísseis, ondas de vapor flutuando atrás deles, o assobio do vôo, a ardente destruição com o impacto. — Sei quem a matou. — sussurrou ela. Sempre o soube. Seu marido. O pai de Beth. Ele tinha assassinado a sua filha do mesmo modo que tinha ordenado que torturassem e matassem a sua esposa. Mas sabia algo mais. Sabia que havia outros, que sabiam o que seu marido tinha feito e que o deixaram fazer. Eles mataram a sua filha quando houve a oportunidade de salvá-la.
Baixou os olhos de volta para Natches e viu a dor, seus olhos tão escuros com tantas
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emoções. Dor profunda, de pesar e de necessidade. — A coloca entre nós como se fosse minha culpa. — disse com voz séria, acusadora— Como se eu tivesse ordenado o ataque ou encomendado a sua morte, Chay. Chaya respirou sofridamente e lhe deu as costas afastando-se. Não sabia que rumo tomar, em que direção correr. Queria correr. Queria escapar das lembranças compartilhadas, e queria escapar de sua própria perda. Natches estava com ela quando souberam onde estava Beth e o seu marido, Craig. No que suspeitaram que era o quartel general de uma célula terrorista. Ele tinha ido atrás dela quando foi resgatar a sua filha. A tinha levado para a rua, a manteve coberta e tentou proteger os seus olhos quando os mísseis atingiram ao edifício. — Te abracei quando a identificou. E continuei te abraçando durante toda a noite. Pensa que não continuaria te abraçando se me tivesse dado a oportunidade, Chay? Capítulo 5 Craig Cornwell foi um comandante do Serviço de Inteligência e também um traidor. Vendeu segredos de estado aos terroristas iraquianos, e quando percebeu que poderia ser identificado, providenciou que trouxessem sua filha para o Iraque, acreditando que poderia com isso conseguir se assegurar que Chaya cooperasse em sua fuga. Ele não sabia que a célula terrorista, a que pertencia, já tinha sido marcada como alvo a ser eliminado e que seus quartéis generais seriam eliminados tão violentamente. Natches a olhou no rosto, ela estava branca como cera, seus adoráveis olhos dourados cor de avelã estavam castanhos e escurecidos com as lembranças que também o dilaceravam. E ele queria urrar de raiva e de agonia. Porque sentia a necessidade de lhe apagar a dor. Romper o muro que ela tinha posto entre eles. —Não te culpo. — disse ela enquanto tentava se afastar e sair do seu lado— Nunca te culpei pela morte dela. —Em troca, me culpou por ter te salvado. — lhe falou, sentindo a fúria crescer dentro dele ante o pensamento de perdê-la novamente — É o que quer para mim, Chaya? Para nós? Terminar tudo dessa maneira? E apesar de sua irritação, só podia tocá-la com ternura. Ele levantou a mão livre, ajeitou o cabelo que caía sobre a testa, e sofria. —Não há nenhum nós. Ela só o enfurecia com essa declaração, porque ele sabia mais. Sempre soube que havia mais. No momento que entrou naquela maldita cela e a viu lutando para tirar a roupa daquele guarda morto, seus olhos fechados pelo inchaço, seus lábios sangrando, e a coragem brilhando em seu rosto, ele tinha entendido que haveria um “nós”. Era só questão de tempo.
E depois, enterrados naquele fosso, esperando o salvamento, não ter se sentido atraído por ela. Tinha estado em choque. Tinha estado ferida e lutando tão corajosamente para permanecer
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consciente. E em tão curto espaço de tempo, havia-se criado um caminho dentro dele. Em um lugar que não se imaginava que existia dentro do assassino no qual ele havia se convertido. Aspirou sua dor quando se inteirou que seu marido a tinha traído com o inimigo, que tinha traído o seu país e ao seu casamento. E tinha se encharcado com sua dor na noite em que ela perdeu a sua filha. Tinha-lhe acariciado o corpo trêmulo, enquanto lhe rogava que fizesse retroceder a dor que tinha visto. A tomou entre as lágrimas de ambos, e quando acordou na manhã seguinte, ela já tinha partido. Agora a soltou, fazendo uma careta, sentindo que sua pele se esticava sobre seus músculos, como se algo dentro dele se esticasse perigosamente, confinado por sua própria pele e grunhindo impaciente. — Não imaginei que o havia feito, já que foi embora logo cedo na manhã seguinte. — falou. —E você se foi na noite em que retornei. — falou ela, a ira fazendo sua voz tremer, ira e algo mais. Um fino fio de emoção que fez com que seu olhar se estreitasse no rosto pálido dela— Não voltou. Natches voltou a olhá-la, seus olhos se entrecerrando. Havia ela ido atrás dele quando ele acreditou que ela tivesse partido? — Me chamaram nessa tarde. Foi tudo muito rápido, voei diretamente até o local de desembarque. Voltei três dias mais tarde e você tinha abandonado Bagdá. — ele disse.
Lembrava a sua raiva. Tinha destruído com raiva o seu alojamento e logo em seguida também destruiu o quarto de hotel que tinham compartilhado. Os PM3 que foram atrás dele tampouco tinham saído muito bem da estória. Agora, enquanto a olhava, lembrou-se de todas as razões pelas quais ficou louco quando pensou que a tivesse perdido. Os lábios exuberantes, o ângulo teimoso do seu queixo. A maneira como ela sorria, o modo como o fazia sentir que voltava a vida. Sempre soube disso tudo antes, mesmo dela ter perdido a sua pequena Beth. Sabia por que tinha rondado por duas semanas esse maldito hospital, lhe roubando um beijo, um sorriso. Sabendo que estava casada, sabendo que estava ligada a um traidor. E ela sabia disso. Sempre soube disso e lentamente ela se abriu para ele como uma flor que se abre ao sol. Agora ela sacudia a cabeça, seus olhos, esse olhar profundamente dourado lutava com o dele, a cor mudando, escurecendo perante tanta dor. —Timothy disse que o comprovou. Ele estava lá naquela manhã em que fui reconhecer os restos mortais de Beth. Chaya cruzou os braços sobre os seios, como se estivesse abraçando sua própria dor quando tudo o que ele queria era apagá-la. Bastardo mentiroso. Natches grunhiu ante isso. — Queria sair imediatamente para poder levar Beth pra casa, antes que me unisse ao DSN. Eu queria primeiro falar contigo. — Deu de ombros tensamente— Você já tinha partido. Ele falou que tinha verificado se você se encontrava em uma missão e que não estava. Bastardo mentiroso. Natches grunhiu ante isso.
3 Policia Militar
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—O DSN ordenou a missão. Tinham uma pista sobre o paradeiro de Nassar Mallah. Eu fui atrás dele. Quando acabei e voltei, você já tinha partido. Chaya mordeu os lábios, enquanto cruzava a sala e se sentava pesadamente em um dos banquinhos que estavam no balcão. Parecia cansada, sem esperanças. E isso lhe cortava o coração. —Do mesmo jeito que Timothy. — sua voz quase um sussurro — Mas não importa na realidade. Eu não podia sentir nada, Natches. Não para nenhum de nós. Deus, ele queria abraçá-la agora. Que demônios se passava com essa mulher? Ela estava enraizada dentro dele, e cinco anos de luta não tinham conseguido tirá-la de sua alma. Era amor? Diabo, sim, sentia-se da mesma maneira que viu acontecer com Dawg e Rowdy. Ele não se sentia amável. Ele se sentia como se quisesse devorá-la da cabeça aos pés. Queria rolar no óleo com ela. Queria colocá-la sobre esse balcão e passar horas e horas comendo a carne mais saborosa que já encontrou entre as coxas de uma mulher. Estava ferida, perdida nas lembranças que sabia, estavam rasgando em tiras as suas vísceras. Vê-la o deixava louco. Faria tudo, ainda não sabia o que, para aliviar a sua dor, mas por Deus ela não se esconderia mais dele. Ela mantinha o passado entre eles como um escudo e ele já teve o bastante. Cinco anos. O atormentou por noites e noites intermináveis e dolorosas. Sofria por cada pesadelo que sabia que ela sofria, e a dor que lhe rasgava a alma perante cada lembrança. — Já teve tempo suficiente para começar a se recuperar. — teve que se dominar para permanecer longe dela e não tocá-la. Parecia perdida, perdida e solitária, quase tão apagada, quanto no dia em que foi informada que seu marido era o traidor que a expôs aos terroristas que a tinham seqüestrado. Observou como os ombros dela se endireitavam e seu queixo se levantava. Não sabia que merda se passava na cabeça dela agora, mas sabia exatamente o que ia tentar fazer, e seria um condenado se o permitisse. Não ia se afastar dele novamente. Não assim. Isto era o mais perto que tinha conseguido chegar, desde a noite em que sua filha tinha morrido. E o que teve foi consolo, não necessidade, nem fome. Ela tinha necessitado de alguém que a sustentasse. Alguém que a levasse longe da realidade, enquanto encontrava uma maneira de fugir da dor profunda que tomava conta dela. Deu-lhe isso. Mas não estava disposto a ser essa pessoa para ela novamente. Ele não era somente um corpo morno para manter afastada a dor, e maldita fosse mil vezes, estava doente e malditamente cansado de ser relegado a seu passado. Parte de uma lembrança que ela queria esquecer desesperadamente. — Antes tivesse me divorciado dele para ter uma noite com você. — E toda a necessidade, a fome, o desespero profundo e a dolorosa dor que ele sentia, se refletiram na voz de Chaya. A declaração o surpreendeu. E podia dizer pelo tom de sua voz que isso a enchia de culpa. Então se voltou para ele, o olhar angustiado. — Usar a desculpa de que nosso casamento tinha acabado antes disso, não ajudou. Fiz votos, e os fiz a sério. Mas ia deixá-lo, inclusive antes de saber que me tinha traído. Ia deixá-lo Natches, e tomei essa decisão por você.
Ele podia sentir o “mas”, e soube que ia ficar irritado. Podia senti-lo na tensão formando-se
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no ar ao redor deles. —Era um bastardo. — grunhiu antes que ela pudesse dizer alguma coisa. Sabia, embora não tivesse provas disso. Ele sempre soube. Qualquer homem que permitisse que sua esposa enfrentasse o perigo só merecia perdê-la para outro homem. As mulheres eram preciosas. As que amavam, e as que honravam seus votos, eram mais preciosas que as mais finas jóias. E Chaya honrou esses votos até que a tinta do divórcio secasse. Ele sabia. E algumas vezes se perguntava se ele não odiava isso nela. —Isso não é desculpa. — disse, olhando de onde estava sentada, sua expressão era sombria, seu olhar piscando pela culpa— Natches, desejava seu beijo. Desejava-te, desejava o seu toque e sua voz me sussurrando os pequenos safados segredos que me sussurrou quando estava no hospital. Desejava-o. Estava casada, e sofria por isso. E paguei por isso. Demorou um momento, um comprido e incrédulo momento, para que esse comentário penetrasse em sua mente e acender a faísca de seu caráter normalmente racional. —Filho da puta. — voltou-se para ela em completo assombro— Sou um filho da puta. Deixei que esse bastardo te roubasse a alma e ainda te fez sentir culpada. — sua voz se elevou enquanto falava— É como ainda se culpa agora, Chay? Tiraram-lhe Beth porque ainda me desejava? A raiva emanava dele, enquanto a via estremecer e lia a verdade em seus olhos. O orgulho teimoso delineava cada curva do corpo dela. Na realidade acreditava no que estava dizendo. Acreditava em cada palavra. —Não espero que você entenda. — sussurrou com voz rouca. —Por Deus, que o entendo. Se tivesse sido minha esposa, Chaya… minha mulher... nunca, maldita nunca, sairia em uma missão sem mim. Nunca enfrentaria o perigo sozinha, e nunca conheceria uma noite em que eu não estivesse em sua maldita cama. Fazia quanto tempo que o bastardo estava fora da sua cama? —Essa não é a questão. — sua voz tremia. Ele podia agora ver o medo em seus olhos, um medo que não tinha um maldito sentido, porque ela tinha que saber que nunca, nunca a machucaria. Mas maldita mil vezes, estava tão furioso com ela que queria esmurrar a parede para desafogar a raiva que o queimava. —O feito que poderia estar fodendo a cada recruta que pudesse pôr as mãos, tampouco importa, suponho. —grunhiu furioso, consumido por essa fúria, enquanto imaginava de quantas maneiras ela se obrigou a pagar pela morte de sua filha. E sua fome por ele— O feito de ter conseguido colocar o seu bebê em um avião para o Iraque, sem o seu consentimento, porque ele estava fodendo a sua irmã, antes mesmo deles irem viajar, tampouco importava verdade? O rosto dela se esticou ainda mais. Embora seus olhos tentassem esconder a fúria. Viu seus olhos, viu a fúria aparecer, a agonia que tentava dissimular, esconder. —Importava, Chaya? —Caminhou até ela, seu punho golpeava o balcão enquanto ela estremecia pelo som de sua voz e o golpe de sua carne contra a fórmica. Diabos, golpeou novamente e sem se importar. - Me responda, maldição!
—Isso não era desculpa. —gritou ela a sua vez, estremecendo da cabeça aos pés, tudo o que ele precisava escutar, tudo o que precisava saber, estava agora em sua voz. Ela o desejava. Do
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mesmo jeito que ele, ela ardia e estava faminta pelo que havia entre ambos, e estava malditamente assustada para assumi-lo — Isso não me dava o direito... —Não, dava-me isso. - antes que pudesse conter-se, e Deus sabia que ele não queria fazê-lo, arrastou-a até seus braços e colou seus lábios contra os dela. Queria ser gentil. Ela o merecia. Merecia beijos doces e líquidos. Merecia gentileza e delicadeza, e tudo o que ele tinha era fome, luxúria e paixão. Tudo o que tinha era a necessidade de provar a paixão sem o pesar. A mulher sem a dor da perda. E a tinha. Sentiu a primeira resistência, o choque e a surpresa. As mãos dela pressionaram contra seus ombros, e logo seus dedos o agarraram. Um segundo depois, ela fez esse pequeno som entre sussurro e choramingo, se rendendo, que só tinha escutado de seus lábios. Estes se separaram sob seu beijo, abriram-se ante a carícia de sua língua, e um segundo depois, uma tormenta de fogo e necessidade sacudiu o corpo de Natches. Ela beijava como uma libertina, como uma mulher, cuja necessidade de prazer tivesse crescido nas vias mais tortuosas e profundas, iguais as que tinham sido as suas. Lábios suaves como o cetim se enviesavam sob os seus, sua língua encontrava a dele, lambendo, consumindo e o teve em segundos tenso como uma corda de violão. Não era suficiente. O beijo era só a ponta do iceberg. Ele necessitava mais, muito mais dela. Necessitava mais do que tinha conhecido nesse deserto desgraçado, mais do que tinha fantasiado ao longo dos anos. Necessitava que se balançasse em seus braços, levantando-se ante seus impulsos. Grunhiu no beijo, a puxou para mais perto, sentindo a curva suave do seu estômago amortecendo a ereção, rugindo debaixo de seu jeans, e sabia que não podia viver mais sem prová-la. Era como uma droga em seu sistema, impossível de se desfazer dela. E havia momentos em que se perguntava se não respirava esse vício em particular. Os lábios dela movendo-se debaixo dos seus, seus gemidos enchendo sua mente. Conteve um grunhido quando ela separou seus lábios dos seus. Ele precisava de mais. — Preciso sentir mais de você. —Os lábios da Chaya estavam em seu pescoço, mordendo, chupando, beijando, enquanto suas mãos baixavam até o seu cinto — Preciso te saborear, Natches. Saborear-te todo. —OH, demônios. —Os dedos lhe estavam baixando a zíper, abrindo o tecido, e o empurrando para um lado para poder liberar a longitude de seu membro, que pulsou livre e completamente ereto. Enquanto ele observava, ela ficou de joelhos. Quantas vezes tinha sonhado com isto? Sonhado com ela tomando-o assim. —Maldita seja. — estremeceu ante o prazer agonizante quando seus lábios se separaram e o tomaram. Estava muito faminta para preliminares, e isso só o pôs mais quente. A ponta de seu membro desapareceu na pequena boca ansiosa e imediatamente acendeu a chama de um fogo arrasador.
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Relampejou através de seu corpo, fez seu saco se esticar, e logo os fez se apertar em êxtase, enquanto com seus pequenos dedos os acariciou e começou a brincar com eles. E ela chupava. Chupava seu membro dentro da boca, quase até a garganta, e a usava, ordenhando-o até que esteve grunhindo de prazer. Sua mão livre, envolveu seu pênis, acariciando, apertando, e deixando-o louco. As mãos de Natches estavam entre os cabelos dela, seus quadris se moviam, fodendo sua boca, e ele adorava. — É assim que você fazia com o seu brinquedinho, Chay? — Pensar nesse maldito vibrador o enfurecia — Pensava nisto, neném? Em mim dentro de sua boca, fodendo esses doces lábios? Esteve morrendo por fazer justamente isso, e ela tinha enchido sua boca com outra coisa? Maldita fosse. Não de novo. Nunca mais. Ela gemeu ao redor da ponta de seu membro, e ele quase gozou de prazer. As sensações ondulavam através do seu pênis, em seu saco e subiam por sua coluna. Não ia poder contê-lo por muito mais tempo. Podia sentir o sêmen fervendo, sabendo que não ia ser capaz de contê-lo. —Maldita seja. Chupa, neném. Mostre-me como chupava esse maldito brinquedo enquanto pensava em mim. Apertou os dentes quando ela gemeu novamente, sua boca se apertando, sua língua acariciando, lambendo e o colocando tão malditamente tenso que pensou que ia se romper. Ia gozar. OH, merda. Estava perto. Tão malditamente perto. Um segundo depois ele se separou, a fúria pulsando, rugindo dentro dele. Chaya caiu para trás com um grito quando a jogou para o lado e pegou a arma de cima da poltrona, onde a tinha deixado e jurou furiosamente. A porta se abriu violentamente, Dawg e Rowdy entraram furiosamente e eram a personificação da vingança enquanto Natches os encarava com uma fúria assassina. —Que merda estão fazendo aqui? —Logo que teve tempo de tirar o dedo do gatilho, enquanto os homens se levantavam do chão, baixando suas próprias armas. Algumas vezes a informação só levava um minuto para ser processada. Sua mente ainda sentia o doce aroma e a cálida sensação da boca da Chaya. E ela em vez de procurar sua própria arma, que merda estava fazendo? Ria. Olhou-a com incredulidade. Ela jazia no tapete atrás dele, seus corpos protegidos pela poltrona frente à porta, e ria. Seus lábios estavam vermelhos, a cara ruborizada, e ela estava rindo, malditamente, se divertindo o que fez com que ele chiasse. E a fúria pura lhe queimou o cérebro, exigindo que entrasse em ação já. Que lhe chutassem os traseiros por entra em seu apartamento, por atreverem-se, só por atreverem-se, a interromper seu prazer. Os bastardos o estavam partindo. Não tinha outra explicação para sua presença ou para a fechadura que tinha sido arrancada da porta. Só lembrava-se de ter escutado e ignorado sua chamada à porta. Não tinha se importado o suficiente para responder a maldita porta, porque sua cabeça estava perdida explorando o seu êxtase.
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Arrumou suas calças lentamente e ajustou o cinto. Colocou a arma cautelosamente no balcão, observando como Chaya o olhava com uma surpresa cautelosa enquanto se levantava, os olhos ainda brilhantes pela risada. Ele se alegrava que alguém pelo menos estivesse se divertindo. —Natches. —Ela colocou sua mão no braço dele, a voz tremente, enquanto obviamente estava lutando para conter mais uma dessas felizes risadas femininas— São só Dawg e Rowdy. Ela agora o olhava quase da mesma forma como ele olharia a um animal raivoso. E tinha uma boa razão para olhá-lo com tanta cautela. Voltou-se para seus primos, a mão dela ainda nele, e resistia em romper esse contato. Essa era a razão para não os estar arrastando. A única razão para que qualquer um deles ainda estivesse de pé em vez de terem suas cabeças partidas contra as paredes do apartamento. — Quebraram a porta. —disse cuidadosamente, olhando aos dois homens, enquanto eles também o observavam com a mesma cautela. Dawg soprou, ruborizando até a ponta do seu cabelo negro, limpou a garganta, e então deu uma olhada na porta e na fechadura que ficou pendurada na parede. —Sim. Bem. Só viemos por causa de uma cerveja. Pensamos que poderia querer companhia e pensamos escutar uma briga. Verdade, Rowdy? —disse dando um cutucão em Rowdy. Dawg, obviamente, estava mentindo entre dentes e Natches sabia. Voltou-se então para Rowdy, forçando os seus dedos a não se curvarem em punhos enquanto Chaya se mantinha agarrada no seu braço. Seu apertão na realidade se esticou em resposta à flexão dos músculos debaixo da mão. —Verdade, Rowdy? — vaiou novamente Dawg. Sob outras circunstâncias poderia ser cômico. Dawg era maior, mais corpulento, e seus punhos eram poderosamente mais duros que os de Natches. Algumas vezes. Mas era óbvio que não queria voltar machucado para a sua esposa. Natches se voltou para o Rowdy. E Rowdy sorriu, maliciosamente, porque sabia. Natches viu em seus olhos o conhecimento de que Chaya o controlava, que Chaya sempre poderia controlá-lo. —Não, estávamos congelando o traseiro lá fora, porque pensamos que a agente Dane poderia ter algo mais debaixo da manga que só umas poucas perguntas. — O sorriso de Rowdy era altivo, o que só irritou mais a Natches. Dawg fechou a cara. — Imbecil. — murmurou ao Rowdy. — Rapazes, obrigada pelo voto de confiança. — riu Chaya, e Natches a sentiu mover-se. — Se tentar ir embora deste apartamento, aí sim chutarei seus traseiros no mesmo minuto que você sair por essa porta. — lhe advertiu. Ela parou, e quando o olhou, pôde ver a cautela em seus olhos novamente. —Eles são dois, Natches. —E eu tenho do meu lado a loucura total. Quer apostar em quem ganhará? — seguramente viu determinação em seu olhar. —Parece que de todo jeito irão aos Suits esta noite. —Dawg limpou a garganta, e isso parece ter aplacado um pouco a fúria de Natches, ver seu primo nervoso, se não fosse pela diversão que brilhava em seus olhos verdes. Dawg estava, claramente, se divertindo por ter interrompido algo.
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—Preciso voltar para o hotel. —Chaya deu um passo para trás e Natches o permitiu. Ele foi cuidadoso em manter sua expressão suave quando a olhou. Ela poderia tentar fugir, mas não chegaria longe. Diabos, ia terminar o que tinha começado antes de serem malditamente interrompidos, ia se assegurar disso. —Nós… mmm… arrumaremos a porta. — sorriu Dawg, se divertindo claramente por perceber que Natches estava atado— Vá e leve a senhorita Dane a seu hotel, Natch. Tomaremos essa cerveja no barco. —Se te ver novamente esta noite no meu barco, atirarei em você, Dawg. —lhe advertiu Natches, e temia que pudesse realmente fazê-lo — Pode tratar de tomar essa cerveja amanhã à tarde, nem um minuto antes. Natches se moveu muito rápido para que Chaya pudesse evitá-lo, os dedos dele se curvaram na parte superior de seu braço antes de arrastá-la com ele para a porta. —E assegurem-se de consertar bem a porta. Se algum bastardo entrar e me roubar à cerveja, me asseguro que te mato. —Natches, não vou para esse maldito barco. — protestou Chaya, enquanto se aproximavam da porta— Tenho um trabalho a fazer. Me leve a meu hotel. Ponto. — Claro que o farei. — acordou ele. Ela quase parou, e teria conseguido o feito se o miserável não estivesse atrás dela. — Fará? Ele não tinha concordado muito rápido? Ele sorriu com arrogância. — Claro. Em algum momento. Estou certo que precisará de mais roupa dentro de alguns dias. — endureceu sua voz, reafirmou o seu agarre, e ignorou sua maldição. Poderia amaldiçoá-lo até que o inferno congelasse, mas eles ainda não tinham terminado. Falar, foder, tomaria o que pudesse conseguir, ou a ambos, mas dessa noite não ia passar. Dawg esfregou a nuca quando escutou o jipe do Natches sair, e se voltou para o Rowdy lentamente. Seu primo tinha uma expressão pensativa no rosto. Rowdy era um pensador. Sempre o tinha sido. Raramente fazia alguma coisa impulsivamente, diferente de seus dois primos. Sempre considerava a evidência, os prós e os contra, e às vezes podia nos deixar de cabelos em pé com suas predições. —Primo, poderia ter me dado retaguarda. — suspirou finalmente enquanto Rowdy permanecia em silêncio. Quando seu primo se voltou para ele, e o fez com aquele sorrisinho que sempre fazia com que Dawg rompesse em gargalhadas. — Por que me incomodar? —sorriu— Chaya é uma corrente ao redor do pescoço dele mais grossa que a de um cachorro no ferro-velho. Não ia começar uma briga. O rapaz não queria ninguém machucado justo agora. Nós sabemos bem. Maldito se sabia.
Dawg recordava uma época em que uma boa bebedeira eram quase tão boas quanto o sexo. Agora, desde Crista, uma briga, com os primos, as costelas quebradas ou lábios inchados, era algo que evitava a todo custo. Gostava de sentir as mãos de Crista sobre seu corpo, exigentes e
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selvagens, enquanto se movia contra ele. O pensamento de que pudesse perder tudo isso com a sua tendência para agradar a dor, era intolerável. Evidentemente, Natches já tinha considerado esse feito. Dawg riu entre dentes ante esse pensamento, enquanto ia ajudar ao Rowdy com a porta. — Ainda não acho que é bonita. — disse a seu primo— Mas ao menos não senti cheiro de fumaça. Rowdy grunhiu. — Dawg, garanto que o cheiro de fumaça não teria importância para Natches. —assinalou. E essa era a maldita verdade. Ainda no ano anterior, ela fumava cada vez que Natches estava ao seu lado, e seu primo mesmo assim não tinha sido capaz de manter-se afastado. — Ainda não acho que é bonita. — disse novamente. — Qual é o seu problema com a aparência dela? —Rowdy fez uma pausa, enquanto levantavam a porta e Dawg foi em busca de pregos e martelo— Ele não vai ter que pôr um saco na cabeça dela. Diabos, Dawg, não me importa sua aparência. Natches já não é mais feito de gelo. Ficava assustado até a morte com essa atitude dele. Estivemos perto de perdê-lo para sempre, caso não tenha notado. Dawg tinha notado. Natches tinha-se afastado mais e mais com os anos. Tirou o martelo e os pregos da gaveta da cozinha e voltou para a porta. A aparência dela não devia incomodá-lo e Dawg sabia. Crista havia falado um monte para ele e ferrado o seu traseiro na noite anterior por um comentário similar. —Não é como parece. —admitiu finalmente. —Então o que é? —São seus olhos. Homem, olhe seus olhos. Estão mortos por dentro. Essa mulher nem sequer está viva e se pode ver em seu rosto. Em sua expressão e em seus olhos. Vai destruir a Natches. Então Rowdy permaneceu calado por um longo tempo. O som do martelo batendo na madeira e os pregos de dez centímetros afundando-se no marco, foram os únicos comentários que Dawg recebeu. Finalmente, a porta estava colocada, e Rowdy simplesmente a estava olhando. —Não está morta por dentro. — disse ao fim em voz baixa. —É o mesmo. — deu de ombros Dawg— Não trabalhou com ela o ano passado. Homem, ela é fria por dentro. Pode estar nervosa como o inferno, assustada e ter emitido uma boa risada esta noite, mas não há amor nela para ninguém. Rowdy sacudiu a cabeça ante isso. — Há muita emoção. — Olhou então ao Dawg— É igual a Natches. E está decidida a escondê-lo. Não pode ver além do desejo que sentimos de continuar protegendo ao nosso primo mais novo. Algumas vezes penso que esquecemos que agora ele já é um homem totalmente crescido. —E está tão só como sempre foi. —grunhiu Dawg. Rowdy negou com a cabeça. —Agora não mais.
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Capítulo 6 Não a levou ao hotel, tal como disse. Não lembrava de Natches tão malditamente teimoso assim. Teimoso como uma mula. Mas raptá-la é um recurso que ele nunca usou antes. — Por que me trouxe aqui, Natches? — perguntou, enquanto entravam na grande sala do barco, e olhava ao redor com interesse. — Porque ainda não terminamos. — Fechou a porta, trancou e voltou a digitar o código de segurança. Ela sentiu seu coração se acelerar ante o som do assobio da trava de segurança. De algum jeito, o barco parecia muito mais íntimo do que tinha sido o apartamento. Não era só o espaço menor e menos amplo, era como se uma parte de Natches estivesse impregnado em seu interior. Marrons escuros e tons do deserto compunham as cores dos móveis. O tapete era de um branco cremoso. Almofadões granada escura descansavam contra os braços da poltrona, e um tapete da mesma cor descansava frente da porta. As janelas tinham cortinas marrons escura, os reflexos da luz dourada que saíam dos abajures salpicava a mesa suavizavam o ambiente. A cozinha estava separada por uma combinação de mesa e balcão. O chão de compensado se estendia até a escada metálica em caracol, na parte mais a frente e mais afastada da cozinha, e que Chaya presumia que fossem os quartos. Voltou-se para Natches quando ele não lhe deu mais explicações, e o observou com cautela. Lembrava uma fera enjaulada lutando contra as correntes. Via-se no brilho selvagem dos seus olhos verde escuro, na tensão dos traços do seu rosto. — Por que diabos Cranston te enviou? —perguntou finalmente, o tom gutural de sua voz fez com que ela estremecesse. — Fiz a mesma pergunta. — e deu de ombros, olhando atentamente enquanto ele caminhava até a geladeira da cozinha— Sua resposta foi que eu era sua melhor aposta. Não me disse do que se tratava essa aposta. — Me deixar louco até eu perder o maldito controle? —perguntou enquanto abria a tampa da cerveja e a levava até os lábios. Observá-lo beber no gargalo da garrafa era mais sexy do que deveria ser. —Provavelmente. —Finalmente admitiu que esse poderia ser uma das razões do por que Timothy a tinha enviado ao invés de outro agente — Ele não estava satisfeito nem com o Dawg e nem com ela, pelo ano passado. E realmente sentia muito prazer com os seus joguinhos mesquinhos e vingativos. Na realidade, normalmente tinha uma razão para esses jogos, só que esses jogos eram irritantes como o inferno. Mas a verdadeira conversa que Natches e ela estavam tendo, escondiam palavras subtendidas que vibravam com a tensão.
Chaya não podia esquecer. Cada vez que ficava perto do Natches, cada vez que estava perto o
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suficiente para tocá-lo, as lembranças e a dor voltavam. E a necessidade. A mesma necessidade que teve de ter sua ereção enterrada bem funda nos seus lábios. A necessidade que sentia de tocar e ser tocada era muito mais forte que a dor. Tinham se passado cinco anos. Perder Beth quase a tinha enlouquecido, mas os anos tinham ajudado a cicatrizar as feridas abertas que a perda da filha tinha deixado. Algumas vezes ainda chorava, ainda lhe doía à maior parte do tempo. Mas teve que aprender a seguir adiante. Beth se foi, não tinha como trazê-la de volta. Mas Chaya sempre soube que Natches ainda estava vivo. E a culpa que sentia ante o pensamento de procurá-lo sempre a continha de fazê-lo. Enquanto Natches brincou com ela no hospital, seduzindo e a fazendo rir, sua filha estava em perigo. Enquanto ela fazia planos para o futuro que não incluíam ao seu marido traidor, sua filha provavelmente chorava chamando por sua mãe. E enquanto se rendia ao Natches, alguém planejou o bombardeio ao edifício onde Craig tinha levado a sua filhinha. Dentro de si, fome, culpa, raiva e desespero travavam uma luta feroz, igual a que teve há cinco anos. Em seu interior formavam-se redemoinhos, tornando impossível ver além da sua perda e lembrar o motivo de estar fugindo. E agora não tinha jeito e tinha que enfrentá-lo. A organização desconhecida que autorizou o ataque ao hotel no Iraque tinha que ser desmantelada. Era muito perigosa, sua influência estava se tornando muito corrupta. Haviam muitas antas na Inteligência, e Cranston os tinha rastreado até esta operação. — Vou matar Cranston quando isso terminar. Natches apoiou a garrafa no balcão, quando seu olhar pousou sobre ela, estava com as pálpebras pesadas outra vez. Esse olhar a fazia estremecer. Podia sentir todas as terminações nervosas de seu corpo voltar à vida. Esse olhar podia amolecer os joelhos de todas as mulheres do mundo. Ele podia engarrafar e fazer trilhões. —Boa sorte. — Ela pôs as mãos nos bolsos de seu jeans para evitar que tremessem. Para evitar que tudo começasse a tremer. — Tire a sua roupa. Chaya piscou, certa de que não tinha escutado o que sabia que tinha. —Pensa que é fácil assim? —sacudindo a cabeça, desejando que o fosse— Natches sinto muito, não estou aqui para ser seu brinquedo. Estou aqui para trabalhar. —Então agora pode fazer as duas coisas. — Pegou sua cerveja e deu o último gole antes de jogá-la na lixeira que estava no canto — Pode ser a agente Greta Dane durante o dia e meu brinquedo a noite. Prometo que quanto ao último não será descuidada, Chaya. OH… apostava que não seria. E quando chegasse o momento em que Timothy decidisse abrir o jogo que estava tramando, o que aconteceria? A colocaria de lado como fez com todos os seus outros brinquedos? — Tem muitos outros brinquedos, não precisa de mim. — quis soar frívola, indiferente, mas podia sentir a dor construindo dentro dela. Cinco anos. Tinham se passado cinco anos desde que ele a tinha tomado. Esteve tão cheia de dor que não foi capaz de apreciar o prazer que a tinha destroçado.
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Mas Lembrava. Lembrava as lágrimas dele mesclando com as suas enquanto a beijava, do mesmo jeito que lembrava a facilidade com que lhe tinha roubado mais de um orgasmo explosivo. Observava-o com inquietação. Ele simplesmente não ia aceitar um não por resposta, e ela não sabia se tinha a força necessária para conter-se se ele a tocasse novamente. E ele ia tocá-la. Chaya tirou lentamente as mãos dos bolsos dos jeans, enquanto ele avançava para ela, com expressão predadora. —Natches. — sussurrou seu nome em advertência. —Ali está à porta, pode correr coelhinha. — falou com voz maliciosa, enquanto indicava com a cabeça a porta de saída — Vai. Ou terá coragem suficiente para ficar sem arrumar mais desculpas? Os dedos dela se cravaram na palma da mão, enquanto ele a desafiava. A oportunidade de voltar a tocá-lo, e de sentir novamente o mesmo que sentiu naquela noite e que ainda não tinha sido capaz de esquecer. Depois disso não seria capaz de tocar a outro homem. — Isso não vai dar certo. — retrucou e desejou que sua voz soasse com mais força, desejava que tivesse mais convicção. Podia sentir que se preparava para ele apesar dos protestos. Seus seios estavam sensíveis e inchados, com os mamilos eretos. E entre suas coxas, podia sentir-se umedecendo, seus clitóris inchando. Ela o desejava. Doía. Nestas últimas semanas doía com uma intensidade que a fez masturbar-se várias vezes. E não foi suficiente. Nunca era suficiente quando pensava em Natches. —Me deseja. — Agora ele estava muito perto, parou em frente a ela, forçando-a a olhar para cima. Era tão malicioso. Um safado. Assim o tinha chamado uma vez e ele riu piscando os olhos, enquanto concordava com ela. —Só desejar faz com que seja correto? —sussurrou, agarrando os pulsos dele quando pousaram em seus quadris — Querer nem sempre é poder, Natches. — Essa noite será. — Não havia pedido em suas palavras, só puro desejo — Não estou pedindo para sempre, Chaya. Não me atreveria. E antes que pudesse questionar o tom zangado das últimas palavras, ele a estava beijando. Os lábios dele cobriram os seus, sua língua pressionou entre eles, tomando o que desejava. Não questionava se entregar a ele porque ele não pediu nenhuma maldita coisa. Este não era o sedutor zombador que tinha conhecido há cinco anos. Era um conquistador. Era o homem que se negava a pedir. Sabia o que queria, e Deus a ajudasse, também parecia saber exatamente o que ela precisava. Chaya sentiu que o mundo balançou, podia jurar que o chão sacudiu. Fosse o que fosse, era Natches que a abraçava, os lábios sobre os seus, seus gemidos surdos e famintos vibrando contra os lábios dela, enquanto sua boca se inclinava e a língua tentava e provocava a dela em um duelo excitante e erótico. Este beijo era fogo e relâmpagos. Estava sendo o despertar de uma vida cheia de pesadelos e finalmente via a luz. Era como voltar a nascer.
Chaya se ouvir gritando, sentiu seus braços se agarrarem ao pescoço dele, seu corpo
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arqueando-se contra o dele, precisava de mais. Mais contato. Mais toque. OH, Deus, não podia ter o bastante dele, e a necessidade a destruiria. Esta necessidade que a sacudia até o fundo do seu ser, até o centro do seu espírito solitário e quase quebrado, que a tinha feito fugir antes. Porque não podia suportar perder a mais ninguém. Não podia suportar perder também ao Natches. Ela tremeu enquanto sentia as mãos dele a acariciando, percorrendo suas costas, passando as mãos por baixo da blusa e tocando a pele nua. Ele se moveu contra ela, pressionando suas coxas entre as dela, a balançando contra ele. Chaya sentiu inflamar a delicada e sensível carne entre suas coxas. Um fogo interno, malicioso e desesperado que se estendia através dela, e nada mais importava a não ser ter mais. Mais de seus beijos. Se não tivesse mais de seus beijos, podia ficar louca de desespero. Mais do seu. Queria ficar nua em seus braços. Nua e estremecendo nos braços de Natches. Rodeando-o. Ardendo como só ele fazia em seus sonhos. — Aí o tem, Chay. —Atraiu-a para mais perto, uma mão em seu traseiro, forçando-a a montar o músculo duro de sua coxa enquanto se esfregava contra ele— Vê, neném, o quanto é bom? Lembra o quanto pode ficar quente? OH, sim, Lembrava. Lembrava ter-lhe implorado por mais, gritado por mais. As lembranças eram confusas, porque naquela noite a dor tinha sido insuportável. Mas lembrava o suficiente para saber por que tinha sofrido na escuridão da noite depois de abandonar o Iraque. Lembrava o suficiente para saber que, uma vez que ele a tomasse, nunca mais seria a mesma. Não seria mais sonâmbula. Como foi nos últimos cinco anos, a obrigando a reconhecer uma parte dela, um núcleo oculto e feminino, que sempre existiu ali nos braços de Natches. —Natches, me deixe respirar, me deixe pensar. —disse ofegando enquanto os lábios dele deslizavam sobre os seus, preguiçosos, seguros e mordiscavam a linha da sua mandíbula. Suas terminações nervosas se elevaram num prazer crescente. —Não é permitido pensar. — O roçar de sua barba de um dia enviou fragmentos do mais incrível prazer, que correu por todo o seu corpo— Agora, nos livraremos dessas malditas roupas. Era sexy. Era erótico. Era o ato sexual mais intenso e gentil que poderia imaginar, tirou os braços que ela tinha ao redor do seu pescoço, e então a olhou com os olhos, verde bosque, obscurecidos até tornarem-se cor de musgo, as palmas da mão tocavam a pele pelo caminho, tirou-lhe a jaqueta dos ombros e dos braços. Chaya olhou, incapaz de romper o contato, a conexão. Já tinha feito isso antes, se lembrou. Olhava e observava os seus olhos enquanto ele a despia. —Isto não é uma boa idéia. — tentou protestar, mas soou mais como um convite. Era um convite. Todos sabiam que Natches sempre fazia o que os outros consideravam uma má idéia. E quanto mais erótica, mais maliciosa era essa má idéia, mais rápido ele a levava a cabo. —Quem precisa de boas idéias? Vem aqui, neném, me deixa ver seus bonitos seios só mais uma vez. Levanta seus braços para mim. Levantou a barra da camiseta passando-a pela cabeça e pelos braços. Caiu no chão, enquanto um grunhido faminto saia dos lábios dele e seus longos e pesados cílios toldavam os seus olhos. Quando ele a olhava assim, ela se derretia. Logo sentiu suas mãos na cintura do seu jeans.
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Estava nua da cintura para acima, ou parcialmente nua, porque o pouco que usava não escondia muito da vista. —Natches, não acho que possa continuar em pé. E não podia. Seus joelhos amoleceram. Podia sentir as pernas moles como manteiga, iguais as suas objeções. Este era Natches. Malvado e erótico. Seus beijos eram uma chama que derretia o gelo que havia dentro dela. Seu toque era um inferno, esquentava o seu interior. E precisava se sentir quente. Só por um momento. Precisava ser aquecida por ele, só uma vez mais. Enquanto os lábios dele se moviam sobre seu pescoço, os braços dela encontraram a força. Quando as mãos dele passaram sob a cintura dos jeans, ela lutou com ele, se equilibrando nos seus braços. —Com calma, Chay. —Não. Mordiscou-lhe o pescoço, surpreendendo-o, claramente, enquanto tirava sua camiseta. Também o queria nu. Queria senti-lo contra ela, pele com pele. Precisa desesperadamente. Ele tirou rapidamente a camiseta e a jogou de lado, enquanto as mãos dela foram para sua cintura. Tremendo, vacilantes, seus dedos tateando nele. — Aí o tem, Chay. Coloque-o para fora para mim. Ela abriu o botão de metal, logo baixou o zíper sobre a dura e ereta longitude do seu membro. Baixou lentamente, trabalhando sobre a ponta rígida, enquanto um duro grunhido saía dos seus lábios. Queria-a travessa? Não era atrevida, morria por ele. Cinco anos de fome contida ardiam dentro dela, a fazendo entrar em erupção de um poço de necessidades que não tinha idéia que existissem em seu interior. As distantes lembranças de cinco anos não se comparavam com isto. A sensação do corpo dele, tão grande e amplo, duro e musculoso, curvando-se nela, quase como se a protegesse. Os lábios dele em seu pescoço, seus dentes roçando com aspereza. As mãos passando em cima dos jeans sobre os quadris, enquanto a fome impregnava o ar. Chaya poderia sentir a transpiração se acumulando sobre seu corpo, o calor aumentando dentro de ambos, fluindo ao redor dos dois, enquanto ela empurrava os seus jeans, frenética por alcançar a ardente carne de seu membro. —Assim, coração, arde por mim. — grunhiu enquanto suas mãos deslizavam ao redor do traseiro dela, agarrando enquanto a elevava. Levantou-a contra o seu corpo, afastando-a de sua meta, enquanto seus lábios davam um grito de protesto. Um segundo depois, sentiu a frieza do balcão, e ouviu o barulho de uma cadeira cair ao chão quando ele a chutou para fora do seu caminho, e logo Natches a beijava novamente. Não tinha o suficiente de seus beijos ou de seu toque. Não podia lhe beijar o suficiente, nem tocar o suficiente. Estava consumida, por dentro e por fora, por uma necessidade tão abrasadora que não tinha esperanças de conseguir controlar. —Agora, tire isso.
Ele se afastou, apesar de suas tentativas de segurá-lo e do miado de protesto que saiu dos
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seus lábios. Os cabelos de Natches foram bagunçados e despenteados pelos dedos dela e emolduravam o seu rosto safado. Um erotismo escuro cintilava em seus traços e em seus olhos. Seu peito nu brilhava pela transpiração, o pêlo áspero sobre os seus dedos, enquanto descia suas mãos para baixo. Agora sofria por ele. O desejava com tal intensidade que tinha se arqueado e lutava por respirar, enquanto ele lhe tirava suas botas e abaixava as suas calças as tirando pelas pernas. Estava nua exceto pelo sutiã e pela calcinha. Pedaços de tecido que não faziam nada para defendê-la de seus olhos. E ele estava olhando. Seu olhar foi lentamente sobre ela, enquanto suas mãos subiam brandamente por suas pernas e a parte interna das coxas, separando-as, enquanto se concentrava no núcleo úmido do seu corpo. —Ainda se depila? —Passou as costas dos dedos sobre o algodão úmido que protegia as dobras inchadas do seu sexo. Chaya respirou com força. — Cera. Prazer e antecipação passaram por seus traços, esse olhar provocou convulsões em seu útero como resposta. Ele estava excitado, perigosamente excitado. Podia-o ver em seu rosto, sentir em seu corpo. —Cinco anos. — sua voz era gutural — Sonhei com essa noite, Chay, durante cinco fodidos anos. Me atormentado, recordando, me fazia malditamente louco por você. Os lábios da Chaya se separaram, ante a intensidade atrás dessas palavras. Por ser desejada dessa maneira. Nunca tinha sido tão, desesperadamente, desejada por um homem como Natches o fazia. E só uma vez, fazia cinco anos, havia sentido esse tipo de desejo por um homem. Cinco anos. Muito tempo. Muitas lembranças, tantos sonhos e fantasias, alimentando essa fome. —Eu… eu sofri. Cada dia. — as palavras saíram espontaneamente dela, a pressão por tentar contê-las causou um soluço que rasgou a sua garganta— Natches... você vai me destruir. Os dedos dele se engancharam no elástico de sua calcinha, e desceu lentamente sobre os quadris com a suave ordem: — Levanta. Ela arqueou os quadris, observando seu rosto, observando a fome crescer nele e sentindo-a crescer dentro dela também. Ele jogou o pedaço de pano ao chão, uma careta crispava suas feições, enquanto obrigava seu olhar a se afastar da brilhante carne entre suas coxas e a olhava. Chaya se sentiu pega, prisioneira e isso a aterrorizou. O poder que este homem tinha sobre ela. Como se esperava que o detivesse? Ou controlasse? —Agora esse. — Os dedos dele se moveram até o feixe dianteiro do seu sutiã. A respiração de Chaya ficou presa na garganta quando abriu o pequeno feixe com um movimento rápido, logo separou as taças dos seios e tirou as alças dos ombros. Os dedos dela se cravaram no balcão enquanto se inclinava para trás ante a insistência de suas mãos contra seus ombros.
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—Tão bonitos. As mãos dele emolduraram os montes cheios, seus dedos escuros contra sua pele mais clara, enquanto os levantava e acariciava. As pontas calosas de seus dedos acariciavam sobre os mamilos endurecidos. Seu útero convulsionou, e ela sentiu derramar o calor úmido de seus sucos. —Natches. Arqueou-se para ele, antigas lembranças dele se inclinando para ela, tomando seu mamilo na boca, relampejaram através de sua mente, um segundo antes que as ações seguissem a suas lembranças. E a realidade era melhor. Arqueou e choramingou ante a sensação de sua boca, quente e faminta, devorando seu mamilo. Sua língua o açoitou, raspando sobre ele, enquanto chupava, enviando deliciosas faíscas de pura sensação explodiam através de seu corpo. —OH, Deus, Natches. Sua cabeça caiu para trás, enquanto sentia seus braços amolecerem. Como se ele soubesse, percebesse sua incapacidade para permanecer em pé, um braço se curvou ao redor das costas, esticou e permitiu que às mãos dela se levantarem até o balcão, enquanto ele a baixava, os braços de Chaya se curvaram ao redor dos ombros dele, lhe cravando as unhas. A boca do Natches era tão quente, sua língua como um ferro incandescente queimando através do seu mamilo. Primeiro um, depois o outro. Chupava com sofreguidão os duros picos, enquanto ela se encontrava perdida em um vórtice de prazer que sabia que não podia escapar mais. —Ah, sim, essa é a minha Chay. Passou a língua pelo vale entre os seus seios. Ela tremeu ante a carícia, suas coxas esticando-se contra os dele, seus quadris ondulando ante a pressão sutil da ponta do seu membro contra as dobras escorregadias do seu sexo. Necessitava-o ali. Necessitava que tomasse. Duro. Rápido. Profundo. —Sentia falta disto. — sussurrou ele enquanto seus lábios começaram a beijar um caminho que descia por seu estômago— Sentia falta de te tocar, de te sentir contra mim. As costas dela se arquearam enquanto lançava um grito tremente. —Lembra Chay? Tão quente que nos queimava vivos? Tanto prazer que pensamos que estávamos morrendo. Ela lembrava. Lembrava de tudo. Como uma labareda do inferno e se convenceu que não era mais que sua necessidade de escapar à dor. Embora tivesse sido muito mais. Porque era mais quente desta vez, doía-lhe mais profundamente. Era Natches. Seu toque era como um vício, e o desespero cresceram tanto quanto foi à longa separação. Não havia recuperação. Não havia saída a seus efeitos. —Ahhh…tão doce. A língua lambeu sobre a parte superior do monte entre suas coxas. Tão perto do clitóris. Tão perto que podia sentir o calor, antecipar o êxtase selvagem que lhe podia oferecer.
Quando chegou, a fez em pedaços. Porque era inclusive mais brilhante e quente do que se lembrava, o prazer formava redemoinhos através dos seus medos dissipando-os. Evaporando a
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necessidade de controle. Estava perdida no prazer, e não havia outro lugar para estar. Nenhum lugar em que alguma vez quisesse estar. A língua deslizou ao redor do clitóris, e ele grunhiu contra este. —Tão doce, Chay. Sabe, como o verão. As mãos dela se cravaram no cabelo dele, os fios sedosos enroscando-se entre seus dedos, enquanto lutava por pressioná-lo contra ela. E ele riu contra sua carne, um som escuro, avaro. Sua língua lambia lenta e tranqüilamente através da estreita fenda tão rica com as sensações que despertavam. As terminações nervosas ficaram em alerta máximo, muito perto da superfície de sua pele, deleitando-se em seu toque. Ela gritou seu nome, sua voz enrouquecida pela necessidade, lhe rogando que tomasse. As mãos dele separaram suas coxas ainda mais, descendo a cabeça, e sua língua a encheu. O êxtase quase a destroçou por dentro. Tão perto. Estava tão perto. —Por favor. — gemeu, sentindo sua liberação, tão perto, quase lá. OH, Deus, precisava gozar. Necessitava essa explosão selvagem rasgando através dela, a liberação que só tinha conhecido em outra oportunidade, só com Natches. —É minha, Chaya? — sussurrou com uma voz escura e sedutora, atirando dela enquanto a lambia, arrastando seu sabor para ele, enviando-a a um abismo de prazer e sensações. Podia-lhe dar tudo por isso. Ser tudo o que quisesse, enquanto ela tivesse isto. —Sua. —Mal era consciente das palavras que saíam de seus lábios— Sempre sua, Natches. OH, Deus, sempre fui sua. Ele fez uma pausa, um breve momento de silêncio que a fez conter o fôlego, e então os lábios lhe rodearam o clitóris, atraíram-no ao calor de sua boca para que o amamentasse, para que o lambesse com a ponta de sua língua, e a levou ao limite. Sentiu a explosão rasgando através dela, levantando-a, arqueando contra ele, enquanto um grito afogado deixava seus lábios e ela se desmanchou nele. Fundiu-se. Por um momento, só por um momento, sentiu que se afundava nos poros da pele dele, e entendeu que era ali o seu lugar, onde pertencia. Isto era o vício que era Natches, lhe pertencer tão profundamente que se transformava em parte dele. E tinha durado um momento eterno. Logo ele levantou a cabeça, lhe abrindo as pernas, e antes que as ondas finais de seu êxtase varressem através dela, colocou a dura longitude de sua ereção em seu interior. — Olhe pra mim, maldita seja. Os olhos da Chaya se abriram bruscamente ante a ordem. Aturdidos, quase desfocados, olhou fazer-se realidade o escuro sonho da fantasia sexual de toda mulher. O cabelo escuro emoldurava os traços selvagens, os olhos verdes quase brilhando em seu rosto bronzeado pelo sol, suas narinas alargadas pela fome desesperada enquanto os lábios mostravam os seus dentes. Puro prazer erótico rasgou através dela, frente essa visão. Este homem, sua intensidade sexual, centrada nela. Na singela Chaya Dane, e só Deus sabia que Natches era muito mais homem do que ela alguma vez teve a esperança de controlar.
