sexta-feira, 21 de junho de 2013

The one for me


The one for me
Layla James
Sinopse:
Aos dezessete anos de idade, Katy não parecia ter boa sorte. Seus pais
anunciaram seu divórcio e seu namorado há um ano, Hayden, termina
com ela por uma gostosa de pernas longas, Holly, tudo em uma
semana. A – sorte – de Katy poderia muito bem ser enterrada com a
sua dignidade, quando ela se envolve com Liam.
Katy segue Liam depois que ele a convida para ir a uma festa, onde
encontra Holly e Hayden trocando saliva. Furiosa, Katy beija Liam para
tentar causar ciúmes a Hayden, deixando-a com uma reputação ruim
ao se envolver com o badboy da escola.
Determinada a salvar o último pedaço de sua reputação, ela propõe
Liam um negócio, uma boa reputação com seus professores, se ele
“fingir” ser seu namorado, para parar os rumores. Katy lida com o
divórcio de seus pais, sua reputação ser destruída e descobre ter mais
em comum com Liam que ela jamais imaginou. Ao final, Katy não pode
dizer que está 'fingindo' ser quem não é.
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Fevereiro/2013
Dedicado a Greg, que é o único para mim.
Capítulo Um
– Isso não é engraçado. – meu Pai grita.
Não, não é não. Encosto-me à mesa da cozinha e dou uma garfada no resto dos
meus ovos, desesperada pra sair da sala de jantar e ficar longe da briga dos meus pais. Eu
desejo poder rastejar para dentro do aquário na parede longe e me afogar. Tenho certeza
de que seria dizimada antes que meus pais pudessem notar.
Meus pais estão nessa novamente, pela décima sétima vez esta semana. Eu inclinome
no meu lugar para olhar para dentro da lavanderia, observando Papai. Ele está em pé
na frente da Mamãe, sua mão se fecha em torno de um par de cuecas boxer congeladas. O
rosto da Mamãe está sem emoção, não dando nenhuma atenção à ele. Ela tem uma cara de
assassino sem emoção.
– Eu não sei do que você está falando. – Mamãe diz, colocando a camisa que ela
está segurando, na tábua de passar em frente a ela. Ela aperta suavemente, girando o ferro
em círculos, lentamente.
– Isto. – diz Papai, acenando com o par de caixas congeladas em seu rosto. – Você
congelou todas as minhas cuecas boxer, Kathy.
Mamãe suspira, encolhe os ombros e sorri. Ela sorri. Eu tenho que desviar o olhar. É
muito arriscado. É quase engraçado. Quase.
Papai ri. É alto e histérico. Eu deveria olhar para trás e ver se a veia na cabeça de
Papai está pulando fora, mas eu não olho. Eu já sei que estará. Ele está rindo como um
coiote vindo para uma parada abrupta.
Hora de ir.
Eu escorrego para fora da minha cadeira até o meu quarto antes que as coisas
fiquem feias. Não que pudesse ficar muito pior que isso, de qualquer maneira. Esta tem
sido a pior semana da minha vida. Não só os meus pais estão se engolindo garganta abaixo
um ao outro, porque o Papai foi pego fazendo alguma coisa pesada, pela mamãe, com sua
recepcionista, mas Hayden terminou comigo. Estávamos namorando desde o ano passado
e eu lhe dei tudo de mim. Ele ainda não tinha me dado um verdadeiro motivo, só que ele
não sentia mais o mesmo por mim. Pensei que tudo estava bem, mas obviamente, eu tenho
talento zero quando se trata de ler as pessoas. Tal qual meu pai.
Eu tentei tanto não ir a escola todos os dias desta semana, mas meus pais me
fizeram ir. Eu tenho que ir para a escola e ver Hayden com Holly. Juntos. Se tocando.
Como ele costumava fazer comigo. Este é o real motivo. Holly com sua cabeleira enorme e
cintura fina. Esse foi o real motivo “ele não sente mais o mesmo por mim.” Porque ele
“sente” isso com outra pessoa agora, jogando-me para o lado como se eu fosse um pedaço
de nada. Eu tiro esses pensamentos da minha cabeça. Eu certamente posso fazer isso. Eu
posso colocar minhas calcinhas de garota crescida e passar por mais um dia.
Graças a Deus é sexta-feira. Eu posso ter o fim de semana para mim, eu não posso
aguentar muito mais do que um dia deste.
Eu luto contra as lágrimas que ameaçam cair no meu rosto. Pego minha bolsa e
coloco sobre o meu ombro. Eu não me despeço dos meus pais, eu não quero ver seus
sorrisos falsos. Escorrego para fora e entro no meu Honda. Eu ligo o rádio tão alto que eu
sei que a minha mãe estaria dando-me uma negativa com a cabeça agora mesmo. Eu vou
em direção à escola. Eu adorava a escola. Não somente porque eu podia ver Hayden, mas
porque eu gosto de aprender. Eu gosto de saber que eu sei das coisas. Agora, minhas notas
ainda estão boas, mas eu não ligo mais para o aprendizado. Tudo o que penso é como
conseguir sair do inferno que estou vivendo.
Estou deliberadamente atrasada, como eu tenho estado todas as manhãs desta
semana. Eu espreito pelos corredores vazios, não tendo que olhar para ninguém. Não
posso arriscar vendo Holly ou Hayden mais do que eu preciso. Dói muito. É como um
acidente de carro. Você não pode ajudar, mas olha e não consegue parar de olhar à
distância. É mentalmente cansativo. Não só vê-los juntos, mas é uma merda todo mundo
me olhando com esses olhares de pena. É agravante e patético.
Eu entro na aula de biologia e olho de relance para o quadro. SEXO está escrito em
uma grande letra cursiva no quadro-negro. Ah, não. Eu temia esse dia desde o início do
semestre. A conversa sobre sexo. Não só falar sobre sexo, mas falar sobre sexo na frente de
uma classe cheia de gente mais velha e nosso professor, Sr. Fringe, que é um total gostoso.
Eu luto contra a vontade de me virar e voltar para casa, mas o Sr. Fringe olha pra cima, o
rosto calmo, bonito, mostrando uma fileira de dentes brancos sob seu sorriso
entusiasmado.
– Você vem, Katy? – Sr. Fringe pergunta, seus olhos secretamente hipnotizandome
a andar para a aula. Essa é a verdadeira razão do Sr. Fringe ter este trabalho, ele tem
superpoderes secretos que com um olhar, ele pode fazer qualquer um entrar na classe.
Quem não quer ver isso por uma hora todos os dias? Esta menina quer.
– Hum, sim, é claro. – resmungo e caminho para a minha mesa, onde minha
melhor amiga, Jennifer, fica torcendo seu chiclete em torno de seu dedo.
– Eu vejo que você notou a palavra proibida no quadro. – Ela mexe suas
sobrancelhas escuras. – Vamos aprender alguns movimentos. – diz ela, movendo os
quadris pra frente e pra trás.
– Deixa de ser grossa. – eu digo, tirando meus livros. Não que Jen já tenha feito
sexo, ou não surtaria se alguém tentasse. Mas, ela adora fazer as pessoas pensarem que ela
não é tão assustada quanto a próxima virgem. Sua mãe iria matá-la e enterrá-la no quintal
de sua casa.
– Você parece cansada. – diz Jen, jogando o cabelo preto para trás de seu ombro.
– Eu sou a asiática, eu tenho que ter os olhos apertados, não você. – Ela sorri, mas o
sorriso desaparece quando eu não devolvo. – Seus pais novamente? Ou é Hayden, porque
você merece mais do que aquele imbecil.
Eu dou de ombros. – Ambos. Mas, hoje, meus pais. Eles têm pulado um na
garganta do outro. Desde que Papai foi pego, tem sido um inferno. Ela congelou a cueca
dele, Jen. – Eu arregalo meus olhos. – Eles estavam brigando quando saí esta manhã.
Jen tenta o seu melhor para segurar uma risada, mas ela desliza. Ela atinge a mesa
com seu punho. – Droga, eu amo a sua Mãe.
– Isso é sério. – eu sussurro, dando-lhe a minha melhor cara séria. Ela revira os
olhos e torce seu chiclete um pouco mais.
– Sem conversa, senhoritas. Vamos, a aula começou. Hoje nós vamos falar sobre
sexo. – Alguém solta um assovio de lobo do fundo e Sr. Fringe balança a cabeça. – Pare
com isso. Isso é uma ciência muito importante, não apenas dois minutos de prazer na parte
de trás da minivan da sua mãe. – Sr. Fringe revira os olhos. Ele tem apenas 26 anos e
sempre sabe o que estamos fazendo. Quando se trata de tapear, passando bilhetes ou
fazendo os olhos arregalarem para o outro, ele sempre sabe. Ele também nunca tem medo
de nos colocar pra fora.
– Eu fico mais do que isso. – alguém grita do fundo.
Sr. Fringe levanta a sobrancelha e sorri. – Altamente duvidoso.
A classe explodiu em gargalhadas.
– Eu gostaria que o Sr. Fringe fizesse uma pequena pausa de dois minutos comigo.
Sussurros de Jennifer. Eu dou uma cutucada nela. Eita. Esta menina é impossível.
– Srta. Chang tem algo que você gostaria de compartilhar com a classe? – pergunta
o Sr. Fringe, subindo a sobrancelha.
– Eu só disse...
– Ela não disse nada. – eu a interrompo, balançando a cabeça. – Absolutamente
nada. – eu resmungo. Ela ri atrás de sua mão.
Sr. Fringe endireita seu botão da camisa e se inclina atrás da sua mesa, cruzando os
braços. Ele olha a mim e Jen desconfiado. Ele sempre sabe. – Vou dizer uma coisa. Todos
vocês tiveram o mesmo parceiro de laboratório durante todo o ano. É hora de trocar. –
Todos gemem. – Eu sei, a vida é tão horrível. Todo mundo movendo-se para o assento à
sua esquerda, precisamos trocar de lugar.
Jennifer cruza seus olhos então pega suas coisas, indo para estação de laboratório
em frente a nós. Eu ouço as cadeiras sendo arrastadas contra o chão de azulejo. Quem
senta atrás de mim? Eu nunca olho lá pra trás. Eu mantenho minha cabeça baixa de
qualquer jeito, escrevendo coisas inúteis no meu caderno, até ouvir o banquinho ao meu
lado se mover.
Eu dou uma olhada. Ele coloca seus livros para baixo e olha para mim. Seus olhos
cinza escuro cortando os meus, mas ele está sorrindo, o canto de seus lábios movendo-se
lentamente pra cima. Ah, não. Eu suspiro. É Liam. – Ótimo – eu murmuro. – Perfeito.
Simplesmente perfeito.
– Ai. – diz Liam, sua voz profunda e lenta como veludo. Ele esfrega a mão grande
sobre o peito e balança a cabeça. – Isso poderia machucar um pouco se você fosse outra
pessoa, e eu realmente me importasse.
Eu estreito meus olhos e ele levanta a sobrancelha preta. – Sr. Fringe – eu digo,
levantando a mão. – Bem, veja quem não saiu do jardim de infância, ainda levantando a
mão como uma criança de cinco anos. – Liam ri para si mesmo, se inclinando e sacudindo
a cabeça, seu cabelo preto balançando com cada movimento.
Sr. Fringe se vira para mim. – Sim, Srta. Taylor.
– Eu preciso de um novo parceiro. – Eu lhe dou o meu melhor pedido de ajude-me,
por favor; Liam parece animado, com seu jeito adolescente.
– Nada feito. – Ele balança a cabeça. – Não seria justo.
– Mas Sr. Fringe, Liam...
