segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Y heart you, You haunt me


I heart you, you haunt me
Lisa Schroeder
Comunidade Traduções de livros
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Digitalizado por: Amanda http://www.orkut.com.br/Profile?uid=9082540458427997412
Iris Figueiredo http://www.orkut.com.br/Profile?uid=36860871746259088
Letícia Bersot http://www.orkut.com.br/Profile?uid=7462820653530011177
Traduzido por: Iris Figueiredo, Kynhaa http://www.orkut.com.br/Profile?uid=9340807788414424793 e Letícia Bersot
Para Scott –
Eu amo você
Agradecimentos
MEU CORAÇÃO TRANSBORDA DE GRATIDÃO POR TANTAS PESSOAS!
♥ Sara Cowe – Obrigada por sua confiança neste livro desde o início, e por dizer que o diferente é bom. Você é a melhor.
♥ Michael Del Rosario – O que eu posso dizer exceto que você é um tipo maravilhoso e eu aprecio seu entusiasmo.
♥ Jayme Carter, Tanya Seale e Meg O'Hair – Obrigada por sua vontade de ler a história de Ava e Jackson, e por suas ideias, suas sugestões, e acima de tudo, seu encorajamento.
♥ Lisa – Obrigada por criar a minha música para escrever. Você é demais!
♥ Sra Smith, minha professora favorita de Inglês – Obrigada por ser minha maior líder de torcida.
♥ Para minha mãe, meu pai, meu irmão e os Schroeders – Seu amor e apoio significam o mundo para mim.
♥ Por último, mas definitivamente não o menos importante, Scott, Sam e Grant – Agradeço vocês do fundo do meu coração por me deixarem fazer o que eu amo fazer, e me amando a cada passo do caminho. Isso não significaria nada se eu não tivesse vocês.
Um Caminho de Luto
Eu nunca fui
a um funeral
até hoje.
Eu vejo
arranjos deslumbrantes de
flores vermelhas, amarelas e roxas
com longas hastes verdes.
Eu vejo
um vitral com uma pomba banca,
um sol amarelo,
um céu azul.
Eu vejo
uma cruz dourada
reluzente,
brilhante.
E eu vejo
preto.
Vestidos pretos.
Calças pretas.
Sapatos pretos.
Bíblias pretas.
Preto é a minha cor favorita.
Jackson me perguntou sobre isso uma vez.
―Ava, porque você não gosta de rosa?
Ou amarelo?
Ou azul?‖
―Eu amo preto,‖ eu disse.
―Combina comigo.‖
―Eu combino com você,‖ ele disse.
E então ele me beijou.
Eu não tenho tanta certeza.
Se eu gosto de preto
agora.
Incolor
E então,
além das flores,
embaixo do vitral,
ao lado da cruz,
eu vejo,
o caixão branco.
Eu vejo,
o amor vermelho, ardente
desaparecer
para sempre.
Promessas Quebradas
Minha mãe chega
e puxa minha mão
da minha boca
onde eu mastigo
a beiradinha da pele
do lado do meu polegar
desde que eu não tenha mais unhas
sobrando para mastigar.
Um hábito feio.
Que eu prometi a Jackson
que iria quebrar.
Eu me pergunto,
você tem que manter uma promessa
para uma pessoa morta?
Mamãe segura minha mão
na sua quando a
música começa a tocar.
O rosto sorrindo de
Jackson
aparece na tela
conforme nós ouvimos a canção elegante
de Eric Claptons
Tears in Heaven* (Lágrimas no céu)
Não é muito
antes das lágrimas no céu
fazer seu caminho
até os meu olhos,
então eu os fechei
por um segundo.
No meio do nada
eu estou no seu carro, ao seu lado.
Música tocando.
Janelas abaixadas.
Eu tiro meus sapatos,
coloco meu pé descalço no painel do carro
e coloco minha mão na sua.
―Nunca me deixe, ok?‖ eu digo a ele.
―Okay,‖ ele me diz.
Ele aperta minha mão,
como para selar o acordo.
Meu olhar
retorna para
o garoto bonito
na tela
enquanto
meu polegar
retorna
para minha boca.
Ele quebrou sua promessa.
Eu posso quebrar a minha.
Eu Sempre Lembrarei
O ministro fala.
―É difícil quando uma vida jovem é tragicamente interrompida.
―Mas nós devemos celebrar a vida que foi Jackson
―Olhe ao redor para os amigos e família
que amou Jackson Montgomery.
―Vocês vão manter a memória dele viva.
Existe uma memória
que inunda meu cérebro
a cada cinco minutos.
Isso me lembra
de novo
de novo
e de novo,
que eu sou a razão
do meu namorado
ter ido.
Memórias podem mantê-lo vivo.
Mas elas podem
me
matar.
Sem Palavras
Depois do serviço,
pessoas entram na fila
para dizer à família,
―Sinto muito,‖
―Ele era tão jovem,‖
e
―Me deixe saber se eu puder fazer qualquer coisa.‖
Eu sou uma das
primeiras pessoas
na fila
porque
eu quero acabar com isso.
A mãe dele está aqui
e eu tento falar
―Sinto muito‖
como eu devo
mas duas palavras
não vão
do meu cérebro
para minha boca
como elas devem.
Ela olha para mim
e eu sinto seus olhos
perfurando meu coração,
o fazendo doer
ainda mais.
Ela provavelmente me culpa
como eu mesmo me culpo.
eu não posso culpá-la
por isso.
Ela tenta sorrir.
Ela pergunta educadamente,
sem sentimento,
porque ela tem que dizer
alguma coisa,
―Você está bem, Ava?‖
Eu aceno,
mas por dentro
meu coração está gritando
e chutando
e golpeando
fazendo birra
como uma criança de dois anos
porque
eu definitivamente
não estou bem.
Ela me abraça.
Um abraço rápido.
Um abraço falso.
Um abraço eu-só-estou-abraçando-você-porquê-eu-não-sei-quem-mais-abraçar.
Depois
eu abraço
as pessoas
que Jackson mais
amou
em todo o
vasto
mundo.
Sua irmão,
e então sua irmã.
Eu digo a mim mesma
para ser forte.
Eu deveria ser forte
por eles.
Mas eu não sou.
Eu choro
na jaqueta preta
de Daniel.
―Shhhhhhh,‖ ele sussurra.
―Você vai passar por isso.‖
Assim como seu irmão,
pensando em mim,
não em si mesmo.
Depois disso,
eu fico sozinha,
e espero por minha mãe,
para que possamos
ir embora.
Não há fila de pessoas vindo até mim
para dizer ―Sinto muito‖
ou ―Ele era tão jovem‖
ou ―Me deixe saber se eu puder fazer qualquer coisa.‖
É como se todo mundo
estivesse olhando para mim.
O que eles estão pensando?
Eu quero mesmo saber?
E então,
como um inesperado pé-d’água
em um dia tão seco
que você não pode respirar
Está Cali
apertando-me forte
e Jessa
segurando minha mão
e Zoe
esfregando minhas costas.
Naquele momento,
eu percebi
um círculo de amor
dez vezes melhor
que a procissão de pêsames.
O Garoto
Outra procissão.
Desta vez,
uma fila de carros
conduzindo
até o cemitério.
Mamãe chamou o papai
pelo seu celular.
Ele está em uma viagem de negócios em Paris.
Ele se ofereceu para voltar para casa.
Eu lhe disse que ia ficar tudo bem.
Eu tenho mamãe, e além disso,
o que ele poderia fazer?
Eu ouvi mamãe dizer:
―Bonito serviço...‖
―Ela está pendurada lá...‖
―Desejo que você pudesse estar aqui...‖
―Quer falar com Ava?‖
Eu balanço minha cabeça
e aceno minha mão
para lhe dizer não.
Não há nada a dizer
que ela já não tenha dito.
―Eu acho que ela está cansada agora...‖
Eu me faço
voltar lentamente
para um momento feliz.
Jackson veio para a nossa escola.
no outono
de uma escola diferente
em uma escola diferente.
Ele era o garoto
com a cabeça raspada
e com um pequeno cavanhaque.
Ele parecia velho
para um junior*. (Junior é quem estuda no 3º ano dos EUA. Sendo um total de quatro anos.)
Nós quatro,
Cali, Jessa, Zoe e eu,
falávamos sobre ele
no almoço,
comendo tacos,
a comida favorita de Cali.
―Talvez ele tenha câncer‖ Jessa disse.
―e perdeu seu cabelo.‖
―Isso é terrível.‖ Cali disse.
―Talvez ele ache que sua careca seja sexy.‖ disse Zoe.
―Nele‖ eu disse ―é.‖
Ele Temperava Minha Vida
Quando você conhece alguém,
tão diferente de você,
de uma boa maneira,
você nem sequer tem que beijá-lo
para ter fogos de artifícios explodindo.
É como fogos de artifícios
no seu coração
o tempo todo.
Eu sempre me perguntei,
os opostos realmente se atraem?
Agora eu sei com certeza
que eles se atraem.
Eu cresci
indo a biblioteca tão frequentemente
quanto a maioria das pessoas vão
para a mercearia.
Jackson não precisava ler
sobre pessoas e lugares excitantes
ele saiu
e as encontrou,
ou criou excitantemente ele mesmo
se não houvesse nenhum
para ser encontrado.
A coisa que eu gosto é
bastante simples.
Gravando CDs sobre temas,
como Canções Para Liberar Sua Fossa e
Melodias para consertas um Coração Partido;
assistindo filmes;
fazendo biscoitos;
e nadando.
É como seu eu fosse uma salada com um vinagrete light
e Jackson fosse um prato grande de macarrão com mariscos de Cajun* (É um tipo de etnia, uma população, um grupo de pessoas da Luisiana)
Sozinhos, nós éramos bons.
Juntos, nós éramos fantásticos.
O Adeus Final
Cinzas para cinzas Poeira para poeira Eu acho que é aqui que eu supostamente digo adeus. É nisso que todos estão pensando? Adeus, Jackson? Descanse em paz? Isso não é o que estou pensando. Eu estou pensando, Eu odeio adeus. ―Oremos" o ministro disse. Querido Deus, O que eu posso fazer? Ele não merecia isso. Nós não o podemos trazer de volta? Não há nada que o possa trazer de volta? Por favor? Amém. Eu olhei em volta. Se lágrimas o pudessem trazer de volta, elas seriam suficientes para trazê-lo de volta centenas de vezes.
Não é Justo
Mamãe pegou minha mão e me guiou de volta para o carro. Tudo que podia pensar sobre era como meu namorado logo estaria enterrado. Ele estaria deitado lá sozinho na lama. Mamãe me perguntou se eu gostaria de ir para a casa dos Montgomery, onde pessoas iam se reunir, para comer e falar e relembrar. ―Eu não acredito que as pessoas querem comer. E falar. Essas são as últimas coisas que eu quero fazer.‖ ―A vida continua, querida.‖ Mamãe disse. Enquanto nos afastávamos, meus olhos permaneciam colados para o caixão. Era a prova que algumas vezes a vida não segue em frente.
Não mais como dois nomes
Ava + Jackson = AMOR verdadeiro pra sempre Eu ♥ Jackson J ama A A ama J Rabiscos que eu fiz em meu caderno de francês. Eu estudei as palavras no caderno roxo como eu costumava estudar o rosto de Jackson quando ele não estava olhando. Quando nós chegamos em casa, Mamãe sugeriu Que eu escrevesse meus sentimentos. Basicamente, fazer um diário. Mas eu não podia parar de olhar para esses rabiscos e pensar como eles costumavam ser verdade. Mas não mais. Agora é só Ava. Não mais Jackson. Não mais AMOR verdadeiro pra sempre. Eu virei a capa salpicada de lágrimas. Eu coloquei a caneta na página. Tudo que eu pude escrever foi Jackson Jackson Jackson
Mergulhar
Eu comecei a nadar
no tempo
que eu larguei minha mamadeira
por um copo com canudinho.
Mamãe me levou para
a classe Bebê e Eu
na piscina.
Ela disse que eu era tão natural
na água,
ela se perguntava
se ela na verdade tinha dado a luz
à uma sereia.
No ensino médio
eu estava nadando competitivamente
no time de natação.
Jackson veio
e me assistiu nadar
várias vezes.
Foi onde tudo começou.
―Eu desafio você a pular do trampolim‖ ele disse
um dia antes da prática.
―Você sabe que eu tenho medo de altura!‖
―Exatamente. É por isso que eu estou te desafiando.‖
Eu não poderia
desapontar
meu namorado.
Eu subi a escada
tendo certeza de não olhar para baixo.
Eu fiz meu caminho
para a beirada da tábua
então cruzei meus dedos,
fechei meus olhos,
fiz uma oração,
e
pulei.
Meu estômago voou
para a minha garganta
conforme o ar
avançava
em torno de mim
e através de mim
até
eu bater na água dura.
―Eu fiz!‖ eu gritei
conforme saía da piscina.
Ele me trouxe uma toalha e simplesmente disse,
―Essa é minha garota.‖
Nada o Que Fazer Agora
Neste verão,
eu poderia ter feito dinheiro
no meu segundo lar.
Eu poderia ter sentado a beira da piscina
com meu biquíni,
fingindo observar as crianças,
para guardar vidas,
enquanto eu pensava
nele.
Mas acidentes acontecem dessa maneira.
E minha vida não precisa de mais
acidentes.
Então hoje eu abandonei meu emprego.
Mamãe me perguntou ―O que você vai fazer o verão todo?‖
Eu só dei de ombros.
Atacando
Nick,
meu ex-namorado,
meu namorado
antes de Jackson,
me ligou.
―Ava?‖
―Yeah.‖
―Eu estive pensando em você
Você está bem?‖
―Nick, essa é uma pergunta absurdamente ridícula.‖
―Há alguma coisa que eu possa fazer?‖
―Não. Nem uma coisa.
Adeus, Nick.‖
Clique.
Merda. Porque eu fiz isso?
Ele só estava tentando ser legal.
Eu sou uma idiota.
Ser uma idiota
é um dos cinco
estágios da angústia?
Pensamentos Desejosos
Estou sentada no balanço da varanda, pensando sobre como Jackson e eu costumávamos sentar e balançar juntos. As estrelas eram maçantes como um velho canivete. Elas costumavam brilhar como diamantes de cinco quilates. Me pergunto, é o céu acima das estrelas? Além das estrelas? Pode Jackson vê-las como eu as vejo? Ele está desejando como eu estou desejando? ―Luz da Estrela, Estrela Brilhante.‖* ele disse, a primeira vez que nós sentamos aqui juntos. * (No original Star Light, Star Bright, Make My Wish come true tonight, é uma rima. Faz mais sentido)
―Faça meu desejo virar realidade essa noite.‖ Eu disse.
―Não é assim que funciona.‖ ―Porque não por para fora?‖ Eu perguntei. Ele riu. ―Então, qual o seu desejo?‖ ―Que esse momento pare, então nós poderemos ficar assim para sempre. ―Desejo difícil.‖ ele disse. ―E o seu?‖Eu perguntei. ―Deixe-me ver. Estou com fome, que tal um cheeseburguer?‖
―Que romântico,‖ eu disse para ele. ―Mude seu desejo para um milk-shake de chocolate e nós estamos quites.‖ Nós fomos para o In-N-Out Burguer depois disso. Ele teve seu desejo. Eu não tive o meu.
Eu preciso do Sr. Sandman *
(É uma espécie de Deus do sono.) O sono não vem Noite após noite Eu debatia em volta como um peixe preso em uma rede tentando escapar.
E eu choro pelo que fiz e perdi Quatro dias depois do funeral Mamãe mostra-me as mensagens do telefone que ela anotou para mim.
Eu não queria falar com ninguém. Daniel, irmão do Jackson, ligou. Jessa e Zoe, ligaram. Nick ligou, novamente. Eu embolei e joguei fora. ―Você está cansada.‖ Mamãe diz. Ela chama o médico Ele prescreve Ambien. ―Isso é bom.‖ Mãe diz. ―Vai ajudar a dormir.‖ Algo realmente ajudará? Quando eu acordar, Lembrarei. Dói lembrar. Mamãe me traz um sanduíche e um pouco de suco. Levanto-me para fazer xixi e tomo outro comprimido.
―Eu preciso dormir mais um pouco.‖ digo a minha mãe. Ela não discute
Porque dormir ajuda.
Chega a companhia
O telefone toca. Toca e toca. Finalmente arrasto a minha bunda para fora da cama e atendo. ―Ava.‖ ―Yeah.‖ ―Você quer fazer alguma coisa?‖ Cali pergunta, ―Talvez ir para a piscina?‖ ―Na verdade, não.‖ ―Quer fazer outra coisa?‖ ―Na verdade, não.‖ ―Eu posso ir?‖ ―Eu acho.‖ ―Você precisa de alguma coisa?‖ Mas antes que eu pudesse responder, ela diz: ―Esquece.‖ ―Pergunta estúpida.‖ Estúpida. Mas gentil.
Espelho, espelho Estou passando maquiagem. Eu vou parecer como um palhaço e ninguém vai ver o verdadeiro rosto atrás da máscara. Eu não quero que Cali veja minha tristeza meu desânimo minha vergonha. Como eu estou no banheiro, cuidadosamente cubro minhas pálpebras bronze, Sinto uma rajada de ar fresco. Tremo.
Sinto algo. Algo atrás de mim. Algo familiar. Surpreendentemente familiar. Eu olho para trás, mas não vejo qualquer coisa ou alguém. E então, quando eu olho no espelho novamente, Eu vejo, por uma fração de segundo, Não apenas eu, mas alguém. Jackson.
Comida para hoje à noite. Cali está batendo, então eu virei e corri.
No momento em que desço as escadas, Estou pensando que deve ser uma coisa dessas como dormir muito. Isso realmente não era ele. Não poderia ter sido ele. Poderia? Quando eu abro a porta ela me dá o seu melhor abraço de amiga e eu percebo o quanto eu senti falta da minha Cali. Vamos para a cozinha ―Obrigada por vir,‖ eu digo. Ela olha para o relógio. ―Está com fome?‖ ―Eu poderia comer.‖ Eu levanto e abro a porta da despensa. Eu nem sei se é a hora do café da manhã almoço ou jantar. ―Que horas são?‖ eu pergunto. ―11:00.‖ Eu fico lá, olhando para as caixas de biscoitos e cereais, tentando focalizar nos alimentos e não
o que eu vi no espelho. O ar fresco rodeia-me de novo. Fico toda arrepiada. Sinto ele, de pé ali, ao meu lado, como se estivesse com fome também, à procura de algo para comer.
―Você sentiu isso?‖ Pergunto.
―O que?‖ ela diz.
―Nada.‖
Ela vai pensar que estou louca. Talvez tenha razão.
E então, há o menor indício de algo acariciar minha bochecha. Não um toque, menos do que toque. Um sussurro. Não, um sentimento. Apenas um sentimento. Ou, talvez, apenas a minha imaginação. Tremo novamente. Eu estou ficando louca? ―Eu acho que você precisa sair,‖ Cali diz, ―Vamos ao shopping. Para alguma boa comida na praça de alimentação, e algumas pequenas compras, se você quiser.‖ Eu encolho os ombros ―Eu acho.‖ Isso é bom. Eu sou uma garota normal indo ao shopping. Não louca. Não uma menina
quem está começando a pensar ela está sendo assombrada por seu namorado morto.
Pronta, ou não? Cali tem um fusca verde. Fofo. Divertido. Perfeito. Como Cali. Eu estava trabalhando. para que eu pudesse ter um carro quando fizesse dezesseis em 15 de Agosto. Oh, bem. Todas as coisas que costumava ser tão importante não são mais importantes. ―Nós não vamos ao shopping juntas faz um bom tempo,‖ Cali diz. ―Yeah. A última vez que eu estive lá, Jackson me comprou—‖
Parei. Eu olho para fora da janela. Há um velho com uma mulher velha, sentados em um banco, esperando o ônibus. Ele está olhando para um jornal. Ela está olhando para ele. Ela diz algo. Ele olha para ela. Ele sorri. Ela sorri. A cena é tão simples, tão linda, tão perfeita. ―Está tudo bem falar sobre ele,‖ Cali diz.
―Eu sei.‖ ―O que ele comprou?‖
Eu não quero dizer. Mas ela perguntou. ―Aquele biquíni preto e rosa. Para usar na Festa da Escola.‖
Ela concorda. Ela se lembra. Se ela soubesse o que ele provocou nesse dia trágico, ela não teria perguntado. Ela balança a cabeça. Aumenta o rádio. Eu acho que às vezes não estou pronta para falar sobre ele.
Cali Conforme ela toca violino com o rádio A pulseira azul e roxa de Cali desliza e enrola em seu braço. No verão entre quinto e sexto tempo nós íamos em nossas bicicletas para a piscina quase todos os dias. Então voltamos para casa e fazíamos colares e pulseiras de missangas.
Nós amávamos sentar e conversar e fazer bonitas bijuterias juntas. Nós vendíamos nossas criações para as crianças do bairro. Meu pai nos chamou de pequenas empreendedoras. Eu nos chamei de melhores amigas. ―Você ainda usar a pulseira que fiz para você,‖ Eu digo, pensando em como é tão maravilhoso ela guardar todo este tempo. ―Eu adoro. Onde está a que eu fiz por você?‖ ―Eu perdi.‖ ―Vou fazer outra pra você,‖ ela diz.
―Nós podemos comprar algumas camas no shopping.‖
Está é Cali. A única que vai fazer tudo por mim. Obrigada Deus por Cali.
Admirando Eu fui às compras, mas não comprei. Eu como, mas eu não sinto o gosto. Cali fala Mas eu não ouço. Minha mente está à deriva, pensando nele. Querendo saber se sentirei o ar fresco, sentir o roçar contra a minha bochecha, sentir Jackson novamente, quando eu voltar para casa. Não poderia ter sido ele. Estou sendo ridícula.
Entretanto, não faz muito tempo antes De querer ir pra casa E descobrir,
Com certeza.
O dia que minha vida mudou
Eu inclino a minha cabeça para trás no banco do carro enquanto nós dirigimos para casa.
Com os olhos fechados, Procuro uma memória que me fará sorrir. E então, Me lembro da noite que minha vida mudou para sempre. A arquibancada prata cheia de crianças em preto e vermelho, aplaudindo o time de futebol pela vitória. Era uma noite quente de Setembro. O melhor tipo de sexta feira à noite. Meu tipo favorito de noite no ensino médio.
Ele estava duas filas. Atrás de mim. Me olhando. Ou, assim ele me disse mais tarde Cali, Jessa e Zoe foram buscar nossa comida. Eu fiquei guardando nossos lugares. E isso foi quando ele agiu.
―Oi.‖
―Oi.‖
―Sou Jackson.‖ ―Eu sei. Todo mundo sabe quem você é.‖ Suas bochechas tornaram-se
cor de melancia Seus olhos verdes mais verdes do que a casca Ele era tão bonito, desde do topo de sua sexy cabeça raspada até as pontas dos seus sapatos PacSun. A maneira como ele me olhou me fez vacilar e tremer. Um boa coisa era que Eu estava sentada. Minhas pernas não teriam me sustentado.
Quem é você?
―Você sabe quem eu sou?‖ eu perguntei.
―Não. Mas eu gostaria.‖
―Ava Bender.‖
―Ava.‖
ele disse.
―Eu gosto desse nome.
Ava.‖
Eu amei o jeito
que ele disse meu nome.
Ele falou sobre o jogo,
e sobre sua escola antiga.
Ele falou sobre como se mudar é uma droga,
e sobre ser o garoto novo,
o que é uma droga ainda maior.
Eu falei sobre viver na mesma casa
toda minha vida
com uma mãe que trabalha muito
e um pai que viaja muito.
―Me diga alguma coisa sobre Ava que ninguém mais sabe,‖ ele disse.
―Ninguém?‖
Eu tive que pensar muito
nessa pergunta.
―Eu realmente odeio estar sozinha.‖ Eu finalmente disse.
―Então é uma coisa boa eu estar aqui.‖
Isso me fez sorrir.
―Agora é a sua vez.‖ Eu disse a ele.
―Eu quero sair com você.‖
Isso me fez sorrir
ainda mais.
Eu não pude dizer nada
porque minhas amigas voltaram.
Jackson não se mexeu.
Elas se espremeram
no meu outro lado,
eu os apresentei.
Elas olharam para mim
como se eu tivesse acabado de ganhar
na loteria.
Mas foi muito melhor
do que isso.
O outro lado
O fusca verde
dá ré.
Eu aceno
e sorrio
como se tudo estivesse bem,
enquanto por dentro,
eu estou pirando,
porque eu não sei
se ele está esperando por mim
do outro lado
daquela porta.
Acordada
Eu me movi de um quarto
para o outro.
Para baixo.
Para cima.
Eu sussurrei seu nome.
―Jackson:
Como faço para encontrar você?‖
Eu vou para o banheiro
e encaro o espelho.
Eu pareço mais acordada
do que eu tenho parecido
em semanas.
Como uma criança
que acorda muito cedo
no dia de Natal
e não consegue esperar
para ver o que há debaixo
da árvore.
Eu fico na frente do espelho
por minutos.
Talvez horas.
―Ava, eu estou em casa.‖ Mamãe chama lá de baixo.
―Você está acordada?‖
De repente,
a temperatura do ar cai,
e desta vez
não há confusão.
O rosto de Jackson
lampeja
ao lado do meu.
Eu diria que
acordada
é um
eufemismo.
Lar é onde o coração está
Mamãe fez espaguete.
Ela faz isso
porque eu amo.
E porque ela está feliz
de eu estar acordada.
―Se sentindo melhor?‖ ela pergunta.
―Yeah.
Cali me levou ao shopping.‖
―Bom.
Eu estava começando a me preocupar.‖
―Mãe, é quinta-feira, certo?‖
―Sim.‖
―Papai vem para casa amanhã?‖
―Sim.‖ ela diz ―Deveríamos ir para a praia nesse final de semana?‖
Não.
NÃO.
Eu não quero ir para lugar nenhum.
Se Jackson está aqui,
eu tenho que ficar aqui.
―Nós podemos apenas ficar em casa?
Assistir alguns filmes?‖
Ela sorri.
―Isso soa bem.‖
―Obrigada pelo espaguete.
Estava bom.‖
―De nada, querida.‖
É o Nick de novo
Nick liga quinta-feira à noite,
para expressar
sua preocupação por mim
mais uma vez.
Eu digo a ele que estou bem,
e que não há nada que ele possa fazer
porque eu apenas enterrei meu namorado
e é claro que eu não estou
bem.
―Eu só quero que você saiba que eu estou aqui por você, Ava.
Se você precisar de mim.‖
Isso é estranho.
Ele quer uma segunda chance?
Ele quer ser o cara substituto?
Ou talvez
ele está amando
cada minuto
da minha angústia
e infelicidade.
Talvez ele está pensando
que eu mereça isso.
E talvez,
só talvez,
eu mereça.
O que isso significa?
Desafio: uma provocação para fazer algo perigoso ou imprudente. Eu desafio você. Três estúpidas palavras. Eu desafiei ele a pedir um polvo no restaurante e comer tudo. Ele me desafiou a escrever uma carta de amor, assinar como Admiradora Secreta, e enviar furtivamente para um professor. Eu desafiei ele a fingir ser cego na seção de cristal de uma loja de departamentos. Esse jogo, ou o que quer que isso seja, se tornou nossa pequena coisa. Jackson, o alpinista, o praticante de rafting*, o cara dos extremos no esqui, amava o sentimento de adrenalina RUGINDO através de suas veias. * (No original é white-water rafter. Rafting é aquele esporte que entram num bote e remam na correnteza, sobre pedras e etc.) Para mim, era assustador, e emocionante, tudo ao mesmo tempo. Mas eu podia ter vivido sem isso. Tudo que eu precisava era Jackson. Eu desejava que tudo que ele precisasse fosse eu.
Uma estranha sensação
Eu podia escutar meu coração bater bater batendo na escuridão enquanto eu tentava ir dormir. O relógio dizia que eram 12:08. Mamãe estava adormecida por agora. Eu levantei e desci as escadas para fazer chocolate quente. Ele estaria lá, esperando por mim? Meu coração está bate bate batendo rápido, mesmo quando não há nenhum sinal dele. Quando o chocolate quente está pronto, Eu coloco marshmallows dentro. Eu mexo lentamente, vendo eles se fundirem um com os outros. Eu penso sobre Jackson. Seu toque, seus beijos, e o jeito que ele olhava para mim, com olhos como um oceano verde. Eu tomo um gole, e o chocolate está tão quente que queima minha língua. Quente. Frio. Quente. Frio.
Eu sinto um calafrio. ―Jackson?‖
Cheira como sândalo
Eu mexo em círculos e círculos e círculos como um pião em um piso de madeira. ―Onde você está? Mostre-me que você está aqui. Por favor?‖ Eu paro. Eu permaneço parada. Eu espero. Há apenas luz suficiente vinda da lua cheia brilhando através da janela da cozinha. A cortina branca, com babados move ligeiramente. Mudando. Flutuando. E então eu sinto o cheiro o cheiro que era todo Jackson, porque ele mantinha aquela cabeça e linda face tão bem aparada. Creme de barbear de Sândalo.
Música diz tudo
Eu sento na mesa da cozinha e eu sussurro, como se ele estivesse sentado logo ao meu lado. ―Jackson, eu sei que é você Eu não estou com medo. Talvez eu devesse, mas eu não estou. O que quer que você queira dizer para mim, do seu próprio jeito, está tudo bem. Eu não estou com medo.‖ ―Posso te ver? Eu preciso ver você.‖ Nada acontece. Eu pergunto ―Fantasmas, ou espíritos, ou o que quer que você seja às vezes não se mostram?‖ E então o CD player no lado oposto da cozinha começa a tocar. 3 Doors Down. Here by Me * (Aqui por mim)
Sem pele
A música está alta. Isso me faz pular para fora de minha pele. Eu recapitulo e reviro isso. Enquanto eu faço, eu vejo o menor reflexo de Jackson na geladeira de aço inoxidável. ―Oh, Deus. É você mesmo, Jackson. Você está aqui.‖ Eu sinto ele se mover para perto de mim. O cheiro dele enche meu corpo. Isso faz os pelos dos meus braços se eriçarem, ―Posso tocar você?‖ eu pergunto. Sem resposta. Eu acho, que para tocar, tem de haver pele, o que um fantasma não tem.
Eu posso ouvi você Há um sussurro dentro do meu cérebro, tão silencioso, Tenho que apertar meus olhos e realmente me concentrar para ouvi-lo. Ava, Eu estou aqui. Eu não posso falar muitas vezes desta forma. É difícil levar os meus pensamentos até você. Só sei que Eu te amo, e eu não vou deixar você.
Dançando na luz lua
Eu sussurro de volta.
―Eu entendo.
Você não tem que falar.
Você não tem que fazer nada.
Apenas você estando aqui
é o suficiente,
Eu estou tão satisfeita por você estar aqui, Jackson.‖
Eu tenho mais o que dizer.
Mas não agora.
Agora é a hora
de apenas ficarmos juntos.
―Dance comigo.‖ eu sussurro.
Eu levanto, e balanço ao som da música.
Meus olhos estão fechados.
Eu o imagino aqui,
comigo na luz da lua,
me abraçando,
me acariciando,
me amando.
E eu sei
com todo o meu
coração amando Jackson
que isso é exatamente
o que ele está fazendo.
Mas então
a música acaba
e o quarto
se aquece.
Ele se foi.
Confie em mim
Poucos segundos depois
mamãe aparece.
Ela acende a luz
e eu fecho meus olhos rapidamente
pelo brilho.
―Ava?
Você está bem?
Eu pensei ter ouvido música.
Onde estava tocando música?‖
―Desculpe, mãe.
Eu desci para fazer um chocolate quente,
e liguei o CD player.
Desculpe por ter acordado você.‖
Ela chega perto
e me abraça.
―Porque você está tremendo?‖ ela pergunta.
―Eu assustei você?‖
Não há nenhuma maneira que eu possa dizer à ela.
―Eu acho que um pouco.
Mas eu estou bem.
Pronta para ir para cama.‖
Ela mantém seu braço
em torno de mim
e nós vamos para cima
juntas.
―Tem certeza que está bem?‖ ela pergunta
quando nós chegamos no meu quarto.
Eu sorri.
―Melhor do que nunca.‖
A manhã seguinte
E se isso foi
apenas
um
sonho?
Adoráveis limões Espero o dia todo, vagando pela casa, mas não há sinal dele. Se ele disse que não vai me deixar Porque parece que ele me deixou? Talvez ser um fantasma é mais complicado do que eu entendo. Eu faço limonada espremendo os limões que Mamãe trouxe para casa ontem. Limões são uma das minhas coisas favoritas. Saboroso e suculento eles me lembram os beijos do Jackson.
Eu me lembrei da vez
que nós saímos para comer sobremesas. Ele tinha bolo de chocolate Eu tinha torta de limão. ―Você tem limão,‖disse Jackson, ―no canto da sua boca. Me deixe tirar pra você.‖ E, com isto ele inclinou-se e me beijou, sua língua lambendo delicadamente o limão para longe. Isso é como nós éramos. Confortável
Fácil. Tão. Inacreditavelmente. Maravilhoso. Adiciono açúcar, água, e cubos de gelo para o suco na jarra.
Quando tomo um gole, tem o gosto doce e azedo
como deveria ser. Meu coração se sente doce e azedo também. É assim que deveria estar? E então, quando a frescura passa por mim, causando-me um arrepio e sei que ele voltou, tudo é tão, oh doce.
Um presente
Papai chega em casa.
―Anjo,‖ ele diz, me abraçando.
Ele se moveu rapidamente
para me dizer
o que eu já sabia.
―Me desculpe,
que tempo podre para eu ter ido.‖
Eu sei que ele está preocupado comigo.
Ele me liga quase todo dia.
―Eu estou bem, pai.‖
―Promete?‖
―Prometo.‖
Ele se abaixa,
abre sua mala
e tira uma sacola.
―Eu trouxe para você um perfume.
Dizem que em Paris fazem os melhores, você sabe.‖
Eu o tiro da sacola.
Um brilhante sol dourado
tampa a garrafa.
Eu desatarraxo o sol
e sinto o aroma.
―Eu imaginei que você poderia usar um pouco de raio de sol agora.‖ ele me diz.
Eu abraço ele novamente.
―Obrigada, pai.
Estou feliz por você estar em casa.‖
A vida com um fantasma
Jackson parece
ter medo
de aparecer
se meus pais
estão comigo.
Eu acho que se eles soubessem
sobre ele,
isso seria realmente estranho.
Papai se coloca
perto de mim.
Nós falamos muito
e compartilhamos um sorvete
depois do jantar.
Finalmente,
eu me retiro
para o meu quarto.
Há uma anotação
no meu espelho
escrita
em batom caramelo.
Ava
é
linda.
Ava
é boa.
Ava
é
minha.
Eu coloquei o batom
em meus lábios
e dei ao espelho
um grande e gordo
beijo.
Não é uma festa de auto-piedade
Sábado de manhã Zoe ligou. ―Estou dando uma festa na piscina hoje à noite,‖diz ela. ―Você vai vir?‖ ― Eu não sei.‖ ―Ava, tenho saudades de você.‖ Por favor, venha. Digo a ela que eu vou ligar de volta. Preciso pensar nisso. ―Quem era?‖ Mamãe pergunta. ―Zoe Ela está dando uma festa na piscina hoje á noite.‖ ―Parece divertido. Você deveria ir‖ ―Mas—‖ Eu não termino a minha frase Eu não posso dizer, Mas eu prefiro ficar em casa e sair com Jackson. Porque ele está aqui. e talvez nós vamos fazer chocolate juntos. ou qualquer coisa.
Difícil dizer sim
―Mas o que, querida?‖ Mamãe pergunta. Ela está se servindo um copo de limonada. ―Posso pegar um pouco?‖ Eu pergunto Eu vejo o líquido amarelo derramar no copo, tão livre e seguro de si mesmo. Zoe liga novamente. ―Você tem que vir a banda do irmão do Nick vai tocar. Vai ser tão legal. S'il vous plaît?‖ (Por favor) Mamãe implora com os olhos. Zoe implora com as suas palavras. ―Ok.‖
Zoe
Cali e eu
conhecemos Zoe e Jessa
na aula de francês,
no primeiro ano.
Nós estávamos
agrupadas juntas,
e nossa tarefa
era fazer
uma sobremesa francesa
para compartilhar com a turma.
Nós fomos para a casa da Zoe
porque seu pai
é um chef
e ele queria nos ajudar.
Exceto que nós estávamos
tão risonhas
e tão aqui
e tão ali
e em todo lugar
na cozinha,
que ele nos deixou sozinhas
para fazer nosso
soufflé au chocolat
O primeiro
foi um fracasso
porque nós queimamos
o chocolate.
Mas Zoe disse:
―Como Napoleão,
nós não vamos desistir!‖
Na segunda tentativa,
nós estávamos focadas
e trabalhamos juntas,
como soldados em um exército,
combatendo a dupla caldeira
com todas as nossas forças.
Nosso soufflé au chocolat
ficou
magnifique.
Eu amo um monte de coisas
sobre Zoe,
mas eu amo especialmente
como ela não desistiu.
Zoe é
très magnifique.
Eu estou pronta pra isso?
Eu peguei um biquíni.
O que Jackson comprou para mim.
O que eu vesti naquele dia.
Eu não posso usá-lo.
Eu não vou usá-lo.
Nunca
nunca
mais.
Eu devia jogar fora.
Mas Jackson me deu.
Foi a última coisa que ele me deu.
Então eu vou guardá-lo.
Mas eu não vou vesti-lo.
Eu pego um biquíni do ano passado
que desgastou
pelo sol
e pelo cloro
e não é tão fofo
quanto o biquíni preto e rosa
do Jackson.
Quem se importa.
Não é como se eu estivesse tentando
parecer gostosa
para um cara
ou qualquer coisa.
Eu só estou indo por que...
Espere um minuto.
Porque eu estou indo?
Beleza em todo lugar
Eu sento no canto observando os nadadores os dançarinos os pegadores os faladores os bêbados os fumantes. ―Entre, Ava!‖ Cali grita da piscina. ―Nós precisamos de você!‖ Zoe protesta. Eu levanto minha bebida no ar. Mas não me movo. Eu fico bem onde eu sinto que eu pertenço. O sol começa a se pôr. e o laranja tangerina se transforma em algodão-doce rosa e eu desejo que meu homem Jackson estivesse aqui para me dar algumas cranberry red love. (São umas frutinhas vermelhas: http://glaizecreeksoycandles.com/cranberry.jpg)
―Ava.‖ Eu ouço em uma voz profunda que eu reconheço. É o Nick. Imagine isso. O garoto que não irá me deixar sozinha. ―Hey.‖ Eu disse. ―Você parece sozinha aqui.‖ Eu aponto para o céu laranja-e-rosa.
―Não é a coisa mais linda que você já viu?‖ Ele não tira os olhos de mim. ―Sim. É.‖
Você não pode voltar atrás
―Então qual é o negócio, Nick? Você está me seguindo?‖ Ele ri. ―Não. Só preocupado com você. Isso é tudo.‖ ―Bem, por favor, não se preocupe comigo. Eu estou bem.‖ Eu penso sobre Jackson em casa, onde eu poderia vê-lo de novo esta noite. Eu sorrio. Espere. Jackson me seguiu? Ele sabe o que está acontecendo aqui? Ele vai ficar puto por eu estar falando com Nick? Não. Eu o sentiria se ele estivesse aqui. Não sentiria? ―É bom ver você.‖ Nick diz. ―Eu tenho saudades. Eu olho para trás e me pergunto como eu poderia ter sido tão louco para deixar você ir.‖ ―Me deixar ir? Você me enganou, Nick. Eu me soltei de você.‖ ―Então, se eu tiver coragem de te perguntar mais uma vez, e prometer ser bom, você consideraria dizer sim?‖ Eu me levanto e lhe entrego o copo vazio. ―Nem em um milhão de pores do sol, Nick.‖
Ombro frio Quando eu chego em casa, é tarde. E a casa está fria demais. Parece que eu vivo em um iglu. Eu pego um cobertor no armário e o envolvo em torno dos meus ombros. Eu vou para a cozinha. Cada porta do armário está aberta. ―Jackson.‖ Eu sussurro. ―Estou em casa.‖ O CD player liga. Meu estômago faz um salto mortal. Eu ouço tentando entender. Consegui. Don't Leave Me (Não me deixe) do Green Day.
Sábado muito louco
―Você está com raiva de mim por ter ido?‖
Sem resposta.
Embora eu não saiba
que tipo de resposta
eu esperava
exatamente.
―Jackson, eu não posso ficar em casa o tempo todo.‖
―Além disso, Mamãe e papai irão ficar desconfiados
se eu nunca for para lugar nenhum.‖
―Eu não quero que eles saibam sobre você e eu.‖
―Eles acham que eu sou louca.‖
Todas as portas do armário
fecharam-se
ao
mesmo
tempo.
Agora meu estômago
fez um
salto mortal para trás.
Bagunçando comigo
‖Eu estou indo para a cama,
Jackson.
Eu estou cansada.
Boa noite.‖
Eu subo as escadas.
Eu o sinto,
me seguindo.
Eu tremo
conforme sinto o ar gelado,
ou é a respiração,
na parte detrás
do meu pescoço.
Eu abro a porta para o meu quarto
e arquejo.
Minhas calças
e sutiãs
e meias
e camisolas
tinham sido arremessadas
por todo o
meu quarto.
Esse é o meu garoto
Eu fico lá por um minuto
e então
eu fecho a porta
e sorrio.
Meu sorriso se transforma em
risos.
Eu caio de barriga
em minha cama
jogando calças
por toda parte.
Isso é tão Jackson
Ele fica louco.
Ele faz um pouco de birra.
Nós rimos sobre isso.
Eu lembro
da época
que eu decidi ir
para um dia de spa
com minhas amigas
ao invés de sair
com ele.
Ele esperou do lado de fora do spa
até nós aparecermos.
Ele puxou-me de lado,
completamente nervoso,
e me disse
que eu totalmente tinha arruinado seu dia.
Ele disse ―Eu tinha algo especial planejado.‖
―Especial?‖ Eu perguntei,
imaginando o que aquilo significava exatamente.
Ele deu de ombros
e puxou dois
tickets de basquete
para fora de seu bolso.
Eu comecei a rir e
o soquei no braço.
―Basquete não é especial!‖
Ele não pode evitar.
Ele começou a rir também.
Então ele me puxou
para seus braços
e sussurrou
no meu ouvido
―Eu apenas amo você tanto.
Eu quero estar sempre com você.‖
É como se eu pudesse ouvi-lo
repetindo estas palavras agora.
Eu vou trabalhar
colocando todas as coisas de volta
para onde elas pertenciam.
O quarto começou a esquentar,
fazendo
o gelo no iglu
começar a
d
e
r
r
e
t
e
r
e eu sussurrei para
o silêncio da noite
―Eu quero estão sempre com você também.‖
Como uma brisa quente de verão
na minha cabeça,
eu ouço as palavras dele.
Isso é tão difícil para mim, Ava.
Eu quero que isso seja como era antes.
Vou tentar ser mais compreensível.
Por favor, me perdoe?
Como se ele
tivesse que perguntar.
O mar do amor
Quando a exaustão
finalmente me bateu,
eu caí na cama.
Não demorou muito
antes de eu estar naquele
lugar estranho
entre adormecida
e acordada,
onde você pode
cair de um penhasco
ou encontrar um estranho
perseguindo você.
Mas esta noite,
esperando por mim,
atrás da mágica
cortina de sonhos,
há Jackson,
tão claro quanto
o brilho prata
do mar
que rodeia o barco
com o qual estamos nos agitando.
Nós nos encaramos,
a lua cheia
tão iridescente
que me lembrou dos
planetas que brilham no escuro
que eu costumava ter
no meu teto.
Nós ficamos lá
na escuridão tranqüila,
sem falar,
sem se tocar,
mas sentindo
volts de eletricidade
carregando por nossas veias.
Quando ele finalmente
alcança
para me tocar,
a energia
é tão intensa,
que eu pulo.
Ele me puxa para ele,
e me beija,
seus lábios
tão macios,
tão reais,
que eu não posso evitar,
os alcanço
e os tocos
com meus dedos.
E uma vez que eu sinto sua pele,
debaixo dos meus dedos,
eu quero mais.
Enquanto nos beijamos,
minhas mãos viajam
através do seu peito,
para baixo dos seus braços,
até suas mãos,
onde nossos
dedos
se entrelaçam.
Nós levantamos
nossas mãos
no ar
acima de nós,
vitoriosos no amor,
só para deixar ir,
e nos empurrar
juntos
ainda mais perto.
Quando nós
liberamos nossos lábios,
ambos
a r f a m o s
para o ar.
Então,
ele embala meu corpo
conforme ele tão gentilmente
deixa meu
corpo
e
s
t
r
e
m
e
c
e
n
d
o.
Nossos olhos se prendem,
meu dedo
traça sua mandíbula.
Antes de eu poder dizer
eu te amo,
eu estou nadando,
no
caloroso mar
de seus
beijos
mais uma vez.
Questão do dia
Uma garota pode
perder sua
virgindade
com um
fantasma?
Natal em Paris
É sábado de manhã
e papai me levou
para tomar café da manhã fora.
Eu pego panquecas com morangos
e chantili.
Papai pede pigs in a blanket* (pequenos rolinhos com recheio de salsicha, que geralmente são servidos no Natal)
Nós dois temos café
com açúcar.
Muito, muito açúcar.
Papai fala sobre Paris
e como ele amaria levar eu
e Mamãe lá
algum dia.
Ele disse que eu amaria a Torre Eiffel,
o Arco do Triunfo,
o Louvre,
as cafeterias,
as compras.
―Vamos na época de Natal.‖ ele disse.
Eu penso nas minhas três melhores amigas.
Ele amariam ir para Paris.
Porque não eu?
Talvez seja por que
Paris é realmente
muito longe
e nós iríamos ter que
ficar longe de casa
por um tempo
realmente longo.
Você me levanta
No caminho para casa
Papai passa no local
onde o festival da cidade
é realizado a cada primavera.
Jackson me levou
para o carnaval.
Nós arrasamos
na montanha-russa
e nos beijamos
no carrossel,
e rimos histericamente
no cabeça de martelo* (hammerhead em inglês. não tenho ideia de que brinquedo seja esse em português, então fiz a tradução literal)
Nós comemos cachorro quente no palito
e batata frita enrolada* (curly fries - http://i.ehow.com/images/a04/l1/ki/make-curly-fries-200X200.jpg)
e raspberry scones* (http://www.dianasbakery.com/img%5Cgallery%5Cscones%5CScone_Raspberry.jpg)
―Eu quero um desses!‖ eu disse,
apontando para os ursinhos de pelúcias grandes e fofos
pendurados por cima do
MILK CAN SOFTALL TOSS.* (é o nome do jogo em inglês, que você tem que jogar bolas nas garrafas de leite e de acordo com a sua pontuação ganha um prêmio)
Jackson estufou o peito
e disse ―Sem problemas!‖
Vinte dólares depois
eu estava presa com
uma minúscula
cobra
amarela
de pelúcia.
―Que apropriado.‖ Jackson me disse
―Esses caras são tão pegajosos
Fique aí!
Nós vamos pegar todo o seu dinheiro,
e ainda melhor,
vamos fazer você parecer um perdedor,
em frente a sua namorada!‖
Eu ri dele
e disse
que eu amei minha
cobra minúscula
e quem precisava
de um velho e grande urso de pelúcia
de qualquer jeito,
quando eu tenho um perfeito
bom namorado
para afagar.
Com seu último dólar
ele virou para o homem
vendendo balões
e comprou-me
um vermelho.
―Um balão e uma cobra?
Esse é meu dia de sorte!‖
Mas quando ele se aproximou
para me entregar o balão,
eu não segurei
a corda.
Conforme nós assistíamos distante,
o balão e
flutuar cima
para
Jackson sussurrou em meu ouvido,
―Ava,
você é o meu hélio.‖
Ele sempre foi bom
em fazer o melhor das coisas.
Garotinha do Papai
As lágrimas rolaram pelo meu rosto,
sem aviso prévio,
sem esforço,
mas com sentimento.
Eu pensei que eu tinha parado de chorar.
Quero dizer, Jackson já voltou para mim.
E ainda assim, não terão
mais dias
como aquele
no carnaval.
Jackson pode estar de volta,
mas aqueles dias
se foram
para sempre.
Papai olha para mim.
E então ele se vira.
Ele não diz
nada.
O que ele está pensando?
Que tudo isso é o melhor,
porque quando você tem quinze anos,
você não deveria ser tão séria,
como ele e mamãe me disseram alguns meses atrás?
Mamãe e papai gostavam de Jackson.
Eu sei que eles gostavam.
Ele ficava para o jantar algumas vezes
e ele os fazia rir,
contando histórias sobre seu irmão e irmã
e as pegadinhas que eles faziam uns com os outros.
Mas meus pais se preocupavam.
―Você é tão jovem . . .‖
―Você estão passando muito tempo juntos. . . .‖
―Quão sério é . . .‖
Eu olhei para o papai.
Ele olhou para mim
de novo.
Então sua mão se aproximou
e limpou as lágrimas,
sem aviso prévio,
sem esforço,
mas com sentimento.
―Eu me lembro de quando você era pequena.‖ ele disse,
―Você tinha caído e ralado seu joelho.
E você veio correndo para mim, chorando e chorando.‖
―E então você o beijou.‖ Eu disse para ele,
―e o fez melhorar.‖
Eu me lembro também.
Era tão fácil.
―Eu sei que você o amava muito.
E eu gostaria de poder fazer isso melhorar.‖
Então é isso
o que ele estava
pensando.
―Eu amo você, pai.‖
Eu faço o que tenho que fazer
O real estado da situação
desacelera no verão.
Mamãe está em casa
mais e mais.
Jackson está aqui
menos e menos.
Então eu aguentei os longos dias
para aproveitas as doces
porém silenciosas
noites
onde ele frequentemente visitava
meus sonhos.
Eu tentei falar uma vez,
dizer para ele,
quão pesarosa eu me sentia.
Mas ele cobria meus lábios
com os seus
e então era isso.
Pelo menos nos meus sonhos
eu tenho seu tranquilizante toque.
Até mesmo no silêncio,
meu coração transborda
com o amor
que é todo
do Jackson.
Eu acordo tarde
e tarde
e tarde
a cada dia.
Eu procuro no armário
e nas gavetas
pelos remédios
que mamãe me deu
então eu poderia
dormir o tempo todo
como eu fiz antes.
Mas eu não consigo encontrá-los.
Não fique triste
―Venha comigo,‖ Mamãe disse.
―Para a biblioteca.
Livros e verão
andam juntos.‖
―Não.
Eu não me sinto bem.‖
―Você não está bem?‖ Mamãe perguntou.
―Você tem dormido muito.
Talvez nós devêssemos te levar ao médico.‖
―Eu estou legal, mãe.
Apenas tenho um resfriado ou algo assim.‖
Então, ela sai sem mim.
O CD player liga
You’re the one, do Sugarcult.
Uma bola azul pulante
rola pelo chão.
Eu a pego.
Há uma escrita rabiscada,
difícil de ler.
Eu descubro que diz:
Não fique triste,
eu amo você.* (Don’t be blue, I love you. Era para rimar)
Deixe o Raio de Sol entrar
A campainha toca.
Supresa!
Eu estou no meu robe maltrapilho
com fotos de óculos
ondulado no tecido.
Eu espreito o lado de fora e vejo
Cali, Zoe e Jessa.
Quando eu abro a porta,
Jessa diz.
―Cara, você parece uma merda.‖
Essa é Jessa.
Sempre dizendo como as coisas são.
Elas não me esperam
para convidá-las a entrar.
Cada uma me dá um abraço.
então caem
no sofá.
―Então.
Qual a novidade?‖ Pergunto.
―Eu tenho um cachorrinho.‖ Cali diz.
―Um cockapoo. Eu o chamei de Gumball.‖
―Gumball?‖ Pergunto.
‖Ele é tão fofo,‖ Zoe diz.
―Mas a maior novidade é que Cali encontrou alguém.‖ Jessa diz abruptamente.
―Você encontrou?‖ Pergunto.
―Ele foi um sênior no ano passado.‖ Cali diz.
―Mas ainda está no início do jogo.
Eu tenho que trabalhar nele mais.
Fazê-lo me convidar para sair.‖
Conforme ela fala,
eu noto quão bonita
elas todas parecem
em suas regatas
e shorts,
suas pernas bronzeadas
e unhas dos pés pintadas.
Elas parecem
como garotas da Califórnia
devem parecer
no verão.
Eu olho
para mim mesma.
Eu tenho óculos
no meu robe.
E isso é tudo
para mim.
Jessa
Eu sempre fui a garota quieta.
Eu sou a garota boa
que faz
o que ela é mandada
(na maioria das vezes).
Jessa é a garota barulhenta.
Ela é a garota má
que faz você
ser mau também,
porque isso parece
tão bom
nela,
com seu nariz furado
e seu cabelo selvagem.
Ela é a mais nova
em uma família
com seis crianças.
Eu acho que ela tem que ser barulhenta
e má
então era não iria
ser esquecida.
Jessa ama os filmes.
Nós íamos muito ao cinema juntas,
enquanto Cali e Zoe
jogavam voleibol.
A primeira vez que fomos,
Jessa disse.
―Vamos ficar e ver outro.‖
―Eu não acho que nós deveríamos fazer isso.‖
―Porque não?‖ ela disse.
―Ninguém vai saber.‖
Então ela me puxou para
outra sala
para assistir
outro filme.
E então nós fomos para sua casa,
onde ela me mostrou
o livro de desenhos que ela mantinha.
Fadas,
elfos,
dragões,
e bruxos.
Ela é uma artista de talento.
―Quando eu fizer dezoito anos,‖ ela me disse, ―Eu vou fazer um monte desses como tatuagens.‖
Yeah, Eu não acho que Jessa precisa se preocupar mais em ser esquecida.
Jessa é definitivamente
inesquecível.
Na melhor maneira,
é claro.
A verdade dói
―Quer tomar banho? Ir para algum lugar?‖ Zoe pergunta
―Nós poderíamos dar uma volta no meu carro novo,‖ Jessa diz.
―Você tem um carro novo?‖ Eu pergunto.
―O que você ganhou?‖
―Bem, é usado, mas novo para mim.
É um Mazda Protegé.‖
Uau.
Acho que as coisas estão acontecendo
fora daqui
em um grande mundo azul.
―Vamos lá,‖ Cali diz.
―Vamos mover essas juntas.‖
―Não.
Eu não estou realmente afim de fazer nada hoje.‖
Jessa se levanta.
―Ava, isso não é saudável.
Está lindo lá fora. Vamos lá.
Você não é a morta, sabe.‖
―Jessa!‖ Zoe grita.
―Ah, Deus.‖ Cali diz.
―Boa, Jessa.‖
―Desculpa.‖ Jessa diz.
―Me desculpe,
você me perdoa?‖
―Vocês apenas não tem noção do que eu estou passando.‖ Eu digo
conforme pego um fio solto no meu robe.
―Então nos diga,‖ Jessa diz.
―Nós estamos aqui. Nos ajude a entender.‖
Eu levanto.
―Eu tenho coisas para fazer,‖ Eu digo para elas,
o que é uma mentira total
e elas sabem.
―Obrigada por parar aqui.‖
Eu ando para a porta, a abro, e espero.
―Adeus, Ava.‖
―Adeus, querida.‖
―Me desculpe, A.‖
―Yeah,‖ Eu digo para elas, em um quase sussurro.
―Está bem.
Vejo vocês depois.‖
Eu vou para a janela da frente
e vejo seus corpos bonitos e bronzeados
entrarem no carro fofo da Jessa.
Elas acenam
e então o carro
costura pela entrada da garagem
e pela rua
em um flash de prata.
O quarto fica frio.
Jackson está aqui.
―Como é que você não pode sair, Jackson?
Você quer que eu fique aqui com você o tempo todo?
Eu sinto como se você quisesse.
Você vai ficar bravo comigo se eu sair com as minhas amigas?
Quero dizer, eu tenho uma vida, Jackson.
Ou, eu deveria ter, de qualquer maneira.
Você entende isso?
Sem resposta.
―Porque fantasmas não podem FALAR!?‖ Eu grito.
A coisa mais perto de falar
Eu sento no sofá
e choro
porque tudo está tão
confuso
e misturado.
De repente,
a música parou.
Ah, não.
Não, por favor,
Não vá!
E não deveria ter
gritado
assim.
Isso não é culpa dele.
Ele me odeia agora?
Eu me levanto
e chamo seu nome.
―Jackson?
JACKSON!?‖
―Por favor, volte.‖ Eu guincho,
chorando e andando.
―Por favor, não me deixe
sozinha.‖
Quando eu sinto o ar gelado
agitar em volta de mim
como as asas de uma borboleta,
eu sei que ele está de volta,
e eu caio no
sofá de alívio.
―Me desculpe por gritar, Jackson.
Eu não quis fazer isso.‖
Há um sussurro
dentro da minha cabeça
tão suave
que eu quase não ouço as primeiras palavras.
Há regras de fantasmas, Ava.
Eu não sou autorizado a responder suas perguntas.
Eu não quero mantê-la longe de suas amigas.
Me desculpe se fiquei com raiva antes.
Mais que qualquer coisa,
eu quero que você seja feliz.
Eu amo você, Ava.
Seja feliz.
Caindo na estrada
Alguns meses antes
no feriado de Quatro de Julho,
eles não me perguntaram
apenas fizeram.
Mamãe e Papai
me levaram rapidamente
para o lugar de
areia e mar,
com o interminável som
das ondas,
debulhando,
chicoteando,
quebrando.
Eu amo aquele som.
Eu amo a praia.
Eu levei minha jaqueta impermeável,
minha viseira,
meus chinelos,
e meus tops.
O que eu não levei
foi meu fantasma de um namorado,
Jackson.
Nós estávamos prestes a sair
quando eu disse,
―Espera, eu esqueci uma coisa!‖
Eu peguei minha chave
da minha bolsa,
corri para dentro da casa,
e fui para o andar de cima.
―Eu vou sentir saudades de você, Jackson,‖ Eu disse
para o ar calmo e tranqüilo
em volta de mim
conforme
eu andei para
a estante no meu quarto.
―Eu vou voltar logo.
Eu prometo.‖
Eu retornei para o carro
Com uma cobra amarela
de pelúcia
presa no bolso
do meu casaco.
Vamos Dançar
Eu andei descalça perto da minha mãe.
As gaivotas dançavam
através da areia
conforme as ondas quebravam
na costa.
A gaivota dança uma valsa.
Eu dancei pelo assunto
de conversa da minha mãe.
―Você não fala sobre ele.
Você tem certeza que está ficando bem?
―Sim.‖
―Ava, eu vou dizer isso.
Eu estou preocupada com você.
Parecia que você estava ficando bem.
Mas recentemente, eu não sei.‖
―Eu estou bem, mãe.‖
Ela pega minha mão.
A aperta.
―Eu acho que poderia ser bom para você falar com outra pessoa.‖
―Um terapeuta?‖
―Um conselheiro de sofrimento.‖
Eu paro de andar
e deixo meus olhos descansarem
no azul do oceano,
pensando em Jackson,
me perguntando se ele está bebendo minha limonada
ou bebendo meu chocolate
ou fazendo travessuras
na minha gaveta de calcinhas.
―Isso não é tão maravilhoso, mãe?‖
Eu coloco meu braço em volta dela
e coloco minha cabeça
em seu ombro.
―As vezes, eu acho que sinto o cheiro dele,‖ ela sussurra.
Eu não digo nada.
A valsa de mãe e filha.
Contos Fantasmagóricos
É difícil
dormir
em um quarto
que não é meu.
No quarto de pipas
na casa de praia
há pipas em cada parede.
Azuis,
vermelhas,
amarelas,
e até uma
em formato de pássaro.
Eu quietamente me levantei
e me movi
para o computador.
Eu o liguei.
E pesquisei ―fantasmas.‖
Eu cliquei e li
cliquei e li
cliquei e li.
Um site proclamado como
―A fonte número um sobre fantasmas‖
diz que se uma pessoa morre com ―assuntos não resolvidos‖
ou ‖bagagem emocional‖,
ele não segue em frente
para ―o plano superior.‖
Jackson tem assuntos não resolvidos?
Ou bagagem emocional?
Eu quero saber se ele tem?
Eu encontro um quadro de mensagens
em outro site
onde pessoas compartilham suas experiências
e fazem perguntas.
Parece que cada fantasma é diferente.
Alguns só aparecem uma vez por ano.
Alguns só aparecem em sonhos.
Alguns só assombram casas.
Alguns só aparecem em espelhos.
Jackson parece ser
um tipo de fantasma
que não faz nada.
Isso faz sentido
porque ele era muito
um tipo de cara
que não fazia nada.
Perdida
As paredes são finas.
Meus pais estão falando.
Falando sobre mim.
Eu fiquei na ponta do pé na mina cama.
Papais diz, ―As três garotas e o Nick
estão a checando, certo?‖
―Sim. Mas ela ainda apenas fica em casa na maioria do tempo.‖
―Ela precisa falar com alguém.‖
―Como fazemos ela ver o que ela faz?‖ Mamãe pergunta.
―Ela não tem que ver.
Ela só tem que fazer.
Nós temos que fazê-la fazer.‖
Oh. Meu. Deus.
Meus pais.
Minhas amigas.
Todos
devem pensar
que eu estou demente.
E Nick,
estava flertando comigo
só porque
ele sentia pena de mim?
Eu me virei
e chorei no meu travesseiro.
Jackson,
por que você não está aqui?
Eu preciso de você!
Se eu dormir,
você vai me visitar?
Você pode me encontrar?
Por favor.
Me encontre.
Voando sozinha
As pipas
me levantam
e me levam para longe
para um lugar onde eu durmo.
Eu durmo sem sonhos.
Sem Jackson.
Finalmente,
eu descanso.
Bom dia
Domingo de manhã
eu acordo cedo
pela primeira vez
em um longo tempo,
me sentindo descansada.
Eu vou para a praia, onde
eu quero correr descalça
na areia,
sentir a brisa do mar
na minha pele,
ouvir o som do oceano
na minha cabeça.
Talvez isso irá me ajudar
a esquecer
todas as coisas bagunçadas
acontecendo
na minha vida.
Mas eu não sou a única
que acordou cedo.
Um labrador preto
corre na minha direção.
Eu me curvo para acariciá-lo.
Ele deixa cair um graveto
no meu pé.
―Desculpe.
Ele ama brincar de buscar gravetos,‖
diz o garoto bronzeado
com um cabelo curto e loiro.
Eu rio e digo, ―Tudo bem.‖
Então eu jogo o graveto no oceano
e assisto o cachorro
buscar o graveto
com tudo
que ele tem.
Como se ele perdesse aquele graveto,
sua vida nunca seria a mesma.
As ondas o cobrem
por um segundo,
mas ele golpeou para cima
com o graveto sem sua boca.
E logo ele estava no meu pé,
pronto para brincar de novo.
―Bom garoto,‖ Eu digo a ele.
Seu dono chega perto de mim e diz,
―Seu nome é Bo.‖
―Bom Bo.‖ Nós rimos.
―E eu sou Lyric.‖
―Lyric?
É um nome legal.
Você canta?‖ (Lyric é letra de música em inglês, foi uma piadinha que não tem como passar para o português.)
Ele irrompe
em uma
versão
estilo ópera de
You are my sunshine.
Eu rio e aplaudo.
Ele se curva em agradecimento.
―Uau.
Então você não é tímido,‖ Eu digo a ele.
―Não sou tímido mesmo,‖ ele diz
conforme senta em um pedaço de madeira
e puxa meu braço
então eu estou sentada
bem ao lado dele.
Trivialidade boba
Nós olhamos as pessoas
e conversamos
e rimos
sobre coisas bobas,
como as cheerleaders do Dallas Cowboys
(ele gosta de futebol)
e como ele acha que esse é o trabalho mais fácil do mundo
e como eu acho que, de jeito nenhum que isso pode ser fácil!
Eu me pergunto se ele sabe
que eu não sou capaz
de nada mais
que isso.
Eu me pergunto
se ele iria se preocupar?
No Momento
Eu estou
falando,
e rindo,
e ouvindo,
e falando mais.
Lyric está totalmente flertando comigo,
o que parece estranho
porém encantador,
eu acho.
Ele me conta uma história
sobre uns amigos loucos dele
que estão tentando bater
o recorde mundial
de pogo stick* (http://papaherman.files.wordpress.com/2007/11/vurtego-pogo-stick-11.jpg)
e a maneira que ele fala sobre
pular
pular
pular
naquele pogo stick
me faz rir
histericamente.
E pela primeira vez
em um longo,
longo,
tempo,
Eu me sinto
V I V A !
Tão longa despedida
Então eu me lembro.
Eu me lembro dele.
O que eu vou amar para sempre
e o que me ama tanto que
não pode me deixar para trás.
―Eu tenho que ir,‖ eu digo.
―Eu posso ter seu número?‖ ele pergunta.
―Eu não posso.
É complicado.‖
Eu me viro e saio andando,
Eu não quero dizer adeus.
Então eu não vou dizer nada.
Bo late.
Ele diz isso por todos nós.
―Me manda um email,‖ ele grita
―É lyric@remstat.com.‖
Eu sei que ele quer que eu me viro
para dizer ―tudo bem‖
ou acenar com a mão.
Alguma coisa.
Qualquer coisa.
Eu deveria me virar e dizer,
Eu tenho um namorado,
Eu pertenço a ele.
Mas as palavras se recusam a vir.
―Eu vou ver você nos meus sonhos, Ava.‖ Ele diz para mim.
Eu paro.
Eu tenho arrepios.
Eu me viro para ter certeza de que é realmente Lyric,
e não
Jackson.
Ele acena,
e eu me pergunto quem eu verei
nos meus sonhos
hoje.
Dia da Independência
Eu assisto
as festividades
pela janela.
Crianças correndo,
agitando faíscas.
Papai acendendo
fogos de artifícios.
Mamãe puxa as crianças para trás,
dizendo, ―Não fiquem tão perto.‖
O céu
se enche de
vermelho,
branco
e azul.
Na escuridão veio
a luz,
a alegria,
a liberdade.
Amanhã eu vou para casa
para Jackson.
Eu considero
o que liberdade
realmente quer dizer.
E eu percebo
que eu não sou tão livre
afinal.
Isso não faz sentido
Conforme o carro anda
para casa,
meus pensamentos
não parecem
querer ir para lá
ainda.
Eu não
quis
deixar
o lugar de
maresia
e a sala de pipas
e os garotos chamados Lyric.
Não só
sobrevivi
aos dias
que eu pensava
que eu não poderia sobreviver,
eles me refrescaram,
me revitalizaram,
me lembraram
do que eu tenho
perdido.
O que isso significa
exatamente?
Meus pensamentos
não parecem
querer ir para lá
ainda
tampouco.
De volta para casa
Está tarde
quando chegamos em casa.
Eu sinto minha pulsação
acelerar
conforme eu penso
sobre Jackson,
esperando que ele não fique muito bravo.
A casa está quieta.
Escura.
Normal.
Mamãe e papai vão para cama.
Eu faço um sanduíche de geléia e pasta de amendoim.
Eu espero pelo movimento
ou música
ou mensagens mentais.
Mas não há nada.
Eu como,
então vou para o meu quarto.
Meu quarto está quieto.
Escuro.
Normal.
Eu vou para o banheiro, onde
eu fico em frente ao espelho
muito tempo depois de eu ter
escovado meus dentes.
Finalmente, eu vou para cama,
me perguntando se ele irá me encontrar
nos meus sonhos,
e meio que rezando
que ele não me encontre.
Ilumine o caminho
Eu acordo
no meio da noite
de velas
acessas
na escuridão.
―Jackson,‖ eu sussurro,
―Isso é fofo,
mas você não pode fazer coisas assim.
E se minha mãe ou meu pai entrarem?
Uma rajada de vento
golpeia através do quarto
e em um instante
o quarto
fica
escuro.
Desculpe.
―Não, Jackson.
Me desculpe.
Me desculpe, isso é tão difícil.‖
E eu me pergunto quando eu vou finalmente
parar de ter coisas
para se lamentar.
O que está acontecendo?
Ninguém ligou
enquanto nós estávamos fora.
Ninguém ligou
depois que retornamos.
Eu passei o tempo
assistindo TV,
jogando paciência
no computador,
e lendo revistas.
Jackson apareceu
parte do tempo.
Mas eu ainda gostaria
que alguém
pegasse o
telefone
e
falasse
comigo.
Fazer ou não fazer
Os dias passam
e eu finalmente
ligo para Cali.
Porque eu tenho sido
tão má amiga?
O que aconteceu com a boa amiga
que pegaria um buquê que margaridas por Cali
ou faria biscoitos de manteiga de amendoim por Jessa
ou gravaria um CD de músicas por Zoe?
Eu sinto saudades das flores
e dos biscoitos
e da música.
Eu quero me sentir
como uma amiga de novo.
―E aí?‖ eu pergunto.
―Ah, eu estou ficando pronta para sair‖ ela diz
―Tem um encontro quente?‖
―Mais ou menos.‖
―Sério?
Com quem?‖
―Um bando de pessoas estão indo para-‖
Ela pára.
Eu espero.
Ela não termina.
―Ah não,‖ eu digo,
―Não lá.‖
―Ava, já é hora.
Não é um lugar ruim, você sabe.
As pessoas estão indo para lá como um tributo para ele.
É como se você pudesse sentir o espírito dele lá.
Sério.
Há até um conversa sobre mudar o nome.
Você sabe, para Refúgio do Jackson.‖
―Mas Cali, ele morreu ali.
Como as pessoas podem se divertir no lugar onde ele morreu?‖
―Eu estou indo,‖ ela diz.
―Você poderia vir também.
Isso poderia ser bom para você, na verdade.‖
―Cali, eu liguei porque eu preciso falar com você.
Por favor?
Podemos ir comprar um mocha?* (um tipo de café.)
E eu irei pensar sobre ir até lá.
Eu irei.‖
Bem,
Cali nunca poderia
dar as costa a um mocha.
Sem Segredos
Nós bebemos nossos mochas
na Starbucks
onde nós
passávamos horas atrás de horas
falando
e rindo
como garotas fazem.
Meu coração me diz
que é hora de derramar minhas entranhas
Afinal,
eu costumava contar tudo
para ela.
Eu conto para ela sobre a vez
que eu escapei uma noite
para encontrar Jackson
na esquina
então nós poderíamos namorar
na varanda dos fundos
de uma casa vazia.
Eu até conto para ela sobre a vez
que eu beijei Nick
a meia-noite
no ano novo
quando eu ainda saia com Jackson
mas ele estava fora da cidade
e eu estava sozinha.
E agora eu conto para ela sobre como
Jackson está na minha casa
e como ele liga o CD player
e como ele aparece em espelhos
e como ele me manda mensagens
em seus próprios jeitinhos
e me visita em meus sonhos.
―Você está dizendo que ele é um fantasma?‖ ela pergunta.
―Basicamente. Sim.‖
E então ela me dá
o olhar.
Aquele olhar
que diz,
―Garota,
você está
totalmente no
f
u
n
d
o
d
o
p
o
ç
o.‖
Pare!
Ela arregaça
a beirada do seu guardanapo.
Ela enche com
pacotes de açúcar.
Ela olha em volta,
como se ela quisesse escapar,
mas não sabe como.
―Eu não estou maluca,‖ eu digo.
―Ele se foi, A.
Eu sei que você sente falta dele.
Mas você tem que seguir em frente.‖
―Talvez você devesse vir olhar por si mesma.‖
―Então, você o viu?‖ ela pergunta.
―Não. Bem, sim, nos meus sonhos eu vejo.
Mas na casa, ele apenas está lá.
Eu o sinto.
Eu sinto seu cheiro.
Ele me deixa saber que ele está lá. Em pequenos jeitos.
Até mamãe disse que sentiu o cheiro dele.
Creme de barbear de sândalo, você sabe.‖
―Então sua mãe acha que ele é um fantasma, também?‖ ela pergunta.
―Não. Ela só mencionou que pensou que tinha sentido o cheiro dele.
Uma observação.
Mas você não vê, é porque ele está lá.‖
Ela balança sua cabeça,
se levanta,
e pega sua bolsa.
―Você quer ir comigo ou eu devo te levar pra casa?‖
Eu não sei
o que eu quero fazer.
Me assusta pensar sobre
ir lá de novo.
Eu olho para Cali.
Aquele olhar ainda está
no seu rosto.
Eu não estou louca!
Talvez
tenha somente um jeito
de provar isso.
―Okay, eu vou.‖
Absolutamente perfeito
Nós o nomeamos de
Refúgio do Paraíso.
Quem saberia
que o nome
iria ter
todo um novo
significado.
Oculto
atrás das
árvores altas
está um lugar
saído de um
conto de fadas
com uma cascata
e uma larga lagoa de água funda
cercada por
rochas
e vidros
e samambaias
e plantas
e flores.
Eu disse a Jackson,
―Isto deve ser
como o paraíso se parece.‖
E então, tinha um nome.
Fui eu
Jackson e Daniel
descobriram esse lugar uma vez
em uma caminhada.
Ele não pode esperar
para me mostrar
o lugar especial.
Nós embalamos um almoço e não demorou muito para eu me encontrar tenho o mais perfeito picnic de todos.
Eu amava tanto o lugar.
Fui eu que veio com a ideia.
Fui eu que disse que lá seria o lugar perfeito para Festa da Escola.
Fui eu que desejou um milhão de vezes que eu nunca tivesse feito isso.
Que surpresa
Cali e eu chegamos, e a festa estava bombando.
Alguém deixou uma caixa de som em uma rocha, e as batidas pesadas afogam a tranqüilidade do lugar. A tranqüilidade que Jackson e eu encontramos na primeira vez que viemos aqui juntos.
Eu queria focar naquela vez, não na outra vez, na última vez, mas é difícil demais manter as memórias caindo em cascata na minha mente.
Eu não deveria ter vindo. Está muito cedo.
Muito Cedo.
―Cali-‖
Mas eu não tenho uma chance de terminar. Uma chance de dizer para ela que eu não deveria estar ali.
―Oh, ali está ele,‖ Cali diz pegando meu braço. O apertando.
Ele? Quem é ele?
E então ela vai para cumprimentá-lo. Eu olho e espero,
para ver quem ele é.
Lyric?
Um ataque de emoções
Cali enrola seus braços em torno do pescoço de Lyric e o abraça.
Eles não se beijam.
Então, isso significa a)eles não se conhecem por muito tempo ou b) eles são apenas amigos ou c) ela gosta dele, mas ele não necessariamente gosta dela.
Ela puxa sua mão e eles andam na minha direção.
―Ava, você conhece o Lyric? Ele foi um sênior no ano passado. Correndo pelo time de futebol. Número 11.‖
Lyric? Na nossa escola? Como eu nunca percebi ele antes?
Hmmmmm, sim provavelmente porque ele era um sênior fora do meu campeonato e eu tinha um namorado que me fazia delirantemente feliz.
―Oi.‖
―Oi.‖
Ele sorri aquele sorriso garoto da praia dele. e então eu descubro que uma pessoa tem a habilidade de sentir centenas de emoções diferentes ao mesmo tempo.
Se sentindo preocupada
Eu olho para Lyric e espero que ele saiba que ele não deve dizer nada sobre eu e ele.
―Eu preciso me sentar,‖ eu digo a Cali. ―Pegar um ar.‖
―Você está bem?‖ ela pergunta.
―Estou. Só é muito, você sabe, para se acostumar.‖
―Você está branca como um fantasma.‖ Lyric diz.
Que apropriado.
―Quer que eu me sente com você?‖ ela pergunta.
―Não. Vai! Se divirta. Eu vou ir procurar vocês em um minuto.‖
Eles se encaminham para a multidão enquanto eu me encaminho para longe dela. Eu não quero falar com ninguém. E eu tenho certeza que ninguém realmente quer falar comigo.
O que você fala para a garota que era a namorada do garoto morto?
O que você fala para a garota que está olhando para o lugar onde isso aconteceu?
O que você fala para a garota que desafiou seu namorado a pular naquele dia mortal?
Tudo. Minha. Culpa.
Eu viajei para o Havaí com os meus pais quando eu tinha doze anos.
Nós fomos para esse lugar onde as pessoas mergulham nos penhascos para a água azul e fria em baixo.
Por alguma razão totalmente aleatória, naquela festa em Maio, eu pensei naqueles loucos por adrenalina que se pareciam tanto com Jackson.
Então eu disse aquelas três estúpidas palavras e os olhos de Jackson se moveram para o céu, como um abutre olhando sua presa, conforme ele considerava o maior desafio até agora.
Ele escalou alto. Muito alto. Ele abriu os braços, como Jesus na cruz, e gritou, ―Isso vai ser tão formidável.‖
De repente. Eu sabia. Eu sabia que isso era uma má
ideia.
Eu gritei. ―PARE!‖
apenas um segundo tarde demais.
Quando dois se tornam um
Nós esperamos por ele saltar rindo, GRITANDO, r e s p i r a n d o.
Nós não ouvimos sua cabeça bater na rocha.
Nós não ouvimos seus choros de dor.
Nós não ouvimos seu último suspiro.
Um silêncio mortal flutuou na água como um barco vazio.
Instinto de resgate passou por mim e eu corri para a água, a acertei com força, e comecei a golpear golpear golpear como se minha vida dependesse daquilo, porque minha vida dependia TANTO daquilo.
Conforme eu nadava, fotos mentais apareceram.
Girando, rodando, rodopiando, imagens de jogos de futebol, de noites estreladas, de idas a festivais.
Eu não era a única na água.
Um monte de pessoas apoderou-se dele e então eu estava girando, rodando, rodopiando no mar vermelho deixado pra trás.
A água, minha amiga desde sempre, me envolveu, sussurrando, Fique aqui. Me deixe cuidar de você. Descanse nos meus braços confortáveis.
Ela sabia.
Mas outras mãos me pegaram e me puxaram do paraíso para o inferno.
Eu fiquei no chão, congelada pelo medo. Árvores proeminentes acima de mim, sacudindo seus galhos de dedos para mim.
Gritos de histeria voaram pelo ar, batendo uns nos outros.
―Ligue para 911. . . Ele não está respirando. . . Ah meu Deus, Ah meu Deus . . . Faça alguma coisa . . .‖
Três grandes palavras afogou a todos.
Eu matei Jackson.
Eu preciso dos sapatos de Dorothy
As memórias literalmente me deixaram doente.
Conforme eu segurei em uma arvora e larguei meu mocha, tudo que eu poderia pensar era o quanto eu queria ir para casa. Eu preciso ir para casa.
O único problema é, que eu deixei meu celular em casa, então eu não posso ligar para minha mãe para vir e me pegar.
Eu arrumei eu e os meus pensamentos e procurei Cali.
Eu a encontrei no meio que um grupo de pessoas dançando, se mexendo, se movimentando.
―Cali,‖ eu chamei, ―Eu preciso do seu celular.‖
―Por quê?‖
―Apenas preciso.‖
―Está na minha bolsa. Ali‖ ela disse enquanto acenava sua mão para uma grande localização genérica
em nenhuma direção particular.
Eu me virei
e corri
para Nick,
que estava de mãos dadas
com uma garotinha linda.
―Hey, Ava!
Tão bom ver você!‖
Ele me dá um abraço rápido,
então se vira para a garota.
―Essa é Krystal.‖
―Oi.‖ eu deixei escapar.
―Nick, eu posso usar seu celular?‖
―Desculpe, está no meu carro.‖
―Merda.‖
Minha cabeça está girando,
meu estômago está se revirando,
meu coração está doendo,
e eu não sei
o que fazer.
E então, Lyric está lá,
me puxando pra longe.
Longe
da música,
das risadas,
do ruído barulhento,
e para a quietude
da floresta.
―Eu tenho um celular que pode usar,‖ ele diz para mim.
―Para quem você quer ligar?‖
―Minha mãe.
Eu preciso de uma carona.
Eu não deveria ter vindo.‖
E antes mesmo de eu saber o que está acontecendo,
eu estou no seu doce jipe vermelho,
indo para casa.
Lágrimas pra quê?
Você pensaria que
estar em um jipe,
sentindo o vendo no meu rosto,
e ouvindo Black Eyed Peas
com um cara fofo do meu lado
iria me fazer
feliz.
Não.
Isso me faz chorar.
Ou talvez eu esteja chorando
por outras razões.
É difícil dizer
quando há centenas de emoções
todas misturadas juntas.
Ele se aproxima
e segura minha mão
e algo sobre isso
me acalma
e as lágrimas
param de rolar.
Quando nós chegamos na cidade,
ele estaciona no
estacionamento
do Taco Del Mar.
―Eu pensei que nós deveríamos comer alguma coisa
antes de te levar pra casa.
Eu quero ter certeza que você está bem.‖
Eu concordo. ―Certo.‖
E então nós entramos.
Ele pede.
Eu sento.
Quando ele se senta,
de frente para mim,
ele diz ―Me desculpe eu não ter entendido
na praia que você era aquela Ava.‖
―Perdão?‖
―Eu só quero dizer, você está passando por muita coisa.
E eu deveria ter sido, você sabe,
mais sensível, ou qualquer coisa.‖
―Você é sempre tão legal?‖ eu pergunto.
Ele sorri.
E quando eu tenho calafrios
por todo o meu corpo
por causa daquele sorriso
e eu penso sobre
a terrível namorada que eu sou para Jackson,
eu começo a chorar
tudo de novo.
Meu nariz se alegra
É difícil chorar em um restaurante com guardanapos servindo como lenços e pessoas olhando.
Mas Lyric vem para sentar do meu lado, coloca seus braços em volta de mim, e deixa eu enterrar meu rosto na sua t-shirt azul macia que cheira como sabonete e desodorante e como um garoto vivo de verdade.
Um amigo vivo de verdade
Quando eu finalmente me afastei, ele olhou para mim e disse. ―Você estava muito brava para voltar para lá. Quer falar sobre isso?‖
Eu balanço minha cabeça ―Eu acho que nós precisamos mudar de assunto ou qualquer coisa. A manos que você queria sua t-shirt realmente úmida.‖
Ele ri. ―Ok. Nós vamos falar sobre outra coisa. Deixe eu pegar alguma coisa para você beber.‖
Ele volta com o pedido e algumas bebidas, e senta na minha frente de novo. Sem mais toque do garoto vivo de verdade.
―Então, eu estou curiosa sobre Cali‖, eu disse. ―Onde vocês se conheceram?‖
―Na livraria. Onde eu trabalho. Só a um par de semanas atrás, na verdade.‖
―Você estão saindo?‖
―Não. Eu não conheço ela de verdade. Há uma outra garota que eu gosto. Mas ela não me dá seu número de telefone. Então, eu acho que seremos apenas amigos.‖
Isso me faz sorrir.
Ele sorri de volta, e parece como se fossemos amigos há um bom tempo.
Um amigo é legal.
Um garota nunca pode ter muitos amigos.
Despedida de novo
Ele me leva para casa. Nós nos despedimos. Nada mais na verdade.
Eu não tenho que falar para ele. Ele parece entender que é apenas muito cedo.
E é.
E o que eu sei é que: Eu tenho Jackson.
Mas é o Jackson quem eu realmente quero?
Pensando Muito
Eu não deveria nem estar pensando nessa pergunta mas ela continua aparecendo.
Está lá como uma dor de cabeça estúpida que não quer ir embora.
Eu sento no sofá e ligo a TV e penso sobre o meu dilema.
Eu ainda o amo. Eu vou sempre amá-lo. Mas ele é o Jackson que eu conhecia. O Jackson que anda, que fala, que respira.
Eu só não tenho certeza se eu posso total e completamente ficar satisfeita amando um fantasma.
E então eu senti frio.
―Jackson‖ eu sussurrei. ―Você está aqui.‖
Ele pode ouvir meus pensamentos? Ele sabe?
Uma imagem de Lyric lampeja. Eu balanço minha cabeça. Isso não ajuda.
O que está errado comigo?
Para sempre em débito
A coisa é, eu devo isso a Jackson fica aqui por ele.
Eu devo tanto para ele isso.
Se isso não fosse por mim, ele não seria um fantasma.
Seja o que for que ele queira, eu tenho que dar para ele.
Isso soa tão fácil.
Isso deveria ser fácil!
Mas reembolsar uma dívida significa desistir de coisas. Fazer sacrifícios.
Se eu sacrificar meu coração por Jackson eu irei ficar morta também?
Normal é legal
Jackson senta comigo. Ele brinca com a TV de tempo em tempo, trocando os canais.
No começo isso me fez sorrir. Então me deu nos nervos.
Muito.
Porque ele não consegue falar como um cara normal. Ele não pode segurar minhas mãos como um cara normal. Ele não pode beijar como um cara normal. A menos que esteja em meus sonhos, e então nós fazemos essas duas últimas coisas. Mas sonhar com ele não é o mesmo que realmente fazê-las e experimentá-las.
Tudo que ele realmente pode fazer são as estranhas coisas fantasmagóricas que me deixam saber que ele está aqui.
Não se preocupe, Jackson. Eu sei que você está aqui. Acredite em mim. Eu sei.
Ele acende a lareira mesmo que esteja tipo, noventa graus lá fora.
―Jackson‖ eu grito. ―pare de ser tão estranho.‖
E então isso bate em mim como um rápido, tapa de mão aberta ardendo no meu rosto.
Ter um namorado como um fantasma é estranho.
Eu quero saber como
O telefone toca conforme minha mãe passa pela porta trazendo pizza para o jantar.
―Você está bem?‖ pergunta Nick quando eu atendo o telefone.
Por alguma razão isso me faz rir.
―Essa é a única frase que você sabe?‖
Ele não ri.
―Apenas parece que você está chateada. Quando eu te vi mais cedo.‖
―Yeah, eu estava. Mas eu estou bem. Obrigada, Nick. Eu acho que você não é tão mau, afinal. E Krystal é realmente fofa.‖
―Ela é ótima. Você iria gostar dela.‖
Ele faz uma pausa por um segundo.
―Você sabe, eu não quero que você vá,‖ ele diz. ―Eu gostei muito de você, e me desculpe se te machuquei. Eu aguentei firme, esperando que as coisas pudessem mudar. Então a festa de Ano Novo me deu mais esperança. Eu aguentei firme, mais tempo do que eu devia.‖
―Agora você desistiu?‖
―Bem, eu ainda me importo com você. Mas yeah, eu acho que finalmente desisti.‖
―Foi difícil?‖ eu perguntei. ―Desistir?‖
―Não tão difícil quanto se segurar em algo que não foi real.‖
―Posso te perguntar como você fez isso?‖
―Eu só decidi, Ava. Foi tudo. Eu apenas decidi.‖
Sem descanso para o cansado
Dessa vez, eu fiquei acordada.
Eu evitei dormir como se minha vida dependesse disso.
E talvez, minha vida, minha verdadeira vida, dependesse disso.
Se Jackson viesse no quarto, eu iria para outro lugar.
Ele me segue mais do que já me seguiu antes. Talvez ele sinta a incerteza que tem rastejado no meu coração.
Como sempre, ele me deixa sozinha quando mamãe ou papai estão aqui.
A noite, eu me enrolo no canto do banheiro deles e ouço os ruídos de ronco leve do papai e o barulho da respiração da mamãe e desejo que eu pudesse dormir pacificamente assim.
Mas eu tenho que ficar acordada. Eu tenho que manter distância entre Jackson
e eu.
Obrigada, mãe
No sábado, eu me enrosco como mamãe no sofá e nós assistimos Steel Magolias na TNT.
Quando eu era mais jovem, eu sempre passava os sábados com mamãe.
Ela pintava minha unha dos pés. Trançava meu cabelo. Esfregava minhas costas.
Não era muita coisa. Mas tão completamente satisfatório.
―Isso fica triste.‖ ela diz.
―Eu sei. Tudo bem.‖
―Você parece cansada.‖
Você pareceria cansada também se não dormisse um minutos em dois dias inteiros.
Eu me deito com minha cabeça em seu colo e ela afaga meu cabelo.
―Eu gostaria de poder melhorar isso,‖ ela sussurra.
E conforme eu durmo, penso Você está, mãe. Você está.
Um milhão de desculpas
Ele está aqui, no meu sonho, mas eu não deixo ele me tocar. Não dessa vez.
Dessa vez, ele tem que me deixar dizer isso.
―Jackson, você sabe o quão pesarosa eu estou? Você sabe que se eu pudesse trocar de lugar com você, eu trocaria?‖
Ele se aproxima. Eu dou um passo para trás.
―Você tem que me ouvir.‖ eu digo para ele. ―Você tem que entender. É minha culpa, e eu sinto muito! desculpedesculpedesculpedesculpedesculpedesculpe desculpedesculpedesculpedesculpedesculpedesculpe
―Jackson, por favor me perdoe. Por favor!‖
―Tudo bem, Ava. Ava? AVA!?!?‖
Um pesadelo vivo
Mamãe está me sacudindo e gritando meu nome para eu acordar.
―Ava, você está bem? Você estava se batendo e chorando como se alguém estivesse machucando você.‖
―Mãe, isso dói tanto. Tudo isso. Eu apenas quero que isso passe.‖
Eu quero tanto contar para ela. Eu quero contar tudo para ela. Exceto que ela não irá acreditar em mim. Como Cali não acreditou em mim.
E se minha mãe e meu pai não acreditam em mim, eles vão pensar que eu sou a Garota Maluca, e vão me mandar pra algum lugar.
Eu sento e começo a chorar enquanto me dissolve nos braços dela.
―Shhhhhhhhhh‖ ela diz uma e outra vez.
E então eu sei que há uma coisa que eu tenho que contar para ela.
Eu me puxo para longe e olho para ela.
―Foi tudo minha culpa, mãe. Eu o desafiei. O que eu estava pensando? Eu não estava pensando. Você não vê? Ele fez isso por mim.‖
Difícil de acreditar
Eu quero acredita nela quando ela me diz que não foi minha culpa e que eu tenho que parar de me culpar.
Ela diz ―Não foi você, Ava. Ele fez a escolha. Você entende? Você não o empurrou daquele penhasco.‖
Eu quero acreditar nela com cada osso do meu corpo.
Mas isso é impossível quando cada osso do meu corpo se sente tão incrivelmente culpado.
Um garoto e duas garotas
Cali liga sábado à noite.
―Jessa disse que você deixou a festa com o Lyric.‖
―Yeah, ele me levou para casa. Eu não estava me sentindo muito bem. Eu não deveria ter ido com você.‖
―Foi legal da parte dele fazer isso.‖ ela disse, e eu me pergunto se ouço uma pontada de ciúmes em sua voz.
Ela continua. ―Eu continuo esperando ele me ligar. Você sabe, para me chamar para sair. Ele disse alguma coisa sobre mim?‖
―Só que vocês se conheceram na livraria. Onde ele trabalha.‖
―Eu acho que vou ir lá amanhã e o ver‖ Ela dá uma pausa. ―Quer ir comigo?‖
Eu quero dizer sim. Mas não por causa dela. Por causa dele. E há algo terrivelmente errado nisso.
―Eu realmente gosto dele.‖ ela diz.
―Eu sei.‖ eu digo ―Você deve ir e vê-lo sozinha.‖
Porque eu realmente gosto dele também.
Amigos
Depois que desligamos, eu ligo o computador.
Eu tenho um e-mail de Nick.
Diz que foi bom falar comigo e que eu deveria conversar mais. Diz que eu tenho que conhecer Krystal. Nós deveríamos nos reunir. Diz que ele está feliz por sermos amigos.
Eu tenho um e-mail de Jessa.
Diz que ela sente muito que ela não chegou para falar comigo na festa. Diz que foi bom me ver do lado de fora do mundo. Diz que ela me ama com um monte de XO’s * (quem assiste gossip girl sabe né? Significa beijos e abraços)
Eu escrevi para ela uma nota que diz que iremos nos encontrar em breve e sentia saudades dela.
Então eu comecei uma nova mensagem.
PARA: Lyric@remstat.com
meu número de telefone é 222-1567 falo com você depois ava
E então, antes de eu ter algum tempo para mudar de ideia, eu apertei ENVIAR.
Mãe sabe o que faz
Eu fico acordada de novo no sábado à noite.
Domingo de manhã, papai sai cedo. Ele está indo para Montreal por uma semana.
Mamãe tem trabalho para fazer e eu penso sobre pedir para ela ficar em casa comigo. Mas então ela realmente se preocuparia.
Ela se aproxima e coloca a mãe em concha na minha nuca em uma maneira que diz Eu amo você.
―Você vai fazer algo divertido hoje? Chame uma das garotas. Vá para o shopping. Ou para a piscina. Alguma coisa?‖
―Talvez.‖
Seus olhos procuram o meu. O que ela está procurando? A antiga Ava? A Ava feliz? A Ava que não carrega culpa como uma grande pedra em suas costas?
―Querida‖ ela diz, quase em um sussurro, ―Eu estou montando um compromisso por você. Fale com alguém. Eu sei que você não quer. Mas eu acho que você precisa.‖
Eu posso dizer, pelo seu rosto, sua voz, seu toque, que sua mente está feita.
Então eu concordo e secretamente me pergunto o que mais eu preciso fazer que eu realmente não quero fazer.
Me leve para fora daqui
Então eu estou de volta aos dias de hoje e o que eu devo fazer com o dia que assoma para cima de mim como uma grande e vazia estrada.
―Eu desejo poder dirigir‖ eu digo para mamãe.
―Você não está tão longe do seu sweet sixteen*,‖ ela diz *(doce dezesseis, tipo, é um aniversário especial, sabe quando aqui fazemos festa de 15 anos? lá é de 16)
―Eu não tenho certeza se será muito doce.‖
Ela beija minha bochecha e diz ―Vai ser porque você é.‖ E então ela me deixa.
De novo eu sou deixada com meus pensamentos e o fantasma que me assombra porque ele me ama.
Eu preciso fazer alguma coisa.
Se eu ficar aqui, eu não tenho certeza se eu posso ficar acordada por mais tempo.
O ar gelado chega. Eu tremo. A música toca.
My Last Breath* da Evanescence. (*Minha última respiração)
Eu não quero ouvir essas palavras.
É uma música triste.
Ele quer me deixar triste? Se eu ficar triste. ele acha que vai fazer meu coração querê-lo mais?
Ele está perto de mim agora. Tão perto. Eu acho que sinto sua respiração na minha bochecha.
E então o telefone toca.
Ele me sobressalta. Eu corro para atendê-lo.
―Olá?‖
―Ava?‖
É a voz de Lyric o garoto vivo de verdade.
―Você estava dormindo?‖
―Não. Eu estou acordada.‖
Eu não digo para ele que eu estou evitando dormir para evitar o fantasma do meu namorado.
―Eu não tenho que trabalhar hoje. Quer almoçar? Ver um filme?‖
Mas há Cali. E há Jackson. E há- eu.
―Me pega de tarde? Em torno de uma hora?‖
Quem é você?
A música fica alta. E se mantém alta.
Ele deve estar com raiva. Ele sabe que era um garoto no telefone?
Ou ele só está cansado de ser ignorado?
Eu o sinto perto de mim conforme vou para o banheiro. Eu bato a porta e a tranco atrás de mim, mas ela não deixa ele do lado de fora.
―Jackson, eu posso ter um pouco de privacidade? Por favor?‖
Ele não vai. Eu o sinto aqui, tão perto. Se ele estivesse vivo, nossa pele estaria se tocando, peito com peito, pernas entrelaçadas braços em volta um do outro.
Mas ele não está vivo. Tanto quanto eu poderia desejar e tanto quanto ele poderia desejar, ele não está vivo.
Dessa vez eu grito. ―Jackson, me deixe em paz!‖
A água na pia abre a todo vapor.
Eu vou para fechar, e conforme eu vou, eu olho para o espelho e seu rosto aparece, apenas por um segundo.
Não é o rosto do garoto bonito, alegre, amoroso que eu costumava conhecer.
É um rosto sombrio, carrancudo, dolorosamente triste que me assusta tanto que eu me viro e corro e não olho para trás.
Eu tenho que dizer isso
Então eu corro.
Eu corro do banheiro e volto para a cozinha.
A música familiar fantasmagórica da Evanescence ainda toca.
Eu vou para o CD player e mudo a música para a faixa 4. My Immortal. (Meu imortal.)
Ela fala de uma garota atada a uma vida que ela não quer e como ela é assombrada em seus sonhos.
Eu deixo a música encher o cômodo, e então eu grito com cada parte dentro de mim,
―Jackson, você tem que ir. Isso não está funcionando. Você não vê? Isso não é como o amor tem que ser.‖
Eu me esmigalho e uma cadeira na cozinha.
Eu amo você e me desculpe, ele sussurra na minha mente.
O cansaço, a tristeza, o medo, a culpa tudo vem para a superfície, e então eu estou chorando, tremendo, puxando meu cabelo, guinchando em uma voz que não parece a minha.
―VOCÊ TEM QUE IR.‖
―EU NÃO POSSO VIVER ASSIM!‖
Dói respirar
Eu acho que estou começando a hiperventilar. Eu corro e tiro uma bolsa da gaveta.
Tiro Coloco Tiro Coloco
Eu respiro vagarosamente e tento me acalmar então eu posso terminar o que eu preciso dizer
Eu machuco em toda parte. Eu sofro com a dor que eu sinto porque eu tenho que fazer isso.
―Me desculpe, Jackson. Eu sempre vou amar você. Eu sempre vou me lembrar do que nós tínhamos.‖
―Mas você tem que ir em frente. Você não pertence aqui.
―Eu desejo poder mudar tudo e apagar aquele dia. Mas eu não posso.
―Você tem que ir. Por favor, Jackson. Por favor.‖
Sob uma condição
Okay. Eu vou. Mas somente se você me dar sua culpa para levar comigo.
Mas como?
Então esse é o seu assunto não resolvido.
Ele não quer me deixar para trás, carregando um cobertor de culpa.
Eu coloco minha cabeça nas minhas mãos e choro pela perda de Jackson.
Minha alma chora como nunca chorou antes.
Ele é tão bom.
Seu amor por mim é tão real.
Eu lembro da nota que ele me deixou.
Ava é boa... Seja feliz... Não fique triste...
Isso não era sobre ele.
Era sobre mim e querendo que eu viva o resto da minha vida com alegria,
ao invés de culpa e dor.
Ele não me culpa. Mas eu culpo a mim mesma.
Como eu livro meu coração dessa culpa e deixo-a ir?
Talvez Nick tenha a resposta.
Talvez eu apena decida.
Talvez, agora, nesse momento, eu decida que isso é triste e trágico e doloroso, mas me sentir mal e me culpar não vai trazê-lo de volta.
E talvez há mais uma coisa que eu possa fazer.
Deixando ir
Eu sento na cadeira do computador Abro o Word e começo a digitar.
As palavras vem livremente, facilmente, como se minhas mãos tivessem esperando pela oportunidade para falar.
Querida mamãe e papai: Vocês sabem essas noites, quando você olha para cima, e está tão claro que você sente como se pudesse ver cada estrela no universo? E sempre há uma estrela que brilha mais. A estrela que focamos quando dizemos ―Luz da Estrela, Estrela Brilhante...‖
Jackson foi essa estrela no meu mundo. Ele fez meu mundo brilhar mais. Eu sinto tanta falta dele.
Quando eu olho para as estrelas agora, eu desejo com tudo que tenho que Jackson ainda estivesse aqui. Todo dia, eu tenho desejado.
Mas hoje, eu estou pensando em uma coisa. Qual o desejo de Jackson para mim?
Eu acho que seu desejo para mim é isso:
Alegria, não tristeza.
Risadas, não lágrimas.
Vida, não morte.
Amor, não culpa.
Eu quero fazer seus desejos se tornarem realidade.
Obrigada por serem os melhores pais que uma garota poderia ter.
Com amor,
Ava.
Eu poderia deixar a carta no balcão,
mas alguma coisa me diz
para deixar isso oficial.
Então eu a coloco em um envelope,
endereço,
e encontro um selo na mesa.
E então eu caminho para fora
para o quente e convidativo raio de sol e envio minha carta.
Eu vejo você
Eu viro para entrar e o vejo.
Eu paro. Meu pé não se move.
Ele está flutuando atrás da janela.
Ele parece diferente de ontem.
Mais em paz. Não tão triste. Mas como o Jackson que eu costumava conhecer.
Essa é a minha garota. Tenha uma boa vida, Ava.
E então, ele desaparece e eu sou deixada olhando para meu próprio reflexo no vidro.
Eu pareço mais em paz. Não tão triste. Mas como o EU que eu costumava conhecer.
Adeus para sempre
Quando eu entro, a música parou.
A casa está pacificamente quieta.
Eu sento e as lágrimas caem suavemente desta vez.
Eu não tenho que ir olhando, procurando pela casa, ficando em frente aos espelhos, esperando. Meu coração sabe. Ele se foi.
Ele me amou o bastante para me deixar.
Agora eu tenho que fazer a minha parte.
Sem culpa. Sem pesar. Sem vergonha.
Eu devo começar a viver de novo.
Adeus, Jackson. Eu vou AMAR você para sempre.
Caia na real
Eu acho que chorei até dormir.
Eu acordei com o som da campainha tocando um e outra vez.
Eu mal vi o caminho para a porta. Pare como se eu tivesse tomado vinte pílulas e não conseguisse acordar.
Quando eu abro a porta, eu lembro.
Lyric.
―Você estava dormindo.‖ ele diz.
Eu sorrio ―Yeah.‖
Eu o convido para entrar, esfregando meus olhos pensando em quão terrível eu devo estar parecendo.
―Então, você ainda quer sair?‖ ele diz.
―Você pode esperar ai? Eu já volto.‖
Ele sorri e acena.
E então eu corro escada acima par ao banheiro porque meu hálito deve estar abominável.
Casamenteira
Eu escovo meus dentes, penteio meu cabelo, passo um pouco de blush nas minhas bochechas, e acho que está bom.
Isso realmente não importa. Eu sei disso. Mas me dá a confiança de fazer o que eu percebi que tenho de fazer.
Eu volto para baixo e ele tem o controle remoto em sua mão, pulando através dos canais.
Eu me sento. Ele desliga a TV.
Eu sorri. Ele sorri.
―Eu acho, pelo olhar no seu rosto, que você mudou de ideia.‖ ele diz.
Esse é um cara perspicaz.
―Lyric, você um cara ótimo. E você sabe, você e Cali fariam um casal fantástico. Ela ama tacos e cachorros e futebol, assim como você. Eu quero que você ligue para ela. Conheça ela.‖
―Mas.-‖ ele começa.
―Não. Por favor. Não.‖
―Meu coração tem muitas coisas para trabalhar. Jogando você no meio, isso não seria justo. Para mim ou para você.‖
Ele se aproxima e me abraça.
―Ainda amigos, certo?‖ Eu pergunto.
Ele sorri. ―Yeah. Ainda Amigos.‖
Eu o acompanho para fora, e quando ele chega no seu jeep, eu não digo adeus.
Eu grito. ―Ligue para Cali!.‖
Eu sou definitivamente uma pessoa que gosta de cachorro
Culpa me lembra um gato de rua.
Você o busca e ainda assim, ele volta quando você menos espera.
Se você se deixa sentir piedade por ele e alimentá-lo, ele estaciona seu traseiro feio, pequeno, sozinho por atenção no seu capacho e não vai embora.
Mamãe e papai me olham escrever notas pra mim mesma e colocá-las pela casa.
Alegria, não tristeza.
Risadas, não lágrimas.
Vida, não morte.
Eles sorriem para mim. Eles pegam a carta. Eles entendem.
Dê o fora, gatinho, dê o fora. Eu não preciso de você por aqui assim.
O presente perfeito
No meu aniversário, minhas amigas me levaram para um restaurante mexicano, onde tomamos margaritas virgens enquanto as garçonetes colocavam um sombrero na minha cabeça e cantavam para mim.
É definitivamente um aniversário doce eu estou tão desintegrada pelas minhas amigas ficando aqui e me amando apesar de tudo.
Talvez mamãe pediu para elas me checarem. Mas talvez elas tenham me checado, de qualquer jeito. Talvez elas não estivessem certas do que dizer para mim ou como me ajudar. Elas tentaram, e eu as amo por isso.
Quando eu olho para os meus presentes, o bracelete que Cali fez para mim, o livro novo que Zoe comprou para mim. o desenho emoldurado que Jessa fez para mim, eu me sinto grata pelo melhor presente de todos.
É o emoldurado no meu coração quando um grande arco rosa-
o presente interminável da amizade.
Outra boa pessoa
Eu retorno, acompanhada somente pela minha nova licença de motorista, para uma visita antes do verão deixar seu arco final e o outono ganhe lugar.
A água brilha quando os raios do sol da tarde reflete sobre ela.
Isso é mais convidativo que uma cama confortante em uma noite fria de inverno.
Eu permaneci afastada do meu antigo amigo por muito tempo.
Eu não visitei na festa de Zoe. Eu não visitei na praia. Eu não visitei na ultima vez que estive aqui.
Eu senti saudades de você, amigo. Eu não te culpo. Eu nunca te culpei.
Talvez eu estivesse com medo. Talvez isso precisasse significar algo. Talvez isso apenas não pareça certo.
Eu tiro meu top e short, mas antes de pular, eu olho para cima.
Eu juro que está lá, seus braços esticados, a queda d’água debaixo dele, fazendo uma cascata para a água azul e fria lá embaixo.
Vá, Ava. Isso vai ser fantástico!
Não é um desafio. Não dessa vez. Mas é quase como se eu estivesse naquele mergulho alto com medo do que ia vir em seguida, mas ainda assim sabendo que vai ficar tudo okay.
A água está fria, mas eu sinto o sorriso de Jackson brilhando em mim, tão brilhante e quente como o raio de sol, quando ele me vê vestindo o biquíni preto e rosa.
Ava
―Me conte sobre você.‖ Dra. Andrews me pergunta, durante nossa primeira sessão.
Eu pensei que a Dra Andrews seria uma senhora com óculos feios e um cabelo em coque. com uma prancheta enquanto ela rabisca coisas como LUNÁTICA GAROTA MALÚCA CULPADA COMO O INFERNO.
Ao invés disso ela é bonita, com um cabelo vermelho encaracolado, e não há nenhuma prancheta.
Quando eu a visitei, eu sentei em uma cadeira marrom confortável e nós conversamos.
Eu percebi que a terapia é incrivelmente terapêutica.
Quando ela me pediu para falar sobre mim mesma, eu não tinha certeza do que dizer.
―Você quer dizer de coisas que eu goste?‖
―Eu amaria saber o que é especial sobre a Ava‖
Eu pensei, eu poderia falar para ela sobre como eu sempre amei nadar, como eu amo música, filmes, e compras, e como meus amigos significam tudo para mim.
Então eu pensei, eu não sou tão engraçada quanto Cali, ou determinada quando Zoe ou brava e confidente quando Jessa.
Eles são tão especiais.
―Eu não sei.‖ eu disse para ela. ―Não há nada especial, na verdade.‖
―Foi especial ser a namorada de Jackson?‖ ela perguntou.
―Muito.‖
Ela foi para frente na sua cadeira, como uma flor em um vaso procurando um raio de sol.
―Há outras coisas especiais sobre Ava Bender. Você só precisa descobrir essas coisas de novo. Você fará uma lista? E então você pode compartilhá-las comigo quando você estiver pronta.‖
Agora, enquanto eu dirijo nas estradas com curvas que me levam para o refúgio de Jackson, eu lembro da lista que eu tenho até agora.
Eu sou coração mole. Eu sou afetuosa. Eu sou confiável. Eu sou generosa. Eu sou esperta. Eu sou forte.
Hoje, eu adicionei mais um item na lista.
Eu sou esperançosa.
FIM
Comunidade Traduções de livros
http://www.orkut.com.br/Community?cmm=25399156
Digitalizado por: Amanda, Iris Figueiredo e Letícia Bersot
Traduzido por: Iris Figueiredo, Kynhaa e Letícia Bersot

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