E agora não havia necessidade de controlá-lo. O prazer alagava o seu controle. Não havia
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pensamento de controle, só sensações: a sensação dele colocando seu membro dentro dela, a grossa ponta separando as malhas sensíveis, enquanto a transpiração começava a formar-se em seus ombros e peito, correndo em pequenas linhas que passavam pelo centro do seu corpo. — Me olhe, Chay. —disse com voz profunda e rouca— Deixe-me te ver, neném. Deixa-me ver se estou te fazendo se sentir bem. Sente-se bem, Chaya? Sentia-se bem? Estava-a transformando em pedaços de prazer. Os lábios se separaram para dizer-lhe, mas tudo o que pôde fazer foi gemer seu nome e voltar a olhá-lo. E senti-lo. Senti-lo estirando-a, queimando-a. Estava presa em um mundo de êxtase, vibrando através de suas veias, lhe esquentando o sangue e suas terminações nervosas. —Chay, me olhe. — endureceu a voz quando ela quis permanecer de olhos fechados. Obrigando-se a abri-los, voltou a olhá-lo. A mandíbula dele estava apertada, a transpiração era abundante em sua testa e descia por seu rosto. Seus ombros estavam tensos e sentiu que as coxas dele se esticaram mais quando retirou sua ereção e logo a colocou ainda mais, mais profundo dentro dela, tomando-a até que esteve tentando não gritar, até que se queimava ao seu redor, e com um grunhido estrangulado, enterrou completamente toda a sua longitude dentro dela. Mãos fortes apertaram os seus quadris quando a penetrou completamente, e uma escura emoção cintilou em seus olhos. — Houve mais alguém? Ela o observou falar, escutou as palavras e tentou entender o seu significado. — O que? — Outro homem. Outro homem tomou o que é meu, maldição? Pura dominação masculina relampejou em sua expressão, em seus olhos. Outro homem? Ela sacudiu a cabeça, não podia suportar o toque de outro homem. Não desejava. Nunca, nem sequer pensar. Sacudiu novamente a cabeça. — Nenhum. Ninguém mais além de você... Queria lhe dizer que só o desejava, só precisava dele, mas enquanto as palavras tentavam sair dos seus lábios, ele se moveu. Como se a admissão rompesse o seu último controle, moveu-se dentro dela, mergulhando, fodendo-a com golpes rápidos e ferozes que a levaram quase que imediatamente ao orgasmo. Com Natches era assim. Tão selvagem que não havia esperança de conter-se. Tão quente que não havia oportunidade de não se queimar viva. Arqueou-se e gritou seu nome. Seus olhos se fecharam, levantou o pescoço e o sentiu esticar-se, escutou sua exclamação rouca antes de senti-lo derramar-se dentro dela. Jorros de sêmen quente e intenso jorravam na profundidade da sua tremula vagina e a empurraram a outra liberação destrutiva, e a um fio de medo. Só a mais diminuta faísca de preocupação porque ali havia algo que deveria ter se lembrado, algo que devia fazê-la temer esse prazer. Um prazer que a deixou satisfeita, saciada, e que de algum jeito soube que a manteria irremediavelmente atada ao Natches de uma forma que nunca esteve antes.
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Capítulo 7 Natches não estava certo do que o despertou logo que amanheceu. O sol ainda não brilhava através das janelas e o ar ainda estava fresco. No final de outubro, a água era fria. Embora sua cama estivesse morna, estava sonolento e tateou a procura do corpo de Chaya quando levou um choque. Ela não estava mais na cama. Escutou atentamente e não pôde ouvi-la se movendo pela casa flutuante ou no chuveiro. A irritação o dominou imediatamente, assim como uma dose saudável de raiva. Sentou-se na cama, com os olhos entrecerrados ante a penumbra que enchia o grande quarto, enquanto dava uma olhada no relógio. Logo seriam sete horas, maldição, muito cedo para ela se levantar e andar a toa por aí, a menos que tivesse a intenção de ir até garagem. A qual não tinha. Pretendia passar todo o dia à toa felizmente na cama com Chaya. Enquanto se levantava para ir ao banheiro, viu um papel no travesseiro dela e o agarrou antes de lê-lo em silêncio. Esta manhã eu tenho uma reunião com o Xerife Mayes. Tenho muito trabalho a fazer. Ligarei-te à tarde. Ligará para ele a tarde? Amassou lentamente o papel na mão, e por um segundo, só por um segundo, um sorriso com uma ponta de humor tocou sua mente. Quantas vezes ele escreveu ou disse isso e realmente o fez? OH, se ela pensa só por um minuto que poderia se afastar tão facilmente dele, então ele teria que lhe mostrar a diferença. Já a deixou escapar por duas vezes. A terceira e última, coração, pensou furiosamente. Desta vez ela não fugiria, e ele se asseguraria que ela entendesse o recado. Direto à sua alma. Sem se importar o quanto custasse. Saiu bruscamente da cama, e foi ao chuveiro. Conhecia bem Zeke Mayes, e ele o conhecia, o dia da doce e pequena Chaya não começaria antes das dez da manhã. Zeke tinha que fazer as rondas, resolver as papeladas, e perto das nove e meia ou dez ia à cafeteria tomar o café da manhã. Esse tempo era suficiente para que Natches se preparasse e fosse até o hotel de Chaya. A arrastaria até a casa flutuante e lhe mostraria exatamente como ia funcionar esta relação daqui pela frente. Fez uma pausa enquanto permanecia debaixo do chuveiro. Relação. Diabos, nunca tinha tido uma até agora. Até a chegada de Chaya. Nunca ficou com uma mulher por muito tempo, nunca quis, mas começava a suspeitar que queria ficar com Chaya para sempre. Terminou seu banho, se vestiu e estava embaixo na sala colocando as botas quando um murro na porta exigiu sua atenção imediata. Sua cabeça se levantou de repente, e logo a abaixou e a sacudiu com resignação. Conhecia esse murro.
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Levantou-se e foi até a porta, levantou a persiana e olhou a Dawg enquanto abria a porta. —Crista ainda não arrastou o seu traseiro para a madeireira? —sorriu com arrogância. A esposa de Dawg o mantinha a rédeas curtas. Roupas limpas e engomadas em vez das furadas que usava antes. Um corte de cabelo decente. Mas o rosto com o cenho franzido no rosto do seu primo mais velho não tinha mudado muito. —Crista não se sentiu bem essa manhã. —Dawg deu de ombros enquanto entrava no barco— Aonde vai tão cedo? Pensei que agora tivesse as sextas-feiras livres. Natches observou com curiosidade, enquanto Dawg rondava entre a sala e a cozinha. —Desde quando começou a me controlar? —Natches se apoiou contra a parede e cruzou os braços sobre o peito enquanto observava Dawg. —Desde que você voltou do Iraque e começou a se comportar insanamente. — resmungou se virando para enfrentá-lo — Sabe, sempre me perguntei o que diabos realmente aconteceu, enquanto você estava lá, que o tornou mais duro. O que ela te fez? Seduziu-o? E de novo tenta te seduzir? Natches permaneceu quieto. —Dawg, não tome esse caminho. — lhe disse cuidadosamente— Chaya não é a causa do tormento dos meus demônios internos ou coisa que o valha. Eu não coloquei o meu nariz nos seus assuntos com Crista, por isso te peço que fique afastado da minha relação com Chaya. — Relação? —Dawg arregalou seus olhos — Natches, você nunca teve uma relação na sua vida. Tem certeza da merda em que está se enfiando? Natches descruzou os braços o suficiente para arranhá-los no seu queixo e se lembrar de que outra vez tinha se esquecido de se barbear. Mas a atitude do seu primo, o incomodava muito mais do que a barba que crescia no seu rosto. Dawg estava agindo de maneira estranha muito antes que soubesse que Chaya estava, novamente, na cidade. —Sabia em que merda estava se metendo com a Crista? —perguntou finalmente— Dawg, seja sincero, você a chantageou para que ela transasse com você. Ela não ficou puta com isso? Dawg sorriu ao lembrar. De pé, de jeans, de botas e com essa camisa de manga comprida perfeitamente passada, olhou novamente para o Natches. — De qualquer jeito, por que a agente Dane voltou? Natches deu de ombros. — Tentando resolver casos pendentes é o que me disse. E o que você escutou? —Escutei que Cranston tem outra operação. — falou — E a agente Dane está no meio disso tudo. Ela já te deu alguma informação? — Ainda não tivemos tempo de falar sobre esse assunto. – informou — Primeiro Rowdy e você põe abaixo a porta do meu agradável e aconchegante apartamento e uma vez que estávamos aqui, não quis procurar briga com ela. E de todas as maneiras qual é o seu maldito problema? Está agindo como um pai preocupado. Que eu saiba não fiquei fora depois do toque de recolher. — sorriu com satisfação frente ao pensamento— Homem, Crista te domesticou tanto que é até engraçado. Maldito se um lampejo de orgulho não passou pelas feições de Dawg, rapidamente, ao invés da raiva que antes com certeza ele tomaria como um insulto.
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—Olhe. — disse Natches com irritação — Sei que você e Rowdy estão me seguindo como espiões atrás de segredos. Podem parar por aí, fui claro? Eu já sou bem grandinho, e sei muito bem tomar conta de mim. — Até que a agente Dane aparecesse na sua vida? — perguntou Dawg— Lembrei de uns feitos que ocorreram antes de meterem uma bala no seu ombro, Natches, estava se autodestruindo a olhos vistos. Aceitava qualquer caso suicida que caísse em suas mãos. Por quê? E que diabos aconteceu, exatamente, depois que você resgatou essa agente loira do buraco do inferno que foi esse deserto iraquiano? Diga-me se essa agente não está mexendo com você do mesmo jeito que mexeu naquela época? Natches calou-se por longos e silenciosos minutos. Olhou para o seu primo se prometendo não perder a cabeça. Se perdesse. Perderia a Chaya. Além do mais, Dawg e ele poderiam se esmurrar tanto e com força suficiente para ficarem com hematomas por todo corpo além de mancos por vários dias. Não. Isso não podia acontecer. —Fecha a porta quando for sair. — se virou e saiu pela porta saltando do barco para a passarela. Escutou Dawg amaldiçoar atrás dele e o ignorou. Seu primo estava jogando verde e ele não ia morder a isca. Era seu jeito preferido de conseguir as respostas de Natches, e normalmente funcionava. Primeiro se zangava, depois brigava. Não estava nem aí com o que Dawg ou Rowdy diziam. Podia até mesmo cuspir as suas tripas durante uma briga. Natches sorriu frente ao pensamento. Diabos, isso acontecia quando eram Marinhes, quando eram jovens, selvagens e com malditos egos inflados. Já se passaram muito tempo, oito malditos anos. Enquanto tirava suas chaves do bolso e ia do cais até o estacionamento, voltou-se e olhou para o porto, deu um sorriso para Dawg, e levantou a mão para saudá-lo. Seu primo estava parado com as mãos nos quadris, e mesmo de onde estava parado, Natches podia ver o seu cenho franzido. Dawg nunca tinha gostado de Chaya, e Natches sabia por que. Seu primo mais velho passou muitos anos tentando proteger aos primos mais jovens. Ver Chaya novamente no ano anterior tinha dilacerado as vísceras de Natches. O destroçava saber que ela ainda não tinha conseguido se separar da dor que corroia o seu peito, sabia que ainda não era à hora certa para pressioná-la. E infelizmente, Dawg foi testemunha da luta travada por Natches, só não sabia com certeza quem era essa mulher. Natches às vezes se preocupava a medida que era informado do que acontecia à Chaya. Saber quando deveria pressioná-la ou quando simplesmente deveria abraçá-la. Estava escrito nos olhos dela, quais eram as suas necessidades, se revolviam nas profundezas douradas do seu olhar. E quanto mais ela lutasse contra elas mais ela sentia necessidade. A noite anterior foi como um presente preparado para ser explorado antes mesmo de ser tocado. Esses maravilhosos olhos castanhos dourados estavam glaciais, inexpressivos, cada linha do seu corpo tenso mantinha a distância entre eles. Porque o que sentia a assustava, assustava-a até o fundo da sua alma, e ela sabia.
Abriu o jipe e pôs a chave no contato, enquanto considerava as implicações disso tudo. Talvez
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Dawg tivesse razão em se preocupar, porque Natches tinha o pressentimento que esse era apenas o início do muito do que poderia acontecer entre ele e Chaya. Temia pensar que talvez pudesse estar se apaixonando dela. * * * Dawg observou Natches afastar-se e sacudiu a cabeça antes de pular a curta distância que havia entre o barco de Natches e o seu. E Crista o estava esperando, parada na porta, observando com curiosidade enquanto Dawg franzia o cenho para Natches. —Bom, de qualquer maneira ainda está de uma peça. — Olhou-o de baixo para cima, com seus olhos faiscantes no rosto ainda pálido. —Deveria estar deitada. — Agora deixou seu olhar a varresse, seu coração suavizou-se no peito, enquanto que seu membro se endurecia nos jeans. Maldita seja essa mulher pelo que podia lhe fazer. —Sinto-me um pouco melhor. —Ela deu de ombros, olhando ao longe antes de se voltar e entrar na casa flutuante. —Está muito frio para você estar parada aqui fora. —Fechou a porta antes de franzir o cenho. Talvez já fosse tempo de se mudar para uma casa. Estava quase terminada. Podia pressionar aos empreiteiros e ter o piso colocado antes do prazo previsto para a entrega na primavera. Um dinheiro extra e se concluiriam com antecedência. No ano passado não fez muito frio, mas o suficiente para que ela tivesse que usar muita roupa. E a passarela congelou umas tantas vezes. Não queria se arriscar que ela caísse na água. Fez uma anotação mental para chamar aos empreiteiros nessa manhã, decidindo que não queria passar outro inverno na água. Verão e outono poderia, se decidissem, que não iam viver na casa durante todo o ano. —Dawg, ficarei bem. Ele grunhiu enquanto se dirigia para a geladeira. —Já está pronta para tomar o café da manhã? Estava calada, voltou-se para ela, e jurou que estava mais pálida do que estava um minuto atrás. — Acho que preciso voltar a me deitar. —dirigiu-se para as escadas. — Acho que precisa ver um médico. —Então algo estalou dentro dele. Medo. Ele raramente tinha conhecido o medo, mas tampouco nunca tinha visto Crista doente — Chame ele pela manhã, Crista. —Estarei bem. —Sacudiu a cabeça, enquanto se dirigia às escadas, a voz tensa. —Sim, claro. —murmurou ele, indo atrás dela e alcançando-a quando ela estava se cobrindo com a manta. Sentando-se ao seu lado, tocou-lhe a fronte. Sentia que estava um pouco úmida, mas não tinha febre. Embora estivesse pálida, e isso o preocupou. —É somente um mal estar. — suspirou ela— Na loja todos estão doentes, Dawg. Só porque não posso me livrar de um vírus não quer dizer que o resto de nós não o possa.
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Ela parecia ciumenta e ele teve que sorrir. — Antes que se dê conta voltará a estar saudável. —lhe prometeu— Só por viver comigo todos esses saudáveis bons genes te pegarão. Ela suspirou ante isso. —Vá e me deixe dormir. Esta tarde precisa revisar as entregas. Não se esqueça. Ele franziu o cenho. —Temos o marido de Layla para revisá-las. Fico aqui com você. —Mmm. —Ela o observou, seu olhar o analisando por um momento— Por que está tão incomodado com a mulher que passou a noite com Natches? Não soava ciumenta, soava preocupada. A pergunta o fez esfregar a nuca com irritação. —Ela está atrás de algo. A agente Greta Dane é uma isca de Timothy Cranston. E eu não gosto disso. — Isso é tudo? — Maldição, ela é pouco atraente. — murmurou, sabendo que ela não entenderia tanto quanto Rowdy. Os lábios dela se curvaram com diversão. —Não é você que se deita com ela, então por que se importa? Deu uma olhada sem jeito para o tapete antes de voltar a olhar para ela novamente. — Não sei por que, mas me incomoda. — Na verdade é uma mulher muito bonita. —lhe disse Crista— Não é sua aparência que o incomoda. Um ruga se formou entre suas sobrancelhas. — Reconheço que é uma mulher bonita quando a vejo. E ela sorriu ante isso. Um sorriso que ele não entendeu. Era paciente e divertido e isso o fez apertar os dentes. — Sabe, normalmente são as mães que se opõem a aparência das garotas, não os primos paternalistas. O comentário o fez olhá-la com incredulidade. — Está louca. E ela sacudiu a cabeça. — Uma hora vai ter que deixá-los ir, Dawg. Natches está totalmente crescido. Deixe-o provar um pouco de suas próprias asas. Talvez não seja tão mau como acredita. — Estava quase rindo dele. — Obviamente está com um vírus estranho. — grunhiu, tirando-o do prumo como se estivesse rindo dele, como se entendesse o que ele mesmo não entendia— Durma. Ela não protestou. Só bocejou um pouco e aproximou as mantas de seu queixo. —Aqui está frio. Sim, talvez já fosse à hora de se mudar para a casa. Definitivamente ia ligar para os empreiteiros. Logo ia fazer outra ligação para averiguar por que diabos a agente Dane tinha voltado, de novo, para a cidade.
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* * * Chaya se certificou de não passar mais tempo do que o necessário no quarto de hotel. Apostava que Natches era madrugador. Tomou banho, se vestiu, secou os cabelos e o penteou em um rabo-de-cavalo, e em menos de uma hora já estava saindo. E sem perder um minuto. Quando entrou na interestadual com seu sedan alugado, jurou que viu o jipe do Natches se dirigindo para o hotel. Deu uma olhada no relógio e expirou profundamente. Tinha uma hora a toa antes de se reunir com o xerife na cafeteria. Essa hora ia ser uma longa espera, considerando que tinha que se conter para não correr até Natches. E quem pretendia enganar? Uma hora mais tarde, estacionou na cafeteria e olhou o sinistro jipe negro estacionado ao lado do sedan do xerife, e apertou o volante do carro. Ele estava ali dentro esperando por ela. Esta manhã tinha fugido, aterrorizada pelo que tinha acontecido na noite anterior, deixando só um bilhete. Ao menos desta vez tinha deixado um, assegurou a si mesma. Havia-lhe dito que ligaria para ele mais tarde, não é verdade? De um puxão agarrou sua pasta do assento do passageiro e saiu do carro. Obrigou-se a levantar o queixo, olhou o estacionamento e também viu os veículos de Rowdy e Dawg. Nenhum desses malditos Mackay trabalhava? Não tinham algo melhor a fazer nesta manhã do que persegui-la? Evidentemente que não. Quando entrou na cafeteria, deu uma olhada na mesa ao lado da que estava sentado o xerife Mayes, e reprimiu a vontade de fazer uma careta. Os três Mackay estavam bebendo café. Rowdy parecia divertido, Dawg zangado e Oh, Deus, Natches parecia prestes a subir pelas paredes. O xerife Mayes, o bastardo, nem sequer se incomodou em dissimular a risada quando ela entrou. Atravessou a cafeteria, agradecida de que houvesse muito poucos clientes, e parou em frente à Natches. — Hoje também está me seguindo? Ele abaixou os óculos até a ponta do nariz e a olhou por cima das lentes escuras. Quase estremeceu frente a fúria que ardia nas profundezas verde bosque. Estava lívido. — Vou com você, — declarou— avise ao Mayes que o trato é esse. Merda. Esse não era o trato. Isso estava proibido, com um terminante NÃO. —Não posso fazer isso, Natches. —obrigou-se a não mostrar o seu próprio nervosismo ou uma reação. Não podia, não ali. Ele aproveitaria qualquer debilidade que ela demonstrasse. —Chaya, não quer ir por este caminho. — lhe advertiu ele, e ela sentiu seu estômago se contorcer de medo. —Não tenho opção. —recusou-se a olhar os outros dois homens para ver suas reações — Este é o meu trabalho, e você já não faz mais parte da equipe. E então ele sorriu. Ela pôde sentir como lhe secava a garganta e jurou que pôde sentir o seu estômago cair com puro terror feminino. Este era um grande e zangado macho alfa e ela ia pagar. Sentia até na medula dos ossos.
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Não com dor. Não com tapas, sangue ou insultos. Mas, Oh céus, ela ia pagar por isso. —Bem Natches, imagino que ela não seja tão fácil como todos nós pensamos. —Dawg se reclinou em sua cadeira e lhe enviou um sorriso forçado— Natches achou que entenderia as razões, agente Dane. Inclusive disse que você era muito inteligente para lhe dizer não. Ela voltou seu olhar para ele, mantendo-o frio, indiferente. —OH, senhor Mackay, entendo bem as razões. —lhe assegurou— E se fosse por mim, sua companhia seria bem-vinda. Infelizmente, o agente especial Cranston deixou isso bem claro antes que eu partisse. E neste caso, isso prevalece. Natches murmurou algo nada elogioso sobre Cranston, com o que ela também estava de acordo. Dawg sacudiu a cabeça, seu sorriso agora era zombador. —Lealdade, agente Dane? Onde está a sua lealdade? Em seu próprio rabo ou nesses que podem cobrir as suas costas? —Dawg, é suficiente. —a voz de Natches era dura e continha uma advertência. —Deixa-a responder a pergunta. —Dawg sustentou seu olhar— Eu gostaria de ouvir sua resposta. —Te responderei. —O sorriso dela era calmo e sem emoção. Não gostava dela. Nunca tinha gostado, e não lhe dava a mínima— Por que não tenta? Então poderá compartilhar comigo uma prisão federal quando Cranston souber disso. Escutei que tipos altos e fortes como você são realmente populares por lá. James Mackay é bonito. Lá eles gostam de sulistas bonitos e com atitude. Considerarão um desafio, sabia? Rowdy ofegou, e ela podia jurar que o xerife Mayes estava contendo o riso. Os olhos do Dawg se estreitaram. —Pequena, aqui está jogando com os grandes. Não acredito que queira seguir com isto. —Maldito seja, disse que já era suficiente! Chaya estremeceu quando a mão de Natches esmurrou a mesa e levantou meio corpo da cadeira. Olhou-o, estupefata e surpreendida quando ele e Dawg se enfrentavam sobre a mesa, quase nariz com nariz. —Menino, tome cuidado. — grunhiu Dawg— Ainda me lembro de como eu varria o chão contigo. —E eu ainda lembro como lustrar com o seus traseiros o chão da prisão da cidade. —A voz do delegado Mayes era dura e autoritária, enquanto se levantava da mesa— Vamos, agente Dane, antes que seja a causa desses dois lutarem como dois imbecis, como estavam acostumados a fazer, ao invés de dois homens amadurecidos que eu pensei que eles eram. Chaya olhou Natches, surpreendida, incrédula enquanto ele se endireitava, com o corpo tenso, e a expressão furiosa. —Se você se meter em uma briga, não vou ficar feliz com você. —declarou friamente. —Tão contente como eu estou com você agora? — falou ele.
—Muito menos do que isso. —Levantou o queixo e deu asas a sua raiva, se voltando para Dawg— E para que não se sinta, terei um bate-papo com sua esposa. Tenho o pressentimento que ela está mais inclinada a agir como é devido, do que você está neste momento. Pergunto-me como
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se sentirá ao se inteirar do pequeno fiasco desta manhã. —Não me ameace com a minha esposa. —Voltou a olhá-la, mas parte do calor da raiva parecida ter abandonado a sua voz. —Então não me pressione, nenhum de vocês. Porque poderia ficar rapidamente doente com pescoço roxo e cabeça dura. Dawg, diferente de você, não mordo ou fico grunhindo, vou ao cerne do problema e à sua solução. Quando desejar me dizer qual é seu problema, então falaremos. Até então, pare de atormentar ao Natches, ou à primeira oportunidade falarei com Crista. Cavalheiros, bom dia. Girou sobre seus saltos, ignorando seus olhares surpreendidos antes de unir-se ao xerife na porta e deixar a cafeteria. E ali tinha pensado que teria que tratar no máximo com Natches de saco cheio. Agora tinha um Natches de saco cheio, um Dawg irritadíssimo e a um Rowdy risonho. Seu dia não podia ficar pior. * * * Dawg voltou a se sentar na cadeira e olhou com o cenho franzido para a porta, enquanto Natches lentamente tirava os malditos óculos e o olhava. — Filho da puta vou chutar o seu traseiro. — amaldiçoou Natches. Dawg sorriu descaradamente. —Claro, vá adiante. Pensa que não percebi como se encolheram as suas bolas, quando ela te lançou aquele olhar glacial? Hoje não vai chutar o traseiro de ninguém. Estava de saco cheio. Muito cheio. Filha da puta… Tinha ameaçado contar a Crista? Como se ele fosse uma menininho com mau comportamento, e ela ameaçasse contar para a mamãe? De qualquer jeito, quantos anos achavam que ele tinha, essa agente bocuda? Na realidade também queria bater no traseiro de Natches. Pequena serpente mordaz. Nunca poderia seguir os conselhos que valessem um caralho. —Qual é seu maldito problema? —Natches tirou umas notas do seu bolso e as jogou na mesa pelo café. Ao menos esta manhã estava pagando em vez de viver à custa dos outros — Por que infernos não pode ficar fora do meu caso? —Porque ela está mentindo. — falou, mantendo a voz baixa, a fúria incitando-o— Não sei que infernos ela te fez no Iraque, e estou em um ponto de não me importar com nada. Mas agora, está mentindo e essas mentiras podem fazer com que te matem. E é fodidamente simples assim. Natches retrocedeu bruscamente, piscou e olhou ao Dawg como se não o conhecesse. Deu uma olhada em Rowdy, mas este parecia interessado em algo que encontrou no teto e se recusava a olhar em outra direção. Natches sacudiu a cabeça, como se estivesse confuso. Observando Natches, Dawg se deu conta de que estava atuando como um maldito bastardo, e não podia evitar. Diabos, reconhecia uma mentira quando a via, e toda esta montagem em que a agente Dane estava envolvida, era-o. —Olhe, Natches, homem. — exalou bruscamente— Isto te supera. Ela está atrás de algo, merda, posso sentir. Como um comichão na nuca cada vez que a vejo. Ela é problema e vai conseguir que lhe explodam o traseiro.
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Esse era o problema. Todo o assunto dava-lhe nos nervos. Algumas vezes, Dawg podia jurar que podia sentir quando alguém punha a mira entre os olhos de Natches, apontando, preparando-se para disparar. E isso o estava preocupando como o inferno. —Rowdy, leve-o para casa junto a Crista. — disse Natches, sua voz estava dura, e isso era uma mau sinal. Agora Natches talvez pudesse atirar—. Diga-Lhe que precisa de ajuda e rápido, antes que o mate e a converta em uma viúva. Entendeu? —Claro, em seguida me ponho com isso. —Assentiu lentamente Rowdy, tirando seu olhar do teto para olhá-los a ambos— Enquanto faço isso... por que não perguntamos à tia Nadine por que diabos nos está observando com tanta atenção através da janela dessa loja? Eles se voltaram. Do outro lado da rua, na ampla janela da loja, estava parada Nadine, o ódio cintilava em sua expressão, antes que se voltasse e se afastasse a passos largos. —Merda. — amaldiçoou Natches. —Justo o que precisávamos, a maldita Boca do Sul fazendo correr as suas fofocas. Dawg murmurou algo que Natches estava certo de que não queria entender, e Rowdy se levantou lentamente. —Dawg tem razão em uma coisa. —disse— Aqui tem um problema, e está começando a rondar a sua agente Dane. Mas também está equivocado em uma coisa. —Sim? No que? —Lançou Natches. —Ela não é feia. Na realidade é bastante bonita. Dawg não pode ver além de Crista ou do seu próprio complexo de papai. Com isso, afastou-se da mesa e saiu da cafeteria. Natches voltou a se sentar lentamente. Ainda queria chutar o traseiro de Dawg. Voltou a olhar o seu primo e franziu o cenho. Dawg deu uma olhada para fora da janela, para sua xícara de café e logo suspirou. —Realmente acredita que ela contará a Crista? E talvez estivesse maldito, mas Dawg estava preocupado. Capítulo 8 —Olá, senhor Winston. Obrigado por aceitar conversar comigo. —Chaya se sentou em um sofá gastado e desbotado, dentro da casa deteriorada de um andar, nos subúrbios do Somerset. Clayton Winston era viúvo e seu filho era um traidor. Seu filho, Christopher Winston, tinha sido preso junto com o mercenário e o bando de homens durante a invasão ao depósito que estava com mísseis roubados. O senhor Winston estava curvado, seu rosto marcado pela pesar e a dor. A artrite reumática tinha deformado as suas articulações e uma enfermidade do coração o debilitava rapidamente. O xerife Mayes parou do outro lado da sala, observando em silêncio a Winston, sua expressão era sombria e compassiva. —Não criei o Chris para que ele se tornasse um traidor. — choramingou o ancião— Ele ainda é meu filho, mas não tinha direito de fazer isso.
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Esfregou as lágrimas em suas bochechas com a mão trêmula, antes de tirar um lenço do bolso de suas calças e secar os olhos. Olhos azuis pálidos e cheios de lágrimas. —Ofereceria a vocês um café ou algo assim. — falou para ela— Mas o frio faz com que seja difícil eu me movimentar. —Clay, eu farei o café. — Mayes se encaminhou para a espartana cozinha. —É um homem bom o xerife Mayes. — assentiu Clayton— Melhor que o seu pai. Esse sempre estava mais preocupado em se reeleger nas eleições, do que fazer o que realmente era certo. Zeke sabe disso. E o compensa. —Clay, não fale sobre mim. — lhe disse Zeke da cozinha— Ou falarei com a senhorita Willa sobre você. O sorriso do Clayton foi triste. —Eu gosto do humor do rapaz. É um bom rapaz. —O xerife Mayes é um homem muito amável. —Assentiu Chaya, seu coração estava apertado pelo homem sentado a sua frente. Clayton Winston serviu durante dois anos no Vietnã. Tinha uma medalha ao mérito e uma ficha longa de elogios. O coração de Chaya se partiu por ele, enquanto pensava no filho que deu as costas à vida que seu pai tinha acreditado. —Imagino que queira falar de Christopher. —sua voz ficou áspera— Como está? Removerem-no a esse lugar no D.C. onde me disseram que poderia visitá-lo se quisesse, mas não sou capaz de ir vê-lo. E ele não pode atender a ligações. —Encolheu os ombros com os olhos cheio de desespero. Os lábios de Chaya se separaram para lhe responder quando soou uma batida na porta. —Clay, eu atendo. —Zeke saiu da cozinha, lançando um olhar impaciente a Chaya, enquanto ia para a porta. —Tudo bem, Zeke. Que surpresa te ver por aqui. — Natches o empurrou para passar e entrou na casa— E a agente Dane. Linda como sempre. Chaya ficou de pé lentamente. —Natches, sabe que não deveria estar aqui. Falou por entre os dentes. Não podia acreditar que ele tivesse interrompido a sua entrevista. —Isso é minha culpa. —As mãos trementes de Clayton se estenderam para o Natches, enquanto este se ajoelhava ao lado da sua desgastada poltrona reclinável — O chamei quando me disseram que você me faria perguntas. Pedi para que ele estivesse por aqui. Os lábios de Chaya se apertaram em uma linha fina. Voltou a se sentar lentamente, olhando Natches com fúria. —Não me informou. — declarou com voz brusca. —Não tivemos oportunidade para discuti-lo. Não foi? — A acusação em sua voz a fez inspirar profundamente. —Natches pode ficar se essa é a sua decisão. — voltou-se para o ancião, observando como se agarrava à mão de Natches com seus dedos retorcidos. — Outro rapaz bom, mas com um pai asqueroso. — a voz de Clayton tremeu— Estava acostumado a lhe dar doces às escondidas quando o velho Dayle não olhava.
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Chaya observou o rosto de Natches, seus olhos. Este ancião significava algo para ele, e havia muito poucas pessoas pelas quais ele se preocupasse. —Natches, vêem aqui e me ajude com o café. — disse bruscamente Zeke. —Clay, estarei no outro cômodo. —Natches se levantou, olhou para baixo para o gigante choroso e amável que o observava carinhosamente— Estarei escutando cada palavra, está bem? Clayton assentiu enquanto Natches lhe lançava um olhar duro de advertência e entrava no outro cômodo. —Pensa que irei acusá-lo de algo, senhor Winston? —perguntou baixinho— Não é para isso que estou aqui. O seu lábio inferior tremeu durante um breve segundo, antes de se recompor e seus ombros se endireitarem. —Christopher é meu filho. O que ele se tornou pesa sobre os meus ombros, agente Dane. Sei, mas... —Baixou a cabeça e a sacudiu— Algumas vezes não penso tão claramente como antes. Perguntei ao Natches se ele se importava de estar aqui comigo para me assegurar de que se eu fosse preso, meu gato terá quem cuide dele. O gato estava enroscado no respaldo do sofá e piscou para ela prazerosamente. Parecia tão velho como Clayton Winston e igualmente cansado. —Senhor Clayton, não estou aqui para prendê-lo, não há motivo. —Chaya lhe disse docemente— Não estou aqui para acusá-lo de nada, porque o que seu filho fez foi escolha dele. Você escolheu defender ao seu país, senhor. Seu filho fez outra escolha. Estou tentando descobrir por que o fez e quem mais pode tê-lo influenciado para que o fizesse. Isso é tudo. Pela canto do olho, viu quando Zeke saía com duas xícaras. Pôs a de Chaya na mesa em frente a ela. A outra, uma térmica fechada, pôs na mão do Clayton. —Está como gosta, saboroso e morno, Clay. Pus gelo, tal como você gosta. Clayton assentiu, e a garganta de Chaya se estrangulou pela emoção. Não podia lembrar de uma entrevista que tivesse sido como esta. Natches e Zeke eram tão protetores com o ancião, como uma mãe com seu filho. —Clayton, você disse que a senhorita Dane o trataria bem. — falou Natches da porta. —O fez. — assentiu Clayton— Mas com você e Zeke aqui me sinto melhor. Se for me prender, então o velho Hisser, poderia passar fome, não podemos permiti-lo. —Quando o gato ficou sobre seu ombro, levantou a mão e lhe acariciou a cauda, Chaya quis chorar. —Senhor Winston, tenho algumas perguntas. Se preferir não responda, ou se o senhor Mackay acreditar que não é bom para o senhor respondê-las, quero que saiba que não haverá conseqüências. Não estou aqui para lhe fazer mal. Simplesmente preciso esclarecer algumas coisas e me assegurar de que não deixo passar nada de importante. Clayton assentiu, enquanto levantava sua xícara com ambas as mãos, e tomava um gole. Este homem era tão patriótico e amável e estava enfrentando o que devia ser o seu pior pesadelo. As perguntas que Cranston lhe havia dado não eram de acusação ou recriminação. Eram simples perguntas sobre os amigos de Christopher, se formava parte de algum grupo de terrorismo ou se seus amigos eram militares. Perguntou sobre a adolescência do seu filho, e as amizades daquele tempo.
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Estranhamente, ele e Johnny Grace não foram amigos. Mesmo assim estava envolvido com Grace no roubo dos mísseis. —Christopher sempre estava falando sobre a América, os políticos e como toda a nação vivia para o dinheiro. —Clayton sacudiu a cabeça cansadamente— Dizia que precisávamos de uma revolução para que as pessoas acordassem. Meu filho, nunca entendeu. —Uma lágrima desceu por sua bochecha enquanto voltava a olhá-la — No Vietnã perdi amigos e um irmão. Estava disposto a dar minha vida por esta grande nação, agente Dane. Muitos grandes homens derramaram seu sangue por meu filho e nunca me dei conta do pouco que ele apreciou o sacrifício. Criei-o mau. Eu que deveria ser preso. — seu queixo tremeu— Encarcerado tão longe, sem poder escutar a sua voz, nem ver se falta algo para o meu filho. — outra lágrima caiu, enquanto Natches se adiantava e pegava a xícara térmica antes que Clayton a deixasse cair— Não lhe ensinei bem. —sussurrou— E sinto por isso. Chaya teve que piscar para conter suas próprias lágrimas. Ignorando Natches e Zeke, estirou-se e cobriu a mão do ancião, e esperou até que ele se concentrasse nela. —Senhor Winston, seus sacrifícios e os dos seus amigos asseguram sua isenção de culpa. O que ele fez pesa sobre os ombros dele senhor, não nos seu. —Acredita mesmo? —sussurrou ele. —Acredito com todo o coração. Você, senhor, é e foi, um dos grandes valores da nação. —Não vai me prender? —perguntou-lhe então. —Nem em um milhão de anos. — lhe sussurrou— Mas vou arrumar essa chamada telefônica para você. Prometo. Assegurarei que possa falar com seu filho. Não era pelo filho, a quem gostaria de ver esfolado vivo. Era pelo pai. O soldado que tinha salvado a incontáveis outros, que tinha dado tudo menos sua vida pela liberdade que seu filho nunca tinha apreciado. Clayton piscou e seus olhos se encheram novamente de lágrimas. —Eu gostaria muito disso. — sussurrou— Só por um minuto, escutar a voz de meu filho. Ela assentiu e levantou se fazendo outra promessa. Quando isso acabasse, prepararia a viagem se ele quisesse fazê-lo, ela se asseguraria que ele visse ao seu filho. E maldita seja se não se assegurasse de que esse filho demonstrasse a seu pai o respeito que ele merecia. —Ela é uma moça boa, tal como disse, Natches. —Winston levantou os olhos com um sorriso trêmulo nos lábios— Não deixe ela te escapar. É forte o suficientemente para te fazer frente. —Sim, o é Clay. —Apertou delicadamente o ombro do ancião, enquanto a olhava, e ela não queria sentir essa calidez que crescia dentro do seu corpo ante esse olhar— O é. Clayton se endireitou e assentiu, dirigindo-se para a porta. —Agente Dane. Ela se voltou para Clayton, enquanto Natches se movia para trás dela. —Sim, senhor. Ele franziu o cenho, seus olhos reumáticos pensativos, enquanto esfregava o queixo barbudo.
—Só pensei... Christopher, não era nada amigo de Johnny. Ou desse tipo, Bedsford. Mas
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uma vez mencionou uns amigos, chamava-os por um nome. Chamava-os de seus compatriotas, dizendo que estavam começando seu próprio clube ou algo assim. Os filhos da Liberdade ou um algo assim. Agora não lembro. —Se lembrar, poderia contatar-me? Só avise ao xerife, e virei em seguida. Ele assentiu. —Pensarei nisso. Verei o que posso lembrar. —Adeus, senhor Winston. —E você se lembrará de conseguir essa ligação? —Sua voz estava cheia de esperança— Só por um minuto. Só para que possa escutar sua voz mais uma vez. Ela ia chorar. Oh, Deus, não deixe que chore aqui, frente deste ancião orgulhoso. —O Departamento de Segurança Nacional entrará em contato com você amanhã. Prometo. Ele assentiu novamente, alcançou sua xícara de café e a levou até seus lábios trêmulos. Ela queria uivar frente da injustiça, e não podia. Tudo o que podia fazer era caminhar para a porta e caminhar até o carro do xerife. —Ficarei por aqui para me certificar de que Clay jante. —Natches pegou o seu braço e a fez parar — Verei você esta noite. Ela sacudiu a cabeça. —Esta noite não. —Claro que sim. Esta noite, e isso é tudo. Não sei se a senhorita Willa virá esta noite para fazer o jantar do Clay e tenho que arrumá-lo. Mas pode apostar que me verá esta noite. Ela se soltou e seguiu Zeke até o carro, entrou e bateu a porta, enquanto continuava lutando contra suas lágrimas. Preferia interrogar a uma sala cheia de terroristas do que enfrentar outra vez esse ancião fazendo perguntas somente a respeito do seu filho. Estava se abrandando. Houve um tempo em que ela podia havê-lo interrogado normalmente, não deixando de conservar sua simpatia e a sua compaixão. Era para isso que ela foi treinada. Era uma especialista em interrogatórios. Sabia como fazer seu trabalho, sem preocupar-se com as conseqüências. Ao menos, estava acostumada a saber. — Tem mais uma antes de terminar. — disse Zeke enquanto entrava no carro e a olhava— Acredito que é uma viúva, mãe de outro desses rapazes. Ela assentiu. Um homem que pagou as contas de sua mãe, comprou sua comida e tinha se ocupado dela, e agora sua mãe estava sofrendo. Seus dedos se dobraram formando um punho e a fúria lhe voltou quente e dura. —Não. Por hoje terminamos. Zeke fez uma pausa enquanto punha o carro em marcha. —Amanhã não será mais fácil, agente Dane. Confie em mim, posso dizer de primeira mão. Ela olhou para a janela, ignorando seu próprio reflexo, temerosa do que pudesse ver. Sabia que amanhã não ia ser mais fácil.
—Interroguei a dúzias de terroristas. Interroguei as famílias dos suspeitos. Fui uma cadela e recordo pelo que estou lutando há anos. —Estava com vinte e dois anos. Tinha entrado no Serviço de Inteligência logo depois de um acampamento de treinamento de recrutas e trabalhei muito
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para consegui-lo. Sabia o que estava fazendo, sabia como fazê-lo, e não podia suportar o pensamento de um pai que fosse obrigado a enfrentar as conseqüências do que havia feito o seu filho. —Sim, escutei que era muito boa no seu trabalho. —murmurou ele. —Sou? —sussurrou, recusando a olhá-lo, enquanto ele saía do caminho da entrada. O jardim ao redor da casa dos Winston estava totalmente desmazelado. Clayton Winston, seu filho único, estava acostumado a deixar a grama cortada e em boas condições. As árvores precisavam de uma poda, e agora não havia ninguém que a fizesse. —Sabe, você não fez as escolhas que o rapaz fez, mais do que Clay as realizou. — lhe disse Zeke enquanto se afastavam da casa— Nosso trabalho é detê-los, seu trabalho é assegurar que deteremos a todos. Pode doer como o inferno, pode nos partir até que nada ajude, salvo um gole de uísque e uma lágrima ou duas. Mas fazemos o que devemos fazer. —Durante o tempo que possamos suportá-lo. — disse ela em voz baixa— Me leve de volta ao meu carro, xerife. Como você disse, terminamos por hoje. Ela voltou para seu hotel e pediu uma garrafa de vinho. Tomou banho, colocou uma bata e se aconchegou no sofá, de onde chamou Cranston. Duas horas mais tarde, sofrendo os efeitos de uma violenta discussão e nervosa sobre a chamada que prometeu ao Clayton Winston, e conseguiu. Amanhã ao meio dia, ele ia ter dez minutos com seu filho. O bastardo Christopher não merecia escutar a voz do seu pai. Não merecia saber que o homem que tinha perdido um irmão e incontáveis amigos em serviço ao seu país, ainda o amava. A Christopher Winston poderia trazer mais consolo, do que lhe podia trazer para seu pai, mas ainda que fosse um pouco de consolo era razão suficiente para fazê-lo. E o que faria com a viúva? perguntou-se. O que teria que lhe prometer? E com relação à esposa com dois filhos pequenos do outro homem que tinham pegado? Um homem com uma carreira que prometia, que tinha colocados todos em perigo para trair ao seu país. Passou os dedos pelo cabelo e lutou para segurar ao grito que tinha na garganta. O que ia acontecer a esses meninos que tinham perdido ao pai e não entendiam o porquê? Ou com a esposa cujos olhos estavam angustiados nas fotos de vigilância? Que se escondeu em sua casa e tentou ignorar as fofocas que rondavam nesta pequena cidade. Ficou de pé e se encaminhou para a janela. Olhou para a escuridão que caía sobre as montanhas, às luzes da cidade que a rodeavam, e pôde sentir as lágrimas dentro de si. Antes, quando isso lhe tinha importado? Os homens que foram presos tinham tomado suas próprias decisões, e ela se martirizava sobre o feito de que teria que interrogar as suas famílias. Não eram esses homens os que tinham que enfrentar as conseqüências do que haviam feito as suas famílias, olhar em seus olhos angustiados. Era ela. Ela e as pessoas que os tinha amado. Enquanto estava parada, escutou abrir a porta da suíte. Através do reflexo do vidro pôde ver Natches entrar no quarto, e teve que apertar os dentes para conter um soluço. A expressão dele enquanto cruzava o quarto era sombria, seu olhar escuro, preocupado. Esperava que a castigasse pelo interrogatório a Clayton Winston. Por piorar sua dor. Em vez disso, ficou surpreendida quando lhe deu a volta contra seu peito.
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—Chay, não tem problema chorar. — lhe sussurrou ao ouvido— Clayton não a culpará por você ter feito. Ninguém o fará. Ela sacudiu a cabeça, mas sentiu as lágrimas se formarem em seu peito. Chorar não ajudava. Não lhe devolveria o orgulho por seu filho a Clayton Winston, e não acalmaria a dor de uma mãe viúva ou de uma família destroçada pela traição. Este povo agradável. Essas pessoas que de algum jeito tinha deixado entrar em seu coração, assim como Natches, a estavam partindo em dois. — Merecia mais. —sussurrou, agarrando-se a Natches, desesperada para encontrar alguma maneira de controlar as emoções que não sabia dirigir— Esta é a razão por que te odeio. —soluçou— Quando estou ao seu lado, começo a sentir. Começo a rir por causa de dois imbecis que arrombaram o seu apartamento, porque acreditavam de alguma maneira que eu ia te machucar. Choro por um ancião que merece algo muito melhor que saber a verdade. E começo a querer coisas que antes nunca quis. Odeio-te por isso. Estava tremendo entre seus braços, sentia-os apertar-se ao seu redor, enquanto cravava as unhas nas costas e se sentia querida. —Chay, me ame. — lhe sussurrou contra seu cabelo, sua voz baixa e profunda. Segura. Maldita, sempre estava tão segura, com tanta confiança em si mesmo, e nesse momento ela se sentia como se estivesse lutando só por ater-se à realidade. — Doe muito. — sussurrou ela— Natches, faz com que pare, faz com que a dor se vá. Ela sacudiu a cabeça contra seu peito e se afastou bruscamente. —Não quis dizer isso. —Uma vez já lhe havia dito isso, tinha pedido que levasse a dor. Nunca tinha esquecido o modo com que ele a olhou. O pesar em seus olhos, a pena. Porque não era a ele por quem pedia, procurava consolo. —Chay, volta aqui. —Levou-a de volta a ele, uma mão lhe sustentava a cabeça contra o peito enquanto o braço a envolvia— Pensa que me importa ser seu escudo contra o mundo ou contra a dor? —Inclinou-lhe a cabeça para trás, forçando que ela o olhasse, e sua visão se toldou pelas lágrimas— Amor, meus ombros são largos o suficiente para as suas lágrimas, seus punhos ou esses pequenos dentes afiados. De qualquer maneira que você precise que eu te sustente. Eu estou aqui. — E o que você tem para você? —Sua voz agora tremia, quase tanto, como antes o havia feito Clayton Winston— Sempre um escudo, mais alguma vez foi protegido, Natches? Ante isso ele riu, com seu terno olhar. —É Isso o que pensa? —Ele tocou sua bochecha, e correu o polegar por seus lábios— Que não tenho proteção? Não sabe, Chay? Você o foi desde o dia que te conheci, não importa se estava aqui ou não. A lembrança da sua risada, das suas lágrimas, a lembrança do seu toque e dos seus beijos. Tocou-me Chay e penso que é justo que eu também te toque. Mudava-a, e essa mudança a estava destruindo. Antes que ele pudesse dizer algo, antes que as lágrimas lhe brotassem de dentro e pudessem cair, ela se esticou, agarrou sua cabeça e lutou por um beijo. Precisava dele. Precisava senti-lo ardendo dentro dela, só uma vez mais, porque podia sentir crescer dentro dela uma parte que não sabia como conduzir.
Estava sendo atacada por emoções que se prometeu, desde que era uma menina, que nunca
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sentiria. Toda sua vida tinha mantido distância, mas com Natches isso não era possível. Ele a levantou do chão, enquanto seus lábios controlavam o beijo, apesar da batalha dela por liderá-la. Ele sorriu ante suas tentativas por morder seus lábios, e em troca mordeu os dela. Ele moveu sua boca sobre a sua, empurrou a língua para dentro, e acendeu um fogo que sabia que podia queimar até convertê-la em cinzas. Ela estava lhe rasgando a roupa, enquanto a deixava sobre a cama e lhe tirava a bata. Não podia despi-lo rápido o suficiente. Lutou contra ele, enquanto ele lutava por pô-la na cama, os lábios e sua língua queimando sobre um mamilo, e logo sobre o outro. Chupou um dentro de sua boca, o açoitou com lambidas quentes de sua língua e a encheu de paixão. Nunca conheceu a paixão até encontrar Natches. Nunca conheceu esse calor, este fogo que se convertia em um vazio de solidão e perda quando ele não estava ao seu lado. Como podia ter partido alguma vez? Retorceu-se embaixo dele, ofegando, gritando seu nome. —Necessito… —Ela se arqueava enquanto os dentes dele rastelavam um pico endurecido, e grunhia contra este— Necessito-te, Natches. —Chay, estou aqui. —Sua voz era profunda e dura. Ralava através de seus sentidos e tornava seu prazer mais profundo e quente. Porque sabia que ele sentia. Sabia que ele estava tão perdido quanto ela. —Agora. —Sua cabeça se agitou contra o colchão, enquanto ele a sustentava, os lábios dele lhe sorvendo a pele, e sua língua lambendo-a— Não me faça esperar. Cavou-lhe entre as coxas com as mãos, carne quente e calosa encontrando-se com dobras inchadas e úmidas. Ela se arqueou e gritou quando ele empurrou dois dedos, lançando-a mais alto, mais profundamente dentro de um redemoinho que a superava. E deixou que a possuísse. Deixou que ele a tivesse. Arqueou-se, lhe puxando os ombros, sentindo-o ir para ela. A ereção grossa e dura, entrando em seu interior, estirando-a, aliviando-a, construindo sensações e emoções em um caleidoscópio de cor e prazer. Quando esteve enterrado até o punho, com a respiração áspera, sua expressão se retorceu em linhas de fome, e ela sentiu dentro de seus poros o desespero dele de unir-se com ela. —Amor, se segure em mim. —Ele se moveu e se ajoelhou frente a ela, agarrando os quadris e atraindo-a para ele até que o traseiro descansou contra suas coxas, seu membro enterrado em toda sua longitude. As mãos lhe agarraram os pulsos enquanto o sorriso de Natches, tenso pela necessidade, sobrecarregava-se em seu cérebro. —Agora se agarre forte. —cantarolou ele— Vou te fazer gritar. Apoiou as mãos em cada lado da cama, enquanto lhe enroscava as pernas ao redor dos quadris. E começou a se mover. Empurrou duro e profundamente enterrando sua carne dentro dela. Outra vez. E outra vez. Enviando relâmpagos, que se dispersavam através das terminações nervosas, e construíam um fogo dentro do seu útero.
Ela se sustentou, e tal como lhe prometeu, gritou. Explodiu ao redor dele, curvando as
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costas, com as mãos dele lhe agarrando os pulsos, e escutou o grito dele ecoando ao seu redor. O calor a encheu quando começou a ejacular, as pulsações profundas e ferozes de sua liberação fazendo-a arquear-se buscando agradar mais. A destruiu e voltou a nascer. E quando se aliviaram os tremores finais, a atraiu entre seus braços, enquanto uma lágrima caía de seus olhos. Só uma, disse a si mesma. Podia permitir-se derramar só uma. E essa única lágrima parecia eterna. Capítulo 9 Refazer suas defesas contra Natches não ia funcionar. Obrigou-a a retornar a casa barco para jantar com ele, então se assegurou de que estivesse tão cansada para não sentir vontade de voltar para o hotel nessa noite. Dormiu em seus braços, exausta física e emocionalmente, e sabia que se não tivesse cuidado, Natches Mackay poderia destruí-la. Na manhã seguinte, como tinha feito no dia anterior, saiu de sua cama e de seu barco. O táxi a esperava no escritório do porto esportivo, e quando abriu a porta traseira e deu uma olhada para trás, e o viu de pé na coberta superior do Nauti Dreams. A névoa sussurrava ao seu redor. Tinha o peito nu. Por um segundo se perguntou por que tinha a necessidade de fugir. E por que era tão difícil enfrentá-lo depois de uma troca de carinho tão grande entre eles. Foi um problema que a perseguiu durante todo o dia, como Natches que a seguiu de uma entrevista a outra. As duas primeiras entrevistas eram irrelevantes. Eram provas superficiais, não mais que isso. Os antigos amigos do Johnny Grace que já estavam livres das suspeitas na investigação. Mas tinha que fazer direito. Timothy tinha uma idéia da qual lhe importava mais, e à medida que o dia avançava, Chaya ia se sentindo mais nervosa por aquela entrevista em particular. Porque Natches os seguia em seu jipe negro, sempre a vigiando. Assim que chegaram à entrada do caminho da casa de Nadine Grace, aproximadamente às três da tarde, Chaya teve vontade de secar as palmas das mãos suadas no jeans antes de sair do carro. —Tem certeza que quer ir? — O xerife Mayes examinou a casa com expressão preocupada, antes de se voltar para ela— Johnny era seu filho e a única pessoa nesta cidade de quem ela realmente gostava. Ela não será educada. OH, havia alguém mais na cidade que tinha gostado de Nadine e só de pensar a deixava doente. —Não tenho que ganhar nenhum concurso de popularidade, xerife. — disse enquanto agarrava sua valise e abria a porta do carro— Só quero obter respostas.
—E irritar os primos Mackay? —perguntou ao sair do veículo— Faz anos que não vejo esses dois tão irritados um com outro, como eles estavam ontem pela manhã. Acabarei tendo que
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prendê-los esta noite caso se metam em uma briga. Lançou-lhe um desagradável olhar. —Não vão brigar. —E como sabe? Estavam a ponto de destruir aquela cafeteria há, aproximadamente, dois anos atrás mais ou menos. Ficaram presos por um fim de semana e, acredite em mim, isso não foi agradável. Ela virou os olhos. —Para começar, Dawg não vai se arriscar a zangar sua esposa. E Natches não está suficientemente zangado agora para brigar. Dawg tampouco quer lhe pressionar. Mayes lhe deu um olhar de incredulidade, mas não disse mais nada, foi quando a porta principal se abriu. —Zeke. Ela é uma puta Mackay, e não a quero em minha propriedade. — O bonito rosto de Nadine Grace estava retorcido pela fúria, seus olhos verdes ardiam de raiva— Tire-a daqui. Magra, mas ainda atraente ela era uma cinquentona cheia de cólera, seu olhar lançava farpas a Chaya. —Lamento não poder, senhora Grace. —Zeke suspirou olhando para Chaya, enquanto esta devolvia um olhar gelada à outra mulher. —Senhora Grace, sou a agente Greta Dane, do Departamento de Segurança Nacional. — tirou sua insígnia da jaqueta e mostrou a identificação para a outra mulher— Meu nome hoje não é Puta Mackay, me pergunte à noite, e possivelmente você acerte. As fossas nasais de Nadine se alargaram como se captasse um cheiro asqueroso. —Saia de minha propriedade. —Xerife, —disse Chaya a Mayes— por favor prenda a senhora Grace e leve-a até o seu escritório. Mudaremos de entrevista para interrogatório. Chamarei o escritório central e os informarei sobre a situação. — disse sem tirar os olhos de Nadine Grace. —Bem, agente Dane, realmente não queremos fazer isto. —suspirou ele. —É obvio que queremos. — sorriu forçada— Se ela não quer cooperar, não tenho por que ser agradável. Não é verdade? A outra mulher agora quase tremia de raiva. Seu olhar cuspia fúria e seu rosto estava pálido de tanto ódio. —Nadine, só uns minutos do seu tempo, e logo iremos embora. — assegurou o xerife Mayes— A agente Dane tem algumas perguntas. Somente isso. A mulher ia quebrar a mandíbula, de tanto que a apertava. —Tem dez minutos. — se afastou da porta, seu vestido azul escuro sussurrava sobre suas pernas, enquanto andava com um passo majestoso pela casa. Chaya entrou, tremendo imediatamente frente das paredes e do mobiliário branco. O lugar parecia uma cova de gelo, de tão branco que era. — Tire seus malditos sapatos. — cuspiu Nadine, fulminando-os com o olhar, enquanto se sentava no sofá branco da sala de estar. Chaya olhou para o xerife antes de deixar sua valise e tirar as botas. Mayes seguiu seu exemplo, mas claramente não gostava disso.
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Andou calmamente pela sala de estar e escolheu a cadeira em frente à Nadine, enquanto tirava um gravador de sua valise e o colocava sobre o seu joelho. Nadine deu uma olhada ao pequeno aparelho. Seus lábios se curvaram com mofa. Chaya o ligou, falando a data e o hora. — Para registro, você é Nadine Mackay Grace, a mãe de Johnny Grace. — declarou, olhando fixamente para Nadine. —Sim, sou. — disse bruscamente. —Senhora Grace, era consciente de que seu filho, Johnathon Ralph Grace, estava envolvido em atividades terroristas? Os olhos do Nadine se estreitaram. —Ele não estava. Johnny não estava comprometido em nada semelhante. —Há provas concludentes de que não só dirigiu o roubo de vários mísseis do governo e chips de direção, como também assassinou o motorista que transportava aqueles mísseis. Contentou e negociou a venda dos mísseis. Deu um tiro e matou Jim Bedsford, seu amante e sócio e tentou matar Crista Jansen. Era consciente dessas atividades, antes ou durante, o tempo em que elas ocorriam? Nadine respirava bruscamente, seus punhos se apertaram sobre seus joelhos, um rubor de fúria cobriu seu rosto. Agora não estava tão bonita como tinha sido quando entraram na casa. —Não tenho por que responder estas perguntas ridículas. —grunhiu. —Pode respondê-las aqui, ou pode respondê-las sobre outras formas mais formais. —disse Chaya à outra mulher— Se quiser pode contatar o seu advogado e poderemos ler os seus direitos e levá-la ao escritório do xerife para interrogá-la. Por que desperdiçar tempo, senhora Grace? —Meu filho não fez nada disso. — replicou Nadine com voz áspera— Esses primos deles, eles fizeram tudo isso e lhe pegaram em uma armadilha. Esses bastardos fizeram parecer que foi ele que fez e assim poderiam matá-lo. Nadine sabia mais. Mentia entre dentes. Chaya voltou a olhá-la silenciosamente, seus olhos sustentaram o olhar da outra mulher durante longos segundos, antes que Nadine tirasse o olhar e precisasse piscar para secar as lágrimas. Embora, sobre o que será que ela mentia? —Senhora Grace, em qualquer momento foi consciente do roubo daqueles mísseis, antes que o seu filho fosse preso? —Não. — tremeu com fúria ao responder a pergunta, mas novamente não pôde sustentar o olhar de Chaya. Voltou-se para o xerife— Ainda não acabou? Chaya nem olhou ao Mayes e seguiu contemplando Nadine até que a outra mulher voltou para olhá-la. —Johnny disse onde escondeu o dinheiro que recebeu do depósito daqueles mísseis? —Não. — como um animal, os lábios do Nadine mostraram os dentes e seus olhos brilharam com malévolo regozijo. —Pra quem ele poderia ter dito? —A ninguém. Ele não o fez. —Diz que os primos Mackay lhe armaram uma armadilha?
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—Isso é exatamente o que aconteceu. — os dentes de Nadine se apertaram. —Por que ele fariam isso, senhora Grace? —Sempre odiaram o Johnny. Ele sempre foi o mais inteligente e sempre fazia o que era correto. Odiavam-no por isso. —James Dawg Mackay era ciente de que Johnny era também o filho biológico do seu pai, seu irmão Chandler Mackay? —Isso é mentira. — Nadine quase gritou a palavra. O ódio ardia claro e brilhante em seus olhos. Chaya a olhou com cuidado agora. —Senhora Grace, temos uma declaração gravada de seu filho se gabando desses feitos. Admitindo ser filho de Chandler Mackay, seu falecido irmão. As provas de DNA do sangue tirado após a morte e comparadas com James Mackay demonstram que esse feito é verdadeiro. Declara, para registro, que seu filho não foi concebido em uma relação incestuosa entre você e seu falecido irmão, Chandler Mackay? Essa era a parte que Chaya odiava. A parte que ela tinha discutido e brigado com Cranston durante dias antes de ir para Somerset. Nadine ficou em silêncio. Exalou um cansado e profundo suspiro. —Agora eu quero chamar ao meu advogado. — declarou. Chaya parou a gravação e voltou a colocá-la em sua valise antes de ficar em pé. O xerife Mayes seguiu seu exemplo, a expressão dura como pedra, lançou um olhar a Nadine Grace e outro a Chaya. —Faça-o, senhora Grace. —disse Chaya brandamente— E quando fizer, possivelmente ele deveria lhe falar sobre as conseqüências de mentir sob juramento. Porque a próxima vez que lhe perguntarmos será sob juramento. —Não haverá uma próxima vez. — cuspiu Nadine atrás dela. Chaya sorriu e caminhou para a porta principal, onde colocou as botas antes de se endireitar e olhar fixamente à outra mulher. —Haverá uma próxima vez, senhora Grace. Em seu lugar, eu me colocaria em contato com esse advogado, porque vai precisar dele. Não deu tempo à outra mulher de protestar, saiu da casa e foi para o carro do xerife. Natches ainda estava sentado do outro lado da rua, contemplando-a. Tinha uma expressão dura, mas pensativa quando ela e o xerife entraram no carro. —Quer me dizer que diabos aconteceu ali? —perguntou cuidadosamente o xerife Mayes porém com frieza— Não importa o que ele tenha feito, agente Dane, ela ainda é sua mãe. E não mostrou nenhum respeito por isso. Não, não tinha feito, e isso não era dela, mas sabia das suspeitas de Timothy e sabia das provas que ele acumulou até agora. Neste ponto, não podia se permitir preocupar-se com respeito. —Às vezes, xerife, temos que fazer coisas que nós não nos orgulhamos de fazer, como me lembrou ontem. — respondeu finalmente, observando, enquanto caminhava atrás pelo meio-fio e adiantava o jipe do Natches— Teve alguma vez que prender a um amigo? O feito de que era seu amigo te impediu de cumprir o que jurou defender?
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Lançou lhe um breve e duro olhar. —Não, não o fez. —O feito de que ela é a mãe, não pode influenciar o meu julgamento, e há uma enorme diferença entre ela e Clayton Winston, —lhe informou— Johnny Grace matou um soldado inocente, roubou aqueles mísseis e seus chips de controle e negociou um preço bastante alto por eles. O dinheiro sumiu, falta também a informação pertinente quanto ao acordo feito. Ele tinha outro sócio. Nadine Grace mentia por seu filho, Clayton Winston não. E quero saber sobre o que ela mentia. —E pensa que sua mãe o ajudou? —Ele claramente não pensava assim, nem tão pouco ela. —O que penso não importa. Tenho um tipo específico de perguntas para cada pessoa que entrevisto. Essas gravações serão transferidas para o DSN, onde serão revisadas pelos peritos que tomarão as devidas decisões quanto a quem será interrogado formalmente. O DSN não deixará passar nada. O xerife Mayes não era estúpido. Ele também não deixaria passar nada tampouco, mas claramente não ia falar mais nada. —Então, quem é o seguinte na sua pequena lista? —perguntou finalmente. —Wenden Frakes. — respondeu ela. —Merda. — exalou— O tio de Johnny. —O meio-irmão de Ralph Grace. — concordou com a cabeça. —Exatamente o que eu precisava. — grunhiu enquanto dava outra volta e pegava a interestadual— Um Wenden Frakes de saco cheio, Isto irá completará o meu dia. Wenden Frakes não estava de saco cheio. E não terminou de saco cheio. Alimentava o gado quando eles chegaram e concordou em falar com eles depois de um cauteloso silêncio. Suas respostas foram ditas com cautela e sua expressão estava desagradável, mas não lhes deu nenhum problema. Não gostava daquele pequeno bastardo do Johnny, declarou. Todos sabiam que era filho de Chandler Mackay, porque todos sabiam que Nadine Grace fazia sujeiras com seus irmãos. Não só um irmão declarou, mas também com o outro, com Dayle Mackay. Quando saíram da granja de Frakes, o xerife deu um áspero suspiro. —Vamos ao porto dos Mackay, não é? Chaya quase se sentiu doente por dentro. —Não tenho opção, xerife. O xerife Mayes sacudiu a cabeça. —Realmente espero que saiba o que está fazendo. Ela não sabia. Só tinha a inteligência, as perguntas e um vago sentimento de inquietação, que lentamente a dominava. Timothy tinha planejado o interrogatório de cada pessoa e a ordem das entrevistas. Ele sabia de algo, pressionava a alguém, só que ela não conseguia descobrir a quem. Embora ele soubesse que se preocuparia cada vez mais. E pelo olhar que Natches lhe estava dirigindo quando passaram por ele, ele se zangava cada vez mais a cada visita que haviam feito hoje.
Quando o xerife chegou ao porto Mackay, Chaya soltou um suspiro, que restaurou o seu controle. Natches também adivinhou para onde eles se dirigiam, porque Rowdy Mackay estava na
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frente do escritório do porto esportivo com sua esposa de pé ao seu lado. Viram quando ela e o xerife saíram do carro e como Natches entrou com o jipe no estacionamento ao lado deles. Chaya parou. Não tinha nenhuma intenção de brigar com ele por isso. —O que fez, Chaya? —sua voz era mais dura agora, suspicaz. —Meu trabalho. — dando a volta, tentou afastar a dor do peito quando viu a suspeita em seus olhos— São só perguntas, Natches. Isso é tudo. Juro-o. —Por quê? —Elucidações. Comprovando o que o DSN já sabe. Timothy não tem Ray Mackay como suspeito, posso lhe garantir. Não sei de nada. Tudo o que eu tenho são as perguntas. Isso é tudo. —E quem ele aponta? —Sua voz adquiriu um tom gélido. Ela sacudiu sua cabeça, consciente do xerife que os olhava com interesse. —Não sei. Tudo o que tenho são as perguntas. Isso é tudo. Ele não disse nada durante um longo momento. Cruzou os braços sobre o peito quando deu uma olhada para o porto esportivo, então voltou para ela. —Só pergunta? Ou acusações? —Perguntas, Natches. E as perguntas não têm a menor acusação. Olhou para o escritório do porto esportivo outra vez, e ela seguiu seu olhar. Ray Mackay saiu, seu grande e poderoso corpo, seu olhar penetrante e uma expressão confiante. Tudo igual ao que recordava do ano anterior. Este era o homem que virtualmente tinha criado Natches, o homem que tinha lhe protegido do que, obviamente, tinha sido sua infância infernal. —É um bom homem. — disse brandamente, virando para o homem que a olhava zangado — Nunca lhe faria isso. E não deixaria Cranston fazê-lo tampouco, não sem te avisar primeiro. Não sem antes lutar contra ele sem descanso. Ele finalmente concordou com a cabeça, descruzando os braços antes que seus dedos se curvassem ao redor do braço de Chaya e caminhasse com ela para o porto esportivo. —Seus palermas. — quando lhe alcançaram, Ray sacudiu sua cabeça antes de sorrir para Chaya— Nadine chamou a cidade inteira, cuspindo veneno. Calculei que estaria aqui a qualquer momento. —Olá, senhor Mackay. — estendeu a mão saudando, contente quando ele a tomou em um aperto firme— Só tenho algumas perguntas a fazer, se me permite. Sozinhos, por favor. —Não há nenhuma puta possibilidade. — objetou Rowdy. —Filho, não preciso que proteja as minhas costas. — Ray fulminou seu filho com um olhar paternal de reprovação— Se acalme e faz companhia ao Natches e ao xerife. Eu e a senhorita Dane teremos um pequeno bate-papo no escritório. —Maldição, papai... —E não blasfeme na frente das mulheres. Eduquei-o melhor do que isto. —Ray o fulminou com o olhar outra vez, antes de se voltar para Chaya e a convidou a ir ao escritório do porto esportivo— Entre, agente Dane. Estes rapazes podem ficar de pé aqui fora no sol, soltando um pouco de vapor, enquanto falamos. É melhor para eles.
Gostava dele. Tinha gostado desde o ano anterior, nas poucas vezes que o tinha visto. Era
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protetor com seu filho e seus sobrinhos. Tinha-os protegido tanto quanto pôde quando eram meninos, e seguiu fazendo mesmo depois de crescerem. Ray Mackay, para todos os efeitos, não tinha só um filho, tinha três. —Volto em seguida. — abriu a porta do escritório, enquanto sua esposa ficava ali, preocupada— Maria acaba de fazer café. Quer um? —Não, obrigada. — se sentiu como um lixo enquanto se sentava na cadeira que ele lhe ofereceu e esperou, enquanto fechava a porta e se sentava atrás de sua mesa. Então a olhou fixamente com seus olhos azuis muito perspicazes e uma expressão afetada. —É certo que está trazendo problemas aos meus filhos. —suspirou— Ouvi que Dawg e Natches quase se ataram a tapas ontem na cafeteria. E Natches está pronto para que o prendam agora mesmo. Chaya concordou com a cabeça. —Sei. Não pude evitar. Ray Mackay era o que Chaya sempre pensou que deveria ser um pai. Aos seus cinqüenta e nove anos, era esbelto, seu cabelo negro e prata e pele curtida. E tinha classe. Tinha um rosto amável, que a fez sentir-se pior. Estava insegura quando pegou o gravador em sua valise. —Tenho que gravar isto. — disse. Ele concordou com a cabeça concordando. Ligou a máquina, falando data e hora, e ergueu a vista para ele. —Seu nome é Raymond Douglas Mackay. Era o tio de Johnny Grace. Irmão de sua mãe, assim como também de Chandler Mackay. —Sim sou. — concordou com a cabeça. Ela respirou profundamente. —Em qualquer momento foi ciente das atividades ilegais de Johnny Grace, aqui em Somerset ou fora da cidade? —olhou seus olhos, ele os afastou, não se moveu. —Não, senhora, não sabia que Johnny era capaz de tais atividades. Ela concordou com a cabeça a isso. —Senhor Mackay, como declarou Johnny Grace, ele é meio-irmão de seu primo James Mackay. Um produto da relação incestuosa entre sua mãe e seu irmão Chandler Mackay. Sabia disso? —Suspeitei disso uma ou duas vezes. —disse brandamente— Não tinha conhecimento do que acontecia com meus irmãos e minha irmã, depois que eu deixei a casa da minha mãe, agente Dane. Vivia a minha vida, e me mantinha afastado da deles. Ela concordou com a cabeça outra vez. —Sua mãe seria capaz de o ajudar nas atividades ilegais? —perguntou-lhe. —Sua mãe teria ajudado ao próprio diabo, se isso significasse destruir Dawg. Se isso significasse a destruição de qualquer um desses rapazes que estão lá fora. Ela os odiava. Inclusive muito mais do que odiava aos pais de Dawg e Natches. —Ela também transava com o seu irmão Dayle Mackay? Ele teria ajudado a ela ou a seu filho naquelas atividades?
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Ray a olhou silenciosamente por um longo momento. —Eu gostaria de dizer que não. —disse finalmente. —Mas? —Mas aprendi com o Johnny que nada é impossível. Francamente, não saberia, agente Dane. Dayle, é ex-marinhe, sempre me pareceu extremamente patriótico. Ele prega sobre isso, argumenta politicamente e vota em cada eleição. Odeia aos estrangeiros, e meu primeiro pensamento seria que nunca trairia a seu país. Mas depois de Johnny... —sacudiu sua cabeça— O que eu sei realmente? —Há um milhão de dólares efetivamente perdidos e conexões que Johnny ou Jim Bedsford não poderiam ter, eles ajudaram na venda daqueles mísseis, senhor Mackay. Quem podia tê-los ajudado? Ray acariciou seu rosto enquanto pensava, mas finalmente sacudiu a cabeça. —Simplesmente não sei. Esse tipo de coisa não acontece por aqui, agente Dane. Somerset é uma cidadezinha tranqüila, e toda essa agitação... —moveu sua cabeça — quando aconteceu assustou a muita gente. Diabos, assustou até a mim. —Wenden Frakes, o meio-irmão de Ralph Grace, diz que Johnny passou muito tempo no lago durante o verão passado. Ele usou algum dos barcos de seu porto esportivo, senhor Mackay? —Nenhum dos meus. —agitou sua cabeça firmemente— Não permiti que alugassem ao Johnny Grace nenhum dos meus barcos sem um motivo. Tinha tendência a destruí-los. Esses barcos são difíceis de substituir. Além disso, Dayle tinha um barco, que não deixava ninguém entrar, um pouco mais acima no lago. Johnny o usou algumas vezes, acredito. Concordou com a cabeça outra vez e desligou ao gravador. Já tinha tudo o que queria por aqui. —Obrigada, senhor Mackay. —disse enquanto ele a olhava surpreso— Sei que as perguntas não foram agradáveis e peço desculpas por isso. Não foram perguntas que eu mesma escolhi, quero que saiba. Ray reclinou-se para trás em sua cadeira e a olhou com o cenho franzido, como um homem que apenas com um olhar, parece conhecer uma pessoa a fundo e, que às vezes, conhecia-os muito bem. —Dawg diz que você é fria. — declarou então, surpreendendo-a — Que está usando Natches para obter algo, que está procurando por aqui para a DSN. É verdade? Chaya guardou o gravador em sua valise antes de levantar seus olhos para Ray. Sustentou o seu olhar, como ele tinha permitido que ela sustentasse o seu. —Natches é meu ponto fraco, senhor Mackay. —confessou finalmente— E algumas vezes ele não aceita um não como resposta. —Isso não responde a minha pergunta. — disse com voz suave enquanto lhe devolvia o sorriso— Está usando a meu sobrinho, agente Dane? —Não, senhor Mackay. Tento proteger ao seu sobrinho. Ante isto, ele concordou com a cabeça devagar.
—Acredito em você. Agora penso que tem algumas pontes para reparar lá fora. Rowdy está fervendo por dentro. Não se zanga com facilidade, mas está perto de fazê-lo. Dawg está preparado
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para brigar. E Natches se colocará entre você e eles, mas lamentaria ver isso acontecer. Dê um jeito nisso, se não se importar. —E como supõe que eu devo fazê-lo? —Sendo honesta, senhorita Dane. Tão honesta como pode ser. Esses três rapazes não são marionetes de ninguém, não importa o que seu companheiro Cranston pense. E depois de hoje, vão te colocar obstáculos a menos que seja o suficiente esperta para lidar com eles. —E se isso for ameaçar a Natches? —perguntou em voz baixa. —Então agora é o momento de o advertir. — se levantou do seu assento e a olhou com aquele olhar paternal que exigia resposta. A resposta correta — Deixe-o a ajudar, senhorita Dane. Assombrar-se-ia de quão amigável ele pode ser. E tinha razão. Não podia dizer a verdade a eles, porque nem ela mesma sabia a verdade completamente. Mas poderia dizer o suficiente para conseguir que cedessem. Porque tinham que lhe dar, só mais um pouquinho de tempo. Ele observou o identificador de chamadas do telefone antes de responder, apertando a mandíbula com cólera. —Sim? —Estiveram aqui. — a voz de Nadine tremia de fúria— Temos que fazer alguma coisa já. Seus lábios se estreitaram. — Se acalme. Agora não é a hora de fazer nada, menina. Sentamos e deixamo-los fazerem suas perguntas. Não podem nos causar mal. —Ela sabe de algo. — sibilou Nadine— Eu posso jurar. Conseguirá o que procura, Se encontrar algo, nos fritará. —Se não se acalmar, você nos fritará. Você não sabe de nada, lembre-se. Johnny era um bom rapaz e você foi sua mãe. E ponto final. —Gravaram Johnny gabando-se de ser filho do Chandler. E fizeram provas de DNA. Esse bastardo do Dawg deu seu sangue para eles poderem comparar. Sabem que isso é verdade. Se continuarem procurando, encontrarão a conexão. Agora essa parte da informação era inquietante. Não tinha contado com isso. Tinha conseguido guardar essa informação sepultada durante muitos anos, não gostava que soubessem agora. Não estava contando que Johnny fosse se gabar. Como se fosse algo para sentir orgulho. —A conexão está escondida, menina. Tome uma de suas pílulas e se acalme. Tão logo eu possa estarei aí e falaremos. Esclareceremos. Até então se lembre de que não podem conseguir nada, a menos que você o diga. —Faça alguma coisa. —sussurrou ela— Tem que fazer algo antes que perguntem a mais alguém. Já entrevistaram o Wenden e o Ray. Se seguem procurando, poderão desenterrar algo mais. Se Johnny tinha revelado a verdade sobre Chandler, só Deus sabe o que mais tinha dito. Fez uma careta ao pensar. Diabos, teria jurado que Johnny era mais maduro do que isso. Lamentou ter-se equivocado.
—Estarei aí tão logo eu possa. —lhe prometeu outra vez— Se voltarem outra vez, não abra
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a porta. Finge que não está em casa. Comprovarei as coisas e saberei de algo quando chegar aí. Ele ouviu sua respiração, ouviu o pequeno suspiro de alívio. —Ficará a noite toda desta vez? —perguntou ela então com um pequeno suspiro de esperança que trouxe um sorriso a seus lábios. —Tentarei ficar. Chamarei-te quando sair. Prometa-me que ficará tranqüila, menina. —Prometo. Até que você chegue aqui. —Até que eu chegue. Pendurou o telefone, batendo com um dedo contra ele pensativamente e começou a fazer os planos. Seria antes do que gostaria, mas já era hora de começar a fazer a limpeza. Capítulo 10 Natches a pegou quando ela saiu do escritório do porto esportivo. Seus dedos a agarraram rodeando seu braço e antes que pudesse fazer algo mais que respirar um protesto, começou a arrastá-la para o Nauti Dreams. Não tinha nem idéia do que diabos estava acontecendo, mas estava decidida a descobrir. Enquanto interrogava o resto da maldita população, não via problemas por parte dele, mas quando começou a interrogar a sua família, esperava respostas. E quando começou a lidar com a serpente de Nadine, sem dúvida nenhuma esperava que essas respostas estivessem próximas. —Eu não gosto de ser arrastada como se fosse uma menina, Natches. — disse enquanto a empurrava para a deck do barco e abria a porta. Empurrou-a ao interior da casa flutuante, fechando de um golpe a porta corrediça atrás dele, foi para a cozinha atrás de uma cerveja. Além de toda essa merda, hoje viu uma nova faceta de Chaya. Pela primeira vez, esta manhã, tinha visto a pessoa. Olhos de aço, conduta fria, sem retroceder. E em vez de ficar sem vontade como deveria ser, ele ficou duro. Porque conhecia a mulher que havia debaixo, líquido quente e ardendo só por ele. Dawg a chamou de simplória e quis esmurrar a cara do seu primo, pelo comentário pesando na metamorfose que de certa forma ocorreu nela. A agente, com os cabelos preso em um rabo-de-cavalo, os olhos frios e duros e com expressão vazia, passava despercebida para a maioria das pessoas. Nada simplória, mas facilmente despercebida por alguma razão. Natches, entretanto, sempre tinha visto a mulher debaixo dessa aparência, porque conhecia todas as suas expressões, e as muitas das suas variações de ânimo, e sabia que nada a respeito dela era simples. Era complexa, complicada e algumas vezes muito brusca para o agradar. E era hábil em se esconder. Escondia-se de si mesma e dos seus segredos. Voltou-se para ela, bebendo metade da garrafa de cerveja que tirou da geladeira, permaneceu silencioso enquanto a observava.
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Vestida com jeans, porque sabia que a deixava mais confortável e um leve suéter debaixo de uma escura jaqueta esporte. E botas. Aquelas botas que faziam com que suas pernas ficassem mais longas e mais sexy. O suéter cinza colocava brilho ao dourado dos seus olhos, e suavizava suas feições. E quando ela cruzou os braços sobre os seios e lhe devolveu o olhar, seu membro pulsou de antecipação. —Os Mackay devem manter o bedelho afastado disso. — cuspiu— Você e Dawg nos seguindo por toda a cidade o dia todo, depois fica aparecendo por aqui… De todo o jeito, que merda pensava que eu ia fazer? Pelo amor de Deus, Natches, você soube como transformar essa investigação num espetáculo. Há muitas perguntas e assuntos pendentes a solucionar, considerando que ainda há um milhão de dólares desaparecidos e possíveis cúmplices, há ainda muitos feitos a concluir. Você não deixaria passar um caso desses. Ele não disse nada. Acabou a cerveja, jogou-a no lixo e entrecerrou seus olhos sobre ela outra vez. E isso a enfurecia. Ele podia ver a fúria crescendo em seus olhos. A expressão distante que ele chamava “cara de nada” começou a desvanecer-se. Um ligeiro rubor tingia suas bochechas, seus lábios perderam a pequena, fina e fria linha e a curva inferior ficou quase exuberante, definitivamente sensual. Aqui estava a sua Chaya, a sua mulher. —Timothy está jogando um joguinho muito bem planejado. – disse a seguir— Posso sentir em cada movimento que faz e sei que você também. Mandou que eu não te acompanhasse aos interrogatórios? Perguntou o porquê? —Provavelmente é porque ele é, malditamente, curioso e não sabe a hora de parar. —resmungou. Quase sorriu pela acusação. —Porque sabe que você se mete nos meus assuntos. — informou— Sempre que for fazer algo por aqui, se mete onde não a quero, até que não tenha escolha. — Isto não aconteceu com Ray Mackay, Natches. — falou outra vez, e ele viu a verdade nela, sentiu-a— Vai subir pelas paredes quando eu for interrogar o Dawg? O Rowdy? E a Crista Mackay? Vão se fazer filas dos primos Mackay contra mim? Parou e voltou a olhá-la. Era isso o que ela realmente pensava? Que ficaria ao lado dos seus primos ou de qualquer outro contra ela? Merda! Tinha arriscado seu maldito pescoço por ela no Iraque, não uma vez, mais duas. Ela achava que agora ele faria menos por ela? —Tenho um trabalho a fazer, Natches. Não tenho a opção que você teve no ano passado, de dizer a Timothy Cranston que se fodesse. E para ser honesta, desta vez, não quero essa opção. Quero saber que merda estava passando pela sua cabeça, quando pensou que poderia sair assinando ao garoto que dirigia o veículo de transporte. Quero saber como Johnny Grace escapou quase matando a mulher de Dawg. E quero saber por que, a merda dessa cidadezinha é de repente uma colméia de atividade terrorista.
Suas sobrancelhas se arquearam frente a essa declaração. Reconhecia que no último ano, ele e Dawg estavam concentrados em suas vidas. Haviam de algum jeito perdido algo que estava
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diante do próprio nariz e não tinham visto? —Não vi muitos terroristas esta semana, Chay. —disse finalmente inclinando a cabeça e observando-a com curiosidade— Há algo que eu deva saber? Ela respirou lentamente. — No ano passado teve quase uma dúzia de terroristas perto ou ao redor de Somerset. O Sueco que pagou o sinal por aqueles mísseis não era nenhum turista feliz depois de ser preso, e tem amigos. Amigos que provavelmente estão sentados aqui mesmo, simplesmente, esperando a hora certa para mandar recuperar esse dinheiro. Um milhão de dólares é muito dinheiro, Natches, inclusive para a economia de hoje em dia. Sua sobrancelha se arquearam. —Essa foi uma de suas desculpas mais fracas. — disse— Tente outra. Chaya devolveu o olhar, reconhecendo sua voz lenta, pausada, arrastando todas as palavras quando as passaram por seus lábios. Não era o que ele disse, mas como ele disse. Foi o perigoso tom de suspeita após o tom descuidado, a advertência de que não estava engolindo o que estava tentando lhe vender. Tinha advertido a Timothy de que ele não o faria. Sem se importar com a verdade disso, Natches sabia que havia algo mais. De algum jeito, a lista dos nomes que ela tinha entrevistado hoje, nesse pequeno grupo, fazia Natches suspeitar e não era simplesmente por seu interrogatório a Ray Mackay. —Alguém em Somerset estava ajudando ao Johnny. —disse— Alguém que tinha mais contatos do que Jim Bedsford poderia ter obtido. Bedsford era o laranja Natches, nada mais. Alguém mais estava por trás disso mexendo os fios. Ele se apoiou contra a bancada, cruzou os braços sobre o peito e voltou a olhá-la, com seus olhos aterrorizantes e observadores. Algumas vezes, juraria que ele podia ver claramente através da sua alma, com esses escuros olhos verdes. —Que provas tem? —Os contatos do Bedsford não teriam como reunir a ele e ao seus no ano passado para tratar sobre os mísseis. Esse grupo não negociava com ladrões de pouco poder. Eles são muito bem preparados para isso, não importa o quanto seja impressionante a mercadoria. Alguém mais organizou o encontro, alguém de Somerset. Alguém a quem Timothy estava vigiando há anos. Isso é tudo o que eu sei. —E o caso do Iraque? —perguntou-lhe então— Em que Craig estava envolvido? Está relacionado? O traslado ilegal de armas e informação para terroristas, e o ataque não aprovado ao hotel, a explosão que tinha matado a sua filha. Ela se sobressaltou ante a pergunta e conteve os aspectos mais pessoais entre ela e Natches agora. Havia coisas das quais tinha que se ocupar, mas mais tarde. Agora mesmo, tinha que tratar disso, e ela o aborrecia. —Está relacionado. —disse — Também está relacionado com vários roubos que nós desconhecemos, e que aconteceram muito perto de Somerset. Esses roubos vão além do Iraque e os fios suspeitos voltam-se para Somerset.
—Então, para que está aqui? Para vingar a Beth? — negou com a cabeça, cansadamente, enquanto passava os dedos através de seu cabelo e voltou a olhá-lo. Ele podia ver as lembranças
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em seus olhos, também. A perda. A dor. —Estou aqui para fazer as perguntas corretas e ver se posso forçá-los a dar algum passo. Timothy tem os outros agentes observando pessoas que possam ter interesse. — elevou sua mão quando ele começou a falar— Não tenho nem idéia de quem estão vigiando. Estou aqui para fazer perguntas, eles estão aqui para ver quem se move depois dessas perguntas. Isto não tem nada a ver com Beth, Natches. Isto é para detê-los. —Isso quer dizer que ele colocou o seu traseiro na linha de fogo e agora está esperando para pegar o primeiro que der os tiros? —cuspiu— Esse filho da puta, Chay, está te usando. Usa a sua filha e a sua dor e está te usando. Não gostava de pensar dessa maneira, mas abaixou a cabeça concordando, porque sempre havia essa possibilidade. Timothy era perfeitamente capaz disso. —Ele espera pegar quem quer que esteja vigiando através das perguntas que me manda fazer. Passou anos investigando isto, Natches. Ele não vai parar agora. —suspirou. —E acredita que ele espera que eu não me envolva? —lançou-lhe um olhar de incredulidade, enquanto caminhava até o outro extremo do quarto e se voltava para confrontá-la, com as mãos nos quadris, e a expressão ameaçadora. —Recebi instruções para mantê-lo afastado tanto quanto fosse possível. Ele sabia que você não ia querer ficar longe de mim, mas esperava que eu te mantivesse afastado de todo o resto. —Eu pensava que você fosse mais inteligente que tudo isso. Merda, pensava que o Timothy fosse. — grunhiu— Acredita nessa merda, Chaya? —Não. Mas de qualquer modo estou pedindo que você o faça. — disse. Não queria que se envolvesse nisso. Queria-o tão longe dos planos de Timothy Cranston como fosse possível. Ela sabia como Timothy trabalhava. Mentia, conspirava e manipulava todo mundo para conseguir o que queria, da forma que queria. Não queria Natches metido nas tramas que Timothy tinha criado— Tudo o que tenho é fazer são perguntas. —repetiu— O perigo é limitado, Natches e ele vigia todos que lhe causem suspeitas. —Suspeita de alguém que sabe que eu te protegerei, ou não teria te mandado. — bufou— Essa pessoa, admito tem-me confundido muito. Porque Timothy também me conhece, e sabe que há poucas pessoas às quais eu protejo. —Ninguém a quem você protegeria pode estar envolto. —discutiu— Rowdy, Dawg, Ray, ou suas esposas? Pelo amor de Deus, tenho ciência de que não estão sob suspeita. Acredita que não faço meu fodido dever de casa? Acredita que deixaria tentar crucificar a alguém que acredito ser inocente? —Timothy não tentaria crucificar a alguém que é inocente. —Natches negou com a cabeça enquanto cravava os olhos nela através da sala, via-se perigoso, muito controlado, muito desconfiado. —Timothy é um monte de coisas, —continuou— mas não faz caça as bruxas. Quem quer que ele suspeite, pode apostar que é culpado, só precisa de provas. E sacrificará qualquer um por essa prova, Chaya. Inclusive você.
Já a tinha sacrificado e Chaya sabia. Ele não suspeitava de Natches, ele não daria um duro por ela se seu primos se voltassem contra ele. E parece que isso era exatamente o que estava
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ocorrendo. E possivelmente Natches não o apoiaria. Estava zangado, sabia. Desconfiado. Deu-lhe as costas e caminhou para as portas corrediças, olhando através delas para as desertas casas flutuantes. Acabou o verão. Havia poucos moradores durante o ano todo. E ela não os culpava. A água estava miseravelmente fria. —Dawg, Rowdy e Ray não estão sob suspeita. Nem Crista. Timothy me deu sua palavra. — disse suavemente — Segundo ele, não o quer ver envolvido nisso porque você chama muito a atenção e é muito temperamental no que diz respeito aos Mackay. As perguntas que ele me deu envolvem a família, as conexões entre Chandler Mackay, Nadine e Johnny Grace. Gravo as respostas e envio as gravações por meio do FTP5. Não sabia o que Timothy andava procurando, e começava a se perguntar se realmente tinha importância. Timothy sabia atrás de quem andava. As perguntas tinham começado a mudar, tomando uma nova direção, conduzindo-a diretamente ao coração de muitos segredos familiares. Neste ponto, ele simplesmente tinha entre os dedos um joguinho muito delicado elaborado para apanhar a sua presa mais escorregadia. —Quero ver os nomes e as perguntas antes que você saia todas as manhãs. —Deu meia volta. —Tenho ordens diretas de que você não veja nada. — e ela seguia as ordens. A agência tinha sido sua vida nos últimos cinco anos. Tinha mantido sua sanidade quando nada mais tinha conseguido. Ele sorriu. Chaya sentiu como seu estômago se contraiu quando ele se moveu para trás no quarto. As roupas não escondiam a mudança ou o poder do músculo espreitando debaixo delas, nem escondia a pura arrogância do animal masculino que enfrentava agora. —Disse que verei os nomes e as perguntas antes que saia da minha cama a cada manhã. — grunhiu com os olhos escurecendo com expressão desaprovadora, e pela primeira vez em dez anos, Chaya enfrentou uma força que faziam com que seus cabelos ficassem em pé. —Ou o que? —OH, Chay, carinho. — falou docemente— Não queremos tratar disso agora, não é verdade? Vamos nos levantar nessa minha cama grande, de bom humor e bem quentinhos a cada manhã, e vamos sair para fazer isso juntos. Porque, se não sairmos juntos, vamos brigar, gritar e nos enfrentar. Vamos perder as estribeiras. E se isso acontecer, poderiam acontecer muitas coisas desagradáveis. Poderia te seguir em todos esses lugares onde está interrogando as pessoas. Poderia complicar bastante as coisas. Ela deu-lhe um olhar confuso. —Por quê? Juro que a sua família não está envolta nisso. —Algo mais importante do que a minha família está envolvido. —disse. —O que? —disse elevando as mãos com incredulidade e assombro de que Natches tivesse algo mais importante que a própria família. Percebeu isso desde que chegou a Somerset, simplesmente morreria por eles, mataria por eles— O que poderia ser mais importante para você do que seus primos ou seu tio?
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—Você. Piscou, e juraria que sentiu que o ar ao redor deles espessar-se, deter-se, fazer-se mais denso pela tensão. —Não quis dizer isso. — negou com a cabeça lentamente. Tinha que estar mentindo. Ele amava a sua família, era-lhes leal, o suficientemente leal para mentir para ela. Isso quebrou o seu coração, mas aceitou. Não tinha outra escolha. —Não tem por que mentir para mim. —sussurrou, rodeando-o enquanto passava a palma da mão na fronte tirando o suor que ali se formava — Sei que tem prioridades. —Me alegro que saiba. E acho que sabe, Chay, que não minto para ninguém. Desperdiça muito o meu maldito tempo. Ela continuou com as mãos no alto, enquanto continuava lhe dando as costas. Não conseguia lidar com isso. Se ele precisava tanto assim disso a ponto de lhe mentir, então tudo bem. Ele teria. Isso não era importante o bastante para avisar ao Timothy, e sabia que de todo jeito Natches ia fazer o que lhe desse na telha. —Pode ver a lista e as perguntas. —sussurrou, recolhendo sua valise antes de girar-se para confrontá-lo — Encontraremos-nos no hotel pela manhã. Uma risada brusca saiu de sua garganta. —Besteira. Você não vai embora. Não outra vez, Chaya. Amarrarei-te a maldita cama à noite. —E eu não vou ficar aqui e permitir que você minta para mim para proteger a sua família. —algo estava se formando em seu interior, brilhando como uma nuvem vermelha de sangue em seus olhos, enquanto via os olhos dele irem da sombra para a luz, enquanto via o verde musgo mudar para o verde brilhante, como um bosque durante a primavera. —Acredita mesmo nisso que estou mentindo pra você. — olhou-a furiosamente— Neném, não tenho que mentir para conseguir essa lista, essas perguntas ou qualquer outra coisa que eu precise de você. Tudo o que tenho que fazer é a colocar embaixo de mim. E então algo rompeu em sua cabeça. Chaya se sentiu a beira de um ataque de nervos. Não tinham usado camisinha ontem à noite ou na noite anterior. Ficaram desprotegidos, seu sêmen saindo em jatos dentro dela, fazendo com que ela tivesse outra onda de liberação, enquanto que uma parte de sua mente sussurrou a advertência. Em todas às vezes, e suas emoções estavam em tal desordem que ela ignorou as implicações. Não estava protegida. —Não sem a camisinha que não quis usar. — levantou a cabeça com olhar claro, mas o medo surgiu através dela— E não sem a verdade entre nós. —Que merda quer dizer com isso? —A verdade? É um conceito medianamente fácil... —Quero dizer a camisinha. — sua mão cortou o ar— Estou limpo, Chay, e sabe tão bem quanto eu. Pude ter arriscado um pouco ao longo de minha vida, mas sempre me protegi.
—Isto não é sobre DST4. —cuspiu— Eu não estou protegida, Natches. Deixei o calendário de
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injeções da agência no ano passado, quando pensava que ia renunciar e ainda não tive tempo de voltar a iniciar novamente. Precisa usar camisinhas. Não posso acreditar que não usou nenhuma na noite passada. Natches voltou-se para olhá-la. Dos olhos ao seu estômago. Retornando a seus olhos e a seu estômago outra vez, enquanto respirava com dificuldades. Não estava protegida? Ele tinha ejaculado dentro dela mais de uma vez com seu sêmen na noite anterior, bombeando em seu interior, gritando seu nome, sentindo-a tão suave e quente, sentindo como o ordenhava. Usar uma camisinha agora? A primeira vez que a tinha tomado, não tinha havido nada entre eles tampouco, e lembrou daquela última missão, perguntando-se pelo cuidado da agência que ela tinha usado. Desejando que ela não tivesse feito. Desejando poder enchê-la com seu bebê, lhe devolver tudo o que ela tinha perdido. Piscou então, sentindo o suor que se reunia em suas costas e o sentimento de fome que repentinamente rugiu através do seu corpo. Teria qualificado esses pensamentos como loucos anos antes. A dor profunda dela o tinha marcado de uma maneira que não esperava e para a qual não estava preparado, havia dito a si mesmo. Mas agora isso não era dor. Cravou os olhos em sua barriga, vendo-a crescer com seu filho, e a fome por ela aumentou. —Está bem? —Seus olhos se estreitaram sobre ele quando levantou os olhos bruscamente ao redor dela— Agora não há risco, Natches, mas não será durante muito tempo. Consegue as camisinhas. E pára de mentir para mim. Chegaremos muito mais longe dessa maneira. —Não. —disse movendo lentamente a cabeça, apenas capaz de acreditar que a palavra escapou de seus lábios. Sua garganta estava intumescida, apertada e tensa por tantas emoções que não sabia como racionalizar. —Por quê? — apertou mortalmente sua valise e sua alma se contraiu. Merda, nem ele sabia o controle que ela tinha sobre ele até agora— É tão malditamente duro dizer a verdade? —Dizer a verdade é fácil. —teve que lutar contra si mesmo para conter-se, para não agarrá-la, para não devorá-la— Quis dizer, nada de camisinhas. Chaya permaneceu em silêncio. Inclusive seus pensamentos pareceram em choque, enquanto voltava a olhar a Natches. Não podia ter dito isso. Não podia simplesmente ter dito isso. —Já vi tudo. — umedeceu os lábios. Tinha mudado de opinião tão rápido? Estava deixando escapar algo importante nessa conversa? — Se não quer se deitar comigo, posso entender que... —Quero te jogar no chão e lamber cada centímetro do seu corpo. Quero te colocar em cima de mim e ver como me monta. Quero-te foder de tantas maneiras e tantas vezes, que nenhum de nós possa encontrar a energia suficiente para engatinhar pelo chão e muito menos deixar a cama. OH, carinho, te querer é como uma doença, e jamais vai se curar. —OH —seu coração corria a toda velocidade. Cada palavra que saía de sua boca sensibilizava sua pele, inchava seus clitóris— Então, como assim nada de camisinhas? Então se aproximou dela. Lentamente. Sua expressão era mais selvagem do que podia recordar, seus olhos brilhantes, seus cílios caindo sobre eles. O via escuro. Perigoso. E algo em seu olhar a aterrorizou.
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—Quero dizer que se não quiser um filho meu, é melhor mover o seu traseiro a uma clínica e se encarregar do controle de natalidade você mesma. — pôs sua mão no estômago dela, enquanto Chaya o olhava em um estado de choque intenso, tão entristecedor, que se perguntou como ainda podia permanecer em pé— Porque te asseguro que tenho os mais rápidos e ardilosos soldadinhos do estado de Kentucky. A menor oportunidade amor, e estará grávida. — sua expressão, seus olhos se contraíram com possessividade. Com possessividade e luxúria— E eu posso garantir que haverá um montão de oportunidades. Chaya cambaleou. Podia sentir o sangue subir ao rosto, ao mesmo tempo em que seus ouvidos começaram a zunir. Podia sentir a mão de Natches na sua barriga, seus olhos penetrando em sua alma, como se com apenas seu pensamento pudesse fazê-la conceber. E isso não tinha sentido. Não podia entendê-lo. Não podia estar falando a sério. —Por quê? —forçou as palavras a saírem por entre os seus lábios intumescidos. Por que ele haveria de querer se amarrar a ela assim, dessa maneira? —Ai, Chay. —sussurrou com suavidade, só um pouquinho, justo a quantidade adequada para obrigá-la a manter um soluço em seu peito em vez de dar rédea solta ao grito que parecia ecoar através da sua alma— Carinho. Não sabe que eu daria tudo o que tenho para amarrá-la a mim? E pensar em te dar meu filho, ver esse ventre bonito crescer com meu bebê, faz com que meu membro fique tão duro que é impressionante não arrebentar o zíper do meu jeans. Sentiu cair à valise de seus dedos enquanto o olhava, procurando em seus olhos, indo em busca da mentira. Tinha que ser mentira. Mas mentir não tinha sentido. Conhecia a Natches. Sabia que jamais arriscaria um filho por nada. Era tão miseravelmente protetor com sua família, que inclusive Cranston tinha medo dele. Mataria por eles. Já o tinha feito. —Chay. —suspirou seu nome contra seus lábios, e ela sentiu como enfraquecia. Seus joelhos. Sua alma. Algo dentro dela, algo que precisava de cuidado, para refrear os sonhos, a perda e os anos que tinha fugido, inclusive de si mesma, começou a romper-se — Me Deixe te possuir assim. Só nós. Simplesmente a oportunidade de sonhar juntos. Capítulo 11 Natches podia sentir que tremia internamente, por uma necessidade, uma fome que não podia controlar, que não desejava controlar, e que crescia dentro dele. Chaya. Só seu nome tinha o poder de fraquejar seus joelhos, com força, lhe fazendo querer acreditar em milagres e alcançá-los. O rapaz dentro dele que uma vez gritou na escuridão do bosque, uivando de fúria pela solidão e a dor que se mesclavam em seu corpo, agora uivava com esperança.
Porque Chaya estava aqui. Por um curto espaço de tempo esteve em um deserto estrangeiro, em uma terra hostil, Natches conheceu a paz. Uma noite, tão longínqua que parecia um sonho, ele a abraçou e sabia que lhe pertencia. Sem se importar com o que aconteceu, sem
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importar aonde a vida os levasse, ele tinha encontrado a única pessoa que realmente importava, somente ela. Chaya. Olhou-a aos olhos. Olhos cor mel. Olhos que o atraíam e lhe prometiam a vida, a alegria. Ele poderia encontrar a alegria com ela. Ele tinha encontrado a alegria com ela. —Não fala sério. — murmurou ela, sua voz tão aturdida como ele se sentia ao colocar a mão mais uma vez sobre o seu ventre. Ali, seu filho poderia estar crescendo nesse mesmo instante. Abrigado pelo calor de seu corpo, crescendo forte e seguro. Por favor, Deus. A invocação deslizou em sua mente sem convite. Permita que meu filho descanse dentro da mulher que guarda a minha alma. —Morreria por você. — disse ele em voz baixa— Mataria por você, Chay. Ajoelharia-me por você. Nunca voluntariamente se colocou de joelhos por ninguém, seja homem ou mulher, sem importar quantas vezes seu pai tinha tentado que o fizesse a força. Ela voltou a pestanejar frente ele. Esses olhos claros e dourados piscavam com sonhos que lutava por manter escondidos, mas com esperança, ele sabia, mas que ela tentava ocultar. Ela era a sua esperança, mas sabia no fundo de sua alma que ele também o era para ela. —Natches. —Sacudiu a cabeça, seus lábios estavam abertos, inchados, luxuriosos agora com a excitação que ele sabia que a percorria. Umedeceu-a, igual a ele, que se pôs duro, o pensamento de gozar juntos, nus, desprotegidos, derramando-se um no outro, criando algo novo. Algo inocente. Não devia ter sido dessa forma. Ele sabia. Diabos, a última coisa que precisava pensar, com sua infância infeliz, era em um filho. Mas um bebê com Chaya? Algo para ligá-la a ele para sempre, como ele estaria atado a ela. Sua família foi sua salvação. Seu tio Ray, seus primos, eram toda a família que teve. Ele nunca teve a sua própria família, até agora, não quis ter uma própria. —Deseja-me assim, Chay, não? —Levantou-lhe o suéter, aplanou a mão contra a pele nua de seu ventre e a olhou aos olhos. Eram os olhos de Chaya que velavam seus segredos. Ali eles cintilavam nessas doces profundidades, a suave cor dourada castanho, o esquentava sem importar qual fosse o humor dela. —Te quero nua, Chay. —Sua mandíbula estava tensa pela fome— Quero empurrar repetidamente dentro de você e sentir que goza junto comigo me ordenhando. Esse doce e quente corpo tomando minha semente e nutrindo-se dela. Imediatamente o rosto dela avermelhou-se, quente, enquanto seus olhos piscavam de medo e sonhos. —Quero ver seu ventre ficar redondo com meu bebê. Quero apoiar minha cabeça contra ele e sentir o movimento do nosso filho dentro de você. Ela tremeu, estremeceu, e seus olhos se obscureceram, como sempre faziam, quando começava a render-se a ele. Ele desejava essa rendição.
Antes que seus joelhos lhe falhassem ele a tomou nos braços ignorando seu pequeno grito
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de protesto e a levou atravessando a casa flutuante para as escadas. Subindo a escada em caracol, para o dormitório, para a grande cama que os esperava, esquentada pelo sol, dando-lhes a boas-vindas. —Simplesmente não podemos decidir ter um bebê. —Ela respirava com dificuldade, grosseiramente, enquanto ele a punha sobre seus pés e lhe tirava a jaqueta pelos ombros. —Claro que podemos. — cantarolou ele, sabendo, como sempre soube, quanto amava ela esse som. Quando sua voz rouca se aprofundava ela tremia em resposta. Um som que ele nunca soube fazer, nunca tinha dado a outra mulher. —É completamente irresponsável. — protestou ela, uma queixa mais cheia de rendição, enquanto as mãos lhe acariciavam os braços para logo agarrar a barra do seu suéter. —Sempre tive esse sonho. — disse enquanto lhe tirava o suéter do corpo e cavava os lindos seios que enchiam a renda de seu sutiã— Quero te ver amamentar ao nosso filho aqui. —Ele beijou os montículos cheios, enquanto estes transbordavam das taças do sutiã— Chay, sabe que o deseja, não é assim, neném? Ligada a mim? Não será capaz de se afastar mais. Pense nisso, amor. Não haverá mais motivos para fugir e todas as razões para estar nos meus braços noite após noite. Esse era o medo de Chay mais ele sabia. Usou-o desavergonhadamente, porque também sabia que era sua fraqueza. Sua Chay. Tão resistente e tão decidida a nunca perder outra vez, a nunca sofrer como tinha sofrido antes. A nunca arriscar-se a ter o que mais apreciava. Ela tinha fugido dele, porque não podia suportar perdê-lo. Ele imaginava. Sabia disso dela. Como ela certamente sabia que ele não permitiria que fugisse nunca mais se alguma vez voltasse para Somerset. A fuga acabou. —Natches, não é uma boa idéia. —Ela estava pensando. Ele podia a senti-la pensando. Os lábios foram para os dela. Ele bebeu de seus lábios quando um gemido sem fôlego os atravessou. Acariciou-os com sua língua, enquanto quase rasgava a camisa do seu próprio corpo. Pegou a luxuriosa curva entre seus lábios, lambeu e mordiscou. Observou como seus cílios revoaram sobre os olhos obscurecidos pela fome. Agora não era hora de pensar, decidiu ele. Sua mente ligeira e esperta tinha que descansar, precisava ser acariciada e amada, tentada e seduzida. E ele era o único homem capaz de fazê-lo. Afrouxou-lhe o cinto, consciente do peso da arma no quadril, e quase sorriu ao pensar nisto. Sua mulher era uma pequena e resistente guerreira. Ela caminharia ao seu lado. Não agüentaria seus humores, e o colocaria no seu lugar. Sempre. O pensamento disso o deixou aceso ainda mais. Era uma companheira apropriada para a escuridão em seu interior porque ela o iluminava. Ele afrouxou o jeans, deslizou o zíper para baixo, e, quando soltou seus lábios, deslizou a palma da mão sob suas calcinhas para a doce e rica carne oculta ali. Tão quente que quase o queimava. Torcida, escorregadia com seus sucos doces. Sua boca salivava com o pensamento de prová-la outra vez. De sepultar sua língua dentro dela, e lambê-la como um delicioso caramelo quente. Como néctar. Como a vida mesma.
—Assim, neném, me deixe te ter. — urgiu ele quando ela tremeu, estremeceu, suas unhas se cravaram nos seus ombros quando ele a abraçou— Lembra o quanto isto é bom? Quão quente
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pode ser? Abaixou seu jeans e a calcinha até os quadris, com o cuidando de conservar o contato com as dobras úmidas entre suas coxas, seu dedo acariciava, sua palma esfregava seus clitóris. E ela estava ardendo por ele. Seus quadris movimentavam-se de encontro a sua mão, esfregando seu clitóris enquanto a colocava sobre a cama. Ela deu um grito de protesto quando sua mão se afastou, para saborear sua explosão contra a língua, enquanto pressionava um beijo contra a pequena e inflamada pérola de seus clitóris. Quando a beijou, a lambeu brandamente, tirou-lhe as botas e terminou de despi-la. Quando a deixou suave, quente e nua, estirada sobre sua cama, imersa em sua excitação, fez uma pausa durante o tempo suficiente para se desfazer das botas de um puxão e terminar de despir-se. Quando retornou a ela, sua sensual e pequena gatinha estava de joelhos, os olhos dourados agora brilhavam com fome, sua face estava ruborizada, o desejo rasgava seus olhos. Esta era a mulher com a qual tinha sonhado. A mulher que o tinha levado ao céu numa noite a muito tempo atrás. Jogou a cabeça para trás quando ela veio sobre ele, seus lábios sobre os dele, suas mãos deslizando-se sobre os seus ombros suados, as unhas o arranhavam, enquanto ele percorria com as mãos suas costas a preparando para sustentá-la em seu abraço. Lembrou a Chaya selvagem e faminta de muito tempo atrás. Sofreu por aquela mulher, precisava dela como nunca tinha precisado de ninguém mais, o seduziu e o tentou e agora ela estava aqui com ele. O bálsamo para as feridas que ulceraram o interior da sua alma. Chaya sentiu que Natches se acomodava na cama para ela, sentiu seu duro e musculoso corpo preparando-se para ela, era seu para tomá-lo, e isto era como voltar para casa. Como estar no frio e logo se sentar em frente a um fogo que lhe aquecia a alma. O fogo de Natches enchia a sua alma. E ele o oferecia com muito prazer. Um sacrifício à fome insuportável que a rondava nesse instante, indomável, a liberando do medo que a tinha aprisionado por tantos anos. OH, Deus, como pode permanecer longe dele? Cinco anos. Tinha ficado sem ele durante cinco anos e cada dia tinha sido uma eternidade de desejos e perdas da qual não tinha sido consciente até esse momento. —Deus, Chay. — grunhiu um profundo e rude som que lhe acariciou os sentidos, enquanto suas mãos acariciavam suas costas— Assim, neném. Vêem pra mim. Mordiscou-lhes os lábios, os acariciando e permitiu que ela os devorasse. Não deixou que controlasse o beijo, nunca deixaria, sabia. Era poderoso, dominante, mas lhe dava seu corpo livremente, e esta noite ela tinha a intenção de tomá-lo. E tomá-lo. Tremeu ante o pensamento de tomar tudo dele. De entregar-se totalmente a ele. E sabia que era exatamente o que faria entregar-se. Elevando a cabeça baixou o olhar para ele, seus selvagens olhos verdes, a forma com que seu espesso cabelo negro caía sobre seu rosto selvagem. A forma com que seus músculos se flexionavam em seus ombros e braços, o suor que caía por seu pescoço. E ela tinha que prová-lo. Lambeu-o enchendo seus sentidos com o sabor, e se orgulhou do som de seu áspero gemido masculino.
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—Senti sua falta. — O agonizante soluço que escapou dos lábios contra a sua pele a impressionaram— OH Deus, Natches. Precisei de você. Precisei de você até arder. Até que pensei que morreria caso não o visse ou ouvisse. Suas mãos se espalmaram em suas costas, a abraçando mais forte. —Estava aqui mesmo, neném. Aqui mesmo. Em sua cama, esperando-a. No ponto, duro e faminto. Os lábios de Chay deslizaram por seu pescoço até seu peito, roçando os duros mamilos masculinos antes que seus dentes mordiscassem primeiro um e depois o outro. Tremeu embaixo dela, e ela estremeceu ante a evidência de seu prazer. Outra coisa que lhe dava livremente era o seu prazer. Ela não tinha que se preocupar de como agradá-lo, porque cada toque que lhe dava, o animava, saboreando-o. —Ah, Chay, doçura. —Suas mãos deslizaram por seus flancos, até a curva dos seios, e o nódulo de seus dedos a acariciaram com seu sutil calor. Ele não era miserável com seus toques ou palavras. Chaya se aproveitou de sua generosidade. De seu calor, da fricção do áspero pêlo masculino em seu peito contra seus seios cheios. A sensação dos músculos tensos, do seu fôlego saindo dos pulmões, enquanto os lábios dela deslizavam mais abaixo. Deu-lhe beijos rápidos e quentes abaixando até o centro de seu corpo, movendo-se com lenta avareza, sobre o delicado e grosso eixo, de puro aço que se elevava sobre seu ventre, impaciente por seu toque. Natches ajeitou-se, suas mãos lhe apertaram os quadris quando a cabeça dela foi mais abaixo. E ela se lembrava. Lembrou como o tomou naquele quarto pequeno e úmido no Iraque. Na noite em que suas lágrimas se mesclaram com sua liberação, e eles tinham bebido um do outro. Ela saboreou a ponta do seu membro, sua língua lambendo-a, curvando-se ao redor da grossa ponta, enquanto o pênis se sacudia em resposta. Natches levantou uma perna quando ela deslizou se posicionando, apertando seus quadris para o rosto dele e soprando um fôlego acalorado contra as dobras molhadas de seu sexo. Um gemido escapou de seus lábios, porque ela sabia o que vinha e não podia esperar. Ela mesma se aproximou dele, sentindo a língua deslizando-se por seu calor líquido a sensível malha para aninhar-se dentro de sua vagina. Os lábios dela se abriram sobre a ponta de seu membro, suas mãos acariciaram o grosso eixo e Chaya se permitiu tomá-lo, enquanto sugava. Ela sentiu o impulso da língua dele contra sua vagina atormentando-a com um diabólico prazer. E com a boca, por sua parte, ela o atormentou, lançando um grito de prazer, com uma necessidade que chegava a dor. As mãos de Natches lhe acariciaram o traseiro, entre as curvas, brincando com a delicada carne que havia ali, enquanto aplicava a língua pela fenda de sua vagina, rodeou-lhe o clitóris, e o acariciou eroticamente, roubando-lhe o seu sentido. Não podia permitir que lhe roubasse o sentido. Ainda não. Tinha que acariciá-lo, tocá-lo. Ela tinha que recuperar os cinco últimos anos de perda e solidão com cada toque. Precisava tomá-lo como tinha sonhado fazer. Cavalgando juntos para o êxtase.
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Antes que pudesse detê-la, não que o quisesse, ela se impulsionou para trás, afastando-se de seus lábios ante o grunhido de pesar e de desgosto e seu próprio e doloroso pesar. Não podia tocá-lo como desejava se lhe roubava as forças, enquanto o estava fazendo. Quando Natches a tocava, ela se derretia. Essa noite desejava que ele se derretesse. E Natches se derretia. Ele baixou a vista a seu próprio corpo, encaixado estreitamente no mais incrível prazer. Um prazer que ia mais à frente do prazer e confinava com a agonia de senti-lo. Chaya ajoelhada sobre ele, sentada escarranchado sobre sua perna dura, esfregando o escorregadio calor de sua vagina contra esta, enquanto tinha na boca a ponta de seu membro. Chupou, lambeu e gemeu de prazer, enquanto o dourado dos olhos cor mel se obscureceu ainda mais e brilharam com as necessidades que aumentavam dentro dela. Deus, ele amava isto. Vê-la dessa maneira. A agente desaparecia, dando espaço para as necessidades da mulher, quando essas exigências tomaram o controle. Ela sugou acariciando a ponta do seu membro. Suas mãos acariciaram sua ereção e a base dos seus apertados testículos. Nesse momento ele estava com uma sensação de agonia. As mãos dela eram seda quente, suas unhas lhe arranhavam, sua boca... Santo céu, sua boca era como uma pira ardente sobre sua carne igual a sua calorenta e úmida vagina que se esfregava contra sua perna. Agradava-o enquanto sentia que ela lhe dava prazer. Tomando-o e entrelaçando ainda mais profundamente a sua alma enquanto o fazia. Chaya perdeu-se em cada carícia, em cada lambida no corpo duro de Natches. Como se tivesse nascido para isto, para lhe pertencer. Retrocedendo lambendo a ponta uma última vez antes de deixar que sua língua provasse o grosso e sedoso eixo. O ferro candente se encontrou com seus lábios, o calor sedoso se esticou tensamente. Pesadas veias palpitaram de antecipação sob a carne, e com cada lambida, ela jurava que seu membro ficava mais duro, pulsando com mais força. —Está me matando. —Sua voz era rouca, grossa e áspera enquanto beijava a base para logo lamber seus testículos que estavam fortemente apertadas mais abaixo. Ele se estremeceu, lutou, e deu um gemido longo e desesperado. Chaya apertou as pernas ao redor da dura coxa que roçava sua vagina e foi consciente de afogar-se nesse prazer. Afundou-se em uma tormenta sensual e não tinha idéia de como salvar-se. Não queria salvar-se. Queria montar as ondas. Queria alcançar o topo, rodeando, afundando-se nelas. Levantou a cabeça e se arrastou sobre ele, ajustando os músculos dos quadris dele com suas coxas e empalando-se sobre a rígida e acalorada carne que se elevava para a ela. —Assim, Chay. Isso, carinho, tome. Todo eu, Chay. Tudo é seu. Ela observou as estreitas linhas de verde quando a olhou, sua expressão crispada com linhas de selvagem luxúria e determinação. Não pôde conter um soluço de prazer. A sensação dele penetrando-a lentamente, tomando-a, enquanto suas mãos subiam pelas costas, desciam pelos braços, para finalmente entrelaçar seus dedos com os dela.
—Tome Chay. — exigiu ele— Esta cavalgada é toda sua neném. —Ele apenas estava
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enterrado dentro dela, seu membro palpitante estava impaciente por tomá-la. —Me monte, Chay, como ambos sonhamos. Ela se endireitou, jogou bruscamente a cabeça para trás frente ao incrível prazer que a percorreu, e tomou. Lenta e brandamente, logo com golpes rápidos e superficiais. Seus quadris se balançaram, elevaram-se e baixaram e perdeu essa parte final dela mesma. Nada importava, salvo o prazer. Nada importava, exceto a sensação de voar dentro de seu abraço, sabendo que ele a seguraria se caísse, que a abraçaria se vacilasse, e que lhe entregaria as rédeas quando precisasse. Ela precisava delas nesse instante. Obstinada sua mão tomou até o punho, sentindo todo o calor selvagem e a dureza que a penetrava, estirando-a, queimando-a com tal prazer e dor, que se glorificou nele. Balançou-se contra ele, e o montou, enquanto ele se elevava embaixo dela, guiando sua ereção, para mais fundo e mais forte, em seu interior. Suas transpirações se misturaram. Caindo pelos ombros dela, correndo em rios pelo peito dele. Escorregadios e quentes se encontravam, unindo-se, balançando e empurrando, os golpes a atravessaram como uma lança diretamente até sua alma, enquanto o ritmo ia crescendo, esquentando até que ela explodiu, fora de controle e gritou seu nome. Um forte estremecimento sacudiu seu corpo tenso, enquanto sua matriz se contraía, sua vagina convulsionava, ordenhando-o quando seu forte e estrangulado grito foi seguido pelos abundantes e acalorados jorros de sua semente que se derramaram dentro dela. Os olhos da Chaya se abriram abruptamente, seus olhares se encontraram e se encararam. Ela sentiu o membro estirando-se dentro dela, sentiu cada pulsação de sua liberação, e sentiu o calor do seu corpo e o seu próprio estremecimento ante a sensação. Finalmente um colossal orgasmo se elevou enquanto lhe sustentava o olhar, quando sua alma embalou a sua. Obrigando-a a ver e saber que nada na vida poderia ser tão correto como esse raro momento em seus braços. Quando os últimos e desesperados tremores a banharam, afundou-se lentamente contra seu peito, tentando respirar, e entender à mulher em que se convertia quando Natches a tocava. Porque já não era a mulher que o conheceu há cinco anos. Era como se ele tivesse aberto algo em seu interior durante esse período, naquele pequeno buraco no deserto. Ele a resgatou. Ele a protegeu. E quando o perigo a tinha espreitado lhe tirou o sarro e a havia feito lutar numa época em que sentia que lhe extirpavam toda a sua vontade de lutar. E era assim que a fazia se sentir agora. Numa luta. Como se pudesse derrubar os obstáculos que ela sabia que os separavam, e sabia que ele podia fazê-lo facilmente. Ela podia trair Natches, ou podia trair as regras que tinham regido sua vida. E nesse momento, soube a opção que escolheria. Seja o que for que o amanhã lhe trouxesse escolheria a Natches. O sonho travesso que a perseguia, o homem que possuía sua alma. Amo-te. Ela articulou as palavras contra seu peito porque ainda não podia dizê-las. Quando a prudência começou a sussurrar em sua mente outra vez, uma parte do temor permaneceu. Em sua vida só havia dito a uma pessoa que a amava, e essa diminuta visão de pureza se foi agora, arrancada dela de maneira tão brutal que tinha temido não sobreviver a isso.
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Esse fio de medo ainda sustentava seu punho sobre ela, estrangulando-a com as palavras que não sairiam de seus lábios e trazendo lágrimas a seus olhos, enquanto se apertava ainda mais a Natches. —Também te amo, Chaya. — disse ele, com voz rouca— Tudo está bem, neném, porque eu também te amo. Capítulo 12 Em algum lugar da escuridão da noite, ela teria que perder a razão e achá-la novamente e isso não parecia ser algo que Natches permitiria que ela fizesse. — Olha, você tem a informação, os arquivos da entrevista e as gravações. — ela disse para ele na manhã seguinte, enquanto os primeiros raios de sol começavam a se esgueirar por entre as montanhas. —Eu preciso retornar ao meu quarto de hotel. — E dá uma olhada. — ele interrompeu-a, sua voz controlada, fraca, enquanto ele analisava os arquivos que ela havia transferido para o notebook. — Você vai se mudar para o apartamento comigo. Dawg e Rowdy já devem ter consertado a porta a essa altura. Ela respirou fundo. — Isso não vai dar certo, Natches. Ele levantou sua cabeça devagar. Era um movimento curiosamente perigoso. A contenção calculada naquele movimento a fez segurar o tremor que tentou subir sua espinha. — Por quê? Porque você não vai ter a chance de reconstruir todas aquelas fantásticas defesas que você mantém entre nós? — ele perguntou, seu sorriso debochado incomodando o temperamento dela. — Porque eu não vou ter a investigação comprometida mais do que já está. — falou ela — Estou compartilhando informação com você, apesar das ordens diretas de não o fazer. Você tem alguma idéia de quantos anos Cranston poderia me colocar atrás das grades por isso? Ele meramente grunhiu e virou novamente para o arquivo. —Vou me encontrar com Mayes em algumas horas. Eu preciso de roupas limpas, e tenho minhas próprias anotações para organizar, assim que Cranston me mandar à nova lista de entrevistados nessa manhã. Eu não posso fazer isso com você respirando sobre meus ombros. —Você pode desistir agora. — ele murmurou — Você não vai dirigir para aquele hotel e não vai ficar sozinha naquele hotel. Se você não quer ficar no apartamento, tudo bem. Eu vou ficar no hotel. Ele disse aquilo calmamente, seus olhos presos na tela do notebook, como se fosse simplesmente uma decisão dele e que já estava pré-determinada. —Natches, você parece estar esquecendo de uma coisa. — ela disse friamente. —Essa é a minha investigação e o meu trabalho e eu não preciso da sua ajuda para fazê-lo.
—Então continue me dizendo isso. — Aquela fala macia sulista penetrou, fazendo-a recuar. Esse não era o sotaque sexy e desleixado. Era aquele sotaque legal e calmo de um homem que não
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tinha intenções de desistir. —Eu meto meu nariz na sua oficina? — ela finalmente retrucou —Eu digo para você como concertar carros ou como lidar com clientes? Ele levantou sua cabeça e encarou-a. —Ainda não. Aquilo a calou e ela odiou. Virando as costas para ele, apoiou uma mão na cintura enquanto roia a unha, fitando a janela coberta. Apesar das ordens de Cranston de manter os primos Mackay fora da investigação, ela havia alegremente mandado ele se danar se pensava que a investigação iria parecer melhor com Natches envolvido. Infelizmente, ela tinha a impressão que sabia exatamente onde estava indo e não precisava de Natches lá para isso. Ela leu sua ficha tantas vezes que tinha pesadelos sobre a infância que ele havia aguentado. Seu pai era um ex-soldado da Marinha e um filho da puta arrependido. Dayle Mackay era um valentão, bastante musculoso, havia quase matado Natches mais de uma vez. As costas de Natches ainda tinham as cicatrizes dos mais brutais golpes que havia ganhado, quando tinha vinte anos. Na noite em que seu pai o havia renegado, tinha batido em Natches até que ele caísse e então, cortado suas costas em tiras com um chicote. Tudo porque Natches tentou impedi-lo de bater em sua irmã, Janey Mackay. —Você só vai complicar as coisas para mim agora, Natches. Assim como tirar Cranston da carpintaria. — Ela havia virados as costas, enquanto ele levantava a cabeça, novamente, encarado-a. Seus olhos verdes estavam zombeteiros, seu sorriso sagaz. —Não está acontecendo, Chay. — Ele fechou os arquivos antes de se recostar no sofá e observá-la por sob o seu chapéu. —Desse momento em diante, pode me chamar de sua sombra. Porque fazer isso sozinha não vai acontecer. —Eu tenho o delegado comigo. A maioria das pessoas com quem estou falando parecem compartilhar um ódio por você, Natches. Não seria bom para minha investigação se estivesse lá. Ele sorriu. Um paciente e duvidoso sorriso, como se ainda estivesse perguntando o porquê dela ainda estar argumentando com ele. Ela projetou suas mãos nos quadris e o fitou. —Ok vamos tentar dessa maneira: Você não vai me acompanhar nessas entrevistas e ponto final. —Me faz ficar excitado quando você fica má, Chay. — ele disse —Vem até aqui e sente-se no meu colo enquanto discutimos isso. — Ele deu um tapa em seu joelho, a convidando, enquanto ela queria se bater por quase estar aceitando o seu convite. —Agora você está sendo um idiota, Natches. Pare com isso e me deixe fazer o meu trabalho. Eu posso ficar, fantasticamente, adepta a isso, quando não tenho que lidar com os homens, que acham que podem fazer tudo melhor que eu. — Ela sorriu com uma falsa doçura. —É difícil tomar conta de você quando está preocupado em para onde está indo. — Disse encolhendo os ombros. —Eu tomo conta muito bem. Pergunte para os soldados, eles me amavam. É claro que sim, ele era uma missão suicida esperando para acontecer por quatro anos e provavelmente teria tido outra situação se um atirador não tivesse atirado no seu ombro.
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Havia rumores que Natches havia arranjado o tiro, que ele sabia que estava vindo e conseguiu diminuir o estrago. Chaya o conhecia melhor. Natches não jogava. Oh, ele podia saber que o perigo estava ali e que o tiro seria danoso. Os instintos eram tão bons que ele provavelmente sentiu o tiro vindo e sim, o direcionou para seu ombro. Mas não era arranjado. Natches era muito honesto para aquilo. —Eu não preciso que você cuide de mim aqui. — ela disse pra ele. —É trabalho do delegado. Você não tem lugar nessa missão, e não precisa se envolver. E ele simplesmente sorriu. De novo. —Droga, Natches. Você sequer é um agente contratado nessa missão. Eu não estou deixando você enfiar seu nariz nisso. —Você está pronta para pegar suas coisas no hotel essa manhã? Você pode empacotar tudo enquanto está esperando o e-mail de Cranston chegar. Ele era impenetrável como as montanhas que os cercavam. Teimosia definia sua expressão e o verde de seus olhos, e ela rangendo seus dentes para segurar sua raiva e seu desespero. Era muito pedir algumas horas para pensar? Para limpar sua mente o suficiente para fazer sentido do que ela havia feito na noite anterior? Era pedir muito? Evidentemente era tanto quanto ele se importava. —Você não vai voltar ao hotel comigo. Eu sei como empacotar minhas próprias coisas. —Não havia como escapar de ir morar com ele, e ela sabia disso. Mas naquele momento, era o máximo que ela queria ir. —Você pode me dar esse orgulho caipira e esse olhar teimoso até que o inferno congele, mas sou uma agente justa e competente, Natches. Até Cranston começar a mandar nomes que realmente possam perturbar pessoas no seu justo paísinho, vou fazer isso como no livro. E ponto final. Seus olhos emanavam frustração e uma ponta de raiva, quando ele se levantou do sofá, em pé com seus impressionantes, um metro e noventa. Ele fitou-a, o olhar de Natches era muito sexy, mas muito intimidador. —Você não conhece essa cidade nem essas pessoas. —Ele argumentou. —Você não sabe que perguntas vão irritar as pessoas, pelo jeito das perguntas anteriores, as pessoas vão se irritar mais do que você pensa. Isso não é a cidade. É Kentucky. —Você faz soar como se fosse outro planeta. —Ela revirou os olhos — Elas ainda são pessoas, Natches. — São? —ele rosnou —Um dos bons garotos que você entrevistou pode atirar em um cervo à meia milha de distância e o rifle dele tem uma mira para ainda mais longe. Quão fácil você acha que seria acertar um solitário agente? —E agora você para balas? — Ela comprimiu os olhos, zombando. —Por que, Natches, por que não me falou antes que era um maldito Super-homem? Ela o observou ranger os dentes, o agrupamento de seus músculos da mandíbula, o achatar de seus lábios. Sim, era muito sexy, mas muito intimidador.
—Eu era um assassino da Marinha. —ele rosnou —Você acha que eu não sinto essas miras antes que um maldito idiota atire? Eu sei como é, Chay, e você não quer que eu saia à caça se algo
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acontecer com você, porque o primeiro filho da mãe que eu procuraria seria Timothy Cranston. Chaya quase recuou frente do ódio reprimido nos olhos de Natches. Ela queria falar que sim, mas do que qualquer coisa. Mas se ela desistisse agora, ela poderia acabar com a investigação porque perderia o controle. —E você acha que eu não sei quando eu tenho uma mira na minha cabeça, Natches? Eu realmente pareço tão estúpida? Não estou ciente de quando estou apertando botões demais? —Malditos terroristas internacionais, não são caipiras putos da vida, Chay. — ele quase gritou —Sem regras aqui. Sem avisos. Sem instinto, a não ser que seja um deles. Ela segurou seu temperamento por pouco. —Minha força nessas entrevistas é o feito de que você não está comigo, e apesar de você estar me seguindo, você está longe o suficiente para que a maioria das pessoas esteja mais entretida do que preocupada. Você vai acabar com a minha habilidade de conseguir respostas que preciso, Natches, e isso só vai impossibilitar a investigação. —E você acha que as pessoas não vão saber que está vivendo comigo? — Ele cruzou os braços na altura de seu peito e continuou a olhar para ela.
—Onde eu durmo não é um grande problema, como você sentando lá do lado e aterrorizando todo mundo que eu entrevisto ou fazendo você de meu chauffeur5. Se mudarmos o processo a esse ponto, estaremos acabando com tudo. —E o que isso tem a ver comigo retornando ao hotel com você nessa manhã? —A voz dele aumentou o volume levemente, apenas o suficiente para assegurá-la de que sua paciência estava atingindo o limite. —Porque eu quero alguns minutos para pensar, se você não se importa. — Ela gritou de volta. —Desculpe-me, Natches, mas você fez meu cérebro em tantos pedaços que me lembra um quebra-cabeça. —Ele tem esse hábito. —Dawg apareceu enquanto deslizava a porta para o lado e observava Chaya, que lutou para guardar sua raiva e mostrar uma calma e inatingível aparência, que ela mostrava a todos, exceto a Natches. E evidentemente, ela estava falhando, porque ele estava olhando para ela como se não a conhecesse. Seus olhos vidrados, seus verdes olhos, tão claros que eram quase sem cor. A observando curiosamente. —O que raios você quer? — Natches disse para seu primo. — Você sabe, Dawg, essa sua atitude intrometida está começando a me irritar. —E quando não irritou? — Dawg finalmente indagou —Eu só acho que você deveria saber que tenho uma chamada vindo dentro de meia hora, mais ou menos, sobre aquele projeto que estávamos trabalhando. Eu preciso de você lá. Natches fitou seu primo. Esse projeto era essa maldita missão em que Chaya trabalhava e era óbvio que Dawg era hesitante sobre incluí-la nisso.
—Sim, eu tenho certeza que ele tem informação sobre seu pequeno projeto. — ela disse
5 motorista, condutor
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conscientemente enquanto pisava fundo até seu notebook, que guardou antes de pegar as chaves de seu sedan, que o delegado tinha feito o favor de entregar no porto na noite anterior. Como se ela não soubesse do que estavam falando. Ela não era idiota, e ela não gostava de ser tratada como uma. Considerando o olhar no rosto de Natches, ele ainda tinha a intenção de segui-la. —Não faça isso virar uma batalha, Natches. — ela disse para ele ferozmente —Ainda não. Agora não. Ser sua amante é muito diferente de ser sua 'cachorrinha'. Eu tenho meus valores e deveria saber disso. —Como eu não resolvi aquela merda lá no Iraque. —Lançou com voz rouca, uma irritação masculina e quase a fez sentir raiva. Dawg não se preocupava em esconder seu sorriso. —Droga, filho. — ele falou para Natches —Eu acho que está perdendo essa batalha. Você tem alguma dica? Conselho? — Diz o homem que chantageou sua amante. — Chaya virou os olhos. —Sinceramente, Dawg, eu não acho que Natches precise dos seus conselhos. Ele poderia ser preso por te ouvir. Dawg fechou a cara e se virou para Natches. —Não sou bom como você em contar histórias, primo. —Ele não contou a história. Eu acredito que é algo que venha das lendas locais. Eu escutei de várias fontes, Dawg. Segredos de cidade pequena e tudo mais. — Ela sorriu de forma sombria. — Vá para casa Dawg. — Natches não havia tirado os olhos dela e seu rosto sequer havia perdido a expressão de irritação, queimando em ódio. Dawg riu. —Mas isso é mais divertido, Crista esteve doente de novo essa manhã. O vírus está acabando com ela por algum motivo, e ela me mandou sair. —Então vá trabalhar. — Natches e Chaya falaram, simultaneamente, levando-o a rir mais. —Desculpe crianças, mas esse projeto é meio importante agora e eu estive trabalhando muito arduamente nele. — Ele se virou para Natches, —Você sabe onde estou quando vocês dois resolverem isso. Tentem não levar o dia todo, porque Crista está tendo que aguentar a loja sem mim. Como se ela não pudesse dirigir a loja melhor que eu mesmo. Quando não está doente. — Ele balançou sua cabeça enquanto se virou para a porta e saiu. Quando a fechou, Chaya ajeitou o cabelo e olhou para Natches, ciente de que se ela desistisse, ela iria abrir mão de qualquer independência que ela tinha sobre ele. Não era que ele a estivesse controlando, havia uma diferença entre protetor e controlador. Ela estava descobrindo. Seu primeiro marido, Craig, havia sido controlador. Natches era protetor. —Eu te seguirei até o hotel. — disse ele —Volto pra cá e depois vou encontrar com você na lanchonete. —Não, Natches. Eu não preciso de um guarda-costas. —Qual é o problema em ter um maldito parceiro? Droga, Chaya, não estou pedindo por nada que você não possa me dar.
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Ela nunca teve um parceiro. Ela sempre trabalhava independente com um time, mas ela nunca teve um parceiro. Ela enfiou as mãos nos bolsos de suas calças e respirou profundamente. —Você pode me seguir até o hotel se você precisar, mas não até o quarto. Eu preciso me preocupar em conferir as coisas e eu tenho que ir falar com os agentes nos outros quartos que estão cuidando do caso. Terei sorte se conseguir chegar na lanchonete esta manhã na hora certa. Ela esfregou o pescoço, enquanto olhava para ele, observando sua expressão se acalmar, embora não muito. Não estava confortável com isso. —Não estou acostumada com um parceiro, Natches. Estou acostumada a trabalhar sozinha. Você sabe disso, mas estou tentando, realmente estou. —E ela estava, mas ela precisava dessa manhã para organizar suas idéias e o que estava mudando em sua vida. Tantas coisas dentro dela estavam mudando, que ela nunca havia imaginado que iria permitir. —Você é independente demais, Chaya. — Ele a puxou para seus braços. Abaixou à cabeça e seus lábios cobriram os dela. Instantaneamente, um calor cresceu dentro dela. Sua respiração se prendeu um pouco e a paixão enfurecida por entre cada toque começou a queimar seu sistema. —É por isso. — ele se afastou, seu olhar tão intenso, tão cheio de emoção que ela sentiu em seu peito ao observar —Porque eu nunca sei o que você me faz sentir, Chay. E perder isso me destruiria. Essas palavras a perseguiram durante a manhã. — Ela estacionou no hotel, sentindo os olhos dele, enquanto ela entrava e pegava os papeis que tinha que conferir. Ela se dirigiu para a reunião em um dos quartos dos agentes, agradecendo a Deus que haviam donuts e café, porque ela havia se recusado a tomar café com Natches. Seus nervos estavam à flor da pele, seus sentidos muito fora de balanço para comer tão cedo. À medida que a reunião tomou forma e ela salvou notas em seu notebook, ela estava ansiosa para finalmente chegar ao seu quarto. Ela teria uma hora, talvez, para tomar um banho e organizar seus pensamentos antes de verificar se havia recebido o email de Cranston e fazer suas anotações para as entrevistas. Àquela hora não ajudou. Enquanto ela guardava sua bagagem no carro alugado e olhava para o hotel, sentia medos antigos nascendo dentro dela novamente. Os mesmos medos que a haviam mantido longe dali um ano atrás. Aqueles que haviam a feito perseguir o perigo ao invés de fazer uma viagem à Somerset antes dos mísseis serem roubados. O medo da perda. Enquanto ela entrava no quarto, pensava sobre viver e perder, e percebia que se ela não perdesse Natches, seria a primeira vez que ela não perderia alguém que ama. Havia perdido seus pais quando era uma adolescente. Não para a violência ou a morte, mas para o absoluto desinteresse. Sua mãe socialite e seu pai, grande empresário, não tinham idéia do que fazer com a pequena garotinha que sempre precisava de um abraço ou um beijo. Sua irmã. Ela pensava que tinha conseguido manter uma relação, antes de ela descobrir que Craig estava dormindo com ela. A mulher que ela teria confiado mais do que qualquer outra, a mulher a quem ela confiava sua criança, estava dormindo com seu marido.
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Não que ela tivesse um relacionamento com Craig durante anos. Depois que Beth nasceu, Craig havia se perdido e Chaya lentamente notou que ela não mais sentia falta dele. Quando ela foi chamada naquela missão no Iraque, ela já estava informada que não iria continuar depois que a missão estivesse finalizada. Ela estava querendo ficar com sua filha em casa. Beth tinha apenas três anos e precisava de sua mãe. Ela soluçou ao pensar na sua pequena garotinha, seus olhos sorridentes, seu rosto belo e redondo. Beth era a vida dela, e com isso, depois de algumas horas do resgate, Natches havia se tornado seu coração. Aquela traição foi a que ela tentou lutar para se perdoar. Enquanto sua filha estava em perigo, Chaya estava flertando com outro homem. Natches havia sentado em seu quarto no hospital, provocado com seus beijos, trouxe flores. Ele havia entregado doces para ela e a fez rir. Durante duas semanas quando ela estava incapaz de contatar sua irmã, Beth estava no Iraque com Craig. Ela esteve se apaixonando e Beth estava em perigo. Ela odiava a si mesma por isso. Ela havia gritado tantas vezes na escuridão da noite, soluçando, implorando para um perdão que ela não podia dar para si mesma. E agora o que ela estava fazendo? Colocou sua mão no estômago e tentou lutar contra o pânico que se construía dentro dela. Estava arriscando a vida de outra criança? Ela balançou a cabeça. Não podia fazer isso. Primeira coisa que faria à noite seria parar numa drogaria e pegar camisinhas. Era a escolha dela. Natches havia avisado a ela. Se ela quisesse ela teria que lembrar delas. Ela haveria de lembrar delas porque não sabia se poderia enfrentar as consequências. Mas uma criança. Ela sempre quis ser mãe. Para fazer um lar seguro e feliz, cheio de risadas e amor, as coisas que ela nunca encontrou até que achou Natches. Ou ele a achou. E ele queria uma criança com ela. O playboy de Somerset, o mais selvagem e mais sinistro dos Nauti Boys e ele queria ficar com ela. Ele queria rir com ela e ele queria criar bebês com ela. Era inconcebível. Balançando sua cabeça, ela foi para o carro. Então olhou para cima em surpresa, enquanto o carro do delegado, seguido do jipe de Natches, barraram a passagem dela. Chateada, abriu a porta e saiu do carro. —Pegue sua mala. — Natches disse pulando do jipe e começou a levá-la para longe do carro, antes de puxar a mala. A porta fechou atrás dela, enquanto o Delegado Mayes foi para o chão, rolou e se abrigou atrás de um carro. —O que raios está acontecendo aqui? —Disse ela, olhando para o Delegado atrás do carro e puxando o seu braço das mãos de Natches. Três outros veículos apareceram. Dawg, Rowdy e Ray Mackay saíram das pick-ups e correram até o carro. —Já checou debaixo do capô, Zeke? — Dawg disse. —Venha até aqui. Eu tenho esquadrões anti-bomba a caminho. Não toque no carro. Vozes masculinas enchendo a área, enquanto os empregados do hotel e alguns clientes começaram a aparecer na frente do prédio.
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O delegado ficou em pé. —Está aqui— ele rosnou —Saiam de perto do carro. Agora! Chaya estava em choque, enquanto Natches a levantou e a colocou dentro do jipe, forçando-a a rastejar para o console, enquanto ele se movia atrás dela. Com uma derrapada e um grito dos pneus, o jipe foi para uma distância considerável do carro, então, com um forte giro de seu pulso, Natches virou o carro para se voltar ao seu carro, enquanto Chaya observava-o sem acreditar. —O que raios está acontecendo aqui? Natches se virou para ela. Viu a expressão de perigo em seu rosto. Em seus olhos verdes. —Você perdeu um agente essa manhã. — ele disse, sua voz perigosamente macia. Chaya o observou em choque. —Do que está falando? Eles estavam todos no encontro uma hora atrás. Eu deixei-os lá. —Kyle Denton dirigiu por cinco quilômetros fora da cidade antes que seu carro explodisse. Levou um pedaço da inter-estadual com ele. Não restou quase nada dele além de alguns pedaços. No minuto em que Mayes soube que era Denton, ele me ligou e eu corri para cá. Agora me diga, Chaya, quem raios Cranston está perseguindo? Chaya sentiu seu rosto congelar com um choque e surpresa. Ela havia acabado de falar com Kyle. Ele havia dito para ela de seu noivado, com sua terceira esposa. Ele mal havia chegado aos quarenta. Ele havia rido dela aparecendo tarde e das novas que ela estava se mudando para um barco com Natches. Acusando-a de ir muito além e através da missão. Ele tinha uma filha no ensino médio. Ela trabalhou com ele por anos. Ele ia se aposentar depois dessa missão. Entrar para a segurança particular, ele contou para ela uma vez. Muito dinheiro e poucas dificuldades. Um homem que chegou aos quarenta, queria uma chance de aproveitar alguns anos sem perigo, e agora estava morto. —Há uma bomba debaixo do seu carro e não estava lá pela manhã. — ele disse pra ela — Dawg e Rowdy checaram o carro antes dele ser movido e eu chequei antes de você entrar, você se lembra disso, Chay? Ela confirmou com a cabeça lentamente, observando-o como se estivesse tentando pensar, chegar a uma conclusão de como aquilo tinha sido feito. —Alguém plantou a bomba depois que você chegou aqui. Ainda está segura, Chay? Você checou esse maldito carro antes de entrar? — Ela lambeu os lábios lentamente. —Eu usei o transmissor e usei um espelho para verificar embaixo dele. Eu sempre faço isso. —Mas estava escondido. Você entendeu? Um profissional colocou a bomba lá. Um profissional. Entendeu agora, Chay? —A voz dele estava subindo, suas mãos apertaram seus ombros até que ela estava com medo que ele começasse a balançá-la. —Natches, eu não sou uma idiota ou candidata a suicídio. — ela informou-lhe calmamente —Eu não achei a bomba, o que significa que estava bem escondida e bem colocada. Alguém já matou outro agente, então essa missão está em alto risco. —Ela puxou o telefone, abriu e discou um número de discagem rápida enquanto ele a fitava. —Cranston. — Timothy latiu no telefone —Acabamos de perder Denton num carro-bomba. Fomos descobertos. —Está com Mackay?
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—Natches, sim. —Ela olhou para ele. —Continue por aí. Eu vou mandar os outros agentes estacionarem seus carros imediatamente e contatarem o delegado para que os peguem. Eu acabei de receber a notícia eu mesmo. Estou a caminho. Ele desligou e Chaya lentamente fechou o celular. —Quem ele procura? —Natches rosnou novamente. —Inteligência militar e DHS achou pessoas responsáveis pelo roubo de armas militares, incluindo os mísseis, através da nação, para um grupo paramilitar. Liga da Liberdade. Cinco anos atrás, a Liga da Liberdade estava roubando armas no Iraque também. Seus membros são militares e ex-militares. Eles roubam armas atacando grandes cargas ou roubando um por vez aqui e ali. Algumas são vendidas, para terem capital para suas missões. —Eram a Liga da Liberdade que eu estava investigando quando fui capturado por Nassar no Iraque. Eram os mesmos membros que executaram a falsa ordem para aqueles mísseis serem lançados no hotel que Craig e Beth estavam quando ele estava tentando escapar. Eles conseguiram infiltrar os militares para um nível que DHS está agora em desespero e Timothy está doido para capturar um dos seus líderes. —A Liga está localizada no leste, sul e oeste do País, e os líderes são bem treinados e bem organizados. —Eu não perguntei o que. Eu perguntei quem. —ele rosnou de volta, tão furioso que piscava. —Eu não sei quem. —ela gritou de volta, seus punhos batendo em seu peito para se afastar dele, escapar da dor que podia ver em seus olhos, que podia sentir em seu coração. —Se eu soubesse quem, eu teria matado ele eu mesma e Cranston sabe disso. Ela ficou observando através do pára-brisas, observando os outros Mackays, o delegado e os policiais trabalhando para selar o lugar e afastar os outros veículos do carro alugado. —Tudo que eu sei é que um dos líderes da Liga tem sido visto por aqui, na operação com os mísseis. O sueco que queria comprar os mísseis finalmente fez um acordo com o governo. No lugar de uma sentença mais leve, ele deu a informação que tinha. A Liga está envolvida e ele era contatado por alguém em quem ele confiava e fazia parte de seus contatos do passado. Não era originalmente contatado como Johnny Grace. Ele não sabia seu nome, não tinha sua descrição, tudo que ele tinha era o feito de seu contato ser militar e baseado em Somerset, trabalhando para a Liga para conseguir fundos e o armamento para lançar uma revolução na América. Ela observou enquanto Dawg e Rowdy levarem outro carro para longe da bomba. Os agentes que ainda estavam no hotel agora estavam marcando seus veículos, mas parecia que quatro tinham saído. —Você está em perigo Chay. —ele disse para ela, com sua voz latejando de ódio —Eles obviamente sabem por que você está aqui e quem você procura. Ela balançou a cabeça. —Isso não é possível. Eu não sei quem é. Eu não acho que Timothy saiba. Ele faz sua lista toda noite, suas perguntas também baseadas nas respostas que eu recebo de cada entrevista, você sabe como isso funciona. — ela repetiu.
—Não é um processo fácil, e essa conexão é a única que Timothy conseguiu achar em cinco
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anos. Se conseguirmos identificar um dos líderes e capturá-lo vivo, então podemos prender a organização toda. —Até que eles se reformem? —Até isso leva tempo. — ela virou de volta para ele, encarando seus olhos atormentados, vendo os mesmos medos que a assustavam. O medo da perda. —Às vezes, uma vida inteira, Natches. Nós lutamos uma batalha por vez, enquanto nós podemos lutar, então nós transformarmos o resto numa nova geração e rezamos que eles sejam tão diligentes. O que mais podemos fazer? Capítulo 13 Quatro dois seis veículos dos agentes estavam com uma bomba. Chaya era um deles. Três dos quatro, incluindo Denton, tinham a missão de observar os entrevistados após a entrevista. Era óbvio que alguém estava se assustando, mas Chaya não conseguia entender como. —As únicas perguntas que podem ter incomodado alguém foram as que envolviam a família Mackay. — Chaya disse ao delegado e Natches naquela tarde, enquanto ela se sentava no banco de trás do carro, se dirigindo para o último nome na lista daquela manhã. Timothy Cranston havia chamado e mandado que as entrevistas daquele dia fossem completas. Natches não estava feliz, e Chaya sabia que ele só estava se conformando daquela vez. Ela podia sentir o temperamento subir dentro dele, enquanto se dirigiam para um dos mais populares clubes noturnos ou bares como Natches os chamava da cidade. O delegado entrou no estacionamento e de rabo de olho, ela pode ver sua expressão carrancuda, enquanto ele olhava para as motocicletas estacionadas perto do edifício. —Bar de motociclistas? - ela perguntou. —Que sorte a nossa. — ele balançou a cabeça enquanto Natches saiu do carro e abriu a porta para ela. —Já esteve em um bar de música, meu amor? Natches perguntou. Chaya olhou ao redor do estacionamento e balançou a cabeça. —Qual o problema com bares de música? —A pergunta é: O que não é problema neles? — O delegado bufou, enquanto colocava o chapéu na cabeça, sua expressão era intimidadora. —Quem desse lugar está na lista? Ela puxou um pequeno caderno de seu bolso e o observou. Era bonitinho. —Rogue Walker Ela quase esbarrou nas costas de Natches quando ele parou repentinamente, se virou e olhou através dela, para o delegado. Chaya viu rapidamente o horror antes que sumisse. —É um nome bonitinho. —ela disse. —Deus tenha piedade de nós. — Disse o Delegado Mayes, antes que Natches segurasse o braço dela e a levasse até a porta. — Tente não irritá-la. — ele sugeriu.
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Chaya teria se irritado com a sugestão se seus nervos ainda não estivessem atordoados com a morte de Denton e as bombas que eles acharam nos veículos que os agentes dirigiam. Alguém definitivamente estava tentando mandar uma mensagem. A pessoa não gostava das perguntas e ia pará-las. —O arquivo que Cranston me mandou dizia que era Srta. Walker. —Não a chame de Srta. — Natches interrompeu —Chame-a de Rogue. E ponto. Não comente suas roupas, seu cabelo ou sua motocicleta, e não importa o que você faça, nunca mencione seu antigo emprego. Chaya parou e o observou sem sorrir. —Ela era uma professora de escola, qual é o problema disso? —Deus nos ajude se você perguntar sobre isso. — ele retrucou. —Vamos logo com isso. Se uma briga começar, volte ao carro. Nós estaremos bem atrás de você. Ah sim, ela apostava que isso ia acontecer. Ele provavelmente estava rezando por uma briga para se livrar de um pouco daquela testosterona. Balançando a cabeça, ela o seguiu para dentro do bar e logo percebeu quem era a mulher. Vestida em calças pretas, botas e um colete apertado, Srta. Rogue Walker estava bebendo uma cerveja e observando a porta com um olhar de tédio. Longos cabelos vermelhos e dourados pareciam uma cascata em suas costas, carne pálida era acentuada pelas roupas pretas e a dava uma aparência quase sobrenatural. Ela era desleixada, mas cheia de curvas. Seios grandes pressionados na frente do colete e profundos e bonitos olhos violeta abertos frente de uma maquiagem forte e desinteressada. Interessante. Chaya olhou para Natches. —Uma conquista antiga? —Nem eu fui tão corajoso. — ele grunhiu — Agora vamos logo com isso para podermos ir embora. —Certo, pegue uma cerveja, senta a sua bunda no bar com o delegado e me deixe em paz. Ele pegou o braço dela, a impedindo de se virar, enquanto sua cabeça abaixou, seus olhos eram escuros de irritação. —Isso não vai acontecer. —É melhor acontecer. —Ela sorriu. — Ou então? Eu sei fazer o “Ou então” muito bem, Natches. E posso fazer colar. Essa é o lugar errado para decidir tomar atitude, e é definitivamente o lugar errado para uma discussão em público. —ela puxou seu braço e tentou acalmar a adrenalina que ainda corria em suas veias. Fazia-a ficar mal-humorada e dificultava ter a paciência que ela precisava naquele momento. — Eu vou ficar só por uns minutos. Você pode me ver bem, enquanto está bebendo sua cerveja. —E quando eu chegar em casa, quero ter uma conversa sobre essa merda de ‘faça do seu jeito’. —ele disse. —Claro. —ela concordou —Estarei preparada para você. Faremos pelados ou de roupa?
Antes que ele pudesse falar algo, ela se virou e foi até o bar onde Rogue Walker estava
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assistindo ao confronto com interesse. —Eu me perguntava quando iria vir até mim. —ela disse quando Chaya chegou perto. Sua voz era linda. Chaya levantou a cabeça e observou a mulher pequena. Ela era um pouco mais baixa que Chaya, e bem mais magra. —Você canta? —Perguntou Chaya enquanto subia em um dos banquinhos do bar e se virou para a garota. —No banho. —ela disse sugestivamente, observando Chaya da cabeça aos pés. —Quer me escutar? Estranho. A ficha de Rogue Walker não disse nada sobre um estilo de vida alternativo. Ou um amante de qualquer tipo. — Natches ficará com ciúmes. —ela disse zombando. Rogue revirou os olhos. — Com tantos jogos que ele jogou antes de sair do exército, ele não tem direito de ficar com ciúmes. — Algum homem tem? —Chaya disse. Rogue riu, um som macio e divertido. —Não, não podem, Agente Dane. Mas é claro que não foi por isso que veio aqui. Eu creio que tenha algo a ver com aquele bastardo de Johnny Grace? Chaya puxou o gravador digital do bolso e colocou no bar. —Eu preciso gravar isso. - ela disse pra outra mulher. Rogue encolheu os ombros. — Minha voz fica horrível nisso aí, mas tudo bem. —Ela levantou a cerveja até os lábios e bebeu um pouco enquanto Chaya ajeitava o gravador e dizia o dia, à hora e o entrevistado. —Para a gravação, seu nome é... Rogue parou, colocou a mão em cima do gravador e olhou fundo nos olhos de Chay. —Acredito que saiba meu nome? —Sim, eu sei. —Diga e nós iremos brigar. Meu nome é Rogue Walker. Ponto. Entendido? Chaya confirmou com a cabeça. — Entendido. —E não diga minha idade por favor. —ela riu —Se não se incomodar. Chaya não sabia que joguinho a menina estava jogando, e ela não se importava. Quando Rogue levantou a mão, Chaya continuou, como pedido e recebeu a afirmação de Rogue que estava ciente de que estava sendo gravada. —Para a gravação. —Rogue disse zombeteira. —Eu achava que Johnny Grace era um verme que precisava de uma lição, então está procurando a pessoa errada se acha que eu o estava ajudando. —Por que você o ajudaria? — Chaya manteve sua voz baixa para evitar que os outros escutassem. Rogue encolheu os ombros.
—Seu tio Dayle. Ele é um filho da puta, mas tenho certeza de que Natches lhe contou isso.
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Ele não iria ajudar a matar soldados e roupar armas. Dayle Mackay gosta de engravidar as mulheres e ele gosta de falar sobre política, mas ele não venderia mísseis para terroristas a não ser que fosse para explodi-los. —E a mãe de Johnny? Rogue sorriu maliciosamente. —A única coisa que a vagabunda sabe é como foder seu irmão. Johnny ficou bêbado uma noite antes de morrer e decidiu que eu deveria saber disso. Dayle diz a ela o que fazer, e ela faz. Ela não faz muitas jogadas sem a permissão de Dayle. —Mas Johnny fez? Rogue olhou através do bar enquanto bebia sua cerveja e observava, pensando. Finalmente ela colocou a garrafa no bar e balançou a cabeça. —Eu teria dito que não, mas aparentemente sim. —Ela encolheu os ombros novamente. —Por que teria dito isso? —Chaya perguntou. Rogue mordeu seus lábios —Johnny era um delatorzinho de merda. Ele procurava sempre por atenção e aprovação. Eu não teria pensado que ele haveria feito isso, simplesmente porque seu tio Dayle o achava um desapontamento. E ele não poderia ter aguentado aquilo. Já era ruim o suficiente quando Dayle descobriu que ele era gay. —O que aconteceu quando seu tio soube que ele era gay? Rogue começou a dedilhar o bar, com uma expressão triste por longos momentos. —Johnny não andava por dias. — ela finalmente disse. —Eu meio que fiquei mal por ele e fui até lá visitá-lo. —Ela balançou a cabeça em uma risada triste. —Dayle havia batido nele da cabeça aos pés. Johnny estava em um vestido, meias-calça e uma peruca. Disse que era sua punição. —Nojo era sua expressão agora. —Droga, às vezes eu me pergunto por que não me mudo de volta para Boston. Chaya olhou ao redor do bar. Não haviam muitos clientes, mas aqueles que lá estavam pareciam ficar de olho em Rogue. E Chaya. —E Johnny ficou muito tempo atrás das barras? Rogue balançou a cabeça. —Nem tanto. Johnny era o tipo caseiro. Eu acho que é por isso que nos surpreendeu tanto ver o que ele fez. Ele não parece ser o tipo. —E você não se importa de estar me contando tudo isso? —Chaya adicionou. —Fazer as pessoas daqui falarem não está sendo fácil. E você está falando sem problemas. Rogue sorriu. Uma mordida nos seus lábios curvados, seus olhos cheios de entretenimento cínico. —Senhorita, esse país não me ama, e eu não o amo. —Tristeza saiu dos seus olhos —A única diferença entre eu e os bons cidadãos dessa cidade é que eu conto a verdade como a vejo. Por exemplo, eu aposto que meia dúzia dos filhos da mãe vão lhe falar, se ainda não o fizeram, quão boas foram às festas com Natches uma semana antes de ter chegado à cidade. — Ela sorriu sarcasticamente.
—Eu posso te dizer que Natches não aceitou nenhuma oferta cultivada no jardim desde que
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voltou do exército. Agora, o delegado ali? Viúvo jovem demais, ele experimentou bons prazeres. Janice Lowell na semana passada. E pelo que eu ouvi dizer, ele é um verdadeiro garanhão. Noites acordado. —Ela debruçou e acenou para o delegado. Chaya olhou para trás e ficou surpresa ao ver o Delegado Mayes observando as outras mulheres com olhos de desaprovação. —Ele faz a rotina do policial bonzinho tão bem. —Rogue balançou a cabeça. —O que mais pode me dizer? —Perguntou Chaya. —Eu posso dizer que muitas mulheres querem furar seus olhos. A fofoca da semana foi tão divertida. E eu posso dizer que um dos seus agentes. —Ela pausou e balançou a cabeça, a diversão largada por um segundo. —Eu ouvi dizer que ele foi morto essa manhã e muitos outros quase explodiram também. O que você quer que eu te conte, Agente Dane? —A expressão zombeteira estava de volta. —Quem estava mandando Johnny? Ou melhor, quem colocou as bombas? —Se eu soubesse, seria churrasco também. —Rogue disse com cara de desaprovação —Tudo que eu escuto é uma fofoca aqui e ali. Ela balançou a cabeça, os sinos minúsculos em suas orelhas balançando levemente. —A família Mackay é bem estranha também. Ray, ele é um bom rapaz. Dawg, Rowdy e Natches também. Eu não conhecia Chandler antes dele morrer, graças a Deus, mas eu sei que ele e Dayle tiveram a maior briga na noite em que Chandler e sua esposa foram mortos. E eu sei que Nadine Mackay, Grace e Dayle gostam de ficar, indecentes vezes demais. —Ela era toda sorriso, seus olhos eram amargos e cínicos. —Se eu soubesse mais, acredite, um dos Mackay saberiam, porque não há nada nesse mundo que eu amaria mais do que acabar com Nadine Grace. —Por quê? — Às vezes era a pergunta mais importante que alguém poderia perguntar. Rogue baixou a cerveja e desligou o gravador. —A Entrevista acabou. — Ela disse suavemente. Chaya pegou o gravador e colocou-o em seu bolso, observou Rogue. —Só entre nós então. — disse Chay —O que Nadine fez para você? Rogue olhou para onde Natches e o delegado estavam sentados, então voltou seus olhos para Chaya. De alguma forma, ela não estava surpresa em ver uma dor refletida neles. —Ela ajudou a me criar. — Rogue disse então, sua voz baixa e sombria. —Um dia desses eu vou lembrá-la disso. Crie um monstro e ele pode voltar para te morder a bunda. Não é verdade, Agente Dane? Chaya concordou lentamente. —É verdade, Rogue. Verdade. —Natches, você tá errando aqui. —Zeke disse enquanto observavam as duas mulheres. Eles não podiam ouvir as palavras, mas um olhar contava mil histórias. —Você precisa tirá-la dessa. Rogue, a única mulher que os homens de três países temiam, quase corada, e ela estava mais suave. Ela parecia mais jovem, seu olhar brilhava em bom humor. Sua expressão mudou de novo, dor, depois amargura.
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Natches jurava que nos anos em que a conhecia, ele nunca havia visto nada além de um prazer zombeteiro em seus olhos. Enquanto observava Chaya, seu peito ficou tenso. Ele estava pronto para amarrá-la em sua cama e forçá-la a sair disso. Fazê-la jurar que ela iria se esconder até que isso estivesse terminado e deixar que ele cuidasse da zona que Cranston estava criando. Mas enquanto a observava, lembrou como era ficar naquela imunda e minúscula cela no Iraque. O cheiro de sangue e morte tinha enchido a área, mas era Chaya, abaixada, uma arma na mão dela, vestida no seu uniforme. Seus olhos tinham sido engolidos que não havia jeito de ela não vê-los. Seus pés estavam rasgados, embora ele não soubesse disso naquele momento. Ela estava tão machucada que ele via a própria carne na frente de seus olhos. Porque ele não poderia ter deixado-a, e não havia tido uma chance de carregá-la para fora dali. Mas ela havia corrido. Não havia lágrimas, apenas força. Sem desculpas, sem recriminações. Ela havia lutado para viver e lutado para lutar, e eram aquelas qualidades que haviam roubado seu coração. E ele achou que ele poderia tirar aquilo dela agora? —Não é o meu trabalho. — Ele finalmente murmurou. —É o seu trabalho protegê-la, droga! — Zeke disse. E para isso, Natches concordou. —É meu trabalho cuidar dela, enquanto ela faz o seu trabalho. Você não muda o que você ama, Zeke. Ou você nunca amou para começar. Ele havia se apaixonado pela agente. Forte, independente, determinada. Tire isso dela e ela não seria Chaya. Ela não seria seu coração e sua alma, e isso ele não podia aguentar. —O barco foi checado completamente. — ele disse para ela enquanto andavam pelas docas, na direção do barco. —Alex chegou na cidade algumas horas atrás. Ele e seu time verificaram de cima a baixo, enquanto estávamos chegando. Alex Jansen era das forças especiais e trabalhou com Cranston. Chaya havia trabalhado com ele várias vezes. Ele também era irmão de Crista Mackay. Já estava escuro e ficando frio por causa da estação. A brisa que vinha da água parecia gelo e cortou por entre a jaqueta de Chaya como uma lâmina aguda. Ela sentiu muito frio. Frio de medo. O que raios estava acontecendo naquele lindo e pequeno lugar? Um lugar onde jovens era punidos de jeitos tão horríveis pelas suas preferências sexuais. Onde jovens, como Rogue, de 24 anos, eram mais cínicas que mulheres de 48. E agentes, bons homens, homens de família, eram mortos em explosões. —Alex e seu time estão na casa de Dawg agora. —A voz de Natches estava baixa, restrita. —Vamos esperar até mais tarde para encontrar com eles. Depois que você tiver a chance de descansar e comer. Você não comeu hoje, Chay.
Era preocupação em sua voz? Deus, ela não queria ouvir a gentileza na sua voz quando ela
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sabia que ele estava furioso. Provavelmente furioso com ela. Ela estava furiosa consigo mesma. Ela não havia tomado as precauções corretas. De alguma maneira, ela havia perdido algo durante as entrevistas que ela tinha conduzido. Uma expressão, um pouco de malícia, uma mentira. Sempre há sinais. Sempre. Sempre esteve ali, nos olhos, nas pequenas mudanças de expressão, e ela havia perdido. E por causa disso, Kyle estava morto. Cranston chegou na cidade enquanto ela saía do bar. A mensagem de texto havia chegado em seu telefone, a avisando de que ele iria se encontrar com ela na manhã seguinte. No barco de Natches. Ela não havia contado a Natches ainda. —Vamos, bebê. — Sua voz era um fôlego quente na sua orelha, enquanto destrancava a porta e entrava no interior aquecido. Depois de trancar a porta, ele tirou sua jaqueta de seus ombros e colocou a arma dela para o lado. —Você precisa de uma armadura de ombro para isso. — Ele colocou a arma em cima da jaqueta no sofá. Chaya olhou para a arma por longos momentos. Ela odiava. Ela odiava andar com aquilo. Ela odiava ter que andar com aquilo e ela odiava a vida que ela tinha vivido pelos últimos cinco anos. Deus, os últimos dez anos. A única parte da vida dela que parecia boa era Beth. E com Natches. Ela balançou a cabeça. Queria virar para ele, implorar para ele a segurar, para arrancar a dor e não podia. Ela era a agente, essa era a vida que tinha escolhido. Que direito ela tinha de colocar seus arrependimentos nas costas dele? Ele sentiria que deveria consertar, de alguma forma, tirar ela disso e agora ela não podia desistir. —Chay. — Seus braços vieram ao redor dela e ela sentiu sua garganta fechar em emoção. —Eu a tenho. A cabeça dele apoiou-se na sua e ela sentiu-se aquecida. —Eu preciso de um banho. —Ela se afastou. —Você quer pedir o jantar? Eu poderia arrumar algo quando terminar. —Que doméstico. —Ele a soltou, através de seu tom nervoso, aquela dica de conhecimento, paciência. —Eu sei como cozinhar, Chay. —ele falou para ela, um segundo depois, bufou. —Eu andei cozinhando por um tempo. —Desde que seu pai o expulsou de casa. —Ela virou para ele, sentindo queimar nela agora, aquela fúria fria. Quase todo mundo que ela conversou sabia, mencionava, chafurdar-se na fofoca suja e nas histórias imundas que eles achavam que sabiam. —Nunca foi meu lar. — ele disse —Era um lugar para dormir durante uma noite ou duas. Ele disse tão calmamente, como se nem ligasse. —As cicatrizes nas suas costas? Ele batia em você tão... —Bem, ele conseguia na época. —Seu riso forçado era real se misturado com amargura. —Ele tem algumas cicatrizes nas costas agora. Que raios é isso, Chay? Eu mal tinha vinte anos de idade. Nós brigamos por causa de minha irmã e acabamos lutando. Ele tinha punhos maiores. Que ruim, que triste. Eu sobrevivi. — Ele balançou a cabeça e olhou para ela, confuso.
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—Se você quer crucificar Dayle Mackay, eu serei o primeiro na fila a te ajudar, mas não tem nada a ver com isso. Não, não tinha. Tinha a ver com o feito de que ele tinha todas as intenções de tirar ela daquele bar. Que ele a havia informado, bem duramente que eles iriam discutir isso quando eles voltassem. Bom, ela estava pronta para discutir agora. —Você não gritou comigo ainda, estou de saco cheio de esperar. — As mãos dela estavam tremendo de nervoso. —Vai em frente e discuta. Vamos logo com isso, eu deveria ter vindo direto para cá essa manhã, não é? Eu deveria ter deixado você cuidar de todos os detalhes de meu trabalho e me protegido. Vai em frente, diga. — Ela balançou sua mão em sua direção, enquanto sentia as lágrimas enchendo seus olhos. —Tire da sua consciência! Ela estava gritando. Irracional. Ela nunca havia sido irracional antes, mas Natches olhou de volta para ela com aquela expressão paciente, ela queria gritar. Homens não entendiam. Eles não sentiam as mesmas coisas, não se machucavam da mesma maneira. Eles não temiam as mesmas coisas. E ela sabia muito bem que ele não entendeu nada quando entraram naquele bar. —Então... Deixe-me entender. — Ele cruzou os braços e balançou a cabeça, observando-a curiosamente. —Eu deveria estar irritado por você fazer seu trabalho? Sem contar com o feito que me impressionou um bocado. Mais ou menos como me impressionou naquele maldito deserto. Agora, de repente, tenho que mudar tudo que me fez ficar tão louco por você no começo? —Você não queria que eu fosse. — Ela retrucou. —Você queria me amarrar e me trazer de volta pra cá. Ele a enfureceu enquanto concordava devagar. —Sim, eu queria. Até lembrar que isso era o que você era. Você não poderia ir embora agora se eu mandasse. Não mais do que eu poderia. Eu não quero mudar essa parte de você, Chay. Ela empurrou seus dedos por entre os cabelos e se virou para ele. —Por que não está bravo comigo? Eu poderia estar carregando seu filho e ter ido lá de qualquer maneira. Terminado essas entrevistas sabendo que alguém queria me matar. —E eu teria certeza que você faria o que você tinha que fazer, enquanto eu cuidava de você. — ele disse.—Chay, eu não quero um cachorrinho. Se eu quisesse uma mulher que dissesse sim pra tudo que eu quisesse, eu poderia ter milhares. Eu quero você. —Por quê? —Ela socou a parede ao seu lado enquanto a raiva passava pelas suas veias. —Por que você me quer? —Droga, eu preciso de um motivo? — Ele disse —Pelo amor de Deus, Chay, porque você sabe como me aguentar? Por que você sabe como viver? Porque você sabe amar? —Eu não sei. —Você não sabe o que? — Eu não sei como amar, Natches. — Ela sentiu os tremores no seu corpo. Profundos tremores, a esfriando enquanto ela se perguntava se poderia se sentir aquecida novamente.
Ele sorriu. Aquele sorriso sinistro e lento que mandou uma chama derretendo o gelo e
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acabando com o tremor, mexendo com os sentidos dela. —Bom, eu acho que é por isso que você precisa de mim então. —Por quê? —Ela precisava dele. Ela precisava dele até que ela não pudesse respirar sem o pensamento dele. E ela não podia ainda entender como lidar com isso. —Para mostrar que você reconhece todo esse amor queimando dentro de você. —Ele respondeu. Ele foi até ela, calmamente andando pela sala, até que ela teve que subir o rosto para ver seu olhar, para entrar em conexão, com a única segurança que ela havia achado em todos os anos que ela havia vivido. —Onde? — ela precisava saber onde, como abrir e como ficar livre. —Ah, Chay. —Ele sussurrou, passando a mão em seu rosto, esbarrando seus lábios nos dela. —Está tudo aqui dentro, bebê. Queimando dentro de você. Tudo que você tem que fazer é deixar queimar. Capítulo 14 Natches tinha vontade de matar. Deus era testemunha de que no momento em que seus olhos cor de mel dourados e destroçados caiam sobre ele assim, ele tinha vontade de matar. Sentia vontade de matar Craig, seu falecido marido. Queria fazer Nassar Mallah sofrer. Queria esmurrar Cranston até convertê-lo em uma massa ensangüentada e queria despedaçar quem tivera a audácia e o atrevimento de matar a Denton, membro a membro. Queria que o sangue cobrisse suas mãos, mas inclusive mais, queria acalmar a inquietante dor nos olhos de Chaya. —Olhe pra você. — disse, mantendo a voz calma e suave — Só se alimentou com nada mais que café e uns donuts. Tremendo em meus braços e me olhando com ferocidade. Aposto que se seus olhos não tivessem fechados pelo inchaço quando te resgatei, teria visto a mesma vontade de luta neles. —Não faça isto. —Sacudiu a cabeça— Não sou o que vê. Não sou assim tão forte. Deu-lhe um sorriso travesso porque ele sabia. Um sorriso tão presunçoso e confiante como nenhum outro, um olhar lascivo como nunca dedicou a nenhuma outra mulher. E surtiu o efeito desejado, seu rosto ruborizou e surgiu um brilho de ira nos seus olhos. —Pensa que sabe de tudo. —Empurrou-lhe o peito, como se ele a fosse soltar— Solte-me. Ele riu frente disso. —Neném, te cobri as costas e te deixei brigar. Levei-te ao pior bar country em três cidades e me sentei no balcão como um bom menino como tínhamos combinado. Agora aqui é o meu terreno e não tenho que ser um bom menino. —Como se alguma vez fosse um bom menino. — suspirou e se retorceu em seus braços. Natches riu ante isso.
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—Sempre fui um bom menino com você, Chay. Deixei-te fugir todas as vezes que em quis fazê-lo, se lembra? —Agora não me deixa fugir. —espetou— E tudo o que eu quero é fugir para um maldito banho. Abraçou-a sem apertar, deixando que ela se retorcesse, deixando que esse pequeno corpo se debatesse e se esfregasse contra o seu. Seu membro estava duro como uma rocha estava assim desde que a observou nesse maldito bar. Queria envolvê-la em seus braços e balançá-la, e ao mesmo tempo desejava foder até que soubesse, até o fundo da alma, exatamente a quem pertencia. —Bem, mas hoje estou cansado de ser um bom menino. —Sorriu e abaixou a cabeça, roubando um beijo antes que ela pudesse soltar mais do que um ofego de protesto. Quando ela lutou, conseguiu tirar-lhe a camisa. Tinha trocado de roupa no hotel, mas se deu conta de que sua bagagem, provavelmente, tinha se extraviado em algum lugar. A equipe dos bombeiros tinha acionado vários dos artefatos para explodir junto aos escombros do carro do agente morto. Ao pensar no quão perto ela esteve de estar, também, em chamas, fez tremer suas mãos, enquanto segurava os seus quadris contra ele e lhe dava outro beijo. Um beijo mais profundo. Merda, não conseguia esquecer o medo que o congelou até os ossos quando se deu conta de que o carro dela tinha sido manipulado para explodir, então ela se desintegraria por completo. —Natches. —Sua voz agora não era mais que o suspiro de um gemido— Tem que parar com isto. Tenho que pensar. —Aqui não é permitido pensar. Deixou-a lutar e se retorcer até que girou e se encontrou presa entre o balcão que separava a sala da cozinha. E logo pressionou seus ombros para baixo. Não ia ser lento e calmo esta noite. A lentidão e a calma viriam mais tarde. Agora mesmo, estava queimando vivo por ela. Afrouxou-lhe os jeans e desceu por sobre seu bem torneado traseiro. O traseiro mais bonito dentre os cinqüenta estados em que fez juramento, enquanto apressadamente tirava seu jeans e liberava a atormentada longitude de sua ereção. Fode-la era o êxtase, e não podia ficar sem isso por muito mais tempo. —O que está fazendo? —Sem fôlego, quente, sua voz o alagava. Não estava protestando, estava perdida nisto, igual a ele que sempre se perdia nela. —Tentamos fazer um pequeno Natches, lembra? — Colocou a ponta do seu membro nas inchadas e saturadas dobras de sua vagina antes de empurrar dentro dela. Maldição. Era como empurrar em uma chama viva. Natches grunhiu, sentindo o suor lhe cobrindo a pele, enquanto ela o queimava vivo. Empurrou a membro um pouco mais, sentindo como se apertava a seu redor, sentindo os delicados músculos de sua vagina apertando e acariciando a sensível carne.
Nada era tão bom. Não havia nada melhor na terra que pudesse ser tão bom como possuir Chaya dessa maneira. Quando ela o alcançou, cravou suas unhas curtas e cuidadas na sua coxa, deu-lhe mais. Lentos, pausados impulsos que o enterravam nela um pouco mais de cada vez, lhe
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dando a oportunidade de deleitar-se com cada convulsão em resposta ao seu ultra-sensível membro. —Maldito seja! Natches. —o amaldiçoou, inclusive enquanto puxava sua coxa, tentando o obrigar a ir mais profundo. Sua voz era espessa, um grunhido baixo e feminino de exigência que o fez sorrir de prazer. —O que? Quer que pare? —deteve-se. Meio enterrado em seu interior, a glande pulsando e ansiando mais. —Está louco! —gritou-lhe. —Hmm. Boa coisa que um de nós esteja de acordo então. —inclinou-se para frente e deu-lhe uma série de pequenos beijos na sua omoplata— Nosso filho precisa ao menos um dos pais cordato. Você é a sensata. —Empurrou um pouco mais. Ele notou o fluir de seus sucos e teve que apertar os dentes para conter a liberação. Seus testículos se apertaram contra a base do pênis, sensações de faíscas elétricas provinham delas pela necessidade de gozar. —OH Deus, Natches, não podemos seguir fazendo isto. —Agora ela respirava com dificuldade, ofegando em pequenas baforadas que o asseguravam que estava tão fora de si pelo prazer como ele. —Fazer o que? —Corriam-lhe gotas de suor pela têmpora enquanto lhe incendiava até a alma. —Falar de bebês. Moveu os quadris e entrou outro centímetro, rápido e duro, apertando os dentes enquanto ela se arqueava, um faminto gemido lhe rogando mais. —Pensar em te dar bebês me põe duro. — ofegou ele. Merda, pensar em sua respiração o punha duro. Tinha permanecido duro entre cada liberação com a esperança de ter mais dela. —Tudo o deixa duro. — disse ela respirando entrecortadamente, e ele teve que rir. —Tudo em você me põe duro. —retirou-se, a ponta do membro suspensa justo dentro do calor líquido, antes de voltar a entrar outra vez. Um afogado gemido feminino encheu o ar quando a tomou de novo. Empurrando profundamente em seu interior, deteve-se, e se retirou, só para voltar a empurrar. Empalando-a com lentas estocadas, logo um rápido e duro impulso que a cravou à mesa e a teve tentando gritar o nome de Natches. —Conseguiu hoje essas camisinhas? —Ele mal conseguia pensar quanto mais falar. Mas era o jogo amoroso que ela precisava esta noite. Isso, e a lenta compreensão que isso ia passar. Ela ia pertencer a ele. Por completo. —Maldito seja! —o insultou, mas não havia ira, talvez um indício de risada. —OH, mulher, isso é muito mal, Chay. —Apertou-lhe as mãos nos quadris enquanto se retirava. —Natches, não te atreva a parar. — gritou ela, o pânico enchendo sua voz— OH, Deus, por favor, não pare. Não havia nenhuma possibilidade.
Empurrou dentro dela até o punho, grunhindo ante o prazer que o colocava na borda da
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dor, enquanto se obrigava a deter-se, a manter-se profundamente em seu interior. A senti-la. Ela estava perto do orgasmo. Sua vagina lhe apertava o pênis, acariciando o sensível glande, convulsionando-se sobre este, como mil dedinhos famintos acariciando-o de uma vez. —Sente-se tão bem. —inclinou-se para ela, beijou-lhe a orelha e logo apertou o lóbulo com seus dentes, mordendo-o eroticamente — Tão apertada e quente ao meu redor. Poderia estar dentro de você para sempre, sentindo-a gozar para mim, uma e outra vez, Chay. Podia notar a transpiração cobrindo ambos os corpos. Tinha suas unhas cravadas na coxa, uma dor aguda que o mantinha concentrado em meio ao prazer. —Está preparada para mim, Chay? Vou te tomar duro, vou te tomar tão duro e tão profundo que pensará que está morrendo. E antes que desapareça o último tremor, vou tomar-te outra vez. Uma e outra vez, até que sinta todo esse amor ardente e quente dentro de você. Ouviu carinho? Vamos encontrar todo esse amor. Ela gritou seu nome. O som de sua voz, aturdida e espessa pelo prazer que estava lhe dando, foi quase, o suficiente para enviá-lo ao clímax. Teve que apertar os dentes e lutar para dominar a liberação. Mas soube que não ia poder contê-lo durante muito tempo. Agarrou seus quadris firmemente e começou a mover-se. Começou lentamente, mas a calma e a lentidão não eram o que ambos precisavam. Ela precisava arder através da dor e ele precisava guiá-la através dessa paixão. Precisava sentir que ela se desfazia ao seu redor, explodindo de êxtase, enquanto se faziam em pedacinhos. Em segundos, os impulsos aumentaram. Estava golpeando contra ela, enterrando o membro em seu interior cegamente, com golpes frenéticos enquanto ela rogava por mais. Mais duro. Mais duro, mais forte, até que ouviu o gemido de Chaya enchendo sua cabeça e sentiu sua vagina, como um punho apertado no membro, ordenhando-o, lhe arrancando sua liberação, lhe rasgando com fogo e relâmpagos. —Ah, merda! —Logo que reconheceu sua própria voz— Chay. Ah, Deus, neném, sim, toma-o. Tome tudo. Verteu-se em seu interior enquanto sentia as contrações de sua vagina derramando seu alívio ao redor dele. Profundos, violentos jorros de sêmen saíam da ponta de seu membro, o prazer apressado lhe rasgava o corpo, enquanto seguia empurrando, enterrando-se mais profundo, e sentiu as estrelas explodindo em sua cabeça, enquanto ela gritava seu nome. Derrubou-se sobre Chaya, os joelhos lhe falharam, e maldição se não começava a sentir-se tão exausto como ela parecia antes. As contrações que convulsionavam ao redor de seu membro se acalmaram, enquanto lhe beijava o ombro, sorriu. —Sabe uma coisa, carinho? —disse arrastando as palavras. —Hmm. —Estava derretida debaixo dele, saciada, relaxada. —Sabe que agora está muito grávida, não? —O orgulho se inflamou intenso e forte dentro dele, e juraria que estava ficando duro outra vez— Viu? Você já disse, só de pensar em fazer bebês com você me põe mais duro. * * *
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Tão logo Chaya tomou banho e comeu a refeição improvisada que Natches fez, sua família se reuniu a eles. Rowdy e sua esposa, Kelly, Dawg e sua esposa, Crista, e o tio Ray e sua esposa Maria. E o irmão de Crista, Alex Jansen. Chaya conhecia Alex Jansen muito bem, era mais conhecido como o músculo de Cranston, entretanto, duvidava que os Mackays soubessem disso. E pelo olhar de advertência que lhe lançou, ele tampouco queria que eles soubessem. OH, esse estória estava mais enrolada do que nunca. Sabia que Alex podia informar a Timothy e lhe causar mais problemas dos que ela queria enfrentar, mas também sabia que o homem era incrivelmente leal a sua irmãzinha Crista. Entretanto, para que lado se tombava a lealdade de Alex? Enquanto os homens se reuniam com suas cervejas que Natches tinha colocado no balde cheio de gelo, as mulheres levavam os lanches, os sanduíches e as batatas, Chaya examinou as relações entre os Mackays, suas mulheres, e o tio que, mais ou menos, tinha criado a todos. Ray Mackay era, completamente, o oposto dos seus irmãos ou irmã. Amava o seu filho e os seus sobrinhos, era incrivelmente protetor com eles e a lealdade e o carinho parecia estender-se também para Alex. E talvez, inclusive, para Chaya. A tinha abraçado quando entrou, deu um tapinha no seu ombro, e disse que não se preocupasse, os Mackays iriam se encarregar de resolver tudo. Quis sorrir frente a declaração, mas teve o pressentimento de que falava a sério. Agora, enquanto se sentava e observava aos homens revisar aos relatórios escritos que Natches tinha tirado do Notebook, teve um lampejo de preocupação por tê-los envolvido. Se algo acontecesse com algum deles, afetaria toda a família. E não só os afetaria, os devastaria. —Todos os sujeitos aos quais entrevistou eram ex-membros do exército. —Rowdy lançou um olhar entrecerrado através da ampla mesa quando deixou os arquivos que estava revisando. Arremessou dois arquivos para ela— Hollister Mcgrew. Chaya olhou fixamente a foto anexada no canto do arquivo. O rosto picado do Hollister Mcgrew que a olhava, emoldurado por um cabelo murcho, castanho e trazendo um olhar obstinado. Informou-lhes que ele e Johnny tinham sido amigos na universidade, tinham feito grandes farras em vários bares da região antes que Hollister se alistasse no exército. Não era gay, na verdade se considerava um mulherengo, apesar dos dentes dianteiros cariados e o mau hálito. A licença com honra do exército tinha sido médica. Hollister não teve muita sorte no exército. —George Mack. —Rowdy arremessou outro arquivo.
Fraco como um palito, com cabelos castanhos murchos e finos e obscenos olhos marrons. Durante alguns anos, ele e Johnny foram amigos íntimos, até que George entrou para o exército. Como Hollister, George durou somente até a primeira missão antes de receber a licença, entretanto, tinha sido menos honorável. Quase terminando em Leavenworth6.
6 O Fort Leavenworth War School é o posto militar do Exército americano ativo mais antigo a oeste do Rio Mississippi nos Estados Unidos. Com mais de 170 anos de serviço, participou da expansão do país para o oeste. O forte ficava no caminho de passagem para milhares de soldados, agrimensores, imigrantes, índios americanos, pastores e
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Havia outros. Recordava que alguns deles estavam envolvidos em drogas, grandes roubos ou furtos. Os poucos que não eram ex-militares, tais como Rogue Walker, uma antiga amiga de Johnny, eram pessoas de interesse os quais, podiam ou, ter não informações que vinculavam Johnny as outras pessoas de utilidade. —Johnny foi o único que admitiu ser o cérebro de toda a missão. —afirmou ela, fazendo a parte do advogado do diabo. —Nenhum deles tem o cérebro ou as conexões para ter ajudado o Johnny a montá-lo, nem podiam manter suas mãos sujas longes de um milhão em dinheiro efetivo. — expôs Alex — São peões. Quem é o rei? Essa era uma boa pergunta. Chaya passou os dedos pelo cabelo com frustração. Isso ela ainda não tinha averiguado. —Têm também conexão com outros. — expôs ela— O prefeito e o chefe de polícia. George Mack é primo em segundo grau do prefeito Sunders. Hollister trabalhou para o Sunders como agente durante várias semanas. Seguindo a mesma pauta para todo mundo que perguntei. Recebia três ou cinco nomes a cada dia, assim como com as mais prováveis localizações e residências. E as perguntas. —As perguntas não eram tão difíceis. — falou Dawg— E é extremamente fácil mentir. —E às vezes, é extremamente fácil ver essa mentira. —Ela deu de ombros— Fui treinada para ver as mentiras. Sou uma especialista em interrogatório, Dawg. Isto é o que faço bem. Teve que mentir um pouco durante o interrogatório, e sabia que isso estava nas anotações que enviava a Cranston todas as noites. As mesmas anotações que todo mundo ali tinha agora. —Johnny não confiava em ninguém. — disse Ray a todos, enquanto dava uma olhada nos arquivos— Era um filho raro, mas a confiança não era algo que concedesse com facilidade. —A confiança era algo que trocava. — disse Natches, sua voz curiosamente suave— Johnny só confiava em sua mãe e em Dayle. E sabemos que Nadine mentiria se com isso consegue o que quer. Dayle não é melhor. Era seu pai, mas não houve muito mais que um pingo de emoção em sua voz. —Cranston chega pela manhã. — disse ela— Recebi sua mensagem antes de voltar para o barco. Espero que tenha mais respostas. —Sugiro que traga as respostas. —O tom perigoso na voz do Natches retornou. Se Timothy não tivesse respostas, então ia ter que tratar com mais de um Mackay irritado. —Vários destes caras também eram militares. — observou Alex — A equipe que capturamos depois da morte de Johnny era formada por ex-militares. Jogadores, bagunceiros, nenhum deles era bom, mas pensavam que eram Rambo uma vez retornaram para casa. —O grupo que perseguimos: A Liga da Liberdade utiliza esses homens para lhes ajudar a roubar as armas que querem conseguir. Mas antes, a Liga nunca tentou vender algo tão potente aos terroristas.
—Nas poucas ocasiões em que conseguiram roubar armas mais potentes, o DSN estava ali para deter as vendas. Os agentes permitiam acontecer os contrabandos menores, enquanto
colonos, durante a colonização
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trabalhavam para identificar e capturar os cabeças do grupo. —Se a Liga está envolta, então deve ter sido um golpe. Teriam tirado o Sueco e o seu grupo, e teriam utilizado homens mais capazes para seguir adiante com a operação. — afirmou Alex. Chaya estava de acordo com isso… até certo ponto. —Exceto o intermediário Sueco, de acordo com a evidência, ele já havia trabalhado antes com o contato desta área. Os mísseis eram baratos. Dois milhões? —Ela se burlou— Por favor, teriam conseguido vinte milhões por eles. E a intenção era essa. O intermediário só estava comprando os direitos de transporte e os acertos do leilão dos mísseis. E isso é o que Johnny não sabia. Pensava que a venda de mísseis era um trato fechado. —O que significa que alguém mais, em algum lugar, estava mexendo os pauzinhos. — refletiu Natches, voltou a sentar-se na cadeira, contemplando os papéis sobre a mesa antes de levantar o olhar para a Chaya. Ela agora viu a amargura, a ira. —Cada passo que damos nos levam nessa direção. — afirmou ela. —Fodida Somerset, Kentucky, sede das vendas da tropa ilegal e do terrorismo nacional. —Uma risada cínica transpassou seus lábios— Merda, manos! —Olhou seus primos— Estávamos dormindo ou o que? Chaya sacudiu a cabeça, sofrendo por ele. Este era seu lar, e sabia que amava a estas montanhas, o lago, e inclusive, de algum jeito, às pessoas.
—Somerset é um das muitas cidadezinhas. — disse— as tropas de guerrilha podem crescer e prosperar em tais áreas, pelos vínculos com suas famílias e comunidades. Sabem a quem capturar em quem se pode confiar e quem pode lhes chantagear. A maioria é inofensiva. Bons filhos conspirando para defender a Deus e ao país contra os agressores. Têm vínculos com o pessoal militar, obtendo algumas armas aqui e ali, e isso os faz sentir mais seguros. Não o faz legal, mas se sentem mais seguros. Então, de vez em quando, sai algo como a L.L7. E distorce tudo, atraindo a esses grupos uma vez inofensivos, e de repente têm um exército com conexões, em toda a América. Se pudéssemos capturar à pessoa ou pessoas, que mexem os pauzinhos aqui em Somerset, então teríamos a oportunidade de desmontar toda a rede. —E acredita que fazendo perguntas difíceis a uns quantos idiotas vai conseguir-lo? —Dawg passou as mãos com desprezo sobre os arquivos— Não vejo nenhuma maldita referência aqui sobre a Liga da Liberdade ou uma rede de terroristas nacionais. —Você não leu os arquivos ainda. — disse Natches com calma, seu olhar ainda cravado em Chaya — Eu já o fiz. Chaya apertou os lábios e baixou os olhos. Fazia as perguntas que sabia iriam em direção a Natches e seu pai. Quão leal ele era a seu pai? Ele proclamava que não era, mas os laços de família, freqüentemente, eram fortes amarras. E Natches não era tão fácil de ler como pretendia. Em algumas áreas, seus segredos eram muito mais profundos do que a maioria das pessoas podiam imaginar.
—As perguntas que Cranston me enviou agora são mais específicas. Centradas em Johnny,
7 Liga da liberdade
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suas amizades e suas conexões. E há certos fios que se conectam entre eles. A família de Johnny. —Observou como Dawg apertava a mandíbula— Suas lealdades. Seus amigos. Com quem se dava melhor, porque nesses grupos, encontraremos o contato que precisamos. —Nesse grupo de nomes não conseguirá. — suspirou Rowdy— Repassei estes arquivos, agente Dane. Não há nada para identificar algum tipo de líder de uma rede de tropa nacional. Estes homens são ineptos. Não conseguem decidir onde tomarão o próximo banho e espera que eu acredite que fizeram parte das bases crescentes de um grupo terrorista? —Estou mais inclinada a acreditar que são peões de tal grupo. —respondeu — Trabalhei neste caso durante cinco anos, Rowdy. Reconheço os sinais. E estão todas lá. —Quem em Somerset poderia organizar e dirigir algo desse porte? —Dawg olhou para os outros, logo seus olhos cintilaram com ira, enquanto se inclinava para ela— Os fodidos Mackays. Eu, Rowdy, Natches, podemos fazê-lo. —soprou— Cranston vai agora atrás dos nossos traseiros? Ela negou com a cabeça. —Sandices. —Sua mão golpeou a mesa— Não há ninguém neste condado com mais experiência militar, paramilitar, ou assassinato do que nós três. Um franco-atirador, um especialista em explosivos e Rowdy, um dos melhores comandantes dos Marinhe. Todos eles abandonaram o exército. Para Dawg e Natches, depois de uma missão, ambos com licenças médicas. Rowdy aceitou duas missões e se licenciou. Logo que voltaram, a Liga começou a crescer nessa área. —Já investiguei essa opção. — lhes contou, olhando friamente a Dawg— Não tem as conexões, nem sua personalidade tem o temperamento necessário para esse trabalho. Seu olhar quase a come viva, levantou o corpo pela metade na cadeira enquanto Natches ficava em pé. —Não me diga que não tenho o temperamento para isto pequena. —grunhiu— Essa merda de bomba que foi colocada no carro, que matou ao seu agente, parece um brinquedo de criança comparado com o que eu sou capaz de fazer. —Pare Dawg. —Advertiu-lhe Natches. —Deixe-o, Natches. Posso dirigi-lo. —Sorriu forçadamente a Dawg enquanto sua mulher ficava atrás dele, com os olhos faiscando de ira enquanto olhava para Chaya. —Essa merda de bomba, como você a chamou, — grunhiu — tinha uma assinatura. Já a rastreamos antes. —Eu não deixo essas assinaturas fodidas. — lhe espetou. —Exatamente. Você não as deixa. E a falta delas é a sua assinatura. — lhe disse — Não se faça de idiota, Dawg, só porque você não gosta. —Chaya se levantou, agarrando com a mão o pulso do Natches— Você, Rowdy, Ray, suas mulheres, e seus amigos íntimos foram os primeiros investigados. Minuciosamente. Encabecei essa investigação. Sei quão minucioso que foi porque sabia que nenhum de vocês eram os culpados. Mordazes, malditamente, maus quando têm que sê-lo, e tão miseravelmente arrogantes que uma mulher tem que apertar os dentes. Mas não são traidores nem terroristas. E o demonstrei.
—Ela tem razão. —Defendeu Alex, atraindo seus olhares. Estava reclinado na cadeira, os olhos cinza iluminados pela diversão— Seriam péssimos terroristas e foram péssimos soldados.
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Acredito que por isso os Marinhe os deixaram ir tão facilmente, porque não seguem as ordens para nada. —inclinou-se para frente e sorriu placidamente— Mas eles pensam que eu sim. E Chaya sabe disso. Não é a única que está trabalhando neste caso. Agora, se já acabamos com esses joguinhos de poder, talvez possamos voltar a trabalhar nisto e averiguar a quem diabos persegue Timothy. No caso que não o tenha averiguado por si mesmo. Natches olhou outra vez para Dawg, furioso, controlando a raiva, mas a cólera não estava dirigida ao seu primo. Estava formando-se em seu interior, ameaçando lhe romper o controle, por suas próprias suspeitas. Não, suas próprias certezas. Deixou que Chaya o arrastasse à cadeira de novo e ignorou seus olhares preocupados, enquanto seguiam trabalhando. No final, ela se afastou, enquanto Alex lhes informava sobre a Liga da Liberdade e suas conexões. Era informação que já conhecia de sobra. Sabia, porque essa maldita organização tinha assassinado a sua filha. Ele a observava, enquanto se movia pelo salão, sentando-se fora do grupo de mulheres. No final, Maria a atraiu para elas com seu amável sorriso. Maria era a mulher mais amável que Natches tinha conhecido, até que seus primos começaram a apaixonar-se. Tinham visto mulheres com estas mesmas qualidades. No final, Chaya e Crista estavam falando. Natches as observava, dando-se conta que Dawg as olhava, e isso lhe chamou a atenção, iam ter que falar sobre isso logo. Não podia entender o problema de Dawg com Chaya, e estava começando a não lhe importar qual era o problema, ia detê-lo e ponto final. Finalmente, horas mais tarde, se levantaram sacudindo as cabeças com desgosto, admitiram que teriam que esperar ao Timothy. Natches permanecia em silêncio, vigilante. Chaya estava exausta, a levou para cama e a aconchegou contra ele, esperou que ela dormisse. Enquanto refletia. E tudo no que pensava no momento não o ajudava a encontrar um sentido para a sensação de ter suas vísceras se contorcendo, ou a ira que atormentava a sua mente. Pensar sozinho só piorava as coisas. Capítulo 15 Natches deixou Chaya, exausta, dormindo pacificamente na cama em que tinha sonhado em que ela dormiria. Quando voltou do Iraque, jogou a cama na qual se divertiu durante tantos anos diretamente no lago. Numa noite ao dar uma olhada nela algo dentro dele explodiu. O homem que dormiu nessa cama não era o mesmo que tinha voltado. O homem que tinha retornado agora pertencia a alguém e não era mais o que essa cama representava.
Antes de ir, tinha sido o bastardo, que todo mundo pensava, que era, caminhando diretamente para a autodestruição. Foi por isso que se uniu ao treinamento dos franco-atiradores, e trabalhou como observador, convertendo-se num dos assassinos mais competentes. Porque a
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vida não significava nada para ele… nem a sua, nem tampouco, a dos que foi enviado para matar. Para o homem que foi a felicidade era algo que os outros sentiam. Tudo o que ele sentia era a raiva, a amargura, a consciência que estava poluída com o sangue de um incestuoso filho da puta que maltratava aos filhos. E o temor de que algo ou alguma parte de Dayle Mackay vivesse dentro dele. E então, viu a verdadeira fortaleza. Viu uma mulher que esteve submetida ao horror, ao medo e tinha permanecido forte. Tinha levantado o queixo de modo desafiante e tinha seguido lutando. Nessas duas semanas de recuperação, lhe permitiram abraçá-la quando ela chorava, quando se inteirou de que o marido que ela pensava que podia confiar a tinha traído, a ela e ao seu país. Tinha-lhe provocado algumas risadas alguns dias depois e lhe roubou um beijo. Tinha visto a faísca em seus olhos e sua alma clamava por ela. E ela o tinha mudado. Em tão pouco tempo, tinha eliminado ao homem que ele tinha sido, e lhe mostrou o homem que queria ser. Um homem digno de uma mulher com essa fortaleza. Estava de pé na coberta, inclinado contra o corrimão, olhando fixamente para a água escura que se estendia atrás do barco, e compreender que tinha crescido muito antes que seus primos se dessem conta. Talvez a mudança tenha começado antes de Chaya, mas sabia que se fortaleceu com ela. Pensar em compartilhar o deixava puto, e assim que voltou pra casa não o fez mais, mas só porque não fodendo revelaria muito. E não queria explicar nada sobre Chaya. Não queria reviver com palavras as lembranças que não podia esquecer. E não queria traí-la saindo com outra mulher. Deixou que os outros o fizessem. Merda, inclusive tinha observado Dawg fazendo com algumas, mas não esteve tentado a se unir a eles. Não queria ser tentado a unir-se. Chaya estava tão firmemente plantada em sua cabeça e em seu coração que nenhuma outra mulher se aproximava da lembrança dela. Ela o amava em silêncio, como se tivesse medo que ao amá-lo de alguma forma isso a destruiria. E ele estava com o coração quebrado. Todo o sofrimento de uma vida selvagem e viciosa comparada a perda que Chaya tinha sofrido no espaço de alguns segundos não era nada. A morte de sua filha e saber que o próprio pai de sua filha as tinha traído. Exalou fortemente, esticou-se quando sentiu a oscilação do barco e percebendo uma presença a suas costas. Sabia quem era. Sabia que Dawg não dormiria muito mais que ele esta noite. Não com os acontecimentos que estavam começando a mostrar-se e o conhecimento de que o perigo rondava a todos. Permaneceu quieto, contemplando a água até que o gargalo de uma cerveja foi colocado na sua cara. Curvou os lábios, enquanto tomava a garrafa e dava uma olhada no homem que se inclinava no corrimão a seu lado.
Dawg8. Puseram-lhe esse apelido por uma razão. Nunca desistia das coisas. Ruminava e ruminava o problema, se preocupava e lutava com ele até o mesmo evaporar-se ou ceder ante sua
8 Do inglês dogged = persistente
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força. Era tão persistente quanto o maldito vento. Natches tomou um comprido gole de sua cerveja e esperou. —Você mudou. — disse por fim Dawg com tranqüilidade— Os outros não o conhecem como eu, quando voltou para casa. Atuou bem fingindo que fodia às garotas, ou que continuava tão selvagem e rebelde como sempre foi, mas não era mais. Natches olhou a garrafa, fixamente, enquanto negava com a cabeça. —Não. —admitiu ao final— Não era. —Não tinha intenção de compartilhar Kelly com o Rowdy, inclusive, se ele tivesse desejado, não é? —Grunhiu Dawg— Rowdy teria nos matado se tivéssemos tocado a Kelly. —Não o faria nunca, a não ser que Rowdy realmente precisasse. —Natches levou a cerveja aos lábios pensativamente— O jogo era igualmente o mesmo para você. Dawg suspirou, o som foi áspero e preocupado. —Não tenho complexo de pai. — grunhiu finalmente— O que tenho é um complexo contra os jogos de Cranston e da agente Dane, especialmente, depois que me inteirei dos feitos dessa noite. Isso quase o destruiu uma vez… —Ela perdeu sua filha em um ataque com mísseis contra os quartéis do inimigo no Iraque há cinco anos. Essa foi a falsa ordem dada pela Liga. Suspeito que para manter suas atividades em segredo. Beth tinha apenas três anos. Seu pai era da Inteligência Militar e a introduziu no país depois que desertou do outro bando. O silêncio dominou o ambiente e Natches segurava ligeiramente a cerveja entre suas palmas. —Duas semanas após a termos resgatado dos terroristas, que a tinham seqüestrado, enquanto estava em uma missão. Os mesmos terroristas que o seu marido traiu. Nassar Mallah a violentou com uma bengala, Dawg. Bateu tanto no seu rosto que seus olhos se fecharam pelo inchaço. A chutou e golpeou tanto que inclusive me perguntei como ela ainda se agüentava em pé quando entrei naquela cela fodida. Mas ela estava. Tirando as roupas de um guarda após tê-lo nocauteado, seus pés estavam nus e ela estava em estado de choque, mas mesmo assim estava se preparando para fugir. Dawg grunhiu uma maldição desumana. Um som repleto de horror pelo que Natches descrevia, as imagens surgiam entre eles repletas em sangue. — Nos escondemos em um buraco que eu mesmo cavei, e ativei o localizador para sermos resgatados. Eu sabia que minha equipe não estava muito longe, mas estavam muito longe para resgatá-la. Ali mesmo eu enfaixei os seus pés, cobri seus olhos, e nesse buraco pequeno e escuro, eu lhe entreguei a minha alma. Levou a cerveja para lábios e virou-se para olhar ao primo que era muito mais do que um irmão, e que quase foi um pai para ele. — Se a ferir novamente e isso será o nosso fim como amigos e como família. Entendeu Dawg? Essa mulher me pertence, e sempre pertencerá. Se a ferir outra vez esse será o nosso fim.
Dawg contemplou Natches. Toda uma vida de lembranças e provas, lágrimas e brigas, de aventuras masculinas se estendiam entre eles. Anos atrás tinham jurado que nada se colocaria entre ele e seus primos. Mas enquanto contemplava Natches, o mais jovem dos primos e o que
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levava mais cicatrizes em seu interior, viu algo que nunca tinha imaginado que veria. Estava acostumado a ver Natches como o filho maltratado que ele sempre ajudava a resgatar dos punhos de Dayle Mackay. Como o demônio selvagem, muito encantado e bagunceiro que foi enquanto crescia. E logo entraram nos Marinhe. E via que na realidade ele tinha amadurecido. Exceto que Dawg não quis enxergar isso em Natches. Não quis ver os horrores que seu primo tinha sofrido enquanto estiveram separados. E agora o viu. Mas viu algo mais. Havia um núcleo de puro aço endurecido dentro dele, e esse aço é que tinha puxado o gatilho para matar ao seu primo e salvar o coração de Dawg. E esse aço agora o estava enfrentando, e agora Dawg se culpava se Natches já não tivesse se decidido a afastá-lo de sua vida. Natches entregou a ele e a Rowdy sua lealdade, e Dawg até esse momento não tinha percebido que eles não fizeram o mesmo por ele. —Merda. —Suspirou, passando uma mão pelo rosto— Não queria feri-la, Natches. Filho da puta, eu nem sequer queria odiá-la. Eu estava equivocado. Natches seguia contemplando a água e algo se rompeu no interior de Dawg, vendo a dor no rosto do seu primo. Merda, teria matado a qualquer um que apenas pensasse em ferir essa agente como ele fez. Os primos Mackay se mantinham unidos, simples assim. —Não teria permitido a ninguém mais. — admitiu, e não foi fácil— Preocupamo-nos um pouco, mas isso você já sabe. Então Natches concordou. —É a única razão pela qual agora estamos conversando, Dawg. Essa é a única razão da minha mão ainda não estar sobre a sua garganta e o meu barco ainda estar por aqui. Porque eu sei. Dawg quase sentiu uma injeção de temor. Como tinha deixado que sua inimizade, o temor por seu primo, quase os levasse a este ponto? Ele era um fodido imbecil tacanha e xingou a si mesmo. Às vezes ainda era o mesmo imbecil tacanha de quando era jovem. —Ela não é simplória. — chiou ao final— Mas embora seja. E não importa as suas ameaças, me irrita porque você não a está compartilhando conosco. E eu te conheço Natches, sei que você sabe o que está acontecendo. A está protegendo de nós quando não tem necessidade disso, e está se arriscando e isso é o que me irrita nela. Observou como Natches baixava a cabeça, seu olhar se deslizou para as costas nua do seu primo, e ainda estremecia depois de todos esses anos, muitos anos e ainda lhe provocava irritação quando a luz da lua banhava as cicatrizes que Natches tinha sobre a pele bronzeada. O pai de Natches havia provocado isso. Esse bastardo mesquinho filho de uma puta o tinha açoitado até quase matá-lo. Quebrou-lhe as costelas, o derrubou e deu-lhe uma surra de morte. Quando Dawg, Rowdy e Ray entraram na casa, Natches estava encolhido como uma bola. Quase inconsciente, as costas em farrapos e Dayle ainda o açoitava com o maldito chicote. Nessa noite Dawg jurou para Deus que isso nunca mais ia acontecer novamente. Nem isso, nem nenhuma outra coisa, que deixassem em Natches cicatrizes físicas ou mentais. E mesmo assim, algo quase tinha destruído Natches tão profundamente quanto o fez seu pai. A dor de uma mulher. As cicatrizes de uma mulher.
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Nesse instante, se deu conta que isso era o que o estava irritando agora. Mais uma vez, Natches não estava cobrindo as costas. Estava mais preocupado com a segurança de outro, outro que Dawg não conhecia e que era muito cauteloso para confiar. —Natches, basta de olhar essa merda dessa água, me diga que diabos está se passando. Observei-te essa noite, repassando todos os arquivos. Atou cabos, e ainda está tentando proteger a todos nós, me deixe te ajudar. Nós não escondemos os nossos problemas de você quando o tivemos. Não nos faça isso agora. Fosse o que fosse que Natches tinha descoberto, foi pouco a pouco, porque não subia pelas paredes, não tinha tirado seu rifle de franco-atirador, e Dawg e Rowdy não tinham percebido sua raiva. Natches era mais fácil de entender quando tinha um ataque de raiva rápida e forte. Quando ele estava calmo eles realmente ficavam com medo. E Natches estava imerso em uma raiva lenta e crescente. Enquanto contemplava Natches, o barco se balançou outra vez. Dawg levantou o olhar quando Rowdy já cruzava a coberta. Seus barcos estavam tão perto que dava para saltar de um para o outro. Rowdy não estava excluído dessa conversa noturna e Dawg pôde dizer pela expressão de Natches que esse também sabia. —A cerveja está na geladeira. — disse Natches em voz baixa, acabando a que Dawg havia lhe trazido — Me traga outra que esta está vazia. — lançou a garrafa no lixo que estava no canto. Ao menos Dawg não teria que ver mais essas cicatrizes fodidas. Vê-las o irritavam, inclusive agora tantos anos depois. Rowdy pegou as cervejas e juntou-se a eles, inexpressivo enquanto as entregava aos outros. —Estavam brigando? —perguntou olhando para eles— Essa noite não farei o papel de árbitro para vocês. Dawg soprou. —Não, simplesmente estou tentando convencer a este cabeça oca que me conte, que diabos, está acontecendo com a sua mulher e o maldito Cranston. Meu pescoço está começando a arder, e está me mantendo acordado a noite toda. —Natches nos contará quando achar que precisa. —Rowdy deu de ombros, mas Dawg também ouviu a pergunta em sua voz. — Seu pescoço está ardendo. — disse Natches, a voz inquietantemente acalmada— Sentiu arder a ponto de ter que olhar por entre os seus olhos? Brincando com você, seguindo a toa, simplesmente esperando, porque ainda não é o momento oportuno? Dawg gelou. Olhou para Rowdy e viu a mesma emoção refletida a mesma emoção que ele sentia. —Merda, do que você está falando? —grunhiu Rowdy. Rowdy raramente amaldiçoava, Kelly não gostava, e tentava limpar a boca. Para um marinhe, era fodidamente difícil de controlar. E o feito de que tivesse escapado, dizia mais de sua fúria que qualquer outra coisa.
Natches levantou a cabeça e contemplou as montanhas que os rodeavam. A dor que viu então em seu rosto, o intenso e calmo pesar, fez com que as vísceras de Dawg se retorcessem de terror. Porque soube. Que Deus o ajudasse, estava aterrorizado ao saber exatamente o que ia sair
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da boca de seu primo. —É Dayle, não, Natches? É quem Cranston está perseguindo, é ele que ajudou ao Johnny. Esse é o motivo de estar jogando com você e com a sua agente. —Em um batimento de coração, Dawg soube a verdade. Natches fez uma careta, um tenso e zombador sorriso curvou seus lábios antes de inclinar a garrafa e beber. Em segundos a garrafa estava vazia e a jogou no lixo, forte o bastante para que o cesto balançasse, enquanto Dawg e Rowdy estremeciam. Natches contemplou o cesto, desejando poder liberar emoção suficiente a respeito do seu pai para conseguir se zangar. Se zangar muito. Simplesmente zangar-se muitíssimo. Simplesmente raiva suficiente, ante a injustiça de sua vida que tinha permitido que um pouco tão raivoso como Dayle Mackay gerasse um filho. Mas não podia. Tudo o que sentia era, esse frio e duro núcleo de conhecimento, em seu interior. O mesmo que sentiu quando se deu conta que Johnny Grace era tão perigoso, quanto enganador logo que se conteve de golpeá-lo. Seus dedos doíam para acariciar o seu rifle, para exterminar a ameaça e poder se assegurar, queria estar malditamente seguro, que o bastardo não pudesse atingir Chaya, Rowdy ou Dawg. Ou, que Deus não o quisesse a Ray. Ao menos, Dayle não podia tocar mais a sua irmã, Janey. Estava fora na universidade, longe, muito longe, Natches tinha se assegurado disso. — Estava brincando comigo. — comentou Natches— Agora não, mas freqüentemente o fez. Deve estar ocupado esse mês, não senti sua mira durante um tempo. Mas logo após acabar com o Johnny, voltei a sentir. Senti tão freqüentemente que me perguntei se no final se decidiria a fazê-lo. —E não disse nada? —grunhiu Rowdy, furioso. Natches pôde ouvir a ira em seu tom. Natches deu de ombros. —Sabia como devolver-lhe. Deixei ele me sentir durante um momento. — E isso o tinha divertido. Do mesmo jeito tinha divertido a Dayle quando Natches sentiu essa mira entre os olhos. Uma vez franco-atirador sempre franco-atirador, mas uma vez assassino, um homem sempre sabia quando se voltavam contra ele. Dayle divertia Natches com seus jogos na maior parte do tempo. Não sabia como apontar, não tinha mais experiência que um caçador. A posição do vento nunca era a correta. Sempre estava muito longe. Mas gostava de fingir que podia matar o seu filho. O cozinheiro aficionado se converteu em um cozinheiro de gourmets, e pensava que era o general de uma revolução. Merda, era tão ridículo que Natches nem podia acreditar. Porque ninguém, nessa maldita cidade, tinha bolas o suficiente para pará-lo. Estavam aterrorizados com Dayle Mackay. Esse pensamento era mais do que suficiente para um homem se retorcer. Dayle Mackay podia fazer uma comida que deixaria um homem chorando ao prová-la e podia golpear a um homem até convertê-lo em uma massa ensangüentada com a mesma fria precisão. Entretanto, Dayle Mackay tinha o caráter para fazer o que estava fazendo. Tinha aprendido o suficiente nos marinhe para saber como ser duro. Fez as conexões, e manteve essas conexões. E Natches soube quando leu os informes, quando começou a unir os pontos e as imagens mentais dos últimos sucessos que os associavam. Natches soube.
—Quanto tempo faz que sabe quem está perseguindo a agente Dane, Natches? —
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perguntou Dawg. Natches também pôde notar seu aborrecimento. Protetor, assim era Dawg. E sabia que Dawg nunca esqueceria a noite em que ele tinha sido incapaz de proteger a si mesmo. A noite que quase deixou que seu pai lhe golpeasse até a morte, para proteger a sua irmã. E o haveria feito de novo. Se Ray não tivesse encontrado uma maneira, de que Dayle estivesse muito assustado, para deixar muito mais que um hematoma em Janey, Natches deixaria que seu pai o matasse para protegê-la. —Soube antes de ela chegar. — Natches disse por fim, dando menos importância ao feito. Não queria admitir, negava-se inclusive a levar em conta a suspeita. Mas sabia. O dia em que Johnny tinha morrido, Natches olhou no interior dos olhos de seu pai do outro lado da praça da cidade e Dayle soube quem o tinha matado. E Natches soube, nesse exato momento, quem tinha ajudado Johnny. Merda, não o ajudou. Johnny não tinha cérebro para isso, Dayle Mackay é quem tinha sido. E agora ele tinha que lutar com isto. —Cranston tem Chaya jogando como uma cortina de fumaça, eu sei. Não o suficiente para provocar que Dayle vá atrás dela mais o suficiente, ele espera, para fazer com que Dayle se equivoque em algo e desperte a cólera de Timothy Cranston. Uma chamada errada, um encontro equivocado. Um encontro equivocado com a pessoa incorreta. Só o suficiente para colocá-lo sob suspeita de atividades terroristas. O silêncio os rodeou. Não sentia o frio da noite sobre sua pele, sentia o frio da traição em suas vísceras. E medo. Porque a única coisa que ainda não tinha se dado conta até esta noite, até que a bomba matou o outro agente. Não tinha se dado conta do risco que Chaya corria. Dayle não tinha nenhum problema, absolutamente nenhum, em saber que ela era seu ponto fraco. Matá-la seria matar Natches, e para descobrir isso não precisava ser um cientista espacial, especialmente, depois dos últimos dias. —Vou transladar o barco amanhã. — contou então— Vou ficar no em cima da garagem por um tempo. —Uma merda que o fará. — Rowdy o enfrentou, duro e frio— Permaneceremos juntos, Natches. Ele espera que se separe de nós. Não nos separaremos. Natches negou com a cabeça. —Kelly e Crista… —Merda, são igualmente inocentes nisso do mesmo jeito que é a mulher que tem na sua casa. — grunhiu Dawg — Posso não gostar da situação, maldito seja, mas que me condenem se permitirei que se afaste assim de nós. A segurança está no número, cara. E agora mesmo, Dayle não vai se arriscar assim. Todos nós saberemos quem o fez. Conhecemos seu estilo e sua assinatura, você não pode se arriscar, mostre o seu ponto fraco e ele poderá te eliminar facilmente. Natches passou a mão na bochecha e olhou a noite. Esse era o único porto seguro que Natches sempre teve contra a cólera do seu pai. Também tinha se esfregado diante do nariz de Dayle. Não podia eliminar Natches sem que toda a maldita cidade soubesse. E uma parte de Natches nunca acreditou que seu pai, na verdade, realmente quisesse matá-lo, até pouco tempo.
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Diabos, deveria juntar tudo e partir com Chaya. Construir uma vida nova em algum outro lugar, não seria tão miseravelmente difícil. Exceto que não havia nenhuma maldita maneira de fazê-la ir com ele. Ela era uma agente e não faltava com a sua palavra. Não trairia ao DSN desta forma. Renunciaria e lhe seria concedida uma vez que terminasse essa missão, se eles sobrevivessem. —Já conversou com Chaya? —perguntou Rowdy. Natches negou com a cabeça, convenceu-se disso esta noite. —Está dormindo. Estava aconchegada em sua cama, a salvo e cálida no momento, onde sempre precisou tê-la a salvo e apaixonada, dando guarita a seu filho sob seu coração. —Está grávida. —Deixou que as palavras saíssem de seus lábios. Sabia que estava grávida. Podia senti-lo com clareza em sua alma. No momento em que lhe disse que não estava protegida, esse conhecimento tinha golpeado claramente suas vísceras. Silêncio outra vez. Os olhos do Rowdy se abriram de par em par e os do Dawg pareciam aterrorizados. —Ela está o que? —disse Dawg respirando com dificuldade— Que diabos! Não esteve aqui o suficiente, a menos… — o deixou sem terminar. —É meu. — Seu bebê. Filho ou filha, não importa, não teria importância— Não o admitirá, mas sei que o está, Dawg. A primeira vez, não estava protegida e me importou um caralho. —Mas agora, o medo lhe atendia. Seu bebê descansava dentro dela, apenas mais que um instinto, e esse filho já estava em perigo — Não me importou nada mais. —Maldição. — soltou Rowdy com rudeza— De acordo, outra razão para não fugir sozinho. Seu traseiro vai permanecer aqui. E o dela também. —Estão arriscando suas vidas. — disse Natches, ambos — Kelly e Crista precisam de vocês. Esta é minha batalha. —Quer que eu chute o seu traseiro. —espetou Dawg. —Não, quer um banho frio esta noite, e vai nos obrigar a jogar o seu traseiro sobre esse corrimão dentro do lago. —disse Rowdy com uma saudável dose de desgosto— Supere, Natches. Mais tarde, abordaremos Cranston. Esse pequeno bastardo foi muito longe esta vez. Para começar, deveria haver ficado em contato conosco. —Ele o fez. Dawg e Rowdy o olharam com surpresa. —Quando? —A chamada anônima na noite em que Chaya veio a cidade. No final reconheci a sua voz apesar de suas tentativas para dissimulá-la. Era Cranston. Esse foi seu aviso. —Então precisa polir seu fodido-dom-de-gente. —O sorriso de Dawg fez uma dessas curvas exasperantes que sempre indicavam problemas— Simplesmente lhe ilustrarei nessa pequena delicadeza, quando o encontrarmos.
Natches olhou Rowdy, logo depois a Dawg, e sacudiu a cabeça. Não queria envolvê-los, mas não estavam sempre envolvidos? Dayle nunca estaria satisfeito se conseguisse eliminar Natches, porque odiava os seus sobrinhos com a mesma fúria apaixonada pela qual odiava a seu filho. E o
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seu irmão Ray? Seu ódio por Ray era tão forte e tão profundo que Natches se preocupou durante anos que Dayle pudesse lhe devolver o golpe. —Nos encontraremos aqui pela manhã. — disse Rowdy a ambos enquanto se afastavam do corrimão do barco— Então analisaremos as coisas e faremos averiguações. E o faremos juntos. —Voltou a olhar Natches com o olhar duro e decidido. Natches concordou. Não havia opção de que lhe deixassem fazê-lo sozinho, já sabia. Observou os seus primos, sua família, saltar do barco para o de Dawg. Dawg se dirigiu para dentro enquanto Rowdy saltava para o seu próprio barco, sua sombra apenas visível inclusive sob o céu estrelado e a lua quase cheia. Elevou o olhar para a lua, antes de ir para dentro ao encontro de Chaya, sussurrou uma prece. Deus, Tome conta, não permita que eu perca a Chaya. Porque sabia além sem sombra de dúvidas que nunca sobreviveria a isso. * * * Chaya sorriu quando sentiu Natches mover-se, silenciosamente, ao seu lado na grande cama, logo teve um pequeno calafrio quando seu corpo gelado-se aconchegou com o dela. —Está gelado. —murmurou, nem muito acordada, nem muito adormecida, mas contente por estar ali, satisfeita e tranqüila. —Você vai conseguir me esquentar. —Sua voz, um pouco rouca, cobriu-a, com um matiz de diversão masculina. —Hmm. —moveu-se contra ele, lhe esfregando as pernas peludas com as suas, enquanto um sentimento de plenitude começava a manifestar-se. Não deveria sentir-se confortável. Não deveria se sentir como se estivesse em casa em seus braços, porque nunca soube o que era estar em casa até encontrar Natches. —Realmente tenho frio. — murmurou, fazendo-a virar de costas, enquanto ela levantava as pestanas e olhava seu rosto em sombras, vislumbrando seu rápido sorriso. Adorava seu sorriso, entretanto quase não o tinha visto desde que chegou a Somerset, deu-se conta que queria vê-lo a cada segundo do dia. Um sorriso nos lábios e nos olhos. Deixou que as mãos deslizassem subindo pelos braços apoiados a cada lado do seu corpo até que se curvaram ao redor do pescoço. Estava preparada para o beijo quando chegou, e não tinha direito a proclamar que tinha frio, era um inferno, apaixonado e ansioso. O beijo desceu, os lábios inclinados sobre os seus, enquanto se movia em cima dela, deslizando entre as coxas e cutucando a ponta de sua ereção contra as escorregadias dobras do seu sexo. —Agora o noto quente, Natches. —sussurrou, sentindo a necessidade começar a crescer dentro dela, outra vez. Enquanto deslizava dentro dela, grosso e duro, ela lhe obstruiu a respiração na garganta e arqueou as costas, tomando mais dele, tomando-o mais profundo e lutando para segurá-lo mais estreitamente. Entretanto, estava tão estreitamente apertada ao seu redor que nem um pensamento poderia ter deslizado entre a pele de ambos.
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—Absolutamente quente. —Sua respiração era entrecortada, as mãos exigentes, suaves, enquanto acariciava o corpo de Chaya. Inclinou a cabeça até que os lábios e língua puderam jogar com o seu mamilo. —Sim, o noto mais ou menos quente. —ofegou ela, logo gemeu quando ele sugou profundamente e empurrou com força em seu interior— OH, Deus, Natches, o que está me fazendo? Mas ela sabia o que ele estava lhe fazendo. Ligando-a tão fortemente a ele, que não haveria maneira de escapar, nem maneira de se proteger. —Te amando. —murmurou contra seu mamilo antes de beijá-lo brandamente e se voltar para o outro bico apertado— Não pode me sentir te amando, Chay? Podia. Empurrando, deslizando-se tão profundo e quente dentro dela, como um sonho. Ele estava tomando-a, como em um lento e preguiçoso sonho, fazendo memorável cada carícia, cada toque ardendo em seu coração. —Segue me amando. —Quase soluçou o pedido, e lhe mordeu o ombro quando ele roçou com os dentes sobre o outro mamilo, enviando sensação atrás de sensação, disparadas diretamente para o seu ventre — Não pare, Natches. Não pare de me amar. —Não vou parar. — gemeu— Sempre te amarei. E ela sabia, como sabia que sentia o mesmo. Articulou as palavras mudas contra o seu ombro, sentindo-o mordiscar a curva de seu peito e o prazer começou a disparar. Os impulsos se fizeram mais fortes, mais profundos. Golpeando, penetrando, e enchendo-a de êxtase, enquanto voava entre seus braços. Elevou os quadris, com as pernas ao redor dos quadris de Natches, enquanto se aferrava ao redor de sua vida. Cada vez com Natches era melhor que a anterior. Cada toque, cada beijo, cada impulso apaixonado dentro de seu corpo a atavam mais firmemente a ele. E quando culminou, sentiu-o explodir e notou o alívio de ambos mesclando-se. Sabia que suas intenções de atá-la mais estreitamente só lhes ofereceriam mais para compartilhar. Não havia maneira de atá-la mais, ele já era sua alma. Entretanto, cada jorro do sedoso alívio fluindo dentro dela a fez chorar. O nome de Chaya nos lábios dele, o do Natches soluçado nos seu quando ao final desabou contra ela e virou para um lado. Ainda a abraçava. Não a soltava, simplesmente a aproximou mais a ele, enquanto acalmavam suas respirações, adormeceu de novo. —Te Amo. —Ela sussurrou as palavras para si mesma. Ou isso pensou Natches que sentiu como seu coração se alargava, quase saindo do seu peito ante as sonolentas e quase inconscientes palavras. Te Amo. Uma frase tão simples. Embora, essas duas palavras se alojaram em seu interior, enchendo o de determinação. Não ia perdê-la. Mataria primeiro, e como aconteceu com a Johnny, nunca o lamentaria. Capítulo 16
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Timothy Cranston, aliás o gnomo raivoso do DSN, entrou no barco de Natches como se lhe pertencesse. Seguiam-lhe outros cinco agentes encarregados do caso em Somerset, e aparentavam estar sob pressão, sem dormir e preocupados. O xerife Mayes entrou atrás deles e parecia a ponto de explodir de raiva, seus olhos castanhos dourados faiscavam de irritação e seu corpo grande e musculoso estava tenso pelo esforço de manter-se sob controle. —O que aconteceu? —Chaya se levantou da cadeira em frente à mesa, os olhos indo de Timothy para o xerife. —Alguém tentou matar Rogue Walker esta noite. —A voz de Zeke estava rouca pela fúria— E quase conseguiu. —Maldição! —Chaya se afastou, procurando informações nos arquivos que tinha a sua frente — Rogue não sabia de nada, se tivesse dito alguma coisa eu saberia. —Talvez ela não tenha consciência de que sabe algo. — sugeriu Natches, enquanto se apoiava na beirada da mesa e bebia da xícara de café que tinha nas mãos. Seus olhos verdes se tornaram gélidos quando se dirigiram ao Timothy. — Normalmente o espetáculo não é assim Timothy? É o que a pessoa não tem consciência do que sabe e por isso mesmo se torna um alvo ou o que alguém suspeite que ela saiba? —Rogue sabe de algo. —grunhiu Timothy— Normalmente anda com esse grupo de bagunceiros. Vários deles já se relacionaram com a Grace e Bedsford. —Só por associação. —Natches não deu importância, mas Chaya percebeu o arrastar calculado de sua voz — Merda, prendeu e interrogou a todos. No final todos se relacionaram entre si. —Este cidadezinha não é tão fechada quanto quer pensar Natches. —falou Timothy— Tem um alto índice de turismo e o lago Cumberland é uma das atrações mais importantes da região. —Então agora também estamos procurando por turistas? —Natches elevou a sobrancelha e Chaya quase lhe deu um chute. Durante toda a manhã esteve frio e concentrado na revisão dos arquivos, enquanto fazia notas respondia apenas com respostas curtas. —Odeio os Mackays. —Suspirou Timothy. —Sim, especialmente, quando se autodenominam líderes do grupo militar local. — Natches deu um sorriso forçado, estendeu a mão por trás para pegar os arquivos que tinha amontoados ali, e os jogou sobre a mesa — Dê uma olhada nesses aqui e veja se você consegue notar algo que eu não percebi. Chaya o olhou espantada. —O que disse Natches? —Timothy ficou imóvel, e os agentes que o rodeavam se posicionaram e aproximaram as mãos de suas armas. Natches riu ante os movimentos enquanto o xerife Mayes se posicionava para cobrir Natches, se por acaso fosse necessário. Interessante. Um homem que Chaya juraria que não deixaria sua lealdade passar por cima da lei, embora silenciosamente ficava ao lado de Natches.
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—Pára de provocar, Natches. — se virando para ele, entrecerrando os olhos frente do brilho de fúria em seu olhar— Queremos manter Timothy calmo, se lembra? Estou certa que sua secretária não foi capaz de lhe dar suas doses diárias dos seus remédios no café esta manhã, assim não o provoque mais. Circulava uma brincadeira que sua secretária precisava colocar uma dose de sedativos no seu café. Às vezes ele era hiperativo e isso deixava todos nervosos. —Olhe o último arquivo. —Natches deu de ombros, enquanto terminava seu café e deixava a xícara de lado— Verá o que eu quero dizer. Chaya não viu os arquivos. Natches esteve trabalhando muito antes que se levantasse, e tinha permanecido distante, se negando a falar sobre o que estava trabalhando. —Aqui não estamos tratando com incompetentes, drogados ou forasteiros. — informou Natches, enquanto Timothy pegava o último arquivo. Chaya conseguiu sufocar seu susto. —Estão tratando com homens que tiveram um sonho durante toda a sua vida. — Natches expôs maliciosamente— Ao ter enviado Chaya e arriscar o seu pescoço com esse recado idiota deveria ter procurado alguém que já soubesse de algo. Dayle Mackay. Havia três fotos em frente ao arquivo. Dayle Mackay, Chandler Mackay, e outro homem que Chaya sabia, era o suspeito de formar parte da Liga da Liberdade. Evidentemente, esses eram os homens que tinham que se fixar como objetivo. —Chandler não esteve no exército. — disse ela, em voz baixa, emocionada. —Não, entretanto Chandler gostava de brincar de guerra. Seu traseiro covarde era muito importante para ele arriscar-se, já que era uma das cabeças do grupo. Mas queria mostrar para o seu filho o quanto podia ser duro e forte, normalmente demonstrava com os punhos, mas sua mulher tinha um pouco de controle sobre ele. Agora o melhor de Dayle Mackay, é outra história. Natches uma vez acreditou que tinha deixado para trás essa parte de seu passado, que tinha conquistado esse ódio, essa amargura. Talvez não o tenha conseguido de todo, pensou enquanto observava Cranston ler o arquivo. — Dayle não se importava em quem golpeava ou quão duro podia ser. E manteve sua esposa bastante dopada para que ela também não se importasse, casou-se por dinheiro e se apropriou do dinheiro com a morte dos pais dela, e a deixou viva para que pudesse presenciar o sucesso de todos os seus planos. General Dayle Mackay. Era assim que se chamava em particular. Mas por outro lado, sempre o faz e assim, no início não foi fácil reunir as peças do quebra cabeça. Se afastou quando Chaya se aproximou dele. Merda, pensava que podia ter uma vida com ela, e agora isso estava sendo posto a prova da pior forma possível. Filho de um traidor? Ela já se casou com um traidor, estava quase certo que ela não ia querer outro na família. —Os outros arquivos, são de homens que no passado lhe fizeram visitas, altas horas da noite, sentavam e bebiam a um bom vinho, enquanto falavam sobre o futuro dourado que iriam criar. Então teve um filho. Essas lembranças estavam repletas de dor. Natches tinha sido um filho intrometido e muitas vezes foi apanhado bisbilhotando. E pagou muito caro por isso.
—Aqui estão todos eles juntos. — exclamou Timothy, enquanto tirava uma das poucas fotos
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que Natches tinha tirado da casa antes que seu pai o tivesse expulsado. —Esta foto foi tirada por acidente. —Sorriu— Estava acostumado a tirar as fotos da família, não que tivéssemos muitas. Sua mulher, Linda, tentou durante alguns anos, mas no final o deixou. Gostava mais de estar sedada. Natches olhou a foto. Seis homens. Dayle, Chandler, e os homens que se lembrava de ter visto de relance, quando era mais novo. E uma mulher. Nadine Mackay Grace entre os dois irmãos Mackay, a rodeava com os braços enquanto sorriam para a câmera. Sua mãe, Linda, não estava na foto. Só esses homens de olhar duro e a irmã que os Mackay tinham usado para o seu próprio prazer. Natches foi para a cafeteira, sentindo a necessidade de escapar, de caçar. Seu rifle estava limpo e preparado, a munição estava no ponto, a mochila pronta. Poderia ir embora imediatamente e ninguém teria idéia de para onde tinha ido. A vontade de matar ao homem que o gerou o estava comendo vivo. —Delbert Grant é seu homem perito em explosivos. — lhe disse— Esteve na cidade há umas semanas atrás, foi dispensado do serviço há muito tempo, mas seu filho estava com ele, supunha-se que todo homem precisasse de um aprendiz. Natches quase grunhiu ante o pensamento. —Como obtemos a prova que precisamos contra eles? —Refletiu Timothy, enquanto se virava para os agentes, e Chaya ia ao encontro de Natches. Tentou se afastar dela outra vez e ignorar o seu olhar. —Não o faça. Por favor. — Ela o olhou e logo apoiou a cabeça no peito e ele se perguntou se seu coração iria se romper nesse momento. Não podia evitar tocá-la, de colocar suas mãos contra suas costas e senti-la fundir-se nele. Mas olhou por cima de sua cabeça e observou como os agentes revisavam os arquivos, comparando nomes, conexões e convocando à cada um deles nos pontos específicos da operação. Não eram homens que tivessem muita riqueza. Planejavam e conspiravam. Eram valentões e que se proclamavam salvadores. Eram o pior tipo de inimigo. —Este tem um barco no lago. —O xerife deu um toque no arquivo do membro mais rico do grupo — Sai com um grupo várias vezes ao ano. Não causam problemas, mas lhe dão sensação de problemas. —O tio Ray não os deixaria ancorar aqui. — disse Natches. A cabeça de Timothy se elevou frente a menção do nome de Ray. —Onde estão seus primos? E Jansen? Não estavam por aqui esta manhã. Acariciou as costas de Chaya, enquanto esta mudava de posição em seus braços para poder observar a Timothy. Ainda estava relaxada contra ele, ajustada ao seu corpo rijo e grande, como se sua pequena estrutura pudesse lhe amortecer contra tudo. —Estão por aí. — disse em voz baixa. Chaya se esticou ante o som de sua voz. Suave, quase terna. Um preguiçoso arrastar de palavras que não continha nenhuma calidez, nenhum consolo.
Chaya observou quando Timothy entreabriu os olhos sobre eles, assimilando sua postura, a forma com que Natches a sustentava contra ele. Era uma imagem inequívoca e o olhar do agente
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especial piscou com conhecimento. —Sim, isto é o que queria, não, Timothy? —perguntou Natches, e Chaya se obrigou a permanecer em silêncio, mantendo os olhos sobre o Timothy — A mandou para cá para atiçar o vespeiro, assim você poderia nos arrastar e nos obrigar a fazer o trabalho por você. Timothy exalou bruscamente, passou a mão sobre a cabeça calva e deu a Natches um sorriso precavido. —Sabia que se alguém podia fazer, esse alguém seria você. — Disse lhe dando importância— Não avançávamos. Tudo o que tínhamos era a conexão de Somerset e a relação de Johnny com seu pai e seu tio. —Não. — espetou Natches— Nunca mais fale desses dois assim outra vez. Chame-os por seus nomes e nunca mais os relacione comigo novamente. A fúria fria e amarga enviesou sua voz e Chaya sentiu romper o seu coração. Teve que piscar para conter as lágrimas, e observou como Timothy baixava a cabeça e passava a mão pelo rosto antes de assentir bruscamente. —Sim, tem razão. — Suspirou o agente — Não o merecem. Você é um bom homem, Natches, você, seu verdadeiro tio e esses seus primos. São gente muito boa. Não vou brigar com você por isso. Nem vou discutir sobre o fedor que os outros dois jogaram sobre você. Mas agora temos que lutar com isto. — Tamborilou os dedos sobre os arquivos que Natches tinha elaborado nas primeiras horas da manhã— Não podemos prendê-los sem provas. —Olhou para Chaya— E não tem nenhuma ponta solta que os implique com Johnny Grace. —Os terá. —afirmou Natches— Quando sair para pescar ao peixe grande, Cranston, simplesmente tem que ter a isca adequada. —E quem é a isca adequada? — Perguntou Cranston cautelosamente. — Eu. Chaya sentiu que seu coração quase parou no peito, enquanto um temor começou a se cravar na sua alma. Retorceu-se, ignorando suas tentativas de mantê-la quieta, e olhou fixamente a expressão dura e selvagem que Natches tinha no rosto. Este não era o homem que conhecia. O homem que brincava ou ria ou o homem que sabia que podia estar zangado. Isso não era ira, nem fúria. Era terror puro e gelado compactado em um marinhe assassino de um metro e noventa de puro músculo. Este era o homem que matou a Johnny Grace no ano passado, o homem que deixou Timothy Cranston gelado de medo depois dessa operação. E ver o núcleo de gelo desse homem lhe enviou um tremor de cautela que a atravessou. E ele soube. Seu olhar a percorreu, pedaços de gelo e fogo gelado, lhe provocando um calafrio que desceu por sua coluna. —É a isca errada. —Chaya teve que obrigar as palavras a saírem de sua garganta— Sabe que estamos juntos, sabe que sou uma agente. Não irá se expor assim. —O farei se expor. — Natches falou arrastando as palavras, e por Deus, ela odiava esse som. Não havia nada de calidez ou de consolo nele.
— Por que acredita nisso? —soltou-se dele se afastando para que pudesse olhá-lo fixamente e com aborrecimento— Saberá que é uma emboscada. Uma armadilha. Nunca se
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ariscará desta maneira. — Continua olhando nesses arquivos. — disse então— Verifica Fletcher Linkins. Estivemos juntos no treinamento de franco-atiradores. Seu olhar foi para os arquivos e logo depois de voltou para ele. —O bom Fletch está morto, sabia? —Dirigiu a pergunta a Timothy. Timothy concordou. — Bateu com o carro há uns quatro anos atrás, enquanto estava de licença. —Não bateu com o carro. — espetou Natches— Foi assassinado. Fui a seu encontro quando voltei para casa. Queria saber por que um colega franco-atirador iria disparar contra mim e tentar fazer voar a minha cabeça. Ele já estava morto quando eu cheguei, porque falhou na missão de me matar que a Liga da Liberdade o tinha incumbido a cumprir. Verifique a sua conexão com Dayle. Timothy sacudiu a cabeça. — Por que você era o objetivo? — Porque estava ajudando Chaya no Iraque. — Natches sorriu forçado — Estava investigando quem deu as ordens de enviaram esses mísseis ao hotel e fui eu que a salvou da tortura de Nassar. Me queriam fora de jogo. Não queriam que eu juntasse os pauzinhos porque se o fizesse, talvez, acabasse descobrindo tudo. — E não sabia o que tinha acontecido no Iraque até que Chaya tivesse retornado dessa vez. — refletiu Timothy, assentindo com a cabeça — Tem sentido. —Dayle está metido nisto até o último fio de cabelo. Está relacionado com os homens dessa foto, e todos esses homens estão relacionados de várias maneiras com a inteligência militar e/ou o DNS. Não são ricos, não são poderosos, mas o serão se não os detivermos. Chaya envolveu seus braços ao redor do corpo, escutando enquanto Natches e Timothy discutiam como apanhá-los. Observou Natches, e soube que já tinha decidido exatamente o que ia fazer. Só estava fazendo gestos, deixando Timothy falar. Era paciente, controlado, e Timothy não tinha nem idéia que Natches já tinha seus próprios planos. Esta era a razão dos seus primos não estarem por ali. Este era o porquê de Alex não estar ali. Porque já estavam trabalhando nos seus planos. Natches já tinha discutido isso com eles. Saber disso lhe fez apertar a mandíbula, enquanto o olhava fixamente, esperando que a olhasse nos olhos. Quando o fez, quis dar um chute. Porque podia ver sob o gelo, e no final pôde ver a dor formando-se em seu interior. No fim, Timothy e seus agentes foram embora e Natches fechou a porta atrás deles. Permaneceu quieto enquanto conectava o sistema de segurança, seu olhar concentrado no painel digital, fulminando-o, tentando reprimir a necessidade de destruir algo. Tinha conseguido dominar essas crises de fúria, incontroláveis, anos atrás. As que não conseguiu controlar deixou em pedaços todos os seus móveis. E as que controlado deixou suas mãos ensangüentadas pelos golpes que deu nas paredes. Respirou profundamente e captou o aroma de Chaya. Um aroma fresco e limpo que quase, só quase o fazia lembrar a um lado o aroma pútrido da traição em sua mente. O aroma de seu próprio sangue, sua própria dor. — Mentiu para o Timothy. — ela sussurrou.
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Natches se voltou e a olhou. Vestida com sua camiseta e outro par de calças emprestadas. Ia ter que lembrar ao Dawg que verificasse sua bagagem para ver se foi recuperada algumas de suas roupas. — Por que mentiu para ele, Natches? —A voz era suave, e o som acalmava as ásperas bordas de sua alma. —Como sabe que eu menti? — Cruzou os braços sobre o peito e contemplou à mulher que possuía a sua alma, com tais laços de seda que sabia que nunca mais seria livre. E se sentia tão indigno desses laços agora, como quando esteve no Iraque. Não que isso fosse detê-lo de atar-se a ela, e era melhor que ela se inteirasse agora de tudo que mais tarde. Mas no canto mais escuro da sua alma, havia momentos em que às vezes, se encolhia, frente o pensamento de que a estava sujando. —Sou uma especialista treinada em interrogatório, amor. Isso é o que faço. Se lembra? —Seu sorriso era tão duro e tão forçado, quanto tinha sido o dele antes. Mas essa palavra em seus lábios. Amor. Merda, ninguém o tinha chamado de “amor”, nem em brincadeira. Era uma simples palavra, e freqüentemente utilizada sem que prestassem atenção. Mas não era uma palavra que Natches já tivesse usado ou que já tivessem usado com ele. E isso lhe impregnou, e o esquentou em todos os lugares que alguma vez já tenha sido duro e frio. Durante anos viveu no piloto automático, um marinhe, um homem que sabia que não tinha um lar de verdade, nem família pois seus primos e seu tio também eram uns dos outros. Ninguém pertencia só a ele. Até a chegada de Chaya. E agora estava tentando de proteger a única coisa preciosa de sua vida, talvez duas, e podia dizer que ela ia brigar com unhas e dentes por ele. Como seus primos. Sacudiu a cabeça e entrou na sala, olhando ao redor, e se tocou do porque se mudou do barco para o apartamento da garagem no ano passado. Não era um lar. Não queria que fosse um lar. —Natches, você não me respondeu. —Moveu bruscamente a cabeça frente do menor sinal de medo e temor em sua voz. Permanecia do outro lado da sala o observando, com os braços ao redor do próprio corpo, o olhava fixamente. E esses olhos preciosos, tão quentes e doces da cor do mel pareciam derramar-se dentro dele. —Ele participou da morte de sua filha. —Disse as palavras lentamente e observou seu estremecimento, a observou aceitar essa traição. O grupo de Dayle Mackay participou, ao procurar uma maneira de autentificar esse que nunca foi aprovado. O golpe que matou sua filha. —Não foi você. — Ela respirou com dificuldade, enquanto a observava lutar com as lágrimas. Tinha visto seu pranto só uma vez, e que Deus o ajudasse, essas lágrimas o perseguiam em seus pesadelos. Destroçados soluços, que lhe rasgaram a alma, enquanto a segurava a salvo embaixo dele, a obrigando colocar a cabeça em seu peito, observando explodir esse hotel. E foi nessa noite, a primeira vez em que lhe fez amor, a noite em que sua filha morreu, teve que deixar de olhá-la com grande esforço, voltou-se de costas a ela e apertou os punhos para evitar ir na mesma hora atrás de Dayle Mackay. Matá-lo só resolveria uma parte do problema. Só uma parte de uma dúzia. Mas queria matar.
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Porque lembrava seus soluços estridentes, enquanto a arrastava de volta ao pequeno hotel onde às vezes, ele se hospedava. Ali a tinha abraçado, balançado, amado, e lágrimas silenciosas tinham caído dos seus próprios olhos. —Seu sangue é o meu. — voltou-se para ela e sacudiu a cabeça, enquanto sentia o frio em seu interior. —E o seu sangue? —sussurrou ela enquanto caminhava até ele, pegava sua mão e a levava até o seu próprio estômago— Seu sangue está aqui, Natches. Acariciou-lhe o ventre através da roupa, não podia evitá-lo. A cálida pele se encontrou com suas calosas mãos, como quando a tinha abraçado a noite, imaginou que sentia uma vida ali. Esperança. Sacudiu a cabeça e quis se afastar dela, mas não pôde obrigar-se a fazê-lo. —E quando isto acabar, possivelmente, amaldiçoarei a noite em que me permitiu entrar em você. — Encontrou forças para se separar e se afastar dela. —Filho da puta! — Não pôde se afastar mais, antes que os dedos de Chaya lhe agarrassem o pulso e saltasse em frente a ele— Perdoar? Mas se atreverá a se afastar de mim? Ele passou os dedos pelo cabelo, uma ruga apareceu entre suas sobrancelhas a frente do aborrecimento no rosto de Chaya e a acusação em seus olhos. —Tenho coisas para fazer, Chaya. —E é obvio não vai por em prática a parte “do companheiro” que você pregou aqui e não vai me dizer nada a respeito. Não, Natches? Ele concordou lentamente. —Isso resume tudo. Parecia que a tivesse esbofeteado. Natches ficou com o olhar confuso, enquanto ela se afastava dele, com a rosto pálido. —Respeita tanto a minha coragem e a minha força. — fez um gesto desdenhoso— Suponho, que novamente volto a ser relegada a condição de mulherzinha protegida. Não é assim? —Esta é a minha guerra. — soltou ele. —Por que é seu sangue? —Merda, incrível. — grunhiu. —Bem, me perdoe, senhor Mackay, mas há uma enorme possibilidade que leve seu sangue dentro de mim, assim acredito que isso a converta em minha maldita batalha também. E como diabos supunha-se que pudesse rebater a esse argumento? —Não funciona assim, Chay. — Provou com pura dominação masculina e decisão. —Porque você assim o diz? —Seus olhos estavam acesos agora, não só de aborrecimento, mas sim de confrontação, de determinação. Merda, estava ficando duro. Podia sentir sua excitação dissipando o gelo que tinha enjaulado as emoções e que começava a derreter-se, enquanto ela o olhava furiosa. —Pode fazer decretos daqui até o inferno, Natches, e não vai se sair nada bem. Arrastou-me a esta relação, miseravelmente se assegurou de que minha alma estivesse tão atada à sua que eu não pudesse respirar sem te sentir, e logo fez tudo o que estava em suas mãos para ajudar a criar vida disto. Maldito seja, você não vai se afastar agora.
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— Me afastar nunca foi uma opção. — Abaixou a cabeça e lhe grunhiu as palavras— Por acaso eu disse que você devia abandonar esta relação? Os olhos dela se abriram de par em par e a incredulidade encheu seu rosto. E isso o pôs mais duro, porque a incredulidade estava carregada de desdenhoso assombro. —OH. Por Deus, é o cúmulo. — Ela ficou com as mãos nos quadris, e seu membro se endureceu ainda mais — Não posso acreditar que seja tão arrogante. —Já deveria saber disso, já tentou lutar com isso antes. —Não ia mudar de opinião. Se lhe contava o que tinha planejado, então ela meteria o nariz. Seu nariz estava longe o bastante da tábua que ardia, não ia permitir que fosse mais à frente. —Não vai fazer isto sem mim! — As palavras foram ditas com tal brutalidade que ele levantou a sobrancelha maliciosamente. —E você não vai atrás dele comigo. — Ela já tinha perdido bastante em sua vida, e não ia permitir perder mais nada. Nem sua vida, nem o filho deles. E sabia que esse filho já existia, permanecia seguro dentro de Chaya. Tinha previsto se assegurar, malditamente, bem de manter esse filho a salvo. O filho e a mãe. —Trabalhei neste caso durante cinco anos. —disse ela furiosa— Cinco anos, assim o que pode vir com as suas mentiras e o seu maldito encanto que me obrigará a não sair? “OH, Chay, simplesmente admiro sua valentia e a sua força” — disse desdenhosamente, o rosto retorcido de ira — Vá se foder, Natches. —Eu não menti. —Elevou a voz, involuntariamente, avivada pelo aborrecimento e a excitação que cresciam em seu interior— Pensa que não a admiro? Que quero trocar uma maldita coisa de você? Não estou tentando trocar nada, maldita seja, mas te protegerei. —Uma merda que preciso do seu cuidado. Ele apertou os punhos, não de raiva, se não para evitar tocá-la, evitar arrastá-la para ele e tomar toda essa paixão selvagem, empurrando-os até que ambos esquecessem a dor e o perigo que se movia ao redor deles. —Chay, não me pressione nisto. — lhe grunhiu em resposta. Maldita seja, estava rasgando ele por dentro. Podia ver a traição em seus olhos, o dano e o odiava— Não é uma batalha da que possa formar parte. —E não é uma batalha que deixarei você me afastar. — gritou em resposta. Voltou-se e observou. enquanto ela caminhava a passos largos para a mesa e fechou de repente o notebook. Reuniu os arquivos e os colocou na bolsa junto com o notebook, pegou a bota no chão e se sentou no sofá. —Que diabos pensa que está fazendo? —Agarrou-lhe a bota da mão e a manteve fora de seu alcance quando se levantou do sofá, a fúria estampada em seus traços — Não vai sair daqui. —Uma merda que não vou. —Quando não pôde tirar a bota de suas mãos, colocou a bolsa no ombro e foi para a porta com os pés descalços. —Não pode sair sem sapatos. Faz frio. — se colocou na frente da porta, enquanto ela permanecia frente a ele, os seios subindo e descendo, os pequenos punhos apertados ao longo do corpo como se realmente tivesse a intenção de utilizá-los contra ele.
—Melhor o frio lá de fora, que o frio daqui de dentro. —Pegou-lhe no peito— Agora saía de
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meu caminho. —Chay, não quer continuar isto. — disse grunhindo— Se acalme de uma vez. —Não me diga para me acalmar, Natches Mackay. — Um dedo estava em seu rosto, assinalando muito perto de seu nariz, enquanto o olhava, logo lentamente olhou para ela. —Abaixa esse dedo, Chay. — Havia algo nesse dedo sobre seu rosto que fazia que cada instinto masculino dentro dele se elevasse enfurecido. —Me obrigue. — Esse dedo se cravo em seu peito— Vamos machão me obrigue. Fez armadilha no resto desta relação, também poderia fazer armadilha agora. O que vai fazer? Me amarrar na cama? Porque, maldito seja, essa é a única maneira de me manter aqui. Capítulo 17 Havia algo sobre aquele dedo no peito dele e a completa e total fúria transformando a expressão de Chaya, que, completamente, lavou tudo que ele tinha na mente, que não fosse possuí-la. Imaginá-la de joelhos, nua, com seus seios duros e vermelhos, enquanto ele fodia aquela sarcástica boquinha. Dominar a alma dela porque ela dominava a dele. Ele sabia, mesmo enquanto ficava ali, louco e lutando contra isso, que não havia chance dele continuar com ela se ele fizesse aquilo sozinho. E aquilo só o deixava mais louco e com mais tesão. —Esse dedo irá lhe causar problemas. — Ele a avisou suavemente. Seus lábios ficaram pálidos, então ela fez algo que nunca haveria imaginado. Algo que deixou os olhos dele estáticos e espantados. Ela levantou sua mãozinha e o dedo do meio em pé como uma bandeira. Ela não precisava dizer nada. Sua expressão dizia tudo, enquanto ela virava as costas para ele e começava a andar através da sala de estar. Provavelmente indo para a porta do deque. Oh, aquilo era ruim demais. Ele arrancou as botas fora e as jogou no chão enquanto ela chegava na cozinha. Ela continuou andando. Ele foi atrás dela, removendo a camisa e jogando no sofá. Ela sabia. Ela olhou por cima do ombro e quase conseguiu correr. Antes que passasse da mesa, seu braço a segurou pelo quadril e a arrastou para as escadas. Nervosa, ela lutou. Ela chutou, se mexeu, rosnou e ele podia jurar que ela tinha mordido seu ombro. Mas ela não estava lutando o bastante. Toda aquela respiração profunda, não era porque ela estava brava. Não era, ela estava molhada e ele estava duro, e ele podia apostar seu pênis nisso. Porque era a parte de seu corpo que ia entrar naquele belo corpo dela. Rápido. Ele não podia se lembrar de quando esteve tão furioso e excitado ao mesmo tempo. Ele podia sentir os músculos sendo bombeados com sangue, seu pênis pulsando como uma ferida aberta, seus testículos cheios de luxúria.
Ela não estava escapando de nada naquele dia. Ajudou-a duas vezes, ele pensou. Ele iria ter aquela molhada e imprudente boquinha e ele ia ter aquela doce e quente vagina, e quando ele
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terminasse, tinha que arranjar um jeito de dar-lhe o que ela precisava para mantê-la segura. Mas ele não tinha contado aquilo para ela. Não, de jeito nenhum. Ela estava cuspindo nele e arranhando seus ombros, xingando, enquanto ele a jogava na cama e tirava suas jeans. Chaya rasgou a camisa que vestia, então o sutiã. Ela estava certa de que a alça havia arrebentado. Enquanto Natches observava, ela despia sua calça e da sua calcinha enquanto esperava por ele. Seus ombros estavam arranhados pela fúria dela, ela estava certa de que estaria arrependida daquilo mais tarde, mas agora, o jeito possessivo dele a fazia morder os lábios. —Eu marquei você. —ela rosnou para ele, enquanto ele subia na cama. Ele sorriu, um sorriso lento e cheio de luxúria que dava um soco no estômago dela. —Tudo bem, bebê. Porque eu sei que vou te marcar também, antes da noite acabar. Ela subiu na beirada da cama e lambeu seus lábios, olhando para ele por debaixo de suas sobrancelhas e esperando. Antecipando. —Eu pensei em você todas as vezes que usei aquele brinquedo. — Ela disse para ele e assistia seus olhos brilharem com um calor sinistro. —Eu o chupei até não conseguir mais, pensando em você. Eu ouvia seus gemidos na minha cabeça e eu gemi junto, enquanto me tocava. —Chupou? —Sua voz era ríspida e gutural. —Chupei e gemi. — Ela lambia seus lábios, enquanto levantava uma mão da cama e deixava correr por seu corpo. —E me toquei. — Ela se tocava naquele momento. Seus dedos entravam por entre o líquido, circundavam seu clitóris e ela virava os olhos. —Você gozou? — Ele estava mais próximo, chegando mais perto, sua mão circulando seu pênis que pulsava, faminto por ela. Ele já estava explodindo e aquilo chamava a atenção dela e a deixava faminta também. —Eu gozei. — Ela disse para ele. —Eu gozei e gemi e não era o suficiente. Porque não era você. E ela precisava dele. Ela precisava até que algumas partes dela se perdessem. Ele chegou mais perto. A cabeça quase alcançando. —Você vai me levar para sua garganta, Chay. — Ele avisou para ela, sua voz muito dura e muito profunda, fez os joelhos dela tremerem e seu coração bater em seu peito. —Me faça fazer isso, Natches. — Ela sorriu, então sua respiração ficou ofegante e ela mexia com os dedos no clitóris e conhecia o prazer que estava dando a si mesma. Uma mão pegou no cabelo dela, mexendo calmamente enquanto a segurava. Sua língua passou pela cabeça e ela gemeu pelo gosto terroso na mesma. A paixão entrou nela, com luxúria. Uma tempestade, calor e trovão. Encheu seus sentidos. Então seu pênis estava enchendo sua boca. Grosso e duro, a cabeça pulsando, violentamente, enquanto ele empurrava para dentro dela, Chaya gemeu e escutou seu rugido de resposta, enquanto fez o que prometeu. Ela o levou garganta abaixo, sua língua por baixo, enquanto ela sentia o seu gosto.
Uma mão segurava a base com força, determinada a arrancar o controle dele do mesmo jeito que fazia com ela. Maldita, ela nunca havia mostrado a ninguém, homem ou mulher, o dedo do
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meio. Isso foi o que ele fez com ela. Ele a levou à loucura. Ele a faz louca para tê-lo, a fez querer lutar e amá-lo. E Deus a ajude, como ela o amava. — Maldita seja você. — ele rosnou, enquanto ela levantava o olhar até ele, levando-o mais fundo que podia, enquanto se tocava, se masturbava. —Sua boca é ilegal, Chay. —Ela teria sorrido, mas simplesmente continuou, pois precisava dele, estava faminta por ele. Porque ela queria sentir o gosto de sua libertação e a glória. Ela o chupou mais forte, lambeu a cabeça, enquanto ele penetrava na sua boca e o engolia profundamente. —Vândala.— Ele empurrou seus dedos de ambas as mãos por dentro de seu cabelo seguraram firme e puxou, enquanto ela gemia novamente, sabendo que o som estava vibrando contra a cabeça de seu pênis. —Doce Chay. — o suor cobria seu rosto, seus ombros. Corria de seu pescoço em pequenas gotas e secava no cabelo que caía em seu rosto. Ele parecia um pirata. Ele se sentia como um pirata, pois havia roubado o coração e a alma, e ela não parecia querer de volta. Ela só queria a ele. —Doce. — Ele gemia, suas pálpebras se fechando, estava corado e seus lábios pareciam mais pesados, mais cheios, mais sensuais. —Doce Chay, chupa bebê, chupa bem fundo. Ela chupou bem fundo, gemeu e lambeu e sentiu a pulsação como um aviso de seu orgasmo iminente. Seu abdômen se contraiu, o suor desceu e um segundo depois, sua cabeça foi para trás, sua mandíbula travou e o nome dela saiu da garganta dele, enquanto explodia. Quente, rico, um gosto de sal e homem e de tempestade, enquanto ele enchia sua boca com aquilo, fazendo-a beber dele. Ela tomou cada jorrada furiosa e tirou-o da boca. —Já chega. — Ele puxou a mão dela da carne de sua vagina um segundo antes de seu êxtase. Os olhos dela abriram espantados. —Eu estava pronta para gozar. — Ele quase rosnou, enquanto virava a cabeça dela para trás. —É, eu sei. — Seu sorriso era pura malícia. —Se quiser gozar, tem que pedir direito. —Filho da mãe. — Ela segurou seu cabelo e o moveu para entre suas coxas e puxou. Puxou-o até que seus lábios estavam afundados na carne quente de suas pernas enroladas em seus ombros. —Meu Deus, sim, maldito seja você, Natches. — Ela arqueou, seus ombros se afundando no carpete e a língua dele mergulhava em seu núcleo. E ele lambia —Isso, vai. Eu amo isso. Eu amo quando faz isso. Sua cabeça balançava, seus dedos afundavam nos cabelos dele. Ele lambou e se divertiu dentro dela como se estivesse comendo doce e adorando cada minuto. Ela estava morrendo. Bem em seus braços, ela estava morrendo e não sabia como parar. Ela não sabia como lidar com o fogo e a violência de suas respostas ao toque dele. Ela estava enlouquecendo, tremendo com necessidade, enquanto sua mão encostava-se a suas costas. Aquele modo violento só a fazia queimar mais. —Mais.— Ela gemia e arqueava —Meu Deus, Natches, mais.
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E ele lhe deu mais. Mais violência, aqueles beijos quentes em sua bunda, e mais daquelas deliciosas linguadas dentro dela. Fora dela. Ao redor de seu clitóris. Ele chupou-o para dentro de sua boca até que ela explodiu em fragmentos. Ela gritou seu nome, pulsou e se desmanchou, e antes que ela pudesse alcançar o fôlego, ele empurrou suas pernas levantou-se sobre ela e enterrou seu pênis dentro dela. O pênis todo. Uma única estocada. Ele empurrou para dentro dela faminto, o nome dela em seus lábios, enquanto ele começava a enfiar mais rápido e mais forte. Enfiando e fodendo dentro dela e mandando ondas e mais ondas de ferocidade. E ele não parou. Ela estava queimando, quando ele saiu de dentro dela e a levantou de quatro. Começou a penetrá-la novamente. —Tome tudo de mim. — Ela gemeu se contorcendo, os dedos dele se entrelaçaram com os dela e ele a segurava por baixo dele. —Me sinta, Chay. Sinta tudo de mim e eu sei que eu pertenço a você. Sua cabeça ia para trás e seus dentes mordiscavam o pescoço dela e ele a penetrava com força. Novamente. Ele pulsava dentro dela até que ela se desmanchou, voou, até que jurou que sua alma saiu do seu corpo e juntou-se com a dele, quando ela sentiu violentos e árduos pulsos de seu sêmen dentro dela. Se ela ainda não estivesse grávida, ela sabia que estava agora. Ela podia sentir a conexão que ela nunca havia acreditado que poderia sentir com outro ser humano. E agora, com Natches, ele não havia dado escolha para ela. Ele havia roubado seu coração, feito parte dele e agora, a briga havia terminado. —Eu te amo. — Ela sussurrou, quando ele descansou sobre ela, sua cabeça encostada contra seus ombros, seus olhos se abrindo para encontrar os dela, ela virou a cabeça para olhar de volta para ele. —Com minha alma, Natches Mackay, eu te amo. Natches respirou fundo e empurrou-se para longe dela, sorrindo de prazer por seu pênis ainda quente. Abraçou-a e beijou sua testa. —Eu te amo tanto que às vezes me pergunto se posso respirar sem você. — Ele disse para ela, então observando a parte do quarto iluminada pelo sol, enquanto a afagava com uma mão. Ela estava parada e silenciosa contra seu peito, mesmo que ele soubesse que a vontade ainda continuava no mesmo lugar dentro dela. Ela era a pessoa mais forte que ele já tinha conhecido na vida e ele queria permiti que ela pudesse se sentir debilitada. Essa era o lado caipira que havia dentro nele. O homem que queria proteger sua mulher contra toda e qualquer ameaça. Seria um companheiro até que o perigo desaparecesse. Mas escolheu uma mulher que se negava a se ocultar do perigo. E isso o atemorizava. —Dayle Mackay é perigoso. — falou baixinho, olhando fixamente para o teto, a fronte enrugada em um cenho franzido, enquanto se deixava embargar pelas lembranças da sua infância.
Não fazia isso com freqüência. O passado era somente isso, o passado. Quando conheceu Chaya, viu o seu valor e a sua força de vontade para rir, de algum modo tinha o ajudado a esquecer
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essas lembranças, mas nada podia eliminá-las. —Dayle queria um filho que fosse a cópia de si mesmo. — indicou— Um valentão sem consciência e que pudesse controlar. Comigo não teve muita sorte. Fui uma criança bastarda e bocuda que foi alimentado pela raiva. O desafiei a cada oportunidade que tive, e me orgulhava disso, mesmo quando me dava murros. Esse foi o tipo de relacionamento que teve com o homem que se negava a chamar de pai. —Não vai confrontá-lo sozinho. —A voz dela foi suave, doce, marcada pela emoção, esse sentimento o golpeou com um soco seus sentimentos, feito um raio, o que o fez fechar os olhos contra sua força. —Não há nenhuma outra maneira de encará-lo, a não ser sozinho. —Suspirou— Isso é o que vai acontecer Chay. Só eu e Dayle. Sempre o evitei, adiei o quanto pude. Demônios deveria ter matado o filho da puta antes de te conhecer, como queria tê-lo feito. Mas tio Ray teria sofrido e acharia que fracassou na minha educação, e Rowdy e Dawg, bem, eles também teriam algo pra dizer a respeito disso. Não muito. Mas teriam dito algo, pensou Natches. Poderia sentir remorsos, deveria sentir culpa por achar que seria fácil matar a esse homem. Mas Dayle Mackay não era um homem, ele era um monstro. Além disso, ainda não o matou, e Natches nunca esteve certo se era isso que o impedia. Possivelmente porque até o momento, Dayle nunca houvesse feito algo realmente mau, embora Natches soubesse que ele era mau. E não ia matá-lo agora. Não, a menos que Dayle não lhe desse outra opção. —Pode ficar em silêncio e sem falar comigo até que o inferno se congele. —Ela levantou a cabeça e olhou fixamente em seus olhos— Mas não vai fazer isso sozinho. Ele, Dawg, Rowdy e Ray tinham arquitetado um plano, enquanto Chaya dormia. Mantiveram as vozes baixas para não incomodá-la, enquanto tomavam as decisões. Natches sabia qual era a única coisa que Dayle sempre desejou dele. Lealdade. Simplesmente reduzia-se a algo tão singelo quanto isso. Desde que Natches era pequeno, Dayle esteve enfurecido pelo carinho que dedicava a Ray e aos seus dois primos, que não conhecia, até que começaram a estudar juntos na escola. Sentiram-se imediatamente atraídos um pelo outro. E Natches furtivamente começou a fugir da própria casa para ir a casa de Ray. Ele e Dawg ficaram fascinados pela ternura de Ray, se às vezes se comportavam bruscamente. —Se estiver comigo, ele nunca falará. — disse, mantendo a voz firme, mantendo-se forte— Não fará parte disso, Chaya. Não há maneira de você fazer parte disso. Ficou olhando para ela, enquanto ela colocava a cabeça em seu peito, os olhos brilhavam com as lágrimas. E Chaya normalmente não chorava. Não utilizava as lágrimas para conseguir se sair bem, não utilizava nenhuma das artimanhas femininas para forçar o quer que seja de um homem, como ele viu ao longo dos anos outras mulheres fazerem. Ele adorava Kelly, mas ela usava descaradamente as lágrimas sempre que sentia que Rowdy era muito teimoso. Descaradamente porque tanto ela como Rowdy tinham consciência dessas artimanhas.
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Para ela isso era um jogo e a única maneira de conseguir passar por cima das atitudes, freqüentemente, teimosas de Rowdy. Era doce e inocente, e às vezes não compreendia a maldade que existia no mundo. Embora soubesse que ela não concordaria com essa opinião. Crista era mais forte, mas mesmo assim ela era, completamente, feminina, que Natches só podia sorrir frente as brigas que Dawg tinha com sua mulher. Tinha o grande e duro Dawg na palma da mão e ignorava na maioria das vezes suas decisões teimosas. Como querer administrar a madeireira do seu jeito. Tomava pra si toda a responsabilidade disso. Dawg estava se tornando um verdadeiro empresário, cortesia de sua pequena e teimosa mulher. Chaya, Natches sabia, nunca seria como Kelly ou como Crista. Tampouco havia alguma coisa errada com qualquer uma das duas mulheres. Ambas somente viam o mundo tal e qual como se somente girassem ao redor de suas vontades, não conheciam o lado escuro da vida. E Dawg e Rowdy matariam qualquer um que lhes tentasse mostrar. Chaya era diferente. Ela conhecia o lado mal. Tinha vivido com isso. Conhecia a escuridão, porque tinha passado anos transitando nela. E conhecia a ele. E por causa disso, ela seria um inferno para os seus nervos, ele sabia disso. —Melhor encontrar uma maneira para que eu faça parte disso. — falou — Porque sozinho você não vai. Ele quis sorrir diante do seu tom de voz. A virou nos seus braços para poder olhá-la nos olhos e colocou a palma da mão na sua barriga. —Sabia que durante toda a minha vida eu jurei que jamais uma mulher teria um filho meu? — Seus dedos acariciavam o seu ventre onde sabia que já existia um filho seu. —Não use isso contra mim, Natches. É jogo sujo. Ele negou com a cabeça. —Não estou fazendo isso, Chay, estou tentando esclarecer algo. —Está dizendo que se eu insistir em ir junto estarei arriscando ao nosso filho. E você? Se algo te acontecer, quem me ajudará a criar ao nosso bebê? Quem lhe ensinará como ser um homem? — Seus olhos não brilhavam mais com o brilho das lágrimas, mas sim com o brilho da ira. Natches arqueou os lábios frente essa ira. — Se algo me acontecer, cuidarão de você. — disse— Do mesmo jeito que Kelly ou Crista serão cuidadas caso algo acontecesse a Rowdy ou ao Dawg. Mas isso não era o que eu queria dizer. — Então chegou a essa maldita conclusão de que já viveu tempo suficiente para poder esbanjá-lo. Estou seguindo o seu raciocínio. Ele estava certo de que o fazia. — Sempre acreditei Chaya, até que encontrei você, que eu nunca sonhei que encontraria uma mulher forte o suficiente para me assegurar de que meu filho estivesse protegido. Inclusive se fosse necessário protegê-lo de mim mesmo. Seus olhos se abriram de par em par e Natches se forçou a encarar o temor que o perseguiu por toda a sua vida adulta.
—Eles dizem que o sangue fala mais alto. — disse— Dayle Mackay usava os punhos frente a menor provocação. É um desses homens que deveriam ter sido esterilizados, antes que tivesse a
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oportunidade de procriar. Para que fosse assegurado que essa classe de maldades não pudesse ser transmitida hereditariamente. —Está louco? — separou-se de um puxão, sua expressão incrédula, enquanto virava na cama e o olhava furiosamente— Acaba de desperdiçar meia hora do meu precioso tempo com essa merda? —Quase grunhia agora— Tira seu traseiro da cama, se vista e me diga que diabos você planejou, antes que eu tenha que te dar um tiro. —Você é forte o bastante para me enfrentar, Chay. Mas eu não sei se serei forte o suficiente para evitar assassinar Dayle Mackay, se eu tiver que ver o monstro que me gerou. Pronto, tinha falado. Esse era o assunto a que ele se referia. Rodou na cama e pegou com raiva as calças do chão. Quando terminou de vesti-las, olhou-a fixamente sentindo que a raiva em seu interior crescia atravessando-o. —Cranston quer esse filho da puta vivo. — disse— Não quero te rebaixar ou tirar o seu orgulho, Chaya, mas essa guerra é minha, essa luta é minha. Não terei controle para evitar arrebentar a cabeça dele se ele a machucar. E ele o fará. Só para me provocar. Só para provar que faz o que bem entender, ele o fará. —Uma merda. — replicou ela— Natches, o que o faz achar que ele faria algo tão estúpido assim? Trabalhou com a Liga a maior parte de sua vida, pelo que pude compreender, foi malditamente bem no que tem feito. O que poderia desejar tanto a ponto de fazer com que jogasse tudo para o alto e colocasse tudo a perder? Chaya estava furiosa. Estava de pé diante dele, fulminando com o seu olhar, com raiva por tentar protegê-la quando a necessitava. — Minha alma. — disse amargamente— O que qualquer monstro quer Chay, a não ser a sua alma? —Natches... Tampou-lhe a boca com a mão e quando olhou nos seus olhos, viu algo que a deixou aterrorizada. Um pouco mais aterrador que a raiva gelada que tinha visto antes, um pouco mais destrutivo que a mera fúria. Viu uma determinação feroz, bestial, quase incontrolável quando a olhou fixamente nos olhos. —Se ele respirar violentamente em sua direção, ou se curvar um dedo para te tocar, ele morrerá. —Natches curvou os lábios para trás para mostrar os dentes fortes e apertados— Se ele respirar o mesmo ar que você, se atrever-se a dar um passo em sua direção, não raciocinarei e não me incomodarei em tentar controlar a minha raiva. É isso o que quer? Ela engoliu com dificuldade, a ira se dissolveu para ser substituída por uma pesar tão intenso, que quase lhe roubou o fôlego quando levantou a mão e tocou o seu rosto. —O que ele fez com você? — sussurrou ela. —Ele me criou. — falou friamente — Agora, ele vai ter que se ver comigo. Mas se o DSN o quer vivo quando isso terminar, então ficará à sua escolha. De outra maneira, não faço nenhuma promessa. Capítulo 18
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Com Cranston ciente do que estavam procurando, não demorou muito para conseguirem os arquivos do homem que estava na fotografia junto de Chandler e de Dayle Mackay, e encontrar as conexões do que os tinham reunido. Estiveram na mesma unidade do corpo da marinha durante quase oito anos. Depois ficaram em contato. Saíram juntos para caçar, para pescar. Iludidos com seus próprios sonhos de glória, enquanto recrutavam mais e mais militares quando abandavam ao serviço militar, mas que mantivessem contatos e permanecessem vinculados aos vários grupos a que pertenciam. Individualmente, não possuíam poder, mas quando se olhava para eles como um todo, a coisa mudava de figura, pois eles adquiriam o poder do grupo. No início atraiam soldados com idéias similares, ideais, de licença e lentamente foram fazendo nome até que timidamente começaram a atrair seus recrutas que estavam no serviço ativo. Conseguiram unir os pontos que os conectavam, e Cranston estava certo de que era questão de tempo, antes que soubessem quem eram os responsáveis pela ordem de ataque no Iraque e que matou a filha de Chaya. Mas para assegurar a prisão de todos os responsáveis e o nome completo de todos os membros, precisam de muito mais do que culpar a Dayle Mackay. Natches conseguiria arrancar mais deles. E Chaya estava aterrorizada em pensar em como ele o conseguiria, e o que isso acarretaria para a sua alma. Se esquecer da briga sobra sua decisão de deixar Natches ir se encontrar sozinho com Dayle Mackay, não foi nada fácil para Chaya. Mas percebeu que quanto mais ela discutia sobre esse assunto mais decidido em ir sozinho ele ficava. Já ouviu falar sobre o orgulho e a teimosia sulina mais nunca a tinha presenciado. Nunca se sentiu diferente com os homens com os quais trabalhava, não se sentia diferente com eles. Talvez por isso doesse mais, porque ele lhe pertencesse. E essa era a parte que a estava deixando louca. Ele a enfeitiçou, seduziu e amou diretamente na sua alma, e agora a estava deixando de fora. Deu-lhe uma olhada, de onde estava sentada na mesa. Estirado no sofá, com um braço atrás da cabeça, enquanto se presumia que assistia televisão. Ele não prestava muito mais atenção a essa reportagem monótona do que ela. Estava escutando, tenso e espectador. O que quer que seja que Dawg e Rowdy fizeram durante o dia, evidentemente, não apresentaria resultados imediatos. Enquanto o observava, seu celular tocou, insistentemente, em seu ouvido. —Dane. — respondeu à chamada, observando como Natches se esticava ainda mais. —Quer me dizer que diabos os primos do seu noivo estão tramando? —acusou-lhe Cranston — Acabam de ter uma briga bastante acalorada, embora divertida, no estacionamento da Madeireira Mackay. Parece que tiveram um pequeno desentendimento com seu primo por causa de uma maldita foto que ele encontrou. Deus, o que estavam fazendo?
Ela levantou os olhos, enquanto Natches se levantava e voltava o rosto para ela. Os olhos
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estavam entrecerrados, enquanto Chaya o olhava. —Não sei. — respondeu por fim — E ele não me disse nada. —Agente Dane, agora não pode haver cagadas. — falou Cranston. Podia imaginar seu cenho franzido e o rosto enrugado como um bulldog furioso— Descobre que diabos está se passando. —E como espera que eu o faça? —perguntou ainda olhando para Natches, o temor crescendo dentro dela— Tem os detalhes da conversa? —OH, um pouco parecia lavação de roupa, por ele ter destruído uma prova contra alguém. Uma foto. Uma que implicava alguém que não falaram o nome, mas alguém inteligente pode deduzi-lo. Lambeu os lábios com nervosismo, quando Natches se levantou lentamente e se encaminhou para ela. Apertou os dentes quanto ele tirou o telefone do seu ouvido e colocou no dele. —Chaya está bastante ocupada no momento, Timothy. — falou calmamente — Ligue mais tarde. Terminou a ligação e colocou o telefone na mesa. — Não atenda. — Mostrou com o dedo o telefone que soava, logo se voltou e entrou na cozinha. Chaya já teve o bastante. Se levantou e recolheu os arquivos que estava trabalhando e os colocou na pasta. Desligou o notebook e também o guardou na pasta e o levou até a porta. —Saia por essa porta que eu te amarrarei à cama. —Disse sem elevar a voz. —Já estou cheia das suas ameaças. — se sentou na cadeira e ficou olhando os pés calçados com as meias antes de pegar as botas. Ele tirou uma cerveja da geladeira, abriu e voltou para a sala, onde se sentou no sofá e a observou, os olhos verdes penetrantes, sua expressão esculpida em pedra. —Não sou nem Crista nem Kelly. — lhe disse— Não serei colocada atrás de você para ser protegida, nem agirei como mulher indefesa. Se isso for o que acredita, então deveria se sentar e reconsiderar suas opções. Esta não funciona. — Colocou a primeira bota no pé. —Amanhã me chamará em algum momento. — falou Natches— Alex contatará Cranston esta noite. Neste momento este porto, assim como a Madeireira estão sob vigilância por três dos homens nessa foto. — Assinalou a foto que estava sobre a mesa— Se sair daqui me colocará em perigo, é isso que você quer? Ela deixou a bota cair no chão. —O que você fez? — sussurrou, olhando-o, enquanto seu peito se oprimia de terror. Lembrou do ano anterior quando a operação que quase acabou com a morte de Crista Jansen porque Dawg não tinha levado a sério Johnny Grace. E agora, Natches colocava a si mesmo como alvo. —Todo mundo sabe que os primos travessos sempre permanecem juntos. Nada passa por entre eles. Agora algo aconteceu, há uma divisão. Nadine percebeu brevemente naquela manhã quando Dawg e eu discutimos no café por sua causa. Se lembra? Ela se lembrou quando naquela manhã ameaçou contar a Crista sobre a intriga de Dawg.
—Nos viram discutir mais de uma vez ultimamente, por sua causa e por causa da
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investigação. Isso joga a nosso favor. Agora fica parecendo que Dawg e Rowdy discutem entre si porque eu destruí uma foto que implicaria a alguém na investigação. E Dawg deixará todos saberem a sua opinião de que o sangue falará mais alto. Chaya sacudiu a cabeça lentamente. —Que tipo de sangue? O que significa, “o sangue falará”? —Significa, Chaya, simplesmente isso, que quando a coisa ficar feia minha lealdade será para o bastardo que me gerou e não para a família que me criou. — E me manteve na ignorância sobre isto por que razão? —Esperar que pudesse te manter afastada? —Arqueou a sobrancelha maliciosamente— Estou te contando isso, porque decidi que não há outra opção. Já pensou em como alguém descobriu quem era os seus agentes e conseguiu colocar profissionalmente os explosivos nos seus carros? —Cranston suspeita de uma infiltração. — sussurrou ela— Esteve revisando os arquivos assim como eu. Natches negou com a cabeça. —Não tem infiltração, carinho. Estiveram todos no Suits. Reúnem-se em um quarto especial para reuniões quase todas as manhãs. —Como sabe? —Porque o desonrado soldado Michael Wheeler está de licença e trabalha ali. E é muito amigo de Dayle Mackay. Olhe os arquivos dos homens que se uniram às filas da Liga. A maioria teve licenças desonrosas por abusos, por ignorar ordens superiores, crimes sexuais. Os que não estiveram no exército são coitados de merda, nada mais. Exceto talvez pelos sonhos de glória. Uma vez analisei quem do hotel poderia estar em posição de te vigiar, e foi fácil descobrir. Aqui é onde Cranston se equivocou. Tinha medo de que o sangue falasse alto, assim que te enviou para poder me vigiar, ver em que direção as coisas iam antes de me envolver. —Temia que protegesse a Dayle Mackay. —Igual ao seus agentes. Com certeza eles falaram nesse quarto depois do café da manhã. O quarto pode ter microfones escondidos. Quem sabe? Mas Dayle descobriu o que se passava, e sabia que Cranston estava atrás dele, de outra maneira nunca teria ido para cima dos agentes. Ela concordou lentamente. Tinha discutido isto com Cranston, advertindo para que ele introduzisse Natches e seus primos nesta fase da investigação, mas ele se negou. Agora soube por que. —O que está fazendo agora? —perguntou ela. —Deixando que o sangue fale mais alto. —Disse sem dar muita importância— Dayle pensará isso, sobre essa foto, pensará sobre o que eu posso saber, então vai me chamar. A oportunidade que estava esperando. Um sinal da minha lealdade para com ele ao invés dos meus primos ou do meu tio. —Ou ao seu país. —Ou ao meu país. — concordando — Convocaremos uma reunião. Alex me cobrirá, é um dos melhores franco-atiradores. Dawg e Rowdy me respaldarão de uma distância segura, e eu conseguirei a informação que o DSN precisa.
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Ela negou com a cabeça. —Isto não vai dar certo. Qualquer advogado de defesa do país, não deixaria você testemunhar contra ele. Com seu histórico familiar isso nunca daria certo. —Essa é a única opção que temos. — disse. —Irá com escutas… —Isso não funcionará, checará para ver se estou com escutas, Chay. Ele já demonstrou não ser um incompetente. —Um tipo diferente de escuta. — inclinou-se para frente olhando atentamente — Um celular, Natches, o fone de dentro permanecerá ativado embora o telefone esteja ligado ou desligado. É novo. Algo que ele não suspeitará. Pode levá-lo na cintura, claramente visível. Nunca saberá. Olhou-a em silêncio. —É algo que nem sequer nossos agentes conhecem. Cranston tinha um amigo trabalhando nisso, um espetáculo. Testamos várias vezes. A recepção é perfeita. Podemos fazer a gravação da reunião e com isso conseguir a prova para pegar a ele, Nadine e todos os seus amigos. —Os agentes que trabalham com você sabem? —Esse era o único risco, pensou Natches. Se outros agentes soubessem, ou já falaram sobre isso, então Dayle já saberia e suspeitaria. Mas Chaya negou rapidamente com a cabeça. —Te digo, só nós três sabemos. Cranston, eu, e o especialista em eletrônica suplementar, com quem Cranston trabalha. Ele nem pertence à agência. E sei que Cranston o tem em alto conceito. Simplesmente está esperando a oportunidade ideal para prová-lo. Poderia funcionar. Natches entrecerrou os olhos, observando-a, silenciosamente, durante longos instantes. Se não funcionasse, se não tivesse recepção ou se o aparelho falhasse, então diabos não se perderia nada. Exceto sangue. Se o DSN não podia por conta própria capturar Dayle, então Natches, odiava pensar nisso, o faria por conta própria. Seu lar foi destroçado nos anos anteriores por causa dos crimes de Johnny e de Dayle. Uma vez que as notícias sobre as atividades de alguns de seus cidadãos tinham se espalhado, as pessoas tinham ficado em estado de choque. Já passou da hora de acabar com isso, de uma maneira ou de outra. —Isto pode funcionar, Natches. — insistiu Chaya baixinho— A caminhonete poderá estar na cidade antes do amanhecer se me colocar em contato com Timothy agora mesmo. Chamarei Alex, será capaz de entrar em contato com o Timothy sem que ninguém saiba. Teremos tudo preparado e à espera antes mesmo que Dayle entre em contato com você. O que teria a perder? Se funcionasse, não teria que enfrentar Chaya depois de derramar mais sangue. Apesar do que lhe disse o xerife Mayes que matar ao Johnny foi melhor que o sexo, agora, conseguia admitir que isso marcou sua alma. Não era um lamento, se não, um conhecimento que às vezes o assustava. Se matava ao homem que o tinha gerado, que exemplo estava deixando para seus filhos? Filhos que um dia cresceriam e sem dúvida ouviriam a história. Alguns segredos simplesmente não podem ser guardados quando todo mundo sabe.
—Chame a Alex. —Consentiu por fim— Enviarei uma mensagem a Dawg e ao Rowdy.
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Podem entrar sem que os observadores, nem sequer suspeitem de algo. Teremos as coisas no ponto. Chaya sentiu que seu coração quase explodia de felicidade. Não estava descartando a idéia, estava adotando-a. Não a queria envolvida, mas estava disposto a permitir que o respaldasse, e tinha consciência de que para ele fazer essa concessão não tinha sido fácil. Ficar com o Natches não seria fácil, já sabia. Quando decidia algo, evidentemente podia chegar a ser incrivelmente obstinado sobre isso, inclusive com ela. Mas podia escutar. Isso era tudo o que lhe pedia, escutar. — Olhe o seu rosto. — Seus lábios se arquearam com uma sombra de diversão, enquanto estendia a mão e lhe tocava a bochecha— Pensaria que acabo de te dar diamantes. Chaya negou lentamente com a cabeça. —Algo melhor que os diamantes, Natches. —O que pode ser melhor que os diamantes? —Sua confiança. Natches a olhava agora, quase confuso. Os olhos de Chaya estavam brilhando, o marrom dourado de um suntuosa cor mel, cheio de calidez e algo estranho, transbordava felicidade. Caramba, um homem pensaria que acabava de lhe oferecer as jóias da coroa ou algo parecido. —Chay. —Sacudiu a cabeça, deixando que seus dedos acariciassem sua bochecha, antes de se separar e continuou olhando essa estranha visão— Neném, você sempre teve a minha confiança. —Não de todo, Natches. — Disse negando com a cabeça— Não quando se trata de você ou de algo seu. É algo que inclusive, não concede, completamente, nem a Dawg e nem a Rowdy. Franziu o cenho com isso. —Eu falei com eles a respeito disso, inclusive, elaboramos o plano juntos. —E então os afastou. — disse ela— Lhes deu o suficiente para satisfazê-los, só o suficiente para fazer com que eles se sentissem, como se formassem parte disto, mas ainda assim, você vai sozinho. —Ainda vou sozinho. — a advertiu, assegurando-se que o entendia— Não vai comigo, Chay. —Mas estarei ali com você — sussurrou ela— E estarei perto. Saberei que está a salvo, e que está disposto a esse risco, assim posso estar segura que está a salvo. —Diabos. — esfregou a mandíbula bruscamente— Como se fosse ceder. —Olhou-a furioso— Ganha em teimosia, pensa que não sei? Simplesmente te ocorreu uma solução que não tinha pensado. Teria pensado em algo antes da reunião. Não era tão difícil, disse a si mesmo. Entraria na reunião, veria que diabos estava se passando, conseguiria algumas informação e logo entregaria Dayle Mackay a Timothy Cranston e ao DSN. Era simples assim. Mas não tinha intenção de arriscar a vida de Chaya. —E agora me deixe explicar algo. — disse ela — Antes, disse que ele te criou. Dayle Mackay não o criou. Ele o gerou. Assim como todos nós. Natches sacudiu a cabeça ante isso, estendeu a mão e arrastou a que estava na cadeira até seus braços.
—É uma mulher perigosa. — disse enquanto a abraçava contra ele— E talvez tenha razão.
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De qualquer forma, serei eu que o derrubará. Agora faz essa ligação a Alex e monte um plano. Não quero que Dayle me chame antes de estar preparado. Soltou-a e a observou, enquanto atravessava a sala pra pegar o fone de ouvido do seu celular. —Só se por acaso os celulares não forem seguros o neste momento. —Ela franziu o cenho quando se sentou frente do celular — Prefiro não me arriscar. Enviou rapidamente um e-mail codificado. Uma curta e seca petição de um telefone celular e os acessórios correspondentes. Cranston saberia do que estava falando. Em poucos minutos chegou a resposta. Uma afirmativa e em funcionamento. Como de costume, Cranston ia um passo adiante de todos, pensou ela com um sorriso enquanto Natches lia a mensagem por cima de seu ombro. —Bastardo. — resmungou, mas tinha um tom de diversão. —A que hora pressupõe que Dawg e Rowdy estarão aqui? —perguntou enquanto se levantava e até ele, ansiosa, quase desesperada por tocá-lo. Precisava-o, uma parte dela estava tão faminta dele, de ser abraçada por ele, que se perguntava se suportaria esperar que ele se despisse. Imediatamente a pegou em seus braços, que eram tão fortes e seguros, envolvendo-a, elevando-a para ele. —Temos muito tempo — lhe prometeu— Deus, Chay, tiraria tempo de qualquer lugar para fazer isso. Deixou-a cair no sofá, indo sobre a Chaya, enquanto suas mãos tiravam suas calças de algodão. Seus lábios se apossaram dos dela, a língua afundando profundamente, entrelaçando-se com a de Chaya enquanto suas mãos desabotoavam o cinto e abria o zíper de seu jeans. Com Chaya era simples assim. Selvagem e explosivo, tão abrasador que às vezes se perguntava se sobreviveria. E sempre desesperado. Como se uma parte dele não pudesse acreditar que agora ela estava ali, em seus braços, formando parte de sua vida. Tinha a deixado fugir dele há muitos anos. Tentando lhe dar o espaço e o tempo que precisava para aceitar tudo o que tinha acontecido em sua vida. E se perguntou se não foi um engano. Para ambos. Os anos perdidos nunca voltariam. Mas se asseguraria que apreciasse cada momento que passasse com ela. Depois de tirar as suas roupas, arrancou as suas, ficou imóvel, olhando-a fixamente, nua e excitada, o corpo ruborizado e acalorado enquanto lhe abria as pernas e se movia lentamente entre elas. Tinha os seios cheios, os pequenos mamilos escuros e duros, estendendo-se para ele, ansiosos por sua faminta boca. Primeiro tomou um, depois o outro, chupando a doçura de sua pele e a tensa calidez dos tenros picos. Beijou-lhe a curva do peito, logo o ombro, enquanto se elevava sobre ela. —Te quero Chaya. — sussurrou ao seu ouvido, enquanto começava a empurrar a membro em seu interior.
Imediatamente, o sedoso calor começou a cercar a ponta sensível do seu membro. Fogo
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líquido o rodeou e o sugou para dentro, centímetro a centímetro até que estava apertando os dentes pelo prazer que o consumia, enquanto enterrava toda sua longitude em seu interior. Os momentos em que estava dentro dela, eram como viver no êxtase. A maneira como o tomava, tão livremente, sem duvidar, lhe oferecendo cada pedaço de si mesma, sendo ela consciente disso ou não. Sempre soube disso. Seja através dos beijos roubados ou como agora, enterrado tão profundamente nela que não sabia onde acabava ele e começava ela, podia sentir a alma de Chaya o estreitando. Tão certo quanto às profundidades de sua vagina o envolviam, também envolvia sua alma. Natches a protegia embaixo dele, a segurou e começou a se mover com impulsos lentos e pausados. Cada penetração provocava um forte ofego no seu peito e fazia com que ela respirasse entrecortadamente. Tremia embaixo dele, estremecia pelo prazer que lhe dava. O fez se sentir mais forte do que sabia que era, mais poderoso do que nunca se imaginou ser. — OH. Deus, Natches. É tão bom. —Seus gritos sem fôlego lhe enviavam ondas de prazer pela coluna. — Se agarre bem em mim Chay. —Tinha os braços já envolvidos fortemente ao redor de seus ombros, as unhas enterradas em sua carne. Levava suas marcas cada vez que a tomava e desfrutava disso. Levantou a cabeça para poder observar seu rosto, enquanto a tomava. Observar o rubor que cobria a sua expressão, a transpiração que brilhava na sua pele. Nada na sua vida tinha sido tão belo como Chaya em plena paixão. E nada, nem ninguém, podiam lhe arrebatar o controle como ela o fazia. Se moveu contra ela, mais forte, mais profundo. Gemeu frente o agarre apertado, sentiu sua vagina apertando, envolvendo-o, tentando segurá-lo dentro dela cada vez que se retirava. Sentiu o prazer crescendo, os apertos convulsivos dos músculos sedosos, rodeando-o, seus gritos elevando-se, a exigência nos impulsos em resposta dos seus quadris. Estava perdendo o controle. Podia notá-lo. Seus músculos tensos enquanto lutava para agüentar um pouco mais, para sentir um pouco mais do prazer de Chaya. Então ela se derreteu debaixo dele, ao seu redor. Os quadris de Chaya golpearam os seus e seu grito lhe saturou os ouvidos e resistir foi impossível. Tinha seu nome nos lábios quando empurrou dentro dela uma e outra vez perdido na liberação que crescia no seu interior, até que se enterrou nela uma última vez e sentiu os duros e fortes jorros de sua liberação pulsando no seu membro. Nada tinha sido tão bom assim em sua vida. Nem mesmo se estivesse na frente de uma loja de doces, o realizaria como Chaya o fazia. — Te amo. — sussurrou ela em seu ouvido — Que Deus me ajude Natches pois te amo muito. E essas palavras o completaram. Capítulo 19
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Natches moveu o Nauti Dreams do ancoradouro junto às casas flutuantes dos seus primos e o arrastou à amarração livre no outro extremo do porto esportivo. Para manter o engano, disse a Chaya. Sua expressão era tranqüila, muito tranqüila e silenciosa, como se estivesse com ela só em corpo. Chaya se apoiou contra ele, enquanto manobrava a embarcação da sala de máquinas no segundo piso. Estava sentado na cadeira de couro do capitão, guiando a enorme embarcação para a área vazia, e observava enquanto dois dos trabalhadores a tempo parcial do porto esportivo o asseguravam ao mole. Estava escuro, as nuvens se estendiam sobre a lua e cobriam as estrelas, enquanto um vento frio açoitava ao redor da cabine aberta da sala de controle. —Quando isso acabar. — disse ele observando com o olhar perdido às montanhas que os rodeavam — Acredito que um bebê precise de uma casa de verdade. Chaya apertou os lábios e encontrou a dor e o pânico crescendo dentro dela frente de sua afirmação. —Um bebê só precisa de um lar, Natches. — disse brandamente— E dos pais. O que ele estava a ponto de fazer não estava isento de perigo. Chaya tinha lido o expediente da Marinha de Dayle Mackay. Ele teve problemas com autocontrole. Usou os punhos, indiscriminadamente, sem importar a quem feria, ou como os feria. Mas era muito hábil com as armas, particularmente, com uma faca. Suas aptidões para corpo a corpo eram altas, e por tudo o que ela sabia ele não tinha consciência. Mas não era o pensamento do perigo físico que o fazia ficar com o olhar perdido a distância, era com quem isso ia acontecer. O que ia enfrentar. O homem que deveria ter sido seu pai. —Eu tinha sete anos a primeira vez que me prendeu no armário. —disse ele. A letal pontada de fria determinação em sua voz, fez com que as mãos dela se esticassem e apertassem os seus ombros de onde estava atrás dele. —Ele me manteve ali até que eu pensei que fosse morrer. —disse— Quase dois dias. Sem comida, sem água. Quando me tirou, estava quase inconsciente de medo. Depois que fazia isso para me recompor ele me dava um gole de água, eu mentia por ele, como queria que fizesse antes de me colocar nesse armário. E me dizia “Lealdade, filho. Isso é tudo o que eu quero de você. Só seja leal”. Natches nem sequer podia se lembrar sobre o que seu pai queria que lhe mentisse naquele tempo. Algo transcendente. Sempre era. Só algo para provar sua lealdade. —E o que você queria? — Ela lhe perguntou. O curioso é que podia ouvir a dor na voz dele, fácil assim. Como se ele fizesse tão parte dela, que sabia quanto lhe doía enquanto ele falava. Nunca tinha sentido outra pessoa dessa maneira com que sentia Chaya. O modo com que sempre a havia sentido.
—Interceptei uma transmissão do Faisal no dia que eles a levaram para esse acampamento. — disse ao invés de responder a sua pergunta. Registrei a área, desesperado procurando um lugar
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para te esconder, porque sabia que estava me metendo em confusão, quando fui procurar por você. As covas não eram um lugar para onde ir. Era o primeiro lugar que teriam procurado. Não havia outro esconderijo, outro lugar para ocultar-nos, não mais do que um buraco. Chaya sentiu seu coração oprimir-se quando ele agarrou a sua mão e a sentou em seu colo, rodeando-a com seu calor quando ela queria rodeá-lo com o seu. —Eu fiz esse buraco, ia te esconder nele e tentar encontrar algo para te cobrir. Odeio os espaços fechados, Chay. Os lugares escuros e pequenos. Essa sempre foi minha fraqueza. Esfregou a bochecha contra o cabelo de Chaya. —Você estava nesse buraco comigo. — murmurou. Ele concordou. —Não podia te deixar sozinha ali. Estava cega, ferida. Quando mais tarde matei Nassar, Chay, me assustei com minha reação, porque desfrutei disso. Te vi tão valente e forte, tentando tão duramente lutar quando poderia ter se apoiado em mim, chorado, fazendo outra coisa do que mostrar sua força, em caso de que tivesse que cair lutando. E você devia ter caído lutando. Ela sentiu o coração pulsar contra sua bochecha e o abraçou, porque ele tinha se obrigado a ficar nesse buraco com ela. —Estava perdendo o controle, — disse ela então— antes que me tirasse dali. Eu estava a ponto de romper, Natches. E nesse buraco, quando escutei eles virem até nós, na minha cabeça eu estava gritando quando você me beijou. — Esse beijo a havia trazido de volta, a salvou. — Você me fez forte. Graças a você fui capaz de correr, me levantou, quase me carregou. E graças a você, fui capaz de conter a escuridão em minha própria mente, e o medo de que eles fossem me ferir outra vez. Não queria sofrer mais. E quando perdi a Beth, você me manteve sã. Com seu cuidado, com seu beijo, com todo o prazer selvagem que você me deu naquela noite. — Ela o olhou, vendo sua expressão sombria, inclusive na escuridão seu coração se rompeu pelo homem que obrigou a si mesmo a ficar nesse buraco com ela e que agora estava tentando encarar seus próprios pesadelos. Sozinho. A expressão de Natches era sombria, escura, mas seus olhos estavam vivos. E eles trouxeram lágrimas aos olhos de Chaya. Feroz, terrivelmente decidido. Ele faria tudo o que pudesse e tivesse ao seu alcance para se assegurar que Dayle Mackay nunca mais ferisse a ninguém que ele amasse, nunca mais. —Clayton Winston ligou, enquanto você estava mais cedo no banho. — disse — Ele tem que falar com o Christopher. Depois o DSN chamou. Eles estão arrumando o transporte através de um agente particular a D. C., onde possa ver seu filho em uma visita monitorada. Chaya fechou os olhos, agradecida de que Cranston tivesse seguido adiante com isto. —Clayton está morrendo. — disse ele— Os médicos não acreditam que chegue até o final desse ano. Ele precisa fazer isso antes de morrer. —E o que você precisa Natches? Sentia-se como um epitáfio, a maneira como ele falava, como se ele não pudesse voltar para ela, e ela se negava a considerá-lo. —Vamos. —Ele a levantou do seu colo e a conduziu para a entrada do quarto. Ali, fechou a porta à sala de controle e a trancou com um golpe de seus dedos.
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—Não me respondeu. —Ela se voltou para enfrentá-lo na escuridão do quarto. As cortinas tinham sido serradas nessa manhã e agora o quarto estava quase que completamente às escuras. Ele acendeu o abajur da mesinha junto à cama e se voltou para encará-la. —Você vai voltar para mim. — murmurou ela, a respiração entrecortando-se —E não me olhe assim, vão te cobrir e você vai voltar para mim. As lágrimas encheram seus olhos, porque ela não podia imaginar outra coisa sequer. —Voltarei. — prometeu ele — De um modo ou de outro, eu voltarei, Chay. Mas como você me verá, como nossos filhos me verão se eu voltar com sangue em minhas mãos? O sangue do seu pai. Ela podia ver seu rosto, sua incerteza a respeito de poder deixar Dayle Mackay com vida. —Os valentões são fracos. — disse ela roucamente— Você conseguirá o que a DSN precisa e eles o destroçarão. Te Juro isso, Natches, o destroçarão e o prenderão e o resto do grupo para sempre. Você ganhará. Ela sabia que podiam. Era a especialista em interrogatórios, mas só interrogava sujeitos de interesse, não interrogava suspeitos, não interrogava suspeitos de terrorismo, nacionais ou estrangeiros. Havia uma divisão para isso, homens e mulheres que faziam parecer que seus piores pesadelos eram um piquenique no parque. Ele concordou. A confiança, o puro conhecimento em seus olhos de que faria o que fosse necessário para proteger o que lhe pertencia, dava-lhe uma lição de humildade. Ele tentava ser o escudo entre o mundo e aqueles a quem amava, sempre tentando protegê-los, tentando fazer com que o perigo nunca os tocasse. E nunca esperava, nunca pedia, pelo mesmo, embora soubesse que Dawg, Rowdy, e Ray Mackay estavam sempre ali para ele, mas ele nunca pedia nada. —Então estamos preparados. Ele concordou antes de aproximar os seus lábios e posando sobre os dela como uma promessa. Uma promessa gentil, eterna, tão doce e apaixonada como um sonho. —Tudo sairá bem. Ela concordou, e sossegou seus medos. Chaya poderia camuflar seus pontos de vista, poderia criar uma bolha ao redor dele que não poderia fazer menos que protegê-lo de forças externas. Mas dentro dessa bolha, Natches que teria que enfrentar que sabia que não estava só traindo a um monstro. Também teria que fazer frente a esse último raio de esperança, de que o monstro tivesse uma alma. Entretanto, os monstros não tinham almas, assegurou a si mesmo Natches, à medida que o encontro com seus primos e Alex Jansen se aproximava. Não era a primeira vez que surpreendia a si mesmo, pelo conhecimento da habilidade de Chaya de encontrar soluções factíveis aos problemas que iriam encarar, quando fossem executar o plano que tinham elaborado. As escutas telefônicas ilegais não eram coisa nova, e Cranston não estava por cima por corroborar um plano que estava começando a se encaixar.
Uma chamada foi feita ao Dayle Mackay por um dos homens que vigiavam os primos Mackay, lhe informando sobre a discussão entre Natches e seus primos a respeito de uma velha
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foto, uma prova contra um cidadão de Somerset no caso do roubo dos mísseis, e a negativa de Natches de dar às autoridades a informação pertinente da implicação desse cidadão. E Dayle estava interessado. Natches escutou a voz do outro homem na gravação digital que Alex lhe mostrou. A presunção na voz de Dayle de que finalmente, o sangue se espessou nas veias do Natches e se converteu um pouco mais substancial do que água. Deu as costas a seus primos enquanto reproduzia a gravação, mantendo sua expressão calma. Não era um Mackay depois do que fez, era somente outro monstro. Como foi nos marinhe. Não era uma pessoa. Era um objetivo, nada mais. —O traslado do Nauti Dreams também foi registrado. — disse Alex a todos brandamente e mudou a gravação para outra chamada. A chamada de telefone de Natches a outro mole e o acerto da mudança da sua casa flutuante também foi dada. Com cada chamada, Dayle se fez mais crédulo, mas convencido de que seu filho e seus primos estavam finalmente se dividindo como ele estava esperando. —Esse é o meu filho. — refletiu Dayle brandamente, com petulância— Sabia que não demoraria muito. —O que acontecerá a mulher? A agente que está com ele? —perguntou-lhe a voz do outro lado. Daniel Reynolds era um dos homens na foto, um dos lideres mais fanáticos da futura revolução. —As mulheres são fáceis de fazer sumir. — soprou Dayle— Um acidente, um pouco de drogas na bebida, e ela rebolará na barra um sábado de noite. Natches a deixará. —Ela segue sendo uma agente. —E ela não tem a informação que ele tem. — precisou Dayle— Sem dúvida, essa relação terminará bastante cedo, por si mesmo. Te chamarei logo. —Está certo disso? —Pressionou resolutamente a outra voz— Não podemos nos permitir um engano. Dayle riu da pergunta. —Acredite-me, Daniel, conheço meu filho. Sei que é só questão de tempo. Meu filho é um assassino. Foi um assassino nos marinhe, e sempre será um assassino. Esse tipo de frieza só se conecta aos de sua classe. Ele virá. —Muito bem. — consentiu Daniel— Arrume o encontro e nos contate quando tiver acabado. Ao som da gravação desconectando-se pulsou um interruptor em sua mente. Frio. Duro. Se, ele era um assassino. Voltou-se lentamente para encontrar os olhos dos seus primos. —Chaya, ainda tem esses arquivos? —Ele sabia que os tinha. —Estão lá em cima na minha pasta. —Ela se moveu para a escada, mas não antes de lhe dar um olhar suspicaz. Quando ela desapareceu lá na parte cima ele olhou para a sua família. Seus primos e o homem a quem ele chamava amigo.
—Isto não será tão fácil quanto ela acredita. — disse-lhes calmamente — Se algo me
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acontecer, cuidem dela e do meu filho. — Ele olhou para Dawg e Rowdy. — Lhe dêem o que o tio Ray sempre me deu, e o façam juntos. Dawg e Rowdy se olharam entre eles. —Cara, isto vai ser um passeio pelo parque. — protestou Dawg— Como Alex assinalou, sua mulher o controlará pelo microfone oculto, o DSN na caminhonete e Rowdy e eu em posição. Não vai acontecer nada, — O olhar do Dawg foi penetrante— a menos que faça algo estúpido. Fará algo estúpido, Natches? Os lábios do Natches se curvaram diante da pergunta. —Alguma vez hei feito as coisas de outra maneira, primo? —Diabos. —Ele vai fazer as coisas direitinho, ou me terá como sombra dele. Natches se voltou, franzindo o cenho a Chaya, que não tinha os arquivos nas mãos. Mas sua mão estava pousada em seu quadril e com a expressão de estar irritada. —Está claro, Natches? Ele inclinou sua cabeça brandamente. —Seguirei o plano. — lhe prometeu. Mas ele conhecia Dayle. E sabia que Dayle nunca seguia as regras. Era assim e sabia. Quando acabasse o encontro, de um modo ou de outro, isto estaria terminado. Ela não acreditou em uma palavra do que ele estava dizendo. —Aqui está o celular. — Alex tirou o telefone de seu bolso e o deixou sobre a mesa— Cranston tem o maior orgulho desse bichinho. Disse-me para não o quebrar, pois é o único protótipo que conseguiu que funcionasse com êxito. Natches pegou o telefone da mesa, abriu e o verificou se havia algo que Dayle pudesse usar para identificá-lo como um microfone oculto mais que um telefone. —Inclusive faz chamadas telefônicas. — disse Chaya com um sorriso rígido. —Cranston está com a caminhonete estacionada na cidade, com um agente dentro. Logo que tiver a localização poderá estacioná-la em um raio de oitocentos metros e continuará tendo uma recepção clara. —informou Alex— Pelo que soubemos, pelos os que estão na escuta do hotel, ele está todo cheio de si porque Natches se negou a se unir à equipe ou a ajudar a agente Dane a completar sua missão. Está fazendo planos para sair de Somerset uma vez que ela contate com ele. — O que acontecerá esta noite. — disse ela— Contatarei Cranston e informarei que deve me pegar pela manhã e que devo retornar a D.C. com ele. — Que será quando presumo que Dayle fará sua chamada. —Concordou Natches. —Preciso ativar o celular com o seu número para que não use o seu próprio celular. — disse Chaya— Queremos uma gravação disso. As chamadas serão feitas sem rastro possível dentro do limite de oitocentos metros. —Estaremos preparados para nos mover quando Cranston nos der a ordem. — Alex concordou com Dawg e Rowdy— Teremos tudo prontos e preparados para nos movimentar. —Ele terá seus próprios observadores. — advertiu Natches. —Tem seis que já identificamos, e teremos homens os cobrindo. Permitiremos que permaneçam em seus lugares até o último minuto antes de tirá-los.
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Era um plano ousado. Natches concordou com os três homens enquanto curvava os braços ao redor de Chaya e a puxava contra seu peito, uma mão sobre a parte baixa de sua barriga enquanto olhava os seus primos com seu olhar penetrante. Sabiam. Breves assentimentos lhe asseguraram que sabiam. Se algo lhe ocorresse, Chaya seria protegida, como ele teria protegido ao seus filhos. Eles fizeram esse voto há muito tempo. Os três primos que deveriam ter sido irmãos, o tinham desejado sê-lo. Se converteram em irmãos. E haviam feito esse voto de que o que pertencia a um tinha que ser protegido pelos outros. Simples assim. Chaya sentiu a mão em sua barriga e olhou Dawg e Rowdy ferozmente. Não importava o que Natches quisesse, ele ia ser protegido. Seus olhares pousaram nela e logo retornaram a Natches, e ela esperava, rezava, porque seu assentimento fosse afirmativo a esse pedido silencioso. Dizia-se que os primos travessos eram carne e unha. Sua lealdade era mútua e só para a família. Esse vínculo protegeria ao Natches. — Então, terminamos por aqui. — Alex se levantou e olhou para a parte de atrás do barco. — Maldição, a água está fodidamente fria esta noite. —Kelly e Crista têm mantas elétricas e café quente nos esperando. Isto é o melhor que você vai ter esta noite, Alex. — informou Dawg. —Pois é, os dois se aconchegarão a um corpo quente, enquanto eu terei que me arrumar com uma manta elétrica. —grunhiu— Sempre fico com a pior parte do trato quando lido com vocês. —Sim, te lembraremos disso um dia destes. Desapareceram pelo vestíbulo, e o silêncio desceu completamente na casa flutuante. Não houve um balançar, uma oscilação no barco que indicasse que eles tinha ido embora. —Vêem, sente-se comigo. — Natches a levou para o sofá, nada mais do que sentar, estirou-se entre as almofadas e a atraiu entre os seus braços. —Só me sentar? —Só me deixe te abraçar. — Aproximou-a mais dele, seu corpo quente e duro, forte e seguro. —Pare de fazer isso parecer um funeral, Natches. Não vai acontecer nada. Ele riu entre dentes disso, depois suspirou. —Sabe Chay, a última vez que falei com ele eu tinha vinte anos. Tinha as costelas fraturadas, a roupa rota, minha boca estava cheia de sangue e poderia jurar que estava morrendo. Disse, quando Dawg, Rowdy, e o tio Ray me tiraram de lá que a próxima vez que falasse com ele, o mataria. Tinha cuspido sangue nos sapatos do bastardo e feito um voto, e Dayle riu dele. Natches nunca esqueceu-se dessa risada de satisfação, a ouviu novamente esta noite. —Você não vai matá-lo. — ela disse.
—Sim, vou fazê-lo. —Natches sorriu quando ela se esticou em seus braços, frente do pensamento do que ia fazer ao Dayle— Traí-lo com o DSN será o mesmo que a morte para ele. É minha última vingança. Porque saberei, cada dia, que ele está respirando e ambos saberemos que
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o venci. Acreditava em seu interior, embora soubesse em suas vísceras que as coisas não seriam tão fáceis. Ele era um marinhe. Um franco-atirador. Um assassino. Sempre trabalhava sozinho, às vezes sem um observador de tiro, sem extração. Porque a merda surgia depois que o sangue fosse derramado, e assim que a merda surgia, a informação saía à luz. Ele tinha aprendido a se guiar por seus próprios pressentimentos, ou seja, quando fazer ou quando não fazer nada. E se algo não estava indo conforme o planejado. Isto não ia conforme o planejado. E que tudo fosse para diabo, queria esta noite. Queria sustentá-la, queria lhe falar. Sua mão se deslizou ao longo de sua barriga uma vez mais. — Se nosso filho for um menino, quero o ensinar a jogar beisebol. —disse brandamente. Ela riu. Um som suave e divertido que fez com que um sorriso se curvasse nos lábios de Natches. —Se for uma menina, será uma tirana. Uma menina? Franziu o cenho. Uma filha, com o cabelo e os olhos de sua mãe e, que Deus o ajudasse, seu sangue Mackay o fez estremecer. —A trancarei numa cela e jogarei a chave fora até que complete cinqüenta anos. —Não o fará. —Sua mão cobriu a dele, seus dedos entrelaçando-se com os da outra mão que descansava em sua coxa. —Prometo-lhe isso. Até que tenha cinqüenta. Esta menina será mais selvagem que o vento e mais difícil de controlar que uma mula nova. Ela o olhou, a débil luz da sala captou o brilho de seus olhos, o amor, a preocupação, os medos que a dominavam até que tudo isso tivesse terminado. —Ela será uma senhorita. —O som de suas gargalhadas foi quase de risadas tolas, porque sabia bem, tanto quanto ele. —Selvagem como o vento. — argumentou ele de novo. —E um filho não o seria? —Ela elevou sua mão e tocou seu rosto, e esse toque de ternura e a calidez combinadas, foi outra lembrança que guardou em seu interior. —Os filhos são diferentes. — disse. Ela franziu o cenho, como ele sabia que o faria. —Como sabe? —Os filhos nascem para ser selvagens. —E as meninas nascem para domar ao vento. — ela disse brandamente— O que está fazendo, Natches? Ele sabia ao que ela estava se referindo. Por que ele só estava segurando e falando com ela, só construindo lembranças? —Estou criando meu escudo. — baixou sua cabeça e beijou seus lábios— Você é meu escudo, Chay, só que não sabe. Doce e suave, nascida para domar ao vento e tentar meus sonhos. Quando caminhar para esse encontro, quero levar isto comigo. — Por quê?