– Não. – ele diz, com firmeza. Ele vira as costas para mim e começa a escrever no
quadro. Eu luto contra a vontade de jogar minha caneta na parte de trás de sua cabeça
perfeitamente penteada.
– Parece que você está presa comigo, querida. – Liam mexe suas sobrancelhas
escuras.
– Não me chame assim. Na verdade, não me chame de nada, só preste atenção.
– Como se eu fosse chamar você. Você provavelmente não sai, de qualquer maneira,
muito ocupada estudando, certo? – Ele bateu na testa com a palma da mão aberta. –
Espere, não. Isso mesmo. Você sai com aquele cara, Hayden, não é? Ele é um idiota,
boneca. – Liam pega o lápis, torcendo-o entre as palmas das mãos.
Eu cerro os dentes. Eu escrevo o que o Sr. Fringe está escrevendo. – O quê? Vocês
não? Será que o bonitão terminou com você?
– Cale-se – eu grito, batendo a minha caneta na mesa.
Liam joga as mãos pra cima em sinal de rendição. – Você não tem que dizer. – diz
ele. – Eu sou muito sensível. Você pode ferir meus sentimentos, se você continuar jogando
as coisas.
Esse garoto tá falando sério? Eu gemo e continuo escrevendo. Eu vou furá-lo com
aquele lápis.
– Ok, sua tarefa para o fim de semana é conhecer o seu parceiro. Escrevam uma
lista de coisas que você gosta e não gosta sobre a pessoa. Segunda de manhã vocês vão
precisar ter um papel declarando quais coisas poderiam atraí-los. Todo mundo usa algo
para atrair seus companheiros, assim como os animais. Sexo é tudo sobre atração... bem e
fazer bebês, mas começa com a atração. – Poucos alunos riem.
Você está falando sério? Eu fecho meus olhos e balanço a cabeça. – Temos que ficar
junto com o nosso parceiro. Você está falando sério agora? – Eu guincho. – Porque, eu
sinto que alguém está para me pegar.
Jennifer olha para mim, seus olhos pequenos se arregalaram. – Merda – ela mexe
com a boca, olhando para Liam.
Ele pisca e lhe dá um grande sorriso sombrio.
– Sim, Srta. Taylor estou falando muito sério. – diz o Sr. Fringe. – Por que eu não
estaria?
– Eu acho que é uma ótima ideia, Sr. Fringe. Começar a conhecer os nossos
parceiros, até altas horas da noite. – diz Liam, mexendo suas sobrancelhas.
Alguns meninos gritam em acordo.
Sr. Fringe me dá um olhar de eu entendi agora. – Pare com isso, Liam. A única
coisa que vocês terão que fazer um ao outro é perguntar e responder coisas sobre este
assunto. Alguém tem alguma pergunta a fazer sobre a tarefa?
Sim, por que diabos isto está acontecendo comigo? Por que ele? Por que meus pais?
Por que Hayden?
– Passem os últimos minutos da aula perguntando aos seus parceiros algumas
coisas para terem com o que começar. – Sr. Fringe se vira e começa a olhar uma pilha de
papéis em sua mesa.
Quando eu olho pra cima, Liam está sorrindo para mim, com os braços
graciosamente colocados sobre a mesa à nossa frente. – Então, querida, vamos acabar com
isso. – Liam se inclina para frente. – Eu sei que você está morrendo de vontade de me
conhecer. Assim, pergunte.
– Isso é completamente falso, mas seja lá o que for. – Ponho o meu cabelo
castanho atrás da minha orelha e olho para o meu caderno. – Qual o seu nome completo?
Eu sinto seus dedos pegarem meus fios de cabelo em meu ombro e eu pulo longe
dele. Ele parece satisfeito. – Guarde suas mãos para você. Qual o seu nome todo?
– Liam Erickson. – Ele sorri e eu vejo a fileira de dentes brancos abaixo dos seus
lábios. – Como se você não soubesse. – Eu acho que ele está tentando ser charmoso. Não
está funcionando.
Eu sei o seu nome todo, mas eu não vou deixa-lo saber disso. – O que você gosta de
fazer para se divertir?
Ele acaricia o queixo com o dedo indicador longo. Está coberto com cabelo
desalinhado. Ele faz um som leve quando coça. Ele parece ter mais de 18 anos. Talvez ele
tenha reprovado alguns anos? – Hummm, isto depende da sua resposta pra sair comigo?
– A resposta é não.
– Oun, eu poderia te dar bons momentos, querida. –
– O que você gostaria de fazer, Liam? Toda esta tolice é necessária?
– Diga necessária novamente, sua boca parece sexy quando você diz.
– Ugh. – Eu fecho meu caderno empurrando-o em minha bolsa. – Olha, eu não
tive uma boa semana, então se você gostaria de falar sobre a tarefa, você pode me
encontrar hoje à noite na biblioteca, às sete. Se não, não apareça. Eu vou inventar um
monte de coisas sobre você. Eu não tenho tempo para estupidez de merda.
Liam limpa o canto da boca com o polegar e ri.
– O que é tão engraçado?
– Você disse merda. Você não parece ser do tipo, é tudo? – Ele aponta pra mim. Eu
me olho uma vez mais. Eu pareço... normal. O que ele tá falando?
Ele segura o riso. Oh, eu quero dizer mais do que merda agora. A campainha toca e
eu puxo a alça da minha bolsa no ombro. – Bem, Eu acho que eu sou o tipo. Vejo você às
sete. – Eu olho para ele, seu sorriso sombrio rasteja até o queixo pesado. – Para estudar.
– Eu me lanço fora da sala de aula, em uma corrida louca para a sanidade. Amaldiçoado
seja o Sr. Fringe, não poderia me dar um parceiro normal?
– Você tem a pior sorte. – diz Jennifer, indo comigo até meu armário. – Liam
Erickson, o próprio bad boy da escola. Toda escola tem um desses. – Jennifer diz, abrindo
o armário dela e verificando seu brilho labial. – Embora, ele seja uma espécie de...
– Não diga isso. – eu disse, parando-a com minha mão. Eu não quero ouvir isso.
Nós duas vamos para a classe. Parece que eu estou presa com Liam. Ótimo.
***
– Não olhe. – diz Jennifer no meu ouvido. Eu mantenho meus olhos na minha
comida, sabendo por que ela não quer que eu olhe pra cima. Ele está aqui, na lanchonete.
Ele deve estar com ela. Eu empurro minhas ervilhas em torno do meu prato alguns
segundos até que meus olhos me traem. Eles apenas piscam sem a minha permissão. Eu
estremeço. – Eu lhe disse para não olhar. – diz Jennifer.
Hayden está entrando na lanchonete com Holly. Ele é alto, magro e perfeitamente
perfeito. Seus olhos verdes são brilhantes nos peitos cheios dela. Eu olho pra baixo para os
meus, a decepção é um eufemismo. Ele envolve seu braço bronzeado em torno da cintura
fina de Holly enquanto andam em direção a sua mesa. Ele parece tão tranquilo, tão
perfeito, tão confortável com ela, como se estivessem juntos há anos.
– Isso é péssimo. – ouço atrás de mim. – Não é à toa que você é tão amarga.
Eu olho por cima do meu ombro para Liam. Ele está balançando a cabeça pra frente
e pra trás. – Cale a boca, Liam. Vá pra longe de mim.
Ele sorri, e se inclina e agita seus cílios. – Ah, com certeza você sabe como ser doce,
não é, querida?
Jennifer bufa ao meu lado, quase engasgando com a bebida. Eu dou a ela meu olhar
mais mortal.
Eu suspiro, virando completamente em direção a ele. – O que você quer Liam?
Ele senta indeciso no banco ao meu lado, cruzando os braços sobre seu amplo peito.
– Só queria dizer que hoje a noite não é bom pra mim. Eu tenho planos. Assim, a agradável
leitura, texto e aborrecimento terá que esperar até outro momento.
Eu exalo, fechando os olhos. – Liam, eu tenho a sensação de que todas as noites
serão ruins pra você. Olha, hoje é o único dia que eu posso fazer isso. Sábado eu ajudo
minha mãe com o jardim e domingo eu vou a igreja. Assim, significa que você terá que
desfazer seus planos.
Liam ri, é seco e áspero. – Você trabalha com o jardim? Quantos anos você tem?
Noventa? E por que não pode ser mudado, querida? Puxar ervas daninhas é importante?
Eu cerro os dentes. Ele está tirando sarro de mim. – Não, não pode. Então, o que
você tem hoje que é tão importante?
Ele dá de ombros. – Tem uma festa hoje à noite no Aaron Mitchell. Eu quero ir. Eu
tenho que ir, é esperado que eu vá.
– Uma festa? Isso parece tão importante, Liam.
Ele revira os olhos. – Você gostaria de vir comigo, parceira? Vai ser muito divertido.
– Ele mexe as sobrancelhas. Eu franzo as sobrancelhas e dou a ele um olhar certo de que
sim é o inferno. – Vou tomar isso como um não.
– Eu não vou e nem você, porque temos planos. – Cruzo meus braços. – Eu não
receberei uma nota ruim por sua causa.
– Eu gosto de como isso soa. – ele sussurra, inclinando-se para mim. Eu pego um
cheiro dele. Ele cheira a madeira de sândalo e ao oceano.
– Vá, Liam. Eu te vejo hoje à noite. Traga papel e lápis. – Eu o enxoto com a minha
mão.
– Vou trazer alguma coisa, querida, mas não será caneta ou papel. – Eu faço
barulho de engasgo. Ele sorri. – Talvez, se eu tiver tempo pra vir ver isso. – Ele se levanta
e começa a sair.
– Liam! Espere! É melhor você vir. – eu grito, olhando para ele.
Ele acena com a mão sobre o ombro e continua indo pra longe da minha mesa.
Droga. Olho para Jennifer e ela dá de ombros. – Parece que ele vai dar trabalho.
Parece.
– Ah. Parece que alguém é um pouco ciumento, também – , diz ela, apontando o
garfo com um feijão verde nele na frente dela.
Eu olho. Hayden está me olhando do outro lado da sala, o verde intenso dos seus
olhos em mim. Sua mandíbula está apertada, mas não posso deixar de notar seu braço no
ombro de Holly. Eu balanço minha cabeça ligeiramente. Babaca. O que isso tem a ver com
ele, com quem eu falo? Eu olho para baixo e continuo a comer. Dói muito pra olhar.
Capítulo Dois
Eu bato meu lápis na mesa de madeira da biblioteca. Adicionando também à mesa
minha própria decoração. Ela diz, eu odeio Liam. Espero que ele veja um dia.
Dou uma olhada no meu relógio. Sete e meia. Eu cerro os dentes e escrevo
furiosamente no papel. Não apareceu na hora certa, não se preocupa com suas notas ou
seu futuro. Um cabeça de vento! Usa esse jeito elegante pra iludir as meninas, também! Eu
fecho meu caderno e enfio na minha bolsa. Eu não posso acreditar nele! Ele realmente não
vai aparecer.
– Argh. – eu sussurro. Eu vou matá-lo. Eu não posso fazer papel de doida sem sua
ajuda. Eu não sei nada sobre ele, exceto que ele é um safado da escola de Avalon. Jesus. O
que eu fiz para merecer este tipo de castigo? Olho ao redor da biblioteca mais uma vez. E
não vejo Liam em qualquer lugar. Pego minha bolsa e jogo sobre o meu ombro.
A biblioteca está vazia, além de mim e do bibliotecário, que está lendo algum
romance, e sequer me vê sair. Deve ser muito empolgante. Pelo menos alguém está se
divertindo.
Eu saio para o estacionamento vazio e jogo minha bolsa no banco traseiro. Eu olho
as sombras, alguém poderia sair e me assassinar, eu aposto que enfim Liam se importaria.
Eu pulo no banco da frente. Furiosa, eu dou ré e vou em direção a minha casa. Eu já posso
ver o olhar desapontado do Sr. Fringe na manhã de segunda-feira, quando perceber que
meu papel está cheio de porcaria sobre o ridículo Liam. Eu dirijo e suspiro. Por que estou
sendo punida? Eu estudo. Eu sou legal com as pessoas. Porque é que o céu está reinando
sobre de mim? Eu dirijo, passando pela água até que eu vejo a escola onde todos os meus
problemas começaram, sendo parceira do Liam. Se eu pudesse apenas começar a fazer o
Sr. Fringe mudar de ideia.
Eu dirijo poucos quilômetros e noto um grande grupo de pessoas reunidas em torno
de uma casa envolta pela água. Ilha de Santa Catalina, Califórnia, é um ótimo lugar para se
viver se você é bronzeado, um surfista ou tem um corpo praiano. Eu não sou nenhum
destes.
Eu olho mais perto e vejo as crianças em idade do ensino médio e lembrei-me da
festa do Aaron Mitchell. Eu sorrio. Este é o lugar onde Liam queria ir. Eu devo ir? É o
inferno que sim.
Eu estaciono atrás de um jipe. A música está alta e eu vacilo. É tão alto, que eu mal
posso dizer que música está tocando. A casa é em frente à praia e grande. Aaron é o filho de
uma ginecologista e um advogado. Eles têm pilhas de dinheiro. Ele faz esse tipo de festa
pelo menos uma vez por mês, quando seus pais viajam para conferências.
Eu não tenho ido a festas como essa já faz um tempo. Hayden e eu fomos juntos a
uma festa na praia há alguns meses. São todas iguais. Nadar, comer, beber e fazer sexo.
Isso é passado.
Eu percorro a areia para a porta da frente, que está aberta. Eu luto contra a vontade
de bater, mas a julgar pela quantidade de bêbados, tenho certeza de que ninguém notaria.
Está com cheiro de fumaça, água do mar e álcool quando entro. Tem adolescentes em
todos os lugares. Eu estou surpresa que eles não estão pendurados nos lustres, grandes e
caros de cada ambiente. Eu vejo alguns rostos familiares, mas não Liam. Parece que o
zoológico é aqui, durante a época de acasalamento. A cozinha está cheia de latas de cerveja,
bebidas derramadas e adolescentes na cara uns dos outros. Eu examino o ambiente e
estreito meus olhos quando vejo Liam. Ele se vira ao contrário, seus pés cruzados e
segurando uma cerveja.
Eu vou em direção a ele e ele olha pra mim. – Caramba. – diz ele. – Você parece
assustada, querida. Quer uma cerveja? – ele diz, oferecendo a cerveja que ele está
segurando.
– Eu pareço querer uma cerveja, Liam? – Eu pergunto e o cara de pé ao lado de
Liam arregala os olhos e foge. Eu o vi algumas vezes pela escola, ele parece ser o melhor
amigo de Liam. Como ele tem amigos, me pergunto.
Ele zomba. – Não, mas parece que você precisa de uma. Fique tranquila, querida –
ele diz, batendo o braço no meu. Ele sorri para mim. – Você assustou Billy. Vou admitir
que você é um pouco assustadora às vezes. Quando você vem com ‘me deixe em paz', ' faça
o que eu digo.’
– Você é ignorante, ou está deliberadamente me evitando? Supostamente nós
deveríamos nos encontrar hoje à noite, Liam. Nós temos o projeto para este fim de
semana, existe algum sino aí em cima? – Eu pergunto, apontando para sua cabeça.
Ele pega a minha mão e aperta. Puxo minha mão pra longe. Ele sorri. – Eu lhe disse
que eu tinha planos ou você não teria aparecido aqui. – A música muda e ele balança sua
cabeça para cima e para baixo com a música. – Quer dançar? – ele pergunta, mexendo as
sobrancelhas escuras. Ele pega minha cintura e começa a nós balançar pra frente e pra
trás. Ele tem a atenção de uma criança do jardim de infância.
Eu o empurro pra longe de mim e cerro os dentes. Eu sinto o calor correndo para
minhas bochechas. Sério? Esse cara é de verdade? – Não! – Eu grito. – Eu não vim pra
dançar com você. Eu vim pra lembrá-lo de que você, não só está jogando as minhas notas
fora, mas as suas também!
– Uau, você é ranzinza, você está naqueles dias do mês? – Ele se inclina e sussurra.
– Tudo bem, Liam. Eu vou fazer o trabalho sozinha. – Eu começo a afastar e ele
agarra meu braço.
– Ah, vamos, estou brincando com você. Tenha senso de humor, sim? – Ele sorri
pra mim. Realmente parece quase verdadeiro. Quase. Ele olha para cima, sobre meu
ombro e para de se mexer. Eu olho por cima do ombro, seguindo seu olhar e vejo Hayden e
Holly entrarem na sala. Holly para e começa a conversar com alguém enquanto Hayden
sonda o ambiente. Seus olhos encontram os meus e meu coração dói. Suas sobrancelhas se
apertam e ele trava sua mandíbula. Eu quero passar o dedo sobre a sua testa e desfazer a
ruga. – Parece que seu ex é um pouco ciumento, querida. – Liam sussurra no meu ouvido.
Eu ainda me mantenho olhando, observando ele me ver. Eu quero correr pra ele, pra ele
me abraçar forte. Ele não faria.
Hayden olha para o lado e passa o braço em volta da cintura de Holly, trazendo-a
para mais perto dele. Meu corpo sente como se fosse cutucado por alfinetes e agulhas. Eu
acho que vou vomitar. Ela se vira e beija sua mandíbula, ele irradia alegria para ela com
olhos admirados.
Eu viro minha cabeça. Eu não consigo ver isso. Eu não posso suportar isso. Olho
para Liam, ele tem uma sobrancelha levantada e um sorriso saindo de seus lábios. Ele
provavelmente se sente muito mal por mim. Isso me deixa mais louca ainda. Tantas
emoções inundam meu cérebro. Eu não posso deixar Hayden me afetar assim. Eu não
posso deixá-lo ganhar. Eu fico nas pontas dos pés agarro rosto de Liam e o beijo. Eu estou
tão chocada que não posso me fazer voltar aos meus sentidos. É só isso. Eu o beijo.
No começo, ele ainda fica com os braços ao lado do corpo, provavelmente revoltado.
Então ele lentamente solta, envolve seu braço na minha cintura e me puxa para ele, meus
pés pendurados, impotentes.
Estou tentando imaginar a expressão no rosto de Hayden, mas eu me inclino e beijo
Liam um pouco mais do que eu deveria. Seus lábios são tão macios quanto parecem. O
gosto da sua boca é como hortelã e eu pareço me perder nele. De repente, Liam gira em
torno de mim e me levanta no balcão que ele estava encostado. Ele aperta ainda mais,
entre as minhas pernas. Suas mãos sabem exatamente onde tocar, seus lábios
correspondem ao ritmo dos meus... Eu saio do meu torpor e puxo pra longe dele. Não, não,
não, isso não está acontecendo. O que. Inferno. Katy!
Meus olhos estão arregalados, o calor está queimando meu rosto e eu posso sentir o
brilho de Hayden atrás da minha cabeça. Liam está respirando com dificuldade, seus
braços de cada lado dos meus quadris. O que diabos acabei de fazer?
– Eu... – murmuro as palavras me deixando. – Eu... – eu desço minha cabeça gira,
e passo por Liam.
– Katy – Liam grita, mas eu não paro, continuo no meio da multidão de
adolescentes, até que eu estou no meu carro. Eu o ligo e saio da garagem. Eu não posso
acreditar que eu simplesmente beijei Liam Erickson. Eu sou capaz apenas de manter a
minha mente em dirigir enquanto vou pra casa. O que eu vou lhe dizer na segunda-feira?
Que loucura embaraçosa. É claro que isso não passou na minha cabeça quando eu me
joguei pra ele. Eita, Katy. Por que você deixa Hayden ter esse efeito sobre você? É patético.
Eu subo pra garagem, e vou direto pra casa.
Mamãe está na cozinha quando eu entro, comendo sorvete fora da caixa. Seus olhos
escuros olham pra mim e ela sorri. É falso. Seus olhos parecem um pouco inchados. Será
que ela estava chorando? Ela leva uma colherada grande de sorvete de chocolate e diz: –
Oi, bebê, você está bem? Você parece um pouco pálida.
– Eu estou bem, Mãe. – Você é a única que parece ruim. Deve ser Papai.
Ela franze a testa. – Ainda não voltou com Hayden? – ela pergunta, tomando uma
segunda grande colherada de sorvete. Ela realmente parece mal.
– Não – eu sussurro. – Hum, você tem certeza que você está bem Mãe?
– Sim, querida. – diz ela através de outra colherada.
– Ok, bem, eu acho que eu estou indo pra cama. Eu estou cansada.
– Querida, sobre o seu pai e eu, olha, eu lamento...
– Mãe, por favor. Eu não quero falar sobre Papai, você, Hayden ou Holly. Eu quero
ir pra cama, por favor. Eu estou cansada.
Mamãe concorda. – Eu só ia te dizer, ele foi embora. – ela diz.
Meu coração para. Embora? Como foi embora? Não, não, não. – Embora, sem dizer
adeus? Ele já saiu? Ele não ia esperar por mim ou algo assim?
– Ele me disse para lhe dizer que ele estará de volta amanhã para pegar suas coisas.
E então, ele irá te ver.
Eu fecho meus olhos e luto contra as lágrimas. – Isso é uma merda. – Eu o odeio.
Ela olha para cima, seus olhos tristes. – Sim, isso é. Sinto muito, Katy... – ela
continua falando, mas minha cabeça está girando muito para tentar lidar com as
desculpas.
Mamãe pega a minha mão. – Eu vou pra cama. – eu digo, engolindo de volta o
nódulo doloroso crescendo em minha garganta.
Mamãe tira sua mão, acena com a cabeça e empurra o seu longo cabelo no ombro. –
Ok, bebê. Durma um pouco, tem sido uma longa semana.
Você não tem ideia.
***
– Katy, levante-se. Alguém está aqui pra ver você. – eu ouço Mamãe dizer.
No começo, eu acho que estou sonhando. Porque, Jennifer sabe que não deve vir tão
cedo para me ver num sábado e eu não conheço ninguém que iria querer. Eu ligeiramente
abro um olho sonolento e olho pra ela. Eu não estou sonhando. Ela está olhando para mim,
uma sobrancelha levantada. Eu sinto os efeitos de ficar até tarde chorando. Meus olhos
estão inchados e sensíveis. – Diga que estou dormindo. É Jennifer? – Eu esfrego os olhos.
Mamãe balança a cabeça. – Não. É um cavalheiro. – diz ela, muito Sulista, com
sotaque e tudo.
Eu pulo da cama. – Quem? – Pulos no meu coração. Hayden?
– O nome dele é Liam. – O que. Inferno. – Ele está esperando lá embaixo, é melhor
você se levantar. – Ela sorri. Isto. Não. Está. Acontecendo. – Ele é bonito, Katy...
– Não, Mãe. Não vá lá.
Ela joga as mãos para cima em sinal de rendição, revira os olhos escuros e deixa
meu quarto. Aturdida, eu pulo fora da minha cama, e pego um jeans e uma camiseta. Eu
puxo meu cabelo num rabo de cavalo baixo e desço as escadas. Liam está sentado no sofá
em frente da minha mãe, falando. Eu estremeço. Eu pisco duas vezes. Ele ainda está lá.
Meu pesadelo é real.
Olhos da Mamãe piscam para os meus. – Katy, que bom que levantou para se juntar
à nós. – Liam vira e seus olhos encontram os meus. Constrangimento me possui e eu sinto
minhas bochechas queimarem. Eu poderia cozinhar um ovo nelas.
– Liam, eu posso falar com você? – Eu pergunto, estreitando os olhos. Meus dedos
batem nervosamente ao longo do meu antebraço.
Liam sorri e eu odeio que o meu estômago flutue quando ele sorri. – Claro,
parceira. Eu só estava explicando a sua mãe como será necessária uma folga hoje para que
pudéssemos ir à biblioteca. Ela disse que você não precisa ajudar com o jardim.
Olho para minha mãe que está sorrindo. Eu estreito meus olhos e seu sorriso achata.
– Meu Pai está vindo hoje, para pegar suas coisas.
– Sobre isso... – Mamãe diz, levantando-se. – Ele não virá até à noite. Ele vai ficar
para o jantar. Temos que tentar falar sobre tudo isso, Katy.
Eu tremo. Conversar com Mamãe e Papai pode acabar em uma luta de boxe.
Quando eu olho para Liam ele está me encarando, olhos firmes. – Tudo bem, vamos
conversar Liam. Mãe pode nos dar licença?
Ela acena com a cabeça e vai para a cozinha, longe de ouvir. Assim que eu sei que ela
não pode mais nos ouvir, eu saio da escada e caminho em direção a ele. Ele tem um olhar
divertido no rosto. Eu empurro seu ombro. – O que diabos você está fazendo na minha
casa, Liam?
Ele se levanta, com um sorriso enrolado nos lábios. Seus braços longos atravessam
seu peito e ele ri. – Temos um projeto pra fazer, não é? Foi por isso que você foi à festa da
noite passada. – Ele sorri, é escuro e ganancioso. Ele está sugerindo aquilo. Meu corpo
inteiro está tremendo. Eu não sei bem por que.
Eu lanço meus braços no ar. – Vá em frente e diga Liam.
Ele encolhe os ombros e se inclina para trás em seus calcanhares. – O que você quer
dizer, Katy? – Ele pergunta, com os olhos arregalados.
A imagem pisca na minha cabeça. Os lábios de Liam nos meus, me colocando no
balcão e alargando a boca para tocar a sua língua no meu lábio inferior. Eu cerro o punho e
luto contra a vontade de lhe dar um tapa. Eu não posso acreditar que eu o beijei. – Eu
beijei você, Liam.
Um sorriso rasteja até seu rosto. – Na verdade você fez Katy. Foi um bom beijo,
também. Não sabia que você era desse tipo. – Ele zomba quando eu coloco minha cabeça
nas mãos. – Ah, pare com isso. Eu sei que você estava apenas tentando fazer ciúmes
àquele babaca. Não é grande coisa.
Eu suspiro. – Desculpe, ele me tão deixa louca. – Liam levanta uma sobrancelha.
– De qualquer forma, vamos deixar isso como feito. Eu tenho planos.
– Estamos indo para a biblioteca? – ele pergunta.
– Não, eu tenho um laptop. Vou buscá-lo. – Me viro para ir buscar.
– Devemos ir para o seu quarto? – ele pergunta. Ele está sorrindo. Sim, como se eu
quisesse você no meu quarto, a sós comigo.
Meu estômago vira e gira. – Inferno n...
– É claro que vocês deveriam. – Mamãe diz. – Vou trazer o almoço em breve. – O
quê! Que tipo de mãe sugere que nós devemos ir ao meu quarto?
– Mãe, nós podemos ficar por aqui...
– Bobagem. – diz ela, recusando. – Não há espaço suficiente na mesa da sala e sua
escrivaninha é enorme. Vão pra lá e façam o seu trabalho. Tudo bem. Agora, vão lá pra
cima. – diz ela, apontando seu dedo para o meu quarto.
– Obrigado, senhora. – diz Liam. Ele vai em direção à escada, é a primeira vez que
eu realmente olho pra ele desde que eu levantei. Seus cadarços estão desamarrados e seus
jeans são rasgados. Eu posso ver sua pele através dos rasgos nos jeans. Sua camiseta
branca é apertada no peito e ele está sorrindo quando meu olhar chega a seu rosto. –
Vendo algo que gosta Katy?
– Não. Basta ir. – eu digo, apontando para as escadas. Eu passo Liam quando
chegamos ao meu quarto, e abro a porta. Minha cama desarrumada tem roupas espalhadas
pelo chão e livros abertos em todo o lugar.
– Caramba, Katy, eu pensei que você fosse mais organizada que isso? Srta. Notas
Perfeitas, pretensiosa. – diz Liam, fechando a porta atrás de mim. Ele está de pé perto e eu
estou ciente de todos os seus movimentos. Eu tenho Liam Erickson no meu quarto. Eu
nunca pensei que isso fosse acontecer. Isto não devia acontecer. Esta é a forma como ele
usa a sua astúcia para levá-las pra cama.
– Eu estava sendo acordada pela minha mãe, porque alguém não sabe como ir à
casa de alguém em uma hora descente. Eu desci direto. Deixe-me organizar as coisas
rapidamente.
Liam se abaixa e pega um sutiã de renda roxo. – Precisa de ajuda? Acredite em
mim, eu não me importo.
Eu tomo o sutiã dele e aponto para a minha cadeira. – Não, sem ajuda. Eu posso
fazer isso.
Corro e pego minhas roupas e faço minha cama. Eu nunca percebi quantas coisas
embaraçosas eu deixo espalhada. Isso é ridículo. Eu realmente preciso começar a guardar
minha lingerie. – Ok, vamos começar. – eu digo, colocando meu notebook na
escrivaninha e virando na minha cadeira para Liam.
Ele está inclinado sobre a mesa, sorrindo. – Então, quais são seus objetivos na
vida? – eu pergunto.
Liam ofega com os lábios, e depois solta um suspiro. – Uau, indo para o caminho
difícil, hein? Vamos ver. – ele diz, acariciando o queixo com o longo dedo indicador. – Eu
quero ter meu próprio bar, quando sair da escola.
Eu escrevo Bar na minha lista. – Então, você vai para a faculdade de
administração?
– Eu pareço o tipo que vai pra faculdade, Katy?
Claro que não. – Hum, milagres acontecem. Então, você vai entrar nessa às cegas?
Ele revira os olhos. – Meu tio tem um bar. Próxima pergunta. – ele diz, cruzando
os braços.
– Algum irmão?
Ele dá de ombros.
Oh. – Como você não sabe? – Eu pergunto.
Liam balança a cabeça. – Próxima pergunta. – ele estala.
– Liam, você tem que responder a algumas dessas perguntas, assim eu terei com o
que trabalhar.
– Eu fiz ontem à noite. – ele sussurra, com voz baixa. – E eu acho que você gostou.
– Cala a boca, você...
– Katy! Ah meu Deus, é verdade... – Jennifer entra correndo no meu quarto,
parando abruptamente. – É... – ela suspira. – Você saiu da festa com Liam e veio pra casa
com ele. – Ela chega mais perto, seus olhos pequenos arregalados. – Você fez sujeira.
– O quê! – Eu grito, de pé. – Sujeira? Você só pode estar brincando com minha
cara!
Jennifer balança a cabeça e coloca a mão em seu quadril estreito. – É o que todo
mundo está dizendo. Eu estava defendendo você, mas... – ela se aproxima sacudindo a
cabeça. – Brenda Lin me ligou, dizendo que Tommy Cho ligou para ela.
– Você é o centro Asiático de fofocas. – Liam diz, sorrindo.
– Jesus... – murmuro na minha mão. – Por que eu? – Eu grito em direção ao teto.
Liam bufa. – Você é uma rainha do drama. Eu não sou tão ruim assim, Katy. Você
poderia fazer muito pior. Você já fez. – ele murmura.
Eu olho para ele. – Nós temos que parar com isso, Liam. Eu não posso deixar que as
pessoas achem que eu dormi com você. Isso é loucura. Eu não posso deixar minha
reputação descer assim. O que as pessoas vão dizer?
– Enterrada... – diz Jennifer. – Consolo. Brinquedo de menino. – Ela encolhe os
ombros. – Apenas algumas palavras aleatórias que eu peguei.
Minha cabeça bate na mesa e eu resmungo um choro por isso. – Ah meu Deus. Eu
estou pronta para Justin Bieber correr e gritar que eu tenho sido uma sem valor!
– Bem, você me beijou, querida. Tenha isso como experiência, rumores começam a
partir de alguma verdade.
Jennifer engasga. – O quê? Katy? Você o beijou? – Ela está sorrindo e eu quero dar
um murro em sua cara. Este não é um sorriso importante.
– Eu estava apenas tentando fazer ciúmes em Hayden. Ele ficou nos encarando e se
esfregando em Holly. Isso me deixou doente. O que eu deveria fazer?
– Ir embora? Por que você estava lá, de qualquer jeito? Por que você não me
convidou? – Jen coloca as mãos nos quadris. Ela me disse que isso a faz parecer mais séria.
– Eu não ia, Jen. Eu estava tentando fazer Liam vir e fazer a sua tarefa comigo. Isso
é o que estamos fazendo agora.
– Claro. – ela murmura. – Se essa é a história que você vai contar. – Jen salta
quando o alarme do telefone apita. – Merda, meus 10 minutos acabaram. Eu estou
lascada. Eu tenho que voltar, eu disse à minha mãe que estava andando com o cachorro.
Ela virá me procurar se eu não me apressar. Você sabe como ela é, estudo, estudo. Você é
asiático, você tem que fazer o certo. Mostrar aos americanos que somos inteligentes. Nós
vamos governar. Você sabe as regras.
– Cadê seu cachorro? –
– Eu o coloquei num canil atrás de um arbusto na frente da minha janela,
inteligente não?
– Seu cachorro não late para tudo?
– Merda. – diz ela. – Vejo você mais tarde. – Jennifer bate a porta e ouço seus
passos pequenos correndo as escadas.
– Bem, bem. O que você quer fazer, Katy? Seu menino-brinquedo está entediado.
Ele sorri e agita seus cílios.
Eu suspiro. – Vamos fazer este projeto estúpido. – murmuro.
Quinze minutos mais tarde, depois de conseguir as respostas de Liam, minha mãe
bate na porta. – Trouxe pra vocês alguns sanduíches e batatas fritas. – Mamãe coloca a
comida sobre a mesa. – Sobre o que Jennifer estava pirando? – ela pergunta.
Liam olha para mim, mastiga a ponta da sua caneta e sorri.
– Alguém a chamou pra sair. – eu menti.
Ela sorri. – Isso é ótimo. Talvez vocês possam sair em um encontro duplo?
– Mãe! – Eu grito. – Nós não estamos namorando! Ele é meu parceiro, por favor,
pare. – Eu Balanço a cabeça e me levanto para pegar a comida. – Obrigada, mãe, vamos
terminar logo. Tchau. – eu digo, empurrando-a para fora, e em seguida fechando a porta.
Liam está mordendo o lábio quando eu me viro. Eu coloco a comida na frente dele.
– Coma. – eu digo.
– Humm – diz ele em voz baixa. – Eu poderia me acostumar a isso, me servir
comida como minha velha.
– Cale-se, Liam. Basta comer. Não deixe isso mais estranho do que já está. – eu
digo, dando uma grande mordida no meu sanduíche.
Comemos em silêncio por alguns minutos. É constrangedor.
– Você tem informações suficientes? – Liam pergunta.
Concordo com a cabeça e abro o meu saco de batatas fritas. – Sim, você?
– Sim. Então, seu pai está se mudando, hein?
Meu rosto aquece. Isso ainda não parece real. Ele vai embora, para sempre, me
deixando aqui com Mamãe, como se eu não fosse nada. – Sim, ele traiu minha Mãe. – Eu
não sei por que eu digo isso, mas eu sinto que deveria. Eu sei que o que meu pai fez foi
errado, mas as pessoas cometem erros, certo?
– Bem, sua mãe parece ótima. Ele é estúpido. – ele diz, e sorri. E parece um sorriso
verdadeiro.
– Sim, ela é. – Eu suspiro. – O que nós vamos fazer Liam? Todo o mundo acha que
eu dormi com você? Isso não pode acontecer.
Ele revira os olhos. – Isso vai acabar rápido. Você sabe como é boato na escola. Até
chegar segunda-feira, todos terão esquecido.
Talvez. Mas não antes de todo mundo me julgar. – Sim, provavelmente você está
certo.
– Bem, Katy. – diz ele, levantando-se. – Eu acho que vou te ver segunda-feira.
Divirta-se arrancando ervas daninhas. – ele sorri, com mão na porta. – Você quer um
beijo de despedida pelos velhos tempos?
– Eu prefiro ser amordaçada. – eu digo.
– Isso pode ser arranjado.
– Tchau, Liam.
***
– Mudar? Como mudar de cidades, estados ou o quê? – Eu pergunto, boquiaberta
com meu pai. Seu cabelo de sal e pimenta está bagunçado, seus olhos parecem cansado e
sua boca é uma dura linha fina e reta. – Mudar pra onde? Que inferno, Pai?
– Olha a língua, Katy. Eu não quero que você dê trabalho à sua mãe, uma vez que
estou indo embora. – Sim, como se você se importasse. – Eu estou indo para a Flórida.
Você pode vir e ficar o verão comigo. Vai ser divertido. Será como ter duas casas.
Duas casas? – Sim, duas casas quebradas. Que diabo, é o problema de vocês dois?
Uma coisa acontece e ambos estão agindo como se não fossem casados? É como se não
fosse grande coisa você estar se mudando. Ah, tchau esposa e filha. Eu vou recomeçar
minha vida. Que inferno!
Mamãe evita olhar direto pra mim, lágrimas oprimidas nos olhos. – Seu pai e eu
não sentimos o mesmo um pelo outro há algum tempo, Katy. Não tem nada a ver com
você, somos nós. Nós crescemos separados...
– Cale a boca! – Eu grito, meu punho batendo na mesa. – Isso é estúpido. Eu não
quero ouvir mais nada disso. Eu quero ir dormir. Adeus, Papai. Tenha uma boa vida na
Flórida. Encontre uma bela coelha de praia pra acabar com tudo dessa vez!
– Katy! – Papai grita, mas eu corro pra cima e tranco minha porta. Eu não levanto
quando ouço minha mãe bater de leve na porta, eu fico lá até eu cair no sono. Minha mente
está correndo e tudo parece ter ido para o inferno rápido.
Eu só espero que a escola seja melhor.
Capítulo Três
– É ela. – eu ouço um sussurro atrás de mim. Viro-me e vejo duas meninas alguns
armários depois. Suas cabeças estão juntas, sussurrando uma pra outra. Elas parecem
calouras nerds e eu quero lembrá-las que eu sou uma veterana, mas com a agitação sobre o
boato isso não importa muito. Ambas olham para o outro lado e fingem olhar nos seus
armários.
Foi assim durante toda a manhã. Eu passei por muitas pessoas que pararam e
olharam, riram ou fizeram comentários rudes. Eu me sinto como uma bruxa em Salem.
Todo mundo está preparando minha execução. Que inferno.
– Boas ou más notícias? – Jennifer pergunta de olhos arregalados.
Eu olho para ela e faço uma careta. Não só porque o suéter que ela está usando é
horrível, mas eu não tenho certeza se eu quero mais notícias por um tempo.
– Tudo bem, a boa notícia é que Hayden sabe sobre os rumores. Má notícia, são
rumores. – diz ela, esfregando meu ombro.
Eu bato minha cabeça contra a porta do armário e fecho os olhos. – Porque isto está
acontecendo? Foi apenas um maldito beijo. – eu digo.
– Eu pensei que era mais do que um beijo, querida. – diz Liam, inclinando-se
contra o armário ao meu lado. – Foi muito mágico, com você tentando fazer ciúmes ao seu
ex e tudo mais. Você é uma romântica natural, Katy.
– Cala a boca. – eu sussurro e o encaro. – Você é a razão disso tudo em primeiro
lugar. Se você tivesse apenas vindo a biblioteca como eu pedi, isso não teria acontecido.
Nós poderíamos simplesmente ter um dia normal na escola, mas não, eu sou a nova
vagabunda da classe.
Liam se inclina para perto de mim, a respiração dele tão perto de mim. – Eu não
beijei você, querida. Você me beijou. – Seus lábios são tão macios de ver quanto de sentir.
Ele dá de ombros. – E mais, quem disse que não teria acontecido na biblioteca. Eu ouço
muitas pessoas entrarem lá pra isso. Há tantas fileiras de livros. Lugares obscuros,
esconderijos, sacos de feijão macio.
Eu abro minha boca, mas eu ouço – Katy. – eu me afasto de Liam. Hayden está em
pé, na minha frente, seus olhos examinando a situação entre Liam e eu. Ele limpa a
garganta. – Posso falar com você realmente rápido?
Eu mordo meu lábio e aceno com a cabeça. – É... hum... claro.
Liam dá um riso pequeno e coloca o braço em volta do meu ombro.
– Até mais, querida. – Eu me afasto dele e evito olhar seus olhos cinza que estão
sorrindo para mim.
Eu sigo com Hayden e ele avança para o pátio de entrada que não se usa mais. Uma
vez que a escola construiu as novas salas de aula que são tecnologicamente avançados, eles
deixaram as antigas para armazenamento. Meu coração bate uma batida extra. Nós
costumávamos vir aqui para fugir e matar aula. Agora eu tenho certeza que ele faz isso com
a Holly.
Paramos em uma sala de aula vazia e ele olha para mim. Seus olhos verdes parecem
escuros e tempestuosos. – O que diabos está acontecendo, Katy? Qual é a sua com esse
cara... Liam? – ele diz, com nojo.
Encolho os ombros e brinco com as pontas do meu cabelo. – O que isso tem a ver
com você? – eu sussurro.
Ele ri. – Absolutamente nada, Katy. Mas as pessoas estão falando. Eles estão
dizendo que você é indecente.
– Sabe o que parece pra mim? Eu namorei alguém desse jeito o ano passado?
Minha boca cai aberta. Ele não está perguntando, porque está com ciúmes ou
preocupado. Ele está preocupado com ele mesmo! Eu quero bater nele no seu rosto
generosamente perfeito, talvez quebrar seu nariz fino.
– Nós dois sabemos que você não é nada assim, então pare de vê-lo, fazendo ou o
que é que você está fazendo com ele. Ele está deixando eu e você mal falados. – Ele cruza
os braços sobre o peito e estreita os olhos.
Minha mente está girando. Ele não disse isso. Eu aperto o meu punho. – Cale o
inferno da sua boca. – eu deixo escapar. Seus olhos se arregalaram e ele recua. – Não é da
sua maldita conta, caí fora.
Afasto-me e bato os pés. Meu corpo está tremendo e eu não consigo fazê-lo parar.
Eu nunca estive com tanta raiva. Bem, exceto quando Jen disse a toda turma da quinta
série que eu ria tanto que fiz xixi nas calças. Mas, isto era quase pior.
O sino de aviso toca. Eu corro pra aula. Eu abro a porta, minha mente está correndo,
meu rosto quente. Toda a classe olha para mim. Assim como nos filmes, cada pessoa está
olhando. Calor sobe em direção ao meu rosto. Liam está sentado na nossa estação de
laboratório e os seus olhos estão fixos nos meus. Isto é sua culpa! Eu mordo a língua para
não gritar com ele.
Os sussurros começam quando eu sento no meu lugar. – Você está bem? – ele se
inclina e sussurra.
Eu balancei minha cabeça. – Não, eu quero ir para casa.
Ele abre a boca como se quisesse dizer algo, mas fecha rapidamente.
– Ok, classe. – Sr. Fringe diz. – Vamos começar com isso. Bret e Kathy, primeiro.
– Eu mordo minha unha enquanto os ouço sussurrando um ao outro.
– Passe... – dizem eles.
Sr. Fringe estreita os olhos. – Donovan e Melissa. – diz ele.
Eles fingem escolher nos seus cadernos.
Ele xinga. Ele sempre faz quando fica bravo. – Gente, sério? – Sr. Fringe suspira e
balança a cabeça. – Vocês tem até amanhã, não mais. É isso aí. Ou vocês todos estarão
recebendo zeros. Vocês trabalham?
Eu suspiro. Eu tenho minha tarefa, mas, outro dia para os boatos diminuírem seria
ótimo. Talvez todos esqueçam até amanhã? Liam coloca sua mão na minha, mas eu me
afasto. Eu não preciso de nada para afirmar que o boato era verdadeiro. Liam olha para
mim por alguns minutos até que ele finalmente olha para baixo no seu caderno. Ele não
escreve nada, mas eu não estou surpresa. Sr. Fringe continua sobre a sua lição sobre sexo e
eu fico de fora. Sexo é a última coisa na minha mente agora, ao contrário do que todo
mundo está pensando.
Quando o sino toca depois da aula, eu pego minhas coisas rapidamente.
– Você quer conversar, você está bem? – Liam pergunta. Eu não respondo. –
Vamos lá, Katy, você está bem? – Ele agarra meu cotovelo e me para. Eu olho para cima
para ele e ele não esta piscando. – Olha, eu sei que tem algumas pessoas falando, mas eu
sinto muito. Isso vai morrer logo. Isso é o ensino médio, não se tem nada melhor para fazer
do que falar.
Eu balanço minha cabeça. – Eu realmente espero que sim, Liam.
Eu não lhe dou a chance de dizer mais alguma coisa, eu corro pra fora. Eu não quero
mais ser encarada. Eu quero deitar e me afundar na minha auto piedade. Eu entro no meu
carro e vou direto pra casa. A casa está quieta quando eu chego. Mamãe está no trabalho e
meu pai se foi. Simplesmente foi. Para sempre. Ele provavelmente está agendando
encontros para cada noite na sua primeira semana. Provavelmente vendo coelhas de praia
com binóculos de sua nova casa junto à praia.
Eu luto contra as lágrimas pensando em meu pai nos deixando. Segure firme, Katy.
Eu jogo minha bolsa no balcão da cozinha e pego uma bebida na geladeira. Meu
celular vibra contra o balcão. É Jennifer.
Eu atendo. – Onde diabos você está? – Ela sussurra.
– Na minha casa, eu não me sinto bem.
– Mentirosa. Você quer que eu vá aí?
– Não, eu só vou dormir. Estou me sentindo suja.
– Seja como for, Katy. Você vai ter que superar os rumores. Você sabe que você não
fez isso, por que isso importa?
– Ele não... tenho que ir... te amo... tchau. – eu digo e pressione o botão de fim.
Ugh. Eu não quero ouvir da boca de Jennifer sobre a situação. Ela não tem ideia de
como é ser considerada a vagabunda da sala. Inferno, seus pais rigorosos sequer deixam
que ela tenha um encontro. Ela nunca terá que se preocupar sobre essas coisas. Se sua mãe
continuar colocando-a nesses suéteres feios, ela nunca vai ter que se preocupar com nada
disso. Xadrez e caras de animais nunca são usados junto. A menos que você tenha dois
anos de idade ou 80. Apenas 'talvez' então.
Eu me deito no sofá e tento lembrar as meninas que já chamaram de vagabundas no
passado. Heather Jenkins, Lauren Harrod... Bretanha Ferrell. Essas meninas não se
importavam. Elas se jogaram em cada veterano que entrou pelas portas duplas da escola. O
problema é que eu me importo. Eu não quero esse rótulo, eu trabalhei muito duro pelas
minhas notas e minha vida.
Eu mordo meu lábio e fecho os olhos. Como essas meninas deixaram de ser
chamadas de nomes? Basta se formar e todos esquecem sobre elas e outras passam a
namorar.
Eu olho para cima. Um namorado. Isso é o que eu preciso. Eu preciso que todos
pensem que eu tenho um namorado. O que é um fracasso, porque todo mundo está
falando sobre mim. Eu não gostaria de namorar comigo, desse jeito. Reviro os olhos. Calese,
Katy. Você não pode simplesmente ter um namorado. Eles têm que gostar de você. E
ninguém gosta de você agora, não por causa de todos os rumores.
Eu deito de volta e fecho os olhos novamente. Tem que haver uma maneira de
corrigir este problema. Aquele garoto, José, sempre me olha na aula, talvez ele queira sair
comigo? Vulgar, Katy. Eu bato a minha cabeça de volta na almofada. Isso é ridículo. Por
que todo mundo está tão preocupado com minha vida amorosa?
O fato é que, se eu estivesse com Liam e nós 'dormíssemos' juntos, sequer seria
notícia. Além do fato de que ele é um delinquente.
Minhas palavras soam em meus ouvidos. Se eu estivesse com Liam... Uma lâmpada
acende na minha cabeça. Liam e eu juntos parece uma ideia que daria terrivelmente
errada. Ele é... Liam. Ele é um idiota egoísta que pensa que toda garota o quer. Isso é
ridículo. É uma ideia ridícula. Eu deito de volta. Uma ideia ridícula que poderia funcionar.
– Ah, merda. – eu digo e pego meu telefone. Eu começo a discar o número de
Jennifer mas então paro. Eu realmente quero fazer isso? Isso poderia machucar, né? Todo
mundo acha que eu sou uma vagabunda agora, por que não deixá-los pensar que Liam e eu
somos namorados?
Eu termino de discar o número de Jen. Ela atende no quarto toque. – Eu estou em
aula, o que é?
– Eu preciso de você para pegar o número do celular do Liam, é importante.
– Você quer relembrar seu beijo da outra noite? – ela sussurra, em seguida, faz um
som alto de beijo.
– Srta. Chang, saia do telefone! – Eu ouço alguém gritar. A ligação cai e eu balanço
minha cabeça. Talvez... talvez isso possa funcionar... certo? Eu ando pela sala de estar
esperando Jennifer conseguir o número dele. Ela está levando uma eternidade.
Trinta minutos depois recebi um sms com o número dele e um 'faça aquilo' escrito
abaixo. Sim, certo. Eu disco o seu número, minhas mãos, de repente tremem. Eu posso
fazer isso? Eu tenho que fazer isso.
O telefone toca algumas vezes e estou prestes a desligar quando eu o ouço
responder. – Alô.
– Oi. É a Katy. Hum... sua parceira. – Silêncio. – Da classe de Ciências.
Ele ri baixo e cru. – Sim, Katy. Eu sei quem você é. Por que você está me ligando na
escola?
– Porque, eu preciso que você venha a minha casa. Nós precisamos conversar.
Silêncio.
Será que ele está me ignorando de propósito? – Liam.
– Você está sozinha em casa?
– Não tenha ideias. Não é nada disso. Acredite em mim, somente sobre o meu
cadáver. Isso é muito mais sério. Você pode vir agora?
– Katy... você está me pedindo pra matar aula pra ir à sua casa? Eu estou
horrorizado. Alguém está vivendo seu lado rebelde hoje.
– Traga seu traseiro aqui.
***
Quinze minutos mais tarde, há uma batida na minha porta. Eu respiro para acalmar
a respiração e tentar acalmar meus nervos. Basta perguntar a ele, o pior que pode dizer é
não. Ah Deus, e se ele disser não? Minha vida estará arruinada. Liam bate de novo, mais
alto desta vez.
Liam está de pé perto de mim quando eu abro a porta. Suas mãos estão
descansando sobre o batente da porta e um sorriso subindo seu rosto.
– Você está corando, qual é o problema? – Liam pergunta.
Eu mordo meu lábio. – Eu não estou corando. Apenas entre. Nós temos que
conversar. – Liam sobe uma sobrancelha escura e entra, vai direto para o sofá.
– Então, o que está acontecendo, querida? Qual é a emergência? Precisa de algum
doce de emergência do Papai?
– Todo mundo está falando sobre nós. – eu deixo escapar.
– Eu pensei que já tivéssemos resolvido isso? O que mais aconteceu? – Eu não
respondo. Ele olha para mim e faz bico. – O que Hayden disse pra você?
Eu engulo. – Ele disse que minha reputação desagradável está fazendo mal para a
reputação dele.
Hayden estreita os olhos e estala os nós dos dedos. – É mesmo? Bem, Dane-se ele,
Katy. Quem se importa?
– Eu – eu sussurro, impotente. – E eu acho que você pode me ajudar. Bem, pelo
menos, eu espero que você possa.
Liam se levanta e vem pra minha frente, colocando as mãos nos meus ombros. – O
que essa mente maldosa esta pensando Katy?
– Eu quero que você seja meu namorado. – Então eu disse isso.
Liam dá passos para trás, as sobrancelhas franzidas e um olhar louco em seu rosto.
Eu acho que ele secretamente está procurando a porta, mas depois ele ri. Beira à
insanidade. Ok, isso não é engraçado.
– Isso é engraçado, Katy. – Ele se inclina e tosse, ele está rindo tanto. Eu luto
contra a vontade de chutá-lo enquanto ele está para baixo. – Você me chamou da escola
para isso? – ele pergunta, cruzando os braços sobre o peito.
Eu fecho meus olhos. – Você não iria realmente ser meu namorado, estaríamos
fingindo, Liam. Como um negócio ou um acordo.
Ele levanta uma sobrancelha. – Eu não tenho namoradas, Katy. Esse não é o meu
negócio.
Eu cerro os dentes. – Exatamente. Você não faz isso, você estraga. É por isso que eu
estou nesta situação. As pessoas estão dizendo que a gente fez sexo, então está tudo bem
pra você. Sua reputação é ótima... a minha que foi para o inferno. Eu sou a única que se
parece com uma vagabunda se recuperando.
Liam para de sorrir e olha para mim, seus olhos se estreitaram. – Como eu saio
dessa? Isso só pode prejudicar a minha reputação.
Eu fecho meus olhos e tento parecer irritada quando na verdade, estou em pânico.
– Os professores vão olhar para você de forma diferente? Eles vão pensar melhor de
você. Isso vai alterar a sua reputação, e torná-lo melhor, ao mesmo tempo.
Liam estreita os olhos e aperta o queixo. Por favor, responda! Que este olhar está me
deixando louca. – Olha... Eu vou pensar sobre isso, tudo bem?
Eu mordo minha língua. – Quanto tempo será necessário para que você pense sobre
isso?
Ele dá de ombros. – Eu não sei... um par de dias.
– Liam, eu não tenho um par de dias. Por favor – Eu imploro, me aproximando
dele, eu coloco minha mão no seu bíceps e eles flexionam sob meu toque. – Por favor, não
temos que fazer nada, apenas fazer uma aparição na escola. Segure a minha mão. Não pode
ser tão terrível.
Liam engole e seu pomo de Adão mexe. Ele dá um passo frente e eu bato contra a
parede da sala. Ele coloca as mãos em cada lado da minha cabeça e sorri. – Eu disse, que
pensaria sobre isso. – Sua respiração é mentolada e fresca contra o meu rosto.
Soltei uma respiração lenta e constante apesar dos meus nervos. Ele está fazendo
isso de propósito. Sorrindo para ele, eu me inclino na ponta dos pés. – Faça isso rápido, a
minha reputação está em jogo. – Seus lábios estão perto dos meus, eu me inclino apenas o
suficiente para deixá-lo pensar que eu vou beijá-lo, então eu vou pra trás e empurro
passando por ele. – Vejo você amanhã, Liam. – Eu sorrio e caminho até o meu quarto.
Por favor, Deus faça-o dizer que sim.
Capítulo Quatro
– Eu tenho meu próprio carro. – eu digo e bocejo para Liam. Ele está sorrindo,
inclinando-se contra o seu Jeep na minha garagem. Ele tira o pó de suas mãos em seu
jeans e abre a porta para mim. Em que universo alternativo eu acordei?
– Bem, você é minha namorada agora, então nós temos que fazer isso direito. Você
vai comigo para a escola e eu vou trazê-la de volta para casa. – Ele sorri, agitando seu
cabelo e fazendo gestos para eu entrar no carro. – Isso é o que namorados fazem, certo?
Eu abro minha boca. – Você está dizendo que você vai ser meu namorado? – Uau,
eu nunca pensei que diria isso.
Ele revira os olhos. – Sim, é isso que eu estou dizendo, Katy. Mas, você tem que
colocar sua bunda no carro primeiro. Ou nós nunca vamos chegar à escola para mostrar
para as pessoas a nossa nova relação. Falso ou não, este é um grande... enorme...
gigantesco passo para mim.
Graças a Deus. – O que fez você mudar de ideia?
Ele empurra a mão no bolso dos jeans e inclina a cabeça para o lado.
– Bem, não incluindo a sua personalidade encantadora, pedindo-me para ser o seu
namorado apenas para fazer ciúmes ao seu ex, eu diria que foi porque todos meus
professores me dariam uma pequena folga. Eu preciso disso.
Eu sorrio. – Eu não estou fazendo isso para fazer ciúmes ao Hayden. – Não
inteiramente. – Eu estou fazendo isso para salvar minha reputação. – Eu sorrio
novamente. – Obrigada, Liam. – Eu começo a abraçá-lo, mas eu decido ir contra isso.
– Ok, chega de besteira agora entra.
– Obrigado, mas, não para o carro. Eu tenho meu próprio carro. – Eu balanço as
chaves diante de mim.
Ele levanta uma sobrancelha. – Você gostaria que eu te pegasse, eu fiz isso antes.
Isso é o que um namorado ia fazer, não é? Tirando sua namorada dos próprios pés,
literalmente? – Meu rosto aquece. Estive desesperadamente tentando tirar da minha
cabeça a nossa troca de saliva.
– Tudo bem, só hoje. – eu digo e entro no seu Jeep. Ele me ajuda a subir.
– Vamos ver sobre isso. – , ele murmura antes de fechar a porta. Ele dá a volta e
senta no banco do motorista. Seu Jeep é todo de couro, e limpo. Uma coisa eu sei sobre os
garotos, é que eles mantêm a sua mais preciosa posse limpa. Esta é claramente a sua. Ele
sorri. – Bem, como está a minha namorada nesta manhã, está bem?
– Pare de me chamar assim. – eu digo, afivelando o cinto de segurança. – Katy vai
bem. E obrigada, eu vou bem. Você não ouviu, eu sou a nova prostituta da classe?
Ele dá ré, saindo da minha garagem. – Ok, Katy vai bem, nova prostituta da classe.
Estou feliz que você está indo bem.
Espertinho. Eu bato minha língua contra o céu minha boca e me pergunto como ele
pode estar tão calmo, descansado contra o banco, as pernas esparramadas. – Então, você
terminou de digitar sua redação para ciências?
Ele acena com a cabeça. – Sim – ele aponta em direção a sua mochila no piso. –
Pasta vermelha, você pode dar uma olhada se quiser. Achei melhor eu me esforçar um
pouco mais do que o habitual, o Sr. Fringe parecia um pouco chateado, pois ninguém tinha
feito o trabalho.
Eu tinha feito.
Eu hesito, eu não tenho certeza se é apropriado ver o que ele escreveu sobre mim.
Que diabos, eu não posso esperar. Eu cavar na sua bolsa até que eu retiro a pasta.
– Ansiosa? Para saber o que seu namorado falso pensa de você?
Ele ri e aumenta a música um pouco.
Eu examino o papel. Impaciente. Autocentrada. Bela comissão de frente
Eu fico de boca aberta para o papel. – Que diabos, Liam! Estas não são coisas que
atrairiam o sexo oposto, são coisas que os fariam correr. Eu não sou impaciente ou
autocentrada.
Ele oscila e passa os dedos pelo cabelo. – Se acalma, eu deveria ter colocado
preocupada lá, também. – Ele vira à esquerda na estrada em direção à escola. – Essas são
as coisas boas, que me atraíram, eu sou seu namorado agora. – Ele sorri para o seu
próprio sarcasmo.
Eu estreito meus olhos para ele. – Reescreva isso. – eu exijo. – Nós não podemos
ler isso para a classe.
– O inferno que não, você sabe quanto tempo eu levei pra escrever essa porcaria?
Eu não vou reescrever. Você não terá que ler, eu leio. Caramba. Eu disse que você tinha um
belo cabelo. Isso é bom o suficiente. – Seus olhos em direção ao meu peito eu cruzo os
braços sobre eles. – Falando nisso, você pode se vestir para impressionar, você sabe. Você
tem que manter o meu interesse. Isso não é uma coisa fácil de fazer.
– Eu não vou me vestir como uma vadia, Liam. Eu não sou uma das suas velhas
vadias.
Ele revira os olhos e olha para mim. – Mostrar um pouco não é um grande negócio.
Isso é normal.
– Não é pra mim. – Eu franzo as sobrancelhas.
– Obviamente.
– Cale-se.
Liam ri e entra no estacionamento da escola. Eu engulo um duro nódulo que está se
formando na minha garganta. Minhas mãos estão tremendo e minha cabeça rodando. –
Alguém está nervosa?
– Sim, eu estou. – Me viro pra ele. – Eu não tenho certeza de que posso fazer isso
– eu digo. Eu viro de volta para a escola e vejo todos os adolescentes passeando. É o Liam
Erickson. O bad boy da escola, o menino que não escuta uma palavra frequentemente. O
vadio de Avalon.
– Vai ser fácil. Apenas se deixe me amar, como você sabe que faz. Nós vamos
balançar o mundo, Katy. Vamos fazer mais um pouco de fofocas, vamos? – eu olho pra ele,
que me dá um aceno encorajador. Eu engulo e alcanço a porta. – Espere. – ele tira dos
ombros sua jaqueta de couro. – Você deve usar isso. Você sabe, para mostrar que é oficial.
Eu acho que é o que um namorado de faz, certo?
Eu dou de ombros, embora eu saiba que é. Eu pego a jaqueta e dou uma olhada pra
ele. Ele revira os olhos. – Não fique apegada à ela, é só fingimento se lembra? Foi ideia
sua.
– Eu sei. – eu digo e coloco a jaqueta. Cheira como ele. Eu tento não cheirá-la onde
ele possa ver, isso pode assustá-lo, ou dar mais razão pra tirar sarro de mim. Eu não
preciso de mais nada disso.
– Pronta?
Concordo com a cabeça. – Como se alguma vez eu fosse ficar.
– Vamos fazer isso, querida. – Ele sorri e sai do jipe. Quando eu saio, eu me sinto
pequena e um pouco estúpida. Sua jaqueta é pesada em mim e meu coração está batendo
contra a minha caixa torácica. Eu mal posso enxergar direito. Isto é loucura, por que eu
pensei nisso?
Eu sinto o braço de Liam em volta da minha cintura e eu endureço. – Para os
efeitos, querida. Se solte ou nós nunca vamos conseguir isso.
– Você está certo. – eu digo e concordo. Eu tento relaxar o melhor que posso, mas é
difícil quando todos na escola estão olhando para nós. Sem mencionar que eu realmente
não me sinto confortável com Liam tão perto de mim. Da última vez, eu enfiei a língua na
garganta dele. Isso não vai acontecer de novo.
Liam me puxa para mais perto dele e caminhamos em direção ao meu armário.
Ouço sussurros atrás de nós e Liam ri humildemente. Ele se inclina para baixo e sinto seus
lábios tocarem minha orelha. – Isso vai ser divertido. Todo mundo já está falando. – O
boato começou a se agitar.
Eu gemido. – Deus.
Jennifer está no meu armário quando eu chego lá. Sua boca está aberta e eu lhe dou
uma olhada. Ela não vai entender. Por favor, não faça uma cena. Seu rosto se transforma
com a irritação. Ah, inferno.
– O que no inferno...
– Ei, Jennifer. – diz Liam, chegando mais perto e dando um tapinha no ombro
dela. – Como você está? O tempo está bom, hein?
– Bom. O que diabos está acontecendo? – ela pergunta, a voz baixa, a mão no
quadril.
– O que você quer dizer? – eu pergunto, abrindo meu armário.
Ela estreita os olhos e bufa. – Isto. – dela diz, apontando para Liam. Ela enruga seu
nariz.
– Você está machucando meus sentimentos. – diz Liam. – Baby, diga para Jen
parar de ferir meus sentimentos.
A boca dela está aberta. – Baby? – ela grita. – Isso não está acontecendo. Eu caí e
bati a cabeça.
– Abra seus olhos, Jen, você não está sonhando. – Liam levanta as sobrancelhas.
– Ok, isso é o suficiente. Eu não posso aguentar esse horror logo no início da
manhã. Eu estou indo para a aula. – Ela dá as costas e saí do corredor.
– Sensível. – diz Liam. – Ela aceitou bem. – Ele sorri. – Então, nós tivemos
atenção suficiente, ou você quer um beijo, também?
Eu pego os meus livros do meu armário e fecho a porta. – Eu acho que isso foi o que
nos colocou nesta bagunça. Esqueça Jen. Eu já estou causando danos ao controle dela.
Asiáticos com certeza podem guardar rancor.
– Tudo bem, Mamãe.
– Não me chame assim. – eu digo, fechando a porta do armário.
Liam sorri e agarra a minha cintura, deslizando sua mão para baixo. Meus olhos
arregalam e eu dou um empurrão. – O que diabos você está fazendo?
– Testando meus limites. Agora, eu sei onde estou. – Ele sorri. – Até a hora do
almoço, querida. – Ele me beija no rosto, antes de pular a uma distância que não dê para
lhe bater.
Eu suspiro e caminho em direção à classe.
***
– Psst – eu ouço. Eu olho por cima do meu caderno ao redor da sala. Nada. Apenas
alunos que fingem prestar atenção. – Aqui. – eu escuto novamente. Eu olho pra minha
esquerda e vejo Hayden olhando para mim. Sua mandíbula está apertada, e seus olhos
verdes se estreitaram. Eu lhe dou um olhar de o que diabos você quer. Ele começa a
escrever algo num papel. Reviro os olhos e continuo a escrever.
Estou prestes a perguntar a Sra. Johns uma questão sobre Abraham Lincoln quando
sinto um chumaço de papel atingir minha cabeça. Ai. Não que realmente tenha doído, mas
inferno, cresça. Eu olho pra cima e Hayden está me olhando de novo. – O quê? – eu digo.
– Que diabos você quer?
A classe inteira se vira pra mim e depois pra Hayden. – Srta. Katy, algum
problema? – Sra. Johns olha sobre suas grossas armações de óculos para mim.
– Sim, Hayden me bateu com um pedaço de papel e ele não me deixa em paz. – Eu
não sei por que, mas me sinto orgulhosa de lhe colocar em apuros. Um pouco patético eu
sei, mas não posso evitar. O olhar chocado em seu rosto me fez sentir bem. Me fez sentir
melhor pelas coisas que ele me disse.
Ela estreita os olhos e olha para Hayden, cuja boca quase caiu no chão. – Hayden,
há algo que você gostaria de dizer a Srta. Katy, já que você está jogando coisas na sua
cabeça.
O pomo de Adão de Hayden se mexe na sua garganta e ele balança a cabeça,
negando. Ele parece realmente com raiva. – Sim. Eu tenho vergonha do último ano da
minha vida.
Uma pressão, que eu nunca senti antes, pressiona meu peito pra baixo. Isso doeu
como sal numa ferida. Minha visão está embaçada, e eu ouço várias pessoas rindo em volta
de mim.
– Hayden, pare de jogar coisas e preste atenção. – Sra. Jones estala e se vira para o
quadro.
Eu não posso me fazer prestar atenção pelo resto da aula. Minha cabeça está
girando e meu coração está batendo forte. Essas poucas palavras doeram mais do que tudo
que Hayden já me disse. Eu tento não chorar na frente de ninguém. Eu não posso deixar
Hayden me ver chorar. Já chorei muitas lágrimas por causa dele.
Quando o sino toca, eu sou a primeira pessoa a sair da sala. Eu estou tentando
segurar minhas lágrimas, mas elas estão queimando nos meus olhos, e fazendo minha
garganta queimar. Alguns alunos começam a olhar para mim, então eu arranco em direção
ao corredor dos garotos na parte de trás da escola, onde Hayden me disse pela primeira vez
porque ele não me quer com Liam.
Eu mexo nas maçanetas das portas até uma porta que estava destrancada. Eu fecho
a porta atrás de mim e me sento, na mesa vazia do professor. Tem caixas em toda parte. Eu
me pergunto se eu posso me esconder em uma e desaparecer. Eu descanso minhas mãos
sobre a mesa e tento me acalmar. Hayden é... um idiota. Eu não posso acreditar que ele
está preocupado com si mesmo. Eu lamento o último ano da minha vida. Essas palavras
caem em mim como nunca nada fez antes. Ele lamenta as risadas, toques, beijos, abraços,
fazer amor. Eu me entreguei a ele. Um soluço está subindo na minha língua. Como ele
pode esquecer um ano inteiro com alguém? Como ele pode agir como se eu fosse vapor
para ele? Eu fecho meus olhos e eu só vejo a nossa primeira vez juntos. Eu me dei pra ele,
algo que eu não posso ter de volta. Ele sequer se preocupa. Ele nunca se preocupou. Ele me
jogou de lado pelo primeiro pedaço de bunda que lhe deu atenção. Eu estou tentando não
chorar quando ouço a porta abrir.
– Eu te disse que ela estaria aqui. – diz Jennifer, empurrando Liam fora do
caminho. Ela fica na frente da mesa e olha pra mim. – Eu ouvi. Sinto muito. Ele é um
babaca.
Concordo com a cabeça e limpo os meus olhos. Eu olho para Liam e ele tem uma
feição de pedra. Provavelmente cem tons de desconforto por agora. Ele não se inscreveu
pra isso. Eu limpo minha garganta. – Eu estou bem. Eu só precisava sair de lá por um
tempo.
Jennifer acena com a cabeça e olha para Liam. Ela cutuca seu lado e ele rola os seus
olhos. – Será que você pode sair, Jennifer? Eu preciso falar com minha namorada. – Ele
soa robótico.
Essa palavra soa estranha na sua língua. Jennifer faz uma cara e estou surpresa que
ela acreditou em nós até agora. – Seja como for, eu vejo vocês na aula de Ciências. – ela
diz e sai como uma bala pra fora da sala de aula.
Quando eu olho para Liam ele está olhando para mim, olhos cinza arregalados,
sobrancelha avermelhada. – Então, quais são os danos? – Ele se inclina sobre a mesa,
olhando para mim.
Eu suspiro e passo meus dedos pelo meu cabelo. – Não se preocupe com isso – , eu
me levanto. – Vamos apenas pra aula, acabar com isso.
Liam caminha ao redor da mesa e pega meu cotovelo. Seus dedos em torno do meu
braço, e desliza para o meu pulso. Eu estou estranhamente ciente de como calejada e
quente sua mão está em mim. – Ei – ele sussurra, sua voz é baixa, é muito baixa e muito
mais séria do que eu já ouvi. – Você está realmente ok? O que exatamente aconteceu? Eu
preciso gritar com algum burro? Eu sou do tipo mauzão por aqui, você sabe?
Eu sorrio. – Ele... – não se atreva a chorar; eu empurro as lágrimas de volta – ele
jogou uma bola de papel na minha cabeça. Em seguida, ele disse que tinha vergonha do
último ano de sua vida, na frente da classe – eu digo.
Liam geme e revira os olhos. – Ele é estúpido, Katy. Ele quer que você se sinta
assim. Você não deve. Você tem coisas o suficiente pra se preocupar, não deixe ele te
derrubar.
– Eu sei... – eu digo, à deriva em silêncio. Eu sei, mas eu não consigo me fazer
ignorá-lo.
Liam finalmente me leva pelo braço. Ele enfia o dedo na porta.
– Ei, vamos pra aula, ok? – ele pergunta.
Concordo com a cabeça. – Sim, vamos.
Quando chegamos à aula de Ciências, Jen está sentada com sua nova parceira
Samantha. Ela me dá um olhar de você está bem. Não, eu quero gritar, mas ao invés disso
eu concordo.
Liam e eu sentamos. Eu coloco minha mochila sobre a mesa e puxo minhas coisas.
Eu ouço sussurros atrás de mim, mas eu os ignoro. Abro a pasta e puxo minha redação. Eu
sinto algo chutar na parte de trás do meu banquinho. Eu viro minha orelha para a
esquerda e tento ouvir o que eles estão dizendo.
– Eles estão fazendo isso. Eu nunca saberia que ela era tão vagabunda. – eu ouço.
Meu corpo fica gelado. Eu viro minha cabeça e tento ignorá-los, mas parece que eles estão
falando mais alto do que nunca, de repente.
– Eu tinha certeza. Eu sabia que ela provavelmente tinha dado pro Hayden, mas
agora ela está saindo e se jogando em todo mundo.
As lágrimas estão ameaçando cair, mas eu puxo de volta. Eu olho a parte de trás da
cabeça de Jen enquanto ela balança pra frente e pra trás, conversando com Samantha. Eu
desejo estar sentada no banco de Samantha, qualquer coisa para escapar das duas garotas
atrás de mim. Eu fecho meus olhos e rezo para que Liam não esteja ouvindo isso. Meu
rosto está quente. Eu mal posso ouvir nada, meus ouvidos parecem tampados. Por favor,
não deixe ele ouvir isso.
– Ei, – eu ouço Liam dizer. Merda, ele ouviu, também.
Eu olho para ele, ele está virado para as duas garotas sentadas atrás de nós. Suas
sobrancelhas estão franzidas e as mãos em punhos apertados. Eu chego para tocar sua
mão, mas ele a levanta, apontando para as duas meninas. – Lembram-se no ano passado,
quando ambas tentaram que eu fodesse vocês? Hein? Não queriam mais ser virgens? O
que há de errado, não querem que todo mundo saiba disso agora, não é? – Ele ri, é amargo.
– Então, calem o inferno da boca antes que eu diga a todos o quão piranhas vocês são. –
Ele xinga.
Elas ficam em silêncio. É o melhor silêncio que eu já ouvi. Liam suspira e abre sua
pasta vermelha. De repente eu não me importo que ele vá dizer a todos que ele gosta do
meu traseiro. Eu quero dizer alguma coisa, mas a minha boca está seca e aberta. Eu quero
lhe agradecer, mas eu mantenho a minha cabeça baixa. Eu não acredito que ele disse isso.
– Agora – diz o Sr. Fringe, caminhando em direção a sua mesa. – Eu rezo para o
bom Deus acima de vocês estudantes delinquentes que tenham feito o trabalho. Eu
realmente odeio dar zeros. Isso me deprime. – Ele passa os dedos pelo cabelo. – Brett?
Kathy? – Ele olha de volta para a mesa. Ambos se levantam e vão em direção ao tablado. –
Chame a imprensa! – grita o Sr. Fringe.
Brett e Kathy iniciam suas resenhas. Eu viajo no primeiro parágrafo. – Obrigada –
eu digo, me inclinando para Liam. – Você não tem que fazer isso, você sabe. Eu posso lidar
com isso.
Liam bufa. – Você pareceu estar prestes a chorar.
Eu dou de ombros e pegar na borda do meu caderno. – Não, eu não estava. Isso só
me irritou. Nós sequer fizemos alguma coisa. Eu não entendo.
Liam olha para mim. – Este é o ensino médio, as pessoas são estúpidas. Nós
estamos fazendo a única coisa que ambos achamos que os fará parar. Namorando. Bem,
fingindo, mas você entendeu. –
Concordo com a cabeça. – Sim, acho que sim.
– Liam e Katy, – Sr. Fringe diz. – Já que vocês têm tanto para conversar, por que
vocês não apresentam em seguida.
Ótimo. Levanto-me e alguém solta um assovio. Minhas bochechas queimam. –
Cale-se – Sr. Fringe diz, apontando para o fundo da sala.
Liam e eu subimos ao púlpito. Minhas mãos estão tremendo de forma irregular. Eu
não posso fazê-las parar. Liam leva meu papel. – Sr. Fringe, posso ler o da Katy para ela.
Sua garganta está doendo.
– O que é? – Alguém no fundo da sala grita.
– É melhor fechar a po...
– Pare – Sr. Fringe interrompe Liam. – A próxima pessoa, além de Katy ou Liam,
que disser algo será expulso. Cresçam. – ele diz. Ele acena pra mim. Deus, eu espero que
ele não saiba o que está acontecendo.
Minhas bochechas estão quentes. Eu estou olhando para baixo. Eu coloco a minha
mão do lado de fora pra me equilibrar. Liam anda ao meu lado e coloca o papel sobre a
minha mão, então segura a minha mão por baixo. Eu suspiro. É a primeira vez que ele
realmente tenta me confortar. É muito reconfortante. Eu sorrio para ele.
Liam limpa a garganta e ajusta sua camisa. Ele começa a ler o meu papel. Ele para a
meio caminho e olha para mim. – Arrogante, costuma agir como um cavalo e está sempre
atrasado. – Ele ri. – Obrigado, Katy. – ele diz. – Isso reforça a confiança.
Eu dou de ombros. – Prometi dizer a verdade.
Liam termina minha redação e, em seguida, começa o sua. Sr. Fringe balança a cabeça por
toda a redação. Bela comissão de frente está lá pelo menos cinco vezes. Estou muito feliz
que o púlpito está bloqueando a vista de todos aos meus seios.
– Obrigado, pessoal, vocês podem sentar. – Liam solta a minha mão e eu o sigo de
volta para aos nossos lugares. Eu não olho para cima, eu travo meus olhos no chão. –
Melissa e Donovan – Sr. Fringe diz.
Liam olha para mim. – Costuma agir como um cavalo. – diz ele.
Eu dou de ombros. – Isso é motivo de debate.
– Ei – ele sussurra. – Não se preocupe com aquele idiota. É só o Justin; ele é otário
com todos.
Concordo com a cabeça, mas não posso deixar de pensar sobre isso. – Tudo bem –
eu sussurro.
O resto da aula passa rapidamente. Estou feliz por estarmos fora do foco. Liam ri
baixinho de todas as redações. Eles, obviamente, inventaram um monte de besteiras
aleatórias.
O Sr. Fringe bate palma e me traz de volta ao presente. – Tudo bem, pessoal. Bem
feito. Isso não foi tão difícil, foi?
Todos murmuram.
Ele sorri. – Ok, então nós teremos nosso próximo teste, nesta sexta-feira. Fiquem
prontos, será sobre o capítulo 15. – Ele se vira e escreve a nossa lição de casa no quadro
quando o sinal toca.
Pego meus livros e saio para o corredor. Algo bate nas minhas costas e meus livros
espalham pelo chão. – Opa, desculpe. – Justin diz. Eu olho para ele. É a primeira vez que
eu olho pra ele em todas as aulas. Seus olhos escuros estão bem em mim. Ele tem uma
jaqueta do time da escola, um sorriso em seu rosto e seus livros em suas mãos. Eu quero
chorar, todos passando e olhando para mim, ninguém para pra ajudar.
Ele está rindo de mim. Realmente rindo. Ele balança a cabeça, e em seguida seus
livros voam em direção ao chão. Ele olha pra trás para Liam. – Oops – Liam diz. – É
melhor pegar os seus livros. – Liam se abaixa e me ajuda a pegar os meus.
– É melhor tomar cuidado, idiota. – Justin diz, chutando um dos meus livros pelo
chão, antes de sair.
– Você não tem que...
– Sim, eu tenho. Você é minha namorada lembra, tenho que agir conforme. – É me
faz pensar se ele iria me ajudar se ele não estivesse fingindo ser meu namorado. Ele me
ajuda e saímos da sala. Jen está esperando na porta.
– Muito bem, novo namorado. Eu acho que eu devo precisar contratar um. – ela
diz.
– O que? – Eu grito.
Liam congela ao meu lado, olhando para Jen.
– Caramba. – Jen diz: – Eu preciso de proteção também. Eu não vejo nenhum
cara alinhado, para namorar comigo. Eu teria que contratar um. Por que vocês estão tão
nervosos? – ela diz, balançando a cabeça.
Eu sorrio. Uau. Essa foi por pouco. – Haha – eu deixo escapar quando Jen vai
embora.
Liam olha para mim, e então ri. – Temos que relaxar. – diz. – Eu tive mais drama
hoje, do que em toda minha vida.
– Bem-vindo à terra das meninas do ensino médio.
***
– Você tem que ouvir esse tipo de música? – eu pergunto a caminho de casa da
escola. Eu coloco meus dedos dentro dos meus ouvidos.
Liam sorri e aumenta a música. – O que há de errado com Shinedown?
– É alto e rude. –
– O que você gosta de ouvir, Taylor Swift?
Sim. – Não! – Eu grito. Cruzo os braços sobre o peito e ainda quando eu vejo o SUV
do Papai na garagem.
– Você está bem, aí? – Liam pergunta, parando ao longo do meio-fio em frente a
minha casa. Eu ouço as portas destravando, mas eu ainda estou olhando. Eu estou pronta
para vê-lo depois do que ele disse na noite de sábado? Ele está arrumando suas coisas para
se mudar. Indo pra longe de Mamãe e eu. Ele está arrancando sua família, como se não
fossemos nada pra ele. Como se uma família e 20 anos com alguém fosse substituível e um
lixo.
– Ei, você está bem? – Liam pergunta novamente. Eu o sinto tocar meu braço, eu
olho de volta para ele e longe da minha casa.
– Não, meu pai está em casa.
Ele levanta uma sobrancelha. – Você não quer vê-lo, eu suponho?
– Não – eu digo. – Eu não acho que eu possa.
– Você quