segunda-feira, 17 de junho de 2013

Não me esqueça


Tradução
cristian clemente
Copyright © Penguin Books Ltd, 2012
Todos os direitos reservados.
O selo Seguinte pertence à Editora Schwarcz S.A.
Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou
em vigor no Brasil em 2009.
título original Forget me Not
preparação Nathália Dimambro
revisão Renata Lopes del Nero
[2013]
Todos os direitos desta edição reservados à
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Minha mãe espiou pela porta. “Nossa, você já está acordada.
Estou indo para o trabalho, querida...” Ela interrompeu a fala
quando notou, digamos, a situação descontraída do meu quarto.
Eu sabia perfeitamente o que viria em seguida: um suspiro
profundo, piscadas nervosas e então: “Sarah, é sério. Quantas
vezes vou ter que pedir para você arrumar isso?”.
É, ela seguiu o roteiro direitinho. “É o seguinte: essa casa é
minha e eu não gosto nem um pouco do seu quarto parecendo
um cortiço. Seu pai também não.” Ela bufou mais algumas vezes,
irritada, olhou as horas e apontou o dedo para mim. “É para arrumar.
Mesmo, Sarah. Se não estiver limpo quando eu voltar do
trabalho, você não vai para a Espanha com a gente. Não estou
brincando.” Ela lançou um último olhar ameaçador e saiu.
Respirei fundo. As passagens para as férias já estavam compradas.
Partiríamos de manhã. Além do mais, meus pais gastaram
umas boas horas para me convencer a fazer parte das
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clássicas férias em família. Então a ameaça tinha sido completamente
inofensiva.
Só que quando olhei para as roupas espalhadas pelo chão,
a escrivaninha e as prateleiras atulhadas de porcaria, e os vários
objetos não identificados que brotavam debaixo de minha
cama, me lembrei do quarto da minha melhor amiga, a Cass,
com seus lençóis brancos e macios, estantes de livros convidativas
e iluminação ambiente. Era um quarto de mulher. Já o
meu, o quarto de uma colegial atrapalhada. Bem diferente da
imagem que eu queria passar de mim mesma, principalmente
porque dentro de poucas semanas começaria o último ano da
escola. Além disso, tinha que fazer as malas para a Espanha e
havia séculos que eu não via minhas velhas sandálias de praia
favoritas. Estavam ali... em algum lugar.
Então, saí da cama, botei a mesma calça jeans do dia anterior
por cima dos shorts do pijama — que eram insinuantes demais
para os olhos do meu irmão mais novo — e desci as escadas.
Passei pela sala de estar e vi Dan (o tal irmão) comendo biscoitos
e assistindo à programação matinal da tv. Ignorei a cena.
Fui para a cozinha, preparei torradas e chá, destaquei três sacos
de lixo do rolo embaixo da pia e levei tudo para o quarto. Depois
de examinar a pilha de CDs amontoados no chão, escolhi
Amy Winehouse (pobre Amy, ainda não podia acreditar na sua
morte. Ashley até chorou quando soube) e botei
para tocar
bem alto.
O.k. Por onde começar? A escrivaninha. Olhei as camadas
de livros, CDs, fones de ouvido quebrados, pendrives sem tampinha,
canetas sem tinta, fotos, páginas impressas e ingressos
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antigos — meu computador se equilibrava corajosamente em
cima de tudo — e quase desmaiei. Era trabalho demais. Abri
um dos sacos de lixo e comecei a enfiar a papelada nele. Havia
anotações para trabalhos de escola, montes de rascunhos, revistas
velhas, catálogos de lojas, um catálogo de presentes de Natal
feito por uma ong (sim, meus pais fazem caridade)... tudo para
o lixo. Um pouco mais motivada por finalmente enxergar um
pedaço da escrivaninha por baixo da bagunça, peguei outra
sacola e a enchi com a parte do lixo que não era papel. Vinte
minutos depois, a mesa estava quase limpa. Encarei as marcas
de caneta e os círculos grudentos formados pelos copos, mas
decidi deixá-los para o fim. Um passo de cada vez.
Mas, argh, e o mural? Graças a um estoque de energia que
eu nem sabia que tinha, arranquei tudo que estava pendurado
nele e espalhei na mesa. De volta à estaca zero, mas no bom
sentido: aquela coisa de “recuar para avançar”. Separei rapidamente
o que era lixo e joguei no saco; depois, preguei de volta
o que eu queria manter: um par de cartões-postais tirados de
um livro de citações de mulheres famosas, presente da minha
tia no meu último aniversário; uns canhotos de ingresso (Girls
Aloud, Crepúsculo, Marina and the Diamonds, formatura do
Ensino Fundamental, Festival de Glastonbury 2011) e fotos.