Ele ficou calado por um bom momento, perguntando-se se havia outra maneira de fazê-la
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entender. —Bom, não quero matá-lo. — admitiu finalmente— Porque estas lembranças e todos as outras estarão ao meu redor, e lembrarei por que você está lutando e o quanto é importante mantê-lo vivo. Você é a única coisa que se interpõe entre ele e a morte, Chay. Só isto, e saber que ele é mais importante para sua luta do que o é para mim. —Então serei seu escudo. — murmurou se voltando, o confrontou e abraçou — Sempre, Natches, sempre serei o seu escudo. Capítulo 20 Não fizeram amor esta noite. Esperou até que amanhecesse e a levou até a cama. Ali, despiu-a lenta e gentilmente, e olhou à mulher estendida frente a ele. Seios brandamente arredondados, mamilos duros e vermelhos. Seu estômago estava liso, só levemente arredondado. Ainda não havia sinais de que seu filho descansava ali, mas ele sabia que ali estava. Coxas brandamente torneadas, e entre eles a sedosa e nua carne. As horas que tinha passado a abraçando, beijando e acariciando tinha alimentado os fogos dentro dele até fazê-lo ferver em fogo lento. Algo que Natches não tinha experiência anterior. Pela primeira vez em sua vida passou a noite toda com uma mulher em seus braços apenas acariciando e dando beijos aveludados em qualquer parte que pudesse alcançar. Esteve duro durante horas. Poderia havê-la fodido umas dez vezes durante o tempo que ficaram se acariciando no sofá. Mas não mudaria nada que aconteceu no passado. Cada toque, cada beijo, cada risada, cada suspiro e palavra de amor sussurrada os tinham unido ainda mais. Ela o sentiu ainda mais. Ele a sentiu. Ele sabia que agora sua alma estava envolvida em tramas de seda que o conduziam de volta a ela. Embora o que antes era uma queimação agora se transformou em chama. Natches sorriu, uma fome selvagem e maravilhosa rondava dentro dele. Nasceu tão selvagem quanto o vento e, como o vento, atravessou como um furacão por sua própria vida, dando voltas por aí, sem direção, deixando de lado seus próprios sonhos pelo caminho, até que conheceu Chaya. E ela, nasceu para domar esse vento interior. Não ao homem, ela fazia ao homem selvagem e faminto. Mas a raiva, a fúria ardente que o conduzia antes desse dia, naquele seco e quente deserto, estava agora domada, sustentada entre as mãos de uma mulher compassiva. — Vai ficar me contemplando toda a manhã? — Ela se esticou sob seu olhar, seus olhos piscando ao vê-lo acariciar o seu membro, antecipando, atrasando esse momento final quando teria que deixá-la ir. —Me deixaria? — Ele sorriu, usando um dedo para marcar uma linha entre seus seios até o suave e sedoso montículo entre suas coxas.
—Se isso for o que quer fazer. —Ela levantou suas mãos e deixou que seus dedos seguissem o rastro do caminho que ele tinha esboçado— Nunca achei que fosse um voyeur, Natches. Embora
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sei que podemos nos adaptar a essa sua nova perversão. E se essa fosse sua perversão? Ele quase riu, realmente sorriu. Deus, a amava, bocuda e tudo. —O que acontece é minha perversão? —Ele levantou suas sobrancelhas com curiosidade. Não era esse o caso, mas podia brincar com ela. Isso era o melhor de Chaya, que gostava de brincar. Inclusive enquanto estava em recuperação no hospital do Iraque toda machucada e costurada, tinha gostado de brincar com ele. —Então, não é pior do que ter quebrado o vibrador? —Ela deixou seus dedos roçarem levemente por cima de seu montículo, antes de retirá-los, acariciando ao longo da parte superior da brilhante fenda. Merda, ia gozar em sua própria mão nesse ritmo. —Me deixaria olhar enquanto se acaricia? —Ele não tinha previsto isto. —OH, conseguiria. — murmurou ela, deixando que um dedo descesse por entre as dobras, com seus quadris arqueando-se enquanto ele olhava— Te mostraria como sobrevivi cinco anos sem você. Te deixar olhar e me escutar chorar porque não poderia alcançar a mesma culminação que você me dá. Quer ver? Vê-la chorar? Deus não. — Morreria por você, neném. — prometeu— Te deixarei que me ensine como você faz, depois te ensinarei como se faz. Seu sorriso travesso lhe provocou uma gargalhada, um lampejo em seus olhos da mesma fome travessa. —Então me ensine como se faz. — Levantou os dedos de sua carne, úmidos com seus sucos e ele não pôde conter-se. Agarrou-lhe o pulso e levou os dedos em seus lábios. Seu sabor explodiu em sua língua. Doce e terroso. Nada tinha o sabor da paixão de Chaya. Cobriu as pontas dos seus dedos, chupando-os até deixá-los limpos, e olhou seus olhos obscurecerem-se, enquanto acariciava as sensíveis pontas com a língua. — Te mostrarei exatamente como se deve fazer. — murmurou ele— Deve ser saboreada. Estendeu-a separando o máximo suas coxas, e soprou o seu fôlego através da carne molhada, seu olhar se levantou para ela quando um tremor lhe sacudiu o corpo. —Saborear da forma mais deliciosa. Com um beijo. — Ele cobriu seus duro e pequeno clitóris com um beijo quente, golpeando-o com a língua, sentindo-o palpitar com antecipação. —Só um beijo? —Agora sua voz estava rouca pelo prazer. —Hmm. Um beijo não é suficiente? —Ele beijou as dobras de seda, provou o sabor de seus sucos em sua língua e murmurou em apreciação. —Não é suficiente. — Agora as mãos de Chaya estavam em seu cabelo, enquanto tentava aproximá-lo mais. —Uma degustação? —Aprofundou a língua dentro dessas dobras deliciosas, lambendo brandamente, devagar, sentindo a suave agitação da entrada a seu núcleo e o eco da necessidade premente construindo-se ali em seus músculos.
—Provar não é o suficiente. — Ela se retorceu embaixo dele, arqueando os quadris, pressionando a vagina para mais perto de sua boca, enquanto ele beijava, lambia e escutava seus
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gritos de prazer em sua cabeça. Fazer amor. Ele nunca fez amor antes de Chaya, mas isso era o que estava fazendo agora. Fazendo amor com ela. Amando-a com tudo o que tinha dentro de sua alma. —Beijar ou saborear? —Sua própria voz agora era entrecortada— Requer-se pouca coisa, não é verdade? Ele levantou a cabeça, sorrindo, enquanto ela o olhava, seus cílios baixando sensualmente, seu rosto com um brilho de transpiração. E aqueles seios doces e exuberantes. Estavam inchados, os mamilos duros, apertados e rosados de necessidade. Não pôde evitar levantar uma mão, deslizá-la sobre sua barriga e tocar em um desses suaves montículos enquanto voltava a beijar, a provar. E lamber. Lambeu ao redor do seu clitóris. Deixou pequenos beijos nele, apertando seus lábios e sugando-o para o calor de sua boca até que ela se desfez embaixo dele, arqueando-se e gritando seu nome na liberação. Antes que os tremores acabassem de açoitá-la, ele se ajoelhou, levantou-lhe as pernas até que descansaram contra seu peito e conduziu seu membro para dentro dela. Merda. Estava apertada. Tão quente que teve que apertar os dentes, tentando corajosamente pensar em motores de carros, em algo, algo exceto a destrutiva e aveludada capa que envolvia seu membro. E nada funcionava. Nada enchia sua mente salvo seu aroma e seu tato. Sua voz gritando seu nome, suas mãos apertando os seus pulsos enquanto ele se agarrava a seus quadris. Até que esteve totalmente enterrado dentro dela, seus testículos enterrados profundamente no mais doce e escorregadio paraíso que a alma de um homem poderia encontrar. —Natches. OH Deus, é tão bom. Bom, nem sequer se aproximava. Não havia descrição para este prazer, desafiava a habilidade de qualquer poeta para expressá-lo. Ele se esticou, afundando-se mais profundamente dentro dela, sentindo o suor correr por seu peito, enquanto a sensação açoitava o seu corpo, até suas terminações nervosas, enchendo-o de êxtase. Baixou sua cabeça até poder beijar seu delicado tornozelo, antes que ela se sacudisse e um pequeno grito ofegante escapasse de seus lábios. Ele a olhou e sorriu antes de lamber o lateral do seu pé. Ela gemeu e flexionou-o, enquanto ele passava a mão desde seu quadril até seu pé, e quando começou a empurrar, mordeu-a, justamente abaixo do dedão. Chaya gritou pela sensação. Ele a mordia. Mordia seu pé e empurrava dentro dela, uma vez, duas vezes, e gozou outra vez. Explodindo em um milhão de fragmentos brilhantes, enquanto os quadris dele se moviam mais duro, mais rápido. Bombeando em seu interior com uma expressão tensa, o suor lhe correndo pelo pescoço, enquanto Chaya se sentia voando de um clímax a outro, depois se unindo, enquanto sua liberação fluía dentro dela. Ela o olhou, o modo com que seus olhos se entrecerraram ao olhá-la, voltando-se sensuais e duros um segundo antes de se fecharem e um estremecimento sacudisse seu corpo. —Não posso ter o bastante de você. — disse bruscamente sem fôlego enquanto desabava sobre ela, permitindo que suas pernas lhe abraçassem os quadris antes de deslizar-se para a cama— Cada vez te desejo mais.
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Ela sorriu, percorrendo seu cabelo com seus dedos. —Bom, porque eu também não posso ter suficiente. Ele se deitou de costas, arrastando-a até que estivesse totalmente estendida sobre o seu peito, débil e esgotada, sabendo que não tinham tempo para dormir. Eles permaneceram assim, seus corações finalmente se acalmaram no peito, suas respirações voltando para a normalidade. —Quando deixar o barco, não olhe para trás. — ele disse— Não pare, não se detenha. É uma mulher que se afasta de algo que não pode dirigir. —Sei como fazer o meu trabalho. Mas sua voz se converteu em um soluço. Se afastar de Natches sem olhar para trás? —Sei que sabe fazer. Mas isto não será fácil, Chay. E você não pode parar, tem que seguir em frente. Ela concordou contra o seu peito. —Tenho uma muda de roupas separada para você. Roupa limpa que Dawg trouxe em uma bolsa de plástico a noite passada. Sua roupa. Terá sua mala, com apenas o notebook dentro. Eles podem imaginar pelo modo com que o levará, como se moverá, a forma com que a pendura em seu ombro ou em sua mão se houver algo mais nele. Ela concordou de novo. —Quando acontecer, quanto se encontrar com ele, não se aproximará até que ele esteja algemado. Entendeu? Sua voz era dura, seu tom frio, mas ela podia sentir as emoções correndo sob a superfície. Ele era tão capaz como sabia que era, ela também se deu conta de algo. Ele a chamou de sua força, mas ela também poderia ser a sua fraqueza. Tal como ele poderia ser a sua se alguém alguma vez quisesse feri-lo para devolver o golpe. —Não até que esteja algemado. — concordou ela, rezando para que pudesse manter essa promessa. —Então vamos te preparar para sair. — A levantou do seu peito e saiu da cama com ela. Estando de pé juntos, ele tocou seu rosto e deu um beijo forte e prolongado. —Quando tiver você novamente, não conseguirá sair da cama por uma semana. —Uma semana no mínimo. — prometeu, ficando quieta enquanto ele retrocedia e cravava os olhos nela. —Eu não gosto disso. — disse finalmente Chaya— Não deveria ficar sozinho com ele. Seu sorriso estava cheio de amargura, mas sem nenhum pesar. —Não estarei. Lembra que você é o meu escudo. E ela tinha que se contentar com isso. —Vá tomar o seu banho. Guardarei as suas coisas. E depois, o deixaria sozinho. Só para pensar, só para lembrar e Chaya sabia. Como sabia que não havia outra maneira de convencer ao monstro de que Natches estava sozinho. Deixá-lo desta vez estava partindo o seu coração.
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Capítulo 21 Natches deu tempo para Chaya chegar até ao piso da passarela antes de sair para a coberta do seu barco flutuante para olhá-la partir. Instantaneamente sentiu o laser da mira do rifle por entre os olhos, o que significava com sorte que o estava atraindo para bem longe de Chaya. Sorriu maliciosamente ao aspirante a assassino desafiando-o a disparar, sabendo que não o faria. Mas quando o fizesse estaria preparado e com seu instintivo aguçado poderia senti-lo. Então voltou a olhar Chaya, cuidadosamente, manteve uma expressão fingida, como se ele não se importasse ao vê-la se afastar. Lembrou que Isso não seria para sempre. Diabos, claro que não. Quando isso acabasse nunca mais veria ela se afastar novamente dele, nunca mais, maldito se não se assegurasse disso. Sacudiu a cabeça como se divertisse com algo, voltou-se e entrou no salão, fechando a porta atrás de si. No seu cinto tinha o telefone celular de Chaya funcionando. Segundo ela, se desconectasse a bateria mesmo assim não desconectaria a escuta. Agora tudo o que tinha que fazer era esperar que Dayle Mackay soubesse que Chaya o tinha deixado e logo o chamaria. E chamaria. Cranston apostava que não, assim como Alex. Três contra dois, porque Dawg, Rowdy e Natches sabiam que Dayle chamaria. Não teve que esperar muito. Passou duas horas caminhando pelo salão, repassando todo o plano, tentando se certificar que já tinha considerado cada ângulo possível, nisso o telefone celular tocou. Tirou do cinto e abriu lentamente antes de levá-lo a orelha. —Sim? — Como se não soubesse quem diabos era. —Filho, precisamos nos falar. — A voz crispada de Dayle chegou claramente pela linha telefônica. Natches permaneceu quieto, os punhos apertados. Tirou o telefone da orelha e o fechou, desligando a chamada. Na verdade não queria parecer muito ansioso. Teve que conter o impulso de vomitar frente da voz completa de confiança de Dayle. Como Dayle poderia se enganar até esse ponto, acreditando que tinha o direito de chamar Natches de “filho”? Frente da pequena evidência que deu ao Dayle, como ele poderia imaginar que Natches teria o desejo de falar com ele? Matá-lo sim, matar poderia aplacar a sua ira intensa, mas a longo prazo só acabaria o irritando ainda mais. Natches gostava de pensar que não era um homem que se enganasse facilmente. Pensava que Dayle também não era. Parece que estava enganado, porque meia hora mais tarde o telefone voltou a tocar outra vez. —Que diabos você quer? — foi sua resposta. —Precisamos nos falar. — repetiu Dayle, com a ira evidente em sua voz estrangulada.
—Falar a respeito de que? Das suas ações traidoras? Elas já me causaram problemas suficientes se não se importar. — se mofou — Se for salvar ao mundo, trata de fazê-lo sem me
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implicar. Ok? Salvar o mundo ou seu traseiro. Quase se estrangulou frente ao pensamento. Maldição, pensou que era um ator melhor. Dayle não disse nada por longos minutos. —Qualquer informação é perigosa, Natches. — respondeu por fim. —Concordo, desse modo aperte o gatinho da próxima vez que der um passo em falso. Isso resolveria todos os nossos problemas. Dayle riu entre dentes. — Seu sexto sentido sempre foi bom. Daqui à uma hora vem para casa da sua tia Nadine, Natches. Só me dê alguns poucos minutos para eu poder falar com você, isso é tudo o que eu lhe peço. Independente de tê-lo criado ou não, talvez ainda tenhamos algumas coisas em comum. Uma merda que tinham, com certeza o sangue e o feito de Natches querer derramá-lo. Mas permaneceu em silencio. —Com certeza nada, pois não posso imaginar nada que teríamos em comum. — falou por último— E duvido que Nadine me permita passar pela porta. — Em uma hora, Natches. — A voz do Dayle era suave e soava arrepiante — Estarei lá te esperando. Desta vez Dayle desligou. Natches fechou o telefone e o colocou no clipe do cinto. Olhou o relógio. Eram apenas nove e já precisava de uma cerveja. Merda, um uísque. O bastardo estava levando-o a beber.
Passou os dedos por entre os cabelos e subiu as escadas. Prendeu as chaparreras9de couro negro sobre o jeans, as usava para montar na Harley durante o inverno e calçou as pesadas botas que também usava quando usava a poderosa máquina. Tirou a jaqueta de couro, desgastada e feita pó, do armário e a jogou por sobre a cama, enquanto se dirigia para a penteadeira. Colocou uma faca na perna da bota. Pegou a jaqueta, desceu as escadas e tirou uma cerveja da geladeira. Diabos, desejava que Chaya estivesse aqui. Tombaria sobre o sofá com ela novamente, isso sustentaria e reforçaria o seu escudo. Arqueou os lábios frente a esse pensamento. Seria o suficiente se meter sob o escudo dela, mais uma vez que o fizesse, a mulher que se encontraria debaixo dele se encaixaria perfeitamente. E gostava disso, gostava muito disso. Terminou a cerveja, a atirou no lixo, e ficou esperando no sofá. Esperaria durante essa hora antes de deixar a casa barco. Não tinha sentido chegar mais cedo nem antes da hora. Podia também fazer uma entrada quando chegasse lá. Ele e Dayle Mackay nunca fingiram ter cerimônias um com o outro.
Passou os dedos pelos cabelos e pensou na equipe já em posição. Sabiam onde estavam os observadores de Dayle, isso tornaria as coisas mais fáceis. Natches conhecia Alex e sua equipe, não
9 Espécie de proteção de couro que se coloca sobre as calças para protegê-las.
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cometiam erros. E Dawg e Rowdy, eram umas pestes negras quando queriam. Esperou. Não caminhou, em vez disso, sentou-se no sofá e olhou fixamente a sala. Pensou na casa que Dawg quase tinha terminado, lá longe nas montanhas. Havia um terreno próximo, e não ficava a poucos quilômetros da casa que Rowdy e Kelly construíam. Poderia comprar esse terreno, construiria ali uma casa para Chaya. Um lugar para amar e para criar seus bebês. Muitos quartos, pensou. Queria encher sua vida com bebês e risadas. A vida de ambos. Queria ser o marido que sempre sonhou e o pai que nunca teve. Quando o relógio mostrou que passavam cinco minutos da hora, se levantou e saiu da casa barco. Parou na coberta como se considerasse voltar atrás, logo sacudiu a cabeça e se dirigiu para as docas, caminhando rapidamente a passos largos até o pequeno edifício metálico que Ray tinha permitido que eles construíssem para estacionar as Harleys dentro. Levou algum tempo tirando e testando a moto. Meia hora depois estava a caminho. Não se apressou, não tinha necessidade. Os óculos escuros protegiam os seus olhos do vento frio, mas arrepiou o seu cabelo clareando sua mente. Empurrou os pensamentos sobre Chaya e bebês para o lugar mais escondido que pode dentro da sua mente, embora admitisse, não fosse longe o bastante. O ódio, a raiva e a dor e o medo da escuridão que o filho tinha conhecido. Apagou-o de sua mente. Era só outra missão, disse a si mesmo. Exceto que dessa vez, ele não ia matar. Parou na lateral da rua antes do caminho da entrada de Nadine, quarenta e cinco minutos mais tarde do que a hora marcada e estacionou a Harley antes de desligar o motor e desmontar. Tarde o bastante para surpreendê-los. Passou pela caminhonete com vidros escuros estacionada na rua, mesclando-se com o SUV e a pick-up com que repartiam o estacionamento. Nadine não era simpática? Por que, comprou um pequeno lugar tão agradável no meio da cidade. Tornava as coisas mais fáceis. Mas isto não o fazia mais fácil. Deu um passo até a porta, não se incomodou em chamar. Abriu e entrou na sala parando de repente. — Definitivamente esta decidido a me fazer vomitar esta manhã. — indicou enquanto olhava a sua tia saltar do colo de Dayle e este tirar a mão lentamente de debaixo do vestido de seda que ela usava. Nadine nem se incomodou em ruborizar. Realmente, permitiu que um pequeno sorriso nervoso lhe tocasse os lábios, quase como boas-vindas. Em que dimensão da zona desconhecida tinha entrado? Natches se perguntou, enquanto levantava a sobrancelha e fechava a porta. —Pensamos que não viria mais. — Dayle ficou de pé, ajustando a camisa pólo e as calças enrugadas. Parecia tão poderoso como sempre. Um e oitenta, e mais largo do que Natches, mais encorpado. Mais velho, lembrou-se Natches, enquanto enganchava os polegares no topo das chaparreras que usava e olhava fixamente ao homem que se atrevia a o chamar de filho. —Eu também achava que não vinha. —Deu de ombros e olhou para a Nadine, enquanto esta retorcia as mãos nervosamente e olhava para Dayle e Natches— Qual é o seu problema?
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Dayle sorriu. —Ela quer te dar as boas vindas a casa. —Verdade? —Natches arqueou as sobrancelhas— Que interessante. Na última vez, ouvi que queria me estripar por fazer voar a cabeça de Johnny. Mudou de opinião muito rapidamente, não é? Ela empalideceu, oscilando, enquanto Dayle a abraçava e cochichou algo em seu ouvido antes de cambalear para a parte de trás da casa. Dando-lhe um olhar agradecido, ela aceitou seu beijo nos lábios antes de atravessar a casa. Natches sacudiu a cabeça. —Sabe, essa sua relação nunca fez sentido para mim. Ela teve o filho com o seu irmão e você não é esse irmão. Não é de se estranhar que Johnny tivesse um tanto confuso. Agora, ela quer me dar as boas vindas, diretamente, à família como se nunca tivesse odiado minhas tripas? Estão tomando drogas pesadas ou o que? —Sempre foi um pequeno bastardo bocudo. — disse bruscamente Dayle mal-humorado. —Sim, sou bom nisso. —Natches sorriu orgulhoso— Assim, que diabos quer e como devolvo as coisas aonde me ignora mais que me acossar? Dayle fez uma careta, sua cara enrugada se esticou de desgosto, enquanto afastava o cabelo da frente, ainda espesso e apenas grisalho. —Pequeno cachorrinho. — murmurou— Nem sequer se parece comigo. Se não fosse pelos seus olhos poderia jurar que não era meu. —Possivelmente Chandler foi meu pai tanto quanto foi de Johnny. — se burlou Natches— Pelo que me lembro, isso poderia ser possível. —Pensei nisso. — disse Dayle com fúria — Inclusive fiz a prova de paternidade. Não tive sorte, é meu. E já está na hora de que ambos nos coloquemos de acordo com isso. —E como sugere que o façamos? —Sabe o que sou e do que somos parte. —Suspirou Dayle— Sempre soube que se lembrava. —É por causa disso que contatou aos Linkins para que me matassem no Iraque? Dayle deu de ombros outra vez. —Não foi uma ordem fácil de dar. E tenho que admitir, não me decepcionei quando falhou. Natches se forçou para evitar fechar as mãos em punhos. —A ordem de atacar ao hotel onde estavam o marido e a filha de Chaya? —perguntou — Foi outra tentativa? Os olhos do Dayle se abriram de par em par, e logo se estreitaram. —Isso não teve nada que ver com você ou com a garota. Eu não sabia da sua relação com ela até mais tarde. E eu não daria essa ordem, ela veio de um de nossos membros fundadores que estavam lá naquele momento. Craig Cornwell trabalhava para nós. Não tínhamos a menor idéia de que ele trabalhava para o inimigo, tampouco, até agora. Não poderíamos nos arriscar que o capturassem. Ele teria falado. —Quero saber como diabos a conseguiu. Uma ordem autenticada para atacar e mandada por rádio aos aviões. Isso parece ser impossível.
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—Às vezes as ordens são complicadas. — Dayle deu de ombros— O comandante só conhecia as ordens que ele recebia. Só tínhamos que consegui-la pelos canais apropriados. Como disse, o Iraque não foi coisa minha. Sou um recrutador, nada mais. —Não é um recrutador muito bom. — informou Natches— Fiz algumas averiguações. Licenciados com desonra, descontentes, alguns de seus homens nem sequer estão no exército. Esses que ainda estão, estão a um passo de serem jogados em Leavenworth. —Porque sabem aonde nos levam nossos líderes. — grunhiu Dayle— Alguém tem que preparar o terreno. A revolução está se construindo, Natches. Você pode fazer parte dela. Pode estar ao meu lado como um general e um líder agora que se separou dos pequenos bastardos de Ray. E aqui estava. Natches sorriu afogando-se frente a seu triunfo. —O que te faz pensar que farei isso? Dayle se esticou. —Meus informantes, pois esteve discutindo sobre a informação que se nega a entregar ao DSN. Que está me protegendo. — O orgulho brilhava em seus olhos. Natches se permitiu rir entre dentes frente disso. —Não, não realmente. Eles só me deram uma bronca porque não os deixei entrarem na diversão. Não, sinto muito, Dayle, estou aqui para prender seu traseiro. Dayle se congelou, estreitou os olhos. —Não fala a sério. —Sim, faço-o. —Natches sorriu— Realmente sério. Vê, esses tipos que estão me apontando suas miras? Dawg e Rowdy já os pegaram. Vamos, tenta chamar um deles. Dayle tirou seu telefone celular do cinto e discou um número. Escutou. Tentou outro. Outro. Sim, Dawg e Rowdy eram as pestes negras quando queriam. —Diria que tem um pouco mais de sangue fertilizando algumas áreas. —Concordou Natches— Embora foi uma boa tentativa. Tanto que não observou o feito de que nem sequer te odeio. Basicamente quero te ver encarcerado até que o inferno congele, sabendo que foi eu que o coloquei lá. Sim, isto era melhor do que uma bala. Viu Dayle empalidecer e sacudir seus ombros, enquanto se preparava para pegar a sua arma. Natches pegou a sua primeiro. Tirou a glock da capa traseira sob a jaqueta, sustentando-a comodamente contra seu pai. —Pensou realmente que iria me convencer de te ajudar a fazer algo? — perguntou Natches— Outra vez te pergunto, está tomando drogas pesadas? Dayle apertou os lábios, enquanto olhava Natches se inclinar contra a parede, sustentando a arma com facilidade, apontando diretamente para ele. —Não pode provar nada disso. —É obvio que posso. Tenho microfones. —Deu de ombros. Dayle sorriu ante isso. —Não, aqui você não tem, Natches. Qualquer microfone que tenha sofreria interferência no mesmo minuto que entrou.
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—Os telefones celulares não sofreram interferências, não é verdade? Dayle olhou para o seu celular. —O seu nem sequer está aberto. —Não tem que estar. —Deu de ombros— Te peguei. O DSN o tem. Detido, velho. —Não acredito. Natches se balançou, o canhão da arma apontando à voz de Nadine, enquanto sentia como seu estômago se retorcia. Janey. Por um momento, o temor quase o paralisou, em sua mente o primeiro pensamento era em Chaya. Mas agora, o medo quase ardeu por sua mente. Chaya podia ter trabalhado com ele, teria sabido o que fazer. Mas não era Chaya quem Nadine agarrava pelos cabelos negros, espessos e compridos. Não era Chaya quem o olhava fixamente com olhos aturdidos e confusos. —Um seguro. —Suspirou Dayle— Baixa a arma e me dê o telefone celular, por favor. Natches olhou como Nadine nivelava sua própria arma na cabeça de Janey. — Eu adoraria matá-la disse vingativamente. Voar sua pequena cabeça, como fez com a de Johnny. Natches baixou a arma e se afastou da parede, forçando Nadine a fazer um alinhamento com a janela enquanto ele se aproximava mais dela. Fique em posição Alex, rezou. Que Deus o ajudasse, era melhor que esteja em posição. Tirou o telefone celular do cinto e o atirou ao Dayle. Quase pulou quando Dayle o esmagou contra a mesa, rompendo a carcaça antes de deixá-lo cair na água de um vaso com flores frescas. Isso era muito para o novo brinquedo de Cranston. —A arma, Natches. — Dayle meneou os dedos exigentemente— Não vão a… Pop. Nadine caiu, arrastando Janey com ela, enquanto Dayle saltava contra ele. O punho que atingiu a mandíbula de Natches parecia uma metralhadora. Foi para trás, a arma saiu voando golpeando o chão com um estrépito antes de se endireitar e encarar a um Dayle enfurecido. —Igual a Johnny — grunhiu Natches — Agora o que, bastardo? —Agora te darei uma surra de morte como deveria ter feito quando ainda era um pirralho. — grunhiu Dayle. Natches riu, enquanto tirava o casaco, sentia o sangue bombeando seu corpo, a adrenalina correndo pelas veias. —Agora não sou seu filho, velho. — se burlou— Vêem e me apanhe. Veremos quem acaba com as costelas quebradas dessa vez. * * * No segundo que Chaya se deu conta de que Nadine Grace tinha um refém, e quem era essa, o pânico quase explodiu por sua garganta. —Temos uma situação de reféns. —Falou tranqüilamente pelo microfone que a conectava à equipe que rodeava a casa.
Alex era o mais próximo à posição, estirado no teto do outro lado da rua, oculto da vista
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pelos ramos de um velho carvalho que crescia ao lado. —Alex, confirmação visual. —Confirmado. Objetivo fixado. Ela ouviu o disparo do rifle de franco-atirador, abriu os olhos, enquanto Cranston começava a amaldiçoar e a ordenar que todos os agentes convergissem na casa. —Todos os agentes, não intervenham. Só cobertura. Este é um combate de Natches. —Está louca? —Cranston se voltou para ela, os olhos quase lhe saíam das órbitas— Natches o matará. — Colocou seu próprio microfone mais perto da boca— Todos os agentes, detenham… —Não. — antes que Cranston pudesse detê-la, tirou sua conexão da unidade de comunicações e lhe olhou furiosamente— Deixa de lutar contra mim para que possa chegar a Natches. Cobriremos e isso é tudo. Esta é a sua luta, Cranston. Não importa o resto. —E se seu pai consegue lhe dar um golpe mortal? Que fará, agente Dane? Ela aspirou rudemente. —Então terei que lidar com isso, Timothy. É sua luta. É seu orgulho. Não tirarei isso dele. Ele amaldiçoou outra vez, deu a volta e um momento depois saíam correndo da caminhonete para à calçada, e para a casa de tijolos de dois andares situada pacificamente em uma rua residencial. Os vizinhos estavam saindo de suas casas, enquanto o carro do xerife entrava a toda velocidade pela rua, com as sirenes ligadas. E ela se perguntou como Timothy conseguiu evitar que Zeke viesse antes. Correram para a casa. Dawg e Rowdy com os coletes negros das forças armadas foram os primeiros. A porta se estilhaçou quando a atravessaram, e pararam bloqueando o salão, olhando surpreendidos a Natches e Dayle Mackay. Eram brutais. Os punhos se estrelavam contra suas caras. A mandíbula e o lábio do Natches sangravam, Dayle provavelmente tinha perdido dentes. Estava sangrando profusamente pela boca, cambaleou para trás quando Natches enterrou o punho em suas costelas. E pelo grunhido de dor, não era a primeira vez. Dayle caiu sobre um joelho, cambaleou e logo retrocedeu. Baixando a cabeça se jogou contra Natches. Um momento depois, ficou nas pontas dos pés, de sua garganta saiu um gemido quando Natches enterrou o punho no estômago e lhe atirou para trás. —Já teve o suficiente? —A voz arrastada de Natches era preguiçosa, soava tão perigosa que Chaya jurou que ia se assegurar de que nunca a pronunciasse outra vez. —Filho de puta. — Dayle resfolegou e arremeteu outra vez. O golpe nas costelas o pôs de joelhos. —Podemos continuar assim o dia todo. — informou Natches, dando um passo atrás quando Dayle rodou para um lado— Vamos velho, levanta o traseiro. Não acredito que esteja sangrando o bastante. Nadine estava estendida onde a bala de Alex a tinha deixado, e quando Chaya olhou, Alex dava um passo atrás no vestíbulo e levantou a irmã de Natches em seus braços. Seus olhos se encontraram com os dele e quase retrocedeu frente da emoção no rosto de Alex.
—Ela foi drogada, Alex. — disse Natches, ainda olhando para Dayle, enquanto este se
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agarrava as costelas e gemia fracamente— Leva-a ao hospital, agora. Alex se movimentou, enquanto Timothy dava ordens pelo rádio, chamando uma unidade para que se encontrasse com o Alex na rua e os levasse para o hospital. Zeke entrou na casa e ele, também, olhou como Natches se afastava de Dayle Mackay. —Acredito que tem as costelas quebradas, possivelmente várias delas. — informou Natches alegremente enquanto agarrava ao braço de Chaya e começava a movê-la para trás— Se encarreguem disso, meninos. Veremos-nos daqui a poucos dias. —Ela não pode partir. —Timothy quase estava hiper ventilando— Precisa escrever o relatório. Temos que fazer a papelada e as perguntas que precisam de respostas. Traz seu traseiro de volta, Natches. Agente Dane. Natches se voltou e olhou fixamente e Timothy se calou. —Se lembra da conversa que tivemos o ano passado, Timothy? —perguntou Natches. Timothy lhe fulminou com o olhar. —Vejo que se lembra. Faça a papelada. Tem a maldita gravação do seu telefone celular. Transcreve-a. — Apontou ao Dayle com o dedo— Prenda-o e tire-o de Somerset e o mantenha preso. Porque se tiver que tratar com você, mais uma vez na minha cidade, quebrarei a promessa que fiz a Chay sobre não matar mais. E você não vai querer isso. —E Timothy. —Chaya se manteve firme quando Natches a teria tirado da casa— Não esqueça a promessa que me fez. Fiz minha parte. Espero a sua como presente de Natal. Como acordamos. Ele esfregou a cabeça parcialmente calva, entortou os olhos para ela, logo suspirou. —Para o Natal. Ela concordou e se voltou para Natches e o deixou guiar para fora da casa. A rua estava cheia de carros. Ele colocou a jaqueta ao redor dela e a colocou na parte traseira da Harley, e segundos depois manobravam entre a multidão que estava se reunindo na casa de Grace. Acabou. Ela envolveu os braços ao redor da cintura de Natches e se inclinou contra suas costas, enquanto entravam na interestadual e se dirigiam ao Nauti Dreams. —Me prometeu pelo menos uma semana na sua cama. — ela lembrou— Como vai manter seus primos longe de nós? —Tenho o meu jeito. — se voltou e lhe dirigiu uma piscada e um sorriso malvado — Não se preocupe neném. Tenho o meu jeito. Epílogo Entre e corra o risco
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Não bata na porta Não Perturbe VÁ EMBORA Por duas semanas o aviso bloqueou a entrada de quem quisesse ir ao Nauti Dreams. Ele foi colocado, uma semana após a prisão de Dayle Mackay, e a partir de então, Chaya e Natches ficaram isolados. Quando Rowdy e Dawg passavam próximo ao barco, sacudiam as cabeças ao ouvirem vir de lá, gargalhadas masculinas e fúteis risadas femininas. Eles podiam jurar que Natches e Chaya morreriam de fome se não saíssem logo, mas tinham que admitir que o som da gargalhada de Natches iluminava os seus corações. Finalmente o aviso foi tirado. Quando outubro deu passagem a novembro, e o vento frio transformou o lago em gelo, Natches saiu do Nauti Dreams. Vestia jeans, fechados somente no zíper, sem camisa, e sem sapatos, respirou o cheiro da chegada do inverno e envolveu seus braços ao redor do verdadeiro sonho da sua vida, ela estava parada em frente a ele, envolta em uma colcha, sonolenta e saciada da alvorada amorosa que compartilharam. Entusiasmados ao saber que estavam grávidos. Natches saiu do barco na noite anterior e foi até farmácia. Essa manhã Chaya fez o teste de gravidez que ele comprou, e deu positivo. Ela ia ter seu filho. —Vai ensiná-lo a jogar beisebol? —perguntou Chaya, com um sorriso zombador em seus lábios, enquanto ele beijava a curva do seu pescoço. —Claro que sim. — respondeu arrastando as palavras. Um sedoso, rico e preguiçoso som que ela amava — E se tivermos uma menina, juro Chay, que a manterei presa até que tenha cinqüenta anos. —Se a prender, ela não poderá encontrar um demônio montado em uma Harley que roubará o seu coração. — brincou ela rindo. —Esse é o motivo, carinho. Essa é exatamente a razão. Antes que Chaya pudesse responder, Dawg saiu do Nauti Nights, passou os dedos por entre seus cabelos alvoroçados, e olho com irritação para ambos. —Mantenha essa merda desse sentimentalismo atrás das portas fechadas. — Grunhiu em seu rosto o cenho franzido era um mau agouro por terem se atrevido a se meterem no seu caminho. Chaya olhou para ele com surpresa, assim como Natches arqueou uma sobrancelha. —Algum problema, Dawg? —perguntou. Dawg grunhiu. — Vou chamar seu irmão, talvez ele possa colocar algum juízo naquela cabeça dura. Certo como o inferno que ela não está me ouvindo. —Sobre o que? — perguntou Chaya.
—Ela precisa ir a um maldito médico. — grunhiu— Já faz mais de três semanas que se sente mais doente do que bem. Durante todo esse maldito tempo esteve cansada e mesmo assim se
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nega a ver um médico. Olha-me como se quisesse arrancar a minha cabeça ou algo assim. A preocupação transparecia através da expressão forçada do seu rosto. Chaya sorriu e ele a olhou furioso. —Ela está vomitando. —Isso é normal. —Colocou os olhos para cima diante do seu olhar. A idéia a fez rir. Crista Mackay tinha se queixado de sua doença na noite em que ela, Kelly e Maria Mackay estiveram no barco. —O inferno que é. Ela nunca vomita. —Claro que sim, se ela estiver grávida. Natches se esticou, mas Dawg congelou. Voltou a olhá-la com os lábios abertos e logo em seguida os fechou, por um segundo ela podia jurar que ele cambaleou, enquanto imóvel olhava fixamente para ela. —Ela está o que? Chaya franziu o cenho. —Pensei que soubesse. Com as náuseas matutinas… ela falou algo sobre não ser justo que você não adoecesse também. — será que ela sabia ou não? Chaya se perguntou — Ela não sabe? Dawg levantou a mão para a porta, e ela jurava que ele estava tremendo. Logo se voltou para ela e respirou com força. —Maldição. — sua voz estava fraca— Está certa disso? Chaya o olhou com surpresa. —Certa de que esteja grávida? —riu— Não, mas Natches saiu ontem à noite pra comprar nada menos que três desses testes. Não usamos dois e vocês podem ficar com eles. Dawg os olhou perplexo. —Você está…? — parecia que não podia pronunciar uma palavra. —Grávida? —Natches arrastou divertido a palavra— É o que o teste diz. Dawg se voltou para o interior da casa flutuante, olhou para Chaya e logo para Natches, e podia-se jurar que ele estava pálido. —E se ela tiver uma menina? —murmurou quase ofegando— OH, inferno! Uma filha Mackay? Natches, o que vamos fazer? —Pendê-la a chave até que tenha cinqüenta anos. —Natches riu, enquanto Chaya deu uma cotovelada em seu estômago duro— Vamos prender até que tenha cinqüenta anos, Dawg, porque não acredito que possa sobreviver a isso. —Um bebê? —Dawg sacudiu sua cabeça, piscou e sem dizer mais nada, deu-se meia volta e voltou para interior da casa flutuante. —Aposto um dólar que daqui à uma hora ela estará vestida e ele dirá que irão ao médico. —Natches riu entre dentes. —Aposto dois dólares que ele virá pedir emprestado o teste. — Rebateu ela. Uma hora mais tarde, Dawg entrou, ignorando o fato de que a porta e as cortinas estavam fechadas. Inclusive ignorou as maldições de Natches, enquanto ele cobria a Chaya colocando uma colcha ao redor do seu corpo nu. —Preciso de um dos maldito teste.
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Estava definitivamente pálido. E suas mãos realmente tremiam. —Levanta Natches. Este não é momento para essa merda. — Quase levantou Natches do sofá, enquanto Chaya caia em gargalhadas. — Me dê logo esse maldito teste. — Dá logo isso Natches. — gritou enquanto ele ria e ia para o andar de cima pegar o teste de farmácia. Ela olhou para Dawg outra vez. Estava caminhando de lá pra cá. Vestido com calças jeans e uma camisa azul escura, que pendiam fora dos jeans, descalço e definitivamente preocupado. Passeando pelo salão e olhando fixamente para as escadas. —Queria que se apressasse. — grunhiu. Chaya segurou a colcha ao redor do seu corpo. Sabia que Crista tinha perdido o seu primeiro filho, há vários anos, ele não ficou sabendo até que Crista voltou a Somerset, no ano passado. Se o comportamento de Dawg fosse um indício, ele então estava aterrorizado. Um primo travesso aterrorizado. Ela teve que ver para acreditar. —Ela ficará bem. — disse brandamente. Ele se voltou para ela, seus olhos verdes soltando fagulhas, sua expressão era intensa. —Claro que ela estará. — grunhiu— Assegurar-me-ei disso. Ande logo Natches. — gritou — Maldito seja eu não tenho o dia todo. Natches sorria, enquanto ia descendo as escadas, jogou o teste para o seu primo, e olhou como Dawg saía correndo da casa flutuante. —Acredita que ele sobreviverá a isto? —riu entre dentes, retornando ao sofá e envolvendo-a em seus braços. —Enquanto não for a uma menina. — soprou — Vocês homens merecem meninas. Uma meia dúzia no mínimo. Seu olhar de homem mortalmente ferido a fez rir. —Isso é injusto, Chaya. De muitas maneiras. — ele suspirou— Uma filha me deixará velho antes do tempo. —Isso será bom. — beliscou o seu queixo e acariciou a bochecha. Ele era seu sonho travesso, não permitiria isso— Prometo que o manterei jovem. Ele sorriu e capturou seus lábios em um quente e faminto beijo. Porque era verdade. Amar Chaya o manteria sempre jovem. E talvez, só talvez, lhe desse força para sobreviver, se Deus decidisse, começar a punir os primos travessos, começando a lhes dar filhas. Dia de Natal —Ainda não pode olhar. — Chaya disse a Natches com firmeza enquanto ele estava de costas à porta da casa flutuante, seus risonhos olhos verde bosque a olhavam com amor.
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Ela jamais conheceu algo que a tivesse preparado para a magnitude do amor de Natches. Podia deixá-la louca, desequilibrá-la com sua arrogância e dominação masculina, mas sempre havia um sorriso, um beijo, e sempre a apoiava. Não era como nada que ela pudesse ter imaginado. —Poderíamos estar na cama quentinhos e aconchegados. — sugeriu movendo as sobrancelhas— Poderia provar todos esses presentes novos que te comprei. Ela ruborizou. Tinha-lhe comprado uma pequena caixa de cedro e mais vibradores dos que uma mulher pudesse usar na vida. —Mais tarde. —Prometeu ela, aparecendo ao lado dele e ao olhar para porta, viu do lado de fora duas pessoas que se dirigiam para a casa flutuante. Ela avistou os barcos de Rowdy e Dawg. Os homens estavam saindo, e suas mulheres com eles. Dawg seguia em estado de choque, Crista estava grávida e lhe ocultou a notícia por mais de uma semana antes de Chaya ter jogado acidentalmente a bomba. Ele mal deixava Crista caminhar sozinha. E ela jurava que era tudo o ele a deixava fazer, pois mal podia evitar que ele a carregasse nas costas cada vez que ela precisava dar um passo. Rowdy não estava muito melhor. Parecia que todas as mulheres que pertenciam aos primos travessos estavam grávidas, com poucas semanas de diferença entre uma e outra. E cada um deles ficava pálido ao ser mencionado que poderiam ter uma filha. —Agora se lembre de seguir de costas. - Chaya abriu a porta, o vento frio formou redemoinhos dentro, enquanto Dawg, Crista, Rowdy e Kelly entraram. —Se vê que está impaciente, Chaya. - Kelly ria, seus olhos cinza brilhavam, enquanto olhava as costas de Natches. —Por que eles estão aqui? —Natches quase dá meia volta, mas Chaya estava preparada. Ela empurrou seu ombro para trás. —Quieto. — Ordenou. —Não sou um cão. — resmungou — E é dia de Natal. —Aqui estão Ray e Maria. — Rowdy abriu a porta, e Ray entrou radiante. Todos sabiam da surpresa que viria, do mesmo modo que sabiam o quanto tinha sido difícil para Timothy conseguir, como tinha prometido que faria. Ela olhou para o convés novamente, sentindo as mãos suadas. Eles estavam se aproximando. —Natches? — voltou-se para ele. —Já posso me virar? — Havia diversão em sua voz. —Ainda não. —secou as mãos nas pernas dos jeans e olhou os outros ao redor, impotente. Talvez ela tivesse tomado a decisão errada. Ray piscou os olhos para ela. —Os netos são coisas boas para se ter. — disse a ela. —Sim. E você vai ter três de uma vez. — Natches riu— Vamos Chay, deixa eu me virar. Os outros dois convidados pararam na coberta do barco, enquanto Chaya abria a porta para deixá-los entrar.
Timothy parou ao lado do jovem que Natches tinha tentado tirar arduamente do Iraque.
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Faisal já era maior, tinha 20 anos, mas seu sorriso ainda era resplandecente, embora um pouco nervoso. Ele vestia calças jeans e uma camiseta branca embaixo da jaqueta de couro. Chaya tinha pedido a Timothy para ir buscá-lo. Os olhos dele brilhavam com calidez e emoção, enquanto observava a todos ao redor da sala. —Chaya. —A voz do Natches dava o aviso de que podia sentir a tensão crescendo na sala — Quem é a visita? Ela sorriu para Faisal antes que se colocar em frente à Natches. —Te amo. — ela disse — Agora sei que o amarei para sempre. —Te amo e te amarei para sempre, meu amor. — disse sem vergonha— Agora. Que diabos está acontecendo? Ela respirou fundo e acenou para Faisal. Seu sorriso iluminou sala. —Te desejo Natchie um feliz natal. Natches se congelou. Seus olhos se abriram de par em par, a surpresa estendendo-se em seu rosto, enquanto se voltava lentamente. Observou ao jovem e viu o menino que ele lembrava. Valentia e força seguiam marcando ao rosto de Faisal, e enchiam seus olhos, seu sorriso seguia amplo e amigável. Já era um homem feito, mas Natches via ao rapaz que o tinha ajudado a resgatar Chaya no Iraque. O menino que tinha arriscado sua própria vida para proteger a um americano. —O senhor Cranston disse que agora sou um americano. — Faisal olhou para Natches, e voltou a sentir uma ponta de medo — Que você me quer aqui. Havia uma pergunta implícita na voz de Faisal quando Natches não falou nada. Ele não podia, sua garganta estava fechada, nesse momento estava travada pelas emoções. Chaya poderia ter morrido se esse rapaz não tivesse dado a mensagem de que ela tinha sido capturada. Ela e Natches poderiam ter morrido se Faisal não os tivesse coberto. Se não tivesse ajudado Natches a resgatá-la. Não haveria nenhuma luz em seu mundo se não fosse por esse rapaz. Sem Chaya, não haveria uma vida crescendo dentro dela. Não teria havido nada, exceto o assassino em que estaria se convertendo lentamente. Natches piscou contendo as lágrimas em seus olhos se aproximou do rapaz sem saber qual seria sua própria reação, envolveu em seus braços ao redor dele em um abraço rápido e apertado, depois o agarrou pelos ombros e o afastou. —Diabos, Faisal, rapaz você cresceu mais que eu. — disse com voz rouca— Por que diabos fez isso? O sorriso de Faisal se encheu de calidez. —Timothy Cranston disse que tem um bebê a caminho. Talvez uma menina, pode ser que precise de um irmão como eu. Posso ser um irmão muito bom, Natchie. Uma menina. Natches sentiu um nó no estômago de medo. —Não, vai ser um filho e você vai ter que me ajudar a ensiná-lo a lutar.
—Isso eu posso fazer. — Faisal concordou, batendo nos ombros de Natches, seu medo já
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começava a desaparecer— Eu o farei, Natchie, Eu… — olhou ao seu redor— Esta é a sua família, de que você me falou? O Maldito Dawg e o fodido Rowdy? Dawg e Rowdy olharam ferozmente para Natches, enquanto ele limpava a garganta. —Este é Dawg. — Natches quase riu enquanto apontava para o seu primo— Sua esposa, Crista. Rowdy e sua esposa, Kelly. E o tio Ray e a tia Maria. —Tio Ray para você também, filho. - Ray se aproximou e estreitou a mão do rapaz, antes de lhe dar palmadas nas costas — Agora seremos sua família. No rosto de Faisal a emoção ficou latente e o atravessou como fazia com Natches. Diabos, Natches tinha chegado a pensar em Faisal como um primo adotivo, ou inclusive como um filho. Nunca imaginou em filho teria se convertido, mas isso também funcionaria. —Minha família? —Perguntou Faisal, voltando-se para Natches em busca de consentimento — Eles agora são minha família também? —Aqui estão os papéis da adoção. —Timothy bateu nas mãos de Natches com eles — Começamos o processo quando você começou a me atormentar com isso. Estou suspenso e falo só para lembrá-lo. —Por isso e por várias regras que ele quebrou de certo modo. —Chaya o olhou— Timothy, precisa se acalmar e parar de deixar a todos loucos. Timothy sorriu abertamente mostrando todos os seus dentes. —Talvez me mude para Somerset. Uma pequena e atraente cidade. Poderia ter um monte de diversão por aqui. Natches ignorou a discussão enquanto observava os papéis. —Faisal Mackay. — disse, olhando ao rapaz— Parece bom para você? O sorriso de Faisal era cheio de emoção. —Mackay é um bom nome. Forte e cheio de família. —Havia fome no olhar do rapaz, enquanto olhava ao seu redor na sala. Fome de ter uma família e raízes— Se te agradar Natchie, me agrada. —Diabos, tenho um sobrinho. —Dawg sorriu— Ele pode trabalhar no armazém de madeira. —O porto esportivo seria melhor. — argumentou Ray— Gostará do lago. —Ele pode decidir por ele mesmo. — Natches estreitou o braço ao redor do filho e sentiu como os dedos de Faisal se curvavam ao redor dos seus também, enquanto sorria— Mas ele trabalhará na primeira garagem. Natches virou para a Chaya, atraindo-a para o seu lado, sentindo o calor da família ao seu redor. Inclusive Timothy, o raivoso filho da puta estava sorrindo. —Escondi seus presentes na parte de trás. — Chaya disse a Faisal— Os presentes de ambos. —Olhou para Timothy— Feliz Natal, Timothy. Passou a mão no rosto e franziu o cenho. —Não trouxe nada para você. — Timothy era assim, mal educado até os ossos. —Sim, você trouxe. — sorriu brandamente e olhou ao redor do quarto, para a família que tinha— Você me deu tudo isso, Timothy.
O surpreendeu lhe dando um beijo na bochecha, logo foi para a parte de trás do barco, onde tinha escondidos os outros presentes de Natches. O resto dos presentes da família estava
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debaixo da árvore e já era à hora de aumentar essa família. Quando retornou para a sala, um sorriso iluminou os seus lábios, ao ver os primos discutindo a respeito de onde Faisal deveria trabalhar. O moço olhava estático, emocionado, nervoso e esperançoso. Esperança. Isso era o que todos eles agora tinham e Timothy é que lhes tinha dado. Quando o agente se voltou para ela indefeso, piscou os olhos para ele e sorriu entrando na sala carregando os presentes. A vida era, excepcionalmente, boa. A irmã de Natches chegaria dentro de uma hora para abrir os seus presentes, logo iriam para os barcos de Dawg e Rowdy e finalmente ao de Ray e Maria para o jantar familiar e mais presentes. Janey melhorava, lentamente encontrando o equilíbrio, e Faisal estava a salvo no lugar a que pertencia. Com a família que garantiria seu futuro. Ela e Natches tinham uma vida agora. Ternura. Família. Finalmente, Chaya encontrou o seu lar. Fim

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