Peguei uma de todos nós — eu, Cass, Ashley, Donna, Rich,
Ollie e Jack — sentados em um banco do lado de fora do
prédio de ciências no sétimo ano. Eu estava sentada toda torta
na cadeira, com um ar meio amargurado, meio doce. Éramos
tão diferentes. Os garotos pareciam ridiculamente jovens, com
seus projetos de barba e ombros ossudos. Eu sorria para a câ6
mera, e uma presilha gigante mantinha minha franja para trás.
Ficava horrível, mas eu odiava cabelo no olho. Cass estava ao
meu lado, de braços dados comigo e a cabeça em meu ombro.
Ela estava com aquele sorriso que era sua marca registrada nas
fotos: boca fechada, covinhas, olhos brilhantes. Em qualquer
foto dela a partir de 2006, o sorriso aparece (ela o aperfeiçoou
em janeiro depois de várias fotos de Natal em que parecia,
segundo ela própria, “uma idiota”). Ash mostrava o dedo do
meio para a câmera, rindo. Aquelas foram as últimas férias antes
de ela começar a pintar o cabelo, então ainda parecia uma
pessoa mais normal. Já Donna era uma mulher entre meninas,
sobressaindo-se entre nós com seus peitos enormes, que faziam
com que os botões da sua blusa quase pulassem. E isso não era
só graças à natureza: ela costumava comprar blusinhas um tamanho
menor exatamente com essa intenção. Na foto, fingia
cutucar o nariz. Sempre uma dama. Enquanto isso, Jack parecia
deslocado; Ollie dava seu habitual sorriso presunçoso, como se
estivesse escondendo alguma coisa; e Rich fingia estar chocado
e enojado com Donna. Eu sorria. Era uma boa foto. Me lembro
tão bem de tudo. Era o último dia de aula antes das férias
de verão, e eu pedi para alguém — não lembro quem — guardar
aquele momento para a posteridade. Acho que minha ideia
era tirar uma foto exatamente no mesmo lugar todos os anos,
mas claro que a gente nunca colocou isso em prática. Preguei
aquela cena no mural e fiz uma anotação mental: tirar uma foto
igual em julho, antes de cada um seguir seu caminho.
Ao lado dela, pendurei uma tira de fotos que eu, Cass, Ashley
e Donna fizemos em uma cabine fotográfica dois verões atrás.
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Estávamos todas espremidas, rindo como doidas. Eu sei: clichê
feminino total, mas na hora pareceu a coisa mais hilária do mundo.
Acho que Ashley tinha caído do banquinho ou algo assim.
Também havia a foto de todos nós em Glastonbury no ano
passado. Para ser sincera, não curti muito o festival — achei
a multidão e o acampamento uma bagunça, e os banheiros
químicos me deixaram meio estressada —, mas escondi bem
meus sentimentos. De qualquer maneira, fiquei feliz de ter ido,
afinal, não queria ser a única do grupo a ficar em casa. Seria
pedir para os outros falarem de mim, e isso eu dispensava. Era
mais uma foto ótima. Consegui fazer todos se amontoarem
dentro da barraca e botarem a cabeça para fora, uma por cima
da outra. Todos estavam sorridentes, com exceção da Ashley,
que fazia careta porque alguém tinha pisado no seu pé.
Por fim, pendurei impressões de um monte de fotos da
gente, tiradas nas várias noitadas dos últimos anos: Ash acompanhada
de um garoto diferente em cada uma; Donna, umas
vezes com um menino, outras sozinha; Cass sempre grudada
no seu (*cof* babaca *cof*) namorado, Adam; e eu sempre
acompanhada de mim mesma. Era sempre assim. Gostava mais
daquelas em que aparecíamos sozinhas, sem um garoto aleatório
e desconhecido ao lado.
Coloquei a última foto (uma em preto e branco de minha
mãe e eu tirada uns minutos depois de eu nascer). Dei um
passo para trás e avaliei minha obra: legal. Virei e olhei para o
resto do quarto: não tão legal. A escrivaninha e o mural, agora
novinhos em folha, só serviram para destacar o completo chiqueiro
em que eu vivia. Agachei e dei uma espiada embaixo
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da cama. Para fazer as coisas direito, precisaria trazer toda a
tralha para o tapete e atacar o amontoado de uma só vez. “Não
deixe para amanhã o que você pode fazer hoje” etc. Em meio
à escuridão, consegui avistar uma pilha de revistas velhas, livros
com capas dobradas e embalagens de chocolate. Tudo coberto
de pó e teias de aranha. Eca.
Também encontrei uma caixa. Hum. Estiquei o braço e puxei-
a para fora. O adesivo em um dos lados dizia que ela já tinha
abrigado botas da M&S tamanho 37. Devem ter sido presente da
minha mãe. Abri a caixa e suspirei fundo quando pus as mãos no
meu uniforme branco da escola, coberto de assinaturas e mensagens.
Era minha camiseta do último dia de aula do quinto ano.
Quando dei por mim, já estava acariciando a camiseta. Vai saber
por quê. Não que eu quisesse ter onze anos de novo. Só que a
lembrança daquela época me veio tão forte que era estranho
admitir que ela estava perdida para sempre. Eu nunca mais seria
daquele jeito novamente: criança, inocente de tudo, sonhando
com o ensino médio. Naquela época, mal podia imaginar como
seria ter dezessete anos. E cá estou eu. Nossa.
Comecei a ler as mensagens. A maior parte das assinaturas
era indecifrável, e seus donos já tinham caído no esquecimento.
A de Ollie, porém, ainda era legível.
Sarita Cabrita, não vou sentir saudade
pq não vou te largar!! Bjss, Ollie
Ele nunca se comportou daquele jeitão esquisito que a
maioria
dos meninos se comporta quando está com as meninas,
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o que explicava em parte o tato que ele tinha com as mulheres
hoje em dia. Todas amavam Ollie, assim como eu. Ele era
um bom amigo. Apresentei-o para Donna, Cass e Ashley assim
que ficamos amigas no começo do sexto ano. Mais tarde, ele
me apresentou para Jack e Rich, embora depois a gente tenha
descoberto que Rich, Jack e Cass já se conheciam havia anos.
Debaixo da camisa estavam algumas pastas. A etiqueta da
que estava no topo da pilha dizia: “Sarah Millar, 1ºF”. Na outra:
“Charlotte Brontë”. Era um trabalho que fizemos no primeiro
ano sobre pessoas que nos inspiravam. Eu me lembrava
de ter gostado muito de escrever aquilo. Tinha acabado de ler
Jane Eyre e fiquei apaixonada pela personagem e pela autora.
Até hoje sou. A pasta de baixo era do trabalho da Cass, que
por algum motivo também estava embaixo da minha cama. Vai
saber.
Era sobre Nelson Mandela. Uma escolha que era bem
a cara da Cass. Éramos as alunas mais dedicadas nos trabalhos,
mesmo no nono ano, quando todo mundo ficou desleixado.
No começo as pessoas ficavam incomodadas e chamavam a
gente de nerds. Mas naquela época nós éramos mesmo.
Meu Deus, o começo. Lembro de estar sentada no ônibus
para o meu primeiro dia em Woodside High. Minha saia
azul-marinho impecável pinicando enquanto eu tentava me
ajeitar no assento. Parecia que todos já se conheciam. Eu ouvia
gargalhadas e piadas internas. Não cheguei a me assustar, mas
o dia foi assustador, se é que isso faz sentido. Havia grandes
chances de as coisas darem errado, e eu me sentia estranha
sem a companhia da minha melhor amiga, Megan, que tinha
acabado de se mudar para a Austrália. Lembro de Donna en10
trando no pátio logo atrás de mim. Não acreditei quando ela
sentou perto de mim, junto com os outros alunos do sexto
ano. Pensava que ela estava pelo menos no nono ano. Sua pose
e seu visual me deixaram completamente embasbacada, sem
falar no jeito como ela fazia bola com seu chiclete enquanto a
inspetora, Sra. Carr, falava.
Mas o medo que senti de Donna não era nada perto do
terror que Ashley inspirava em mim, com sua cara sempre
fechada, sua boca suja e o hábito de levantar a sobrancelha
enquanto provocava os professores. Claro, logo que a conheci
melhor percebi como era um amor, leal, engraçada — e
também insegura.
Depois de poucas semanas, as duas já eram minhas melhores
amigas. A vida é engraçada.
A próxima coisa a sair da caixa foi um envelope com fotos
da festa à fantasia do nono ano. Me virei para encostar na cama
e ver melhor as fotos. Todos nós vestíamos fantasias. Ashley estava
de vampira; Rich estava vestido para um baile de máscaras,
com direito a uma máscara meio sinistra e uma capa esvoaçante
de veludo; Ollie estava de palhaço; Jack com seu uniforme
de futebol; Cass era a Monica de Friends (peruca castanha e
brilhante, calças chiques, uma garrafa de desinfetante e uma pá
nas mãos, além de um papel pendurado no pescoço dizendo
“Monica”); e, por fim, Donna foi de aluna do Colégio St. Trinian.
Eu fui vestida de Emmeline Pankhurst, principalmente
porque eu amava o chapéu que ela usava. As fantasias eram
bem a nossa cara. Qualquer um que passasse meia hora com a
gente poderia sugerir essas ideias para nós.
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Coloquei o envelope de lado, botei a caixa no colo e olhei
para o que tinha dentro. Só restava uma pequena pilha de cadernos,
daqueles de capa dura e espiral. Meus antigos diários.
Tremendo de expectativa, abri o primeiro deles.
Na parte de dentro da capa estava escrito: “O diário secreto
de Sarah Grace Millar, 12 anos, não mexa!!!!!!!!!”. Depois vinham
textos sobre uma penca de coisas: sobre como Daniel era
irritante (portanto, não mudou nada); sobre como meus pais me
faziam passar muuuuuita vergonha; sobre eu achar que [inserir
o nome da pessoa] estava chateada comigo sem eu saber por
quê; sobre eu estar chateada com [inserir o nome da pessoa]
por [inserir o motivo idiota]. Mais para frente, havia umas linhas
sobre como eu amava [inserir o nome da pessoa]; sobre as ocasiões
especialíssimas do meu primeiro sutiã e da minha primeira
menstruação (“Minha mãe me convenceu a usar um absorvente
interno. Nunca mais! Sangue em todo lugar!” Parece que até
em diários a gente dá informações demais)... Enfim, essas coisas.
Os meus diários do sétimo e do oitavo ano eram basicamente
a mesma coisa, apesar de a letra não ser tão infantil e a linguagem
ser mais presunçosa. Mesmo folheando as páginas bem
rápido, pude ver que as amizades que fiz quando fui para Woodside
foram duradouras. Os mesmos nomes reapareciam aqui
e ali. Eu era tão sortuda. Tinha os melhores amigos do mundo.
O toque de mensagem do meu celular me tirou daquele
devaneio. Pisquei, sentindo-me um pouco desorientada por
estar de volta a 2011. Olhei ao redor, aquela bagunça toda
ainda espalhada pelo quarto. Merda. Enfiei tudo de volta na
caixa (sem chance de jogar alguma dessas coisas fora). Estava a
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ponto de empurrá-la para baixo da cama de novo quando algo
me chamou a atenção. Estendi o braço entre os tufos de poeira
e puxei... minhas sandálias! Missão cumprida! Joguei-as em
cima da cama, prontas para entrar na minha mala, e desabei no
chão. Ufa. Agora que tinha encontrado as sandálias ninguém
poderia me forçar a continuar a arrumação. No mínimo, isso
poderia esperar. Hora da pausa para o chá e o chocolate.
Estava a ponto de fechar a porta para o caos quando me
lembrei do sms no celular. Meu telefone estava no lugar de
sempre: ligado no carregador, que por sua vez estava ligado na
tomada ao lado da minha cama. Arranquei o cabo e dei uma
olhada na mensagem. Era do Ollie:
Oi, todo mundo! Passou da hora de irmos pro bar.
Quem vai?? Bjs
Sorri. Boa sorte para você, Ol. Ele sempre vinha com planos
para festas ou baladas, mas era um pesadelo conseguir juntar
a galera. Jack sempre tinha uma partida de algum esporte;
Ash sempre precisava ajudar a mãe na loja de noivas; Donna
muitas vezes estava com a mãe; e Cass sempre estava com
Adam. Rich era o único que topava sempre. Sorri novamente
e respondi a mensagem:
Eu vou! Bjs
Eu estava empolgada com a ideia de que Ollie era um dos
meus amigos mais antigos. Ele era tão gente boa. Não sabia se
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minha mãe e meu pai ficariam muito felizes por eu sair naquela
noite, já que no dia seguinte levantaríamos cedinho para
pegar o voo para a Espanha. Ainda assim, imaginei que um
quarto arrumado e uma mala pronta bastariam para eles não
fazerem muitas objeções.
E quem sabe? Talvez naquela noite eu pudesse conhecer
alguém digno do meu carinho — e que, bom, me quisesse
também. Um dia eu teria fotos minhas com um garoto, nós
dois juntos. E se isso não acontecesse, eu e Ollie estaríamos
lá, e provavelmente Rich, e talvez meus outros amigos. Era a
receita para uma noite perfeita. Eu era uma garota de sorte.
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Conheça os livros da série
Cass é a namorada fiel. Ashley não leva nada a sério. Donna
é festeira. Ollie é mulherengo. Jack é esportista. Rich talvez
seja gay. Mas e Sarah? Os amigos sempre tiram sarro por ser
certinha demais, mas ela só está esperando o cara certo — e
agora tem certeza de que o encontrou. Será que ele sente a
mesma coisa? Ou tudo não passa de uma paixão de verão?
272 páginas
R$ 29,90
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Ashley nunca quis compromisso sério, mas tudo muda
quando ela conhece Dylan. Pela primeira vez, ela fica interessada
em mais do que só uma noite. Contudo, os sinais que
recebe do garoto a deixam insegura, e ela passa a tomar as decisões
erradas. Será que Ashley conseguirá abandonar seu estilo
de vida para viver esse amor?
280 páginas
R$29,90
Lançamento: março de 2013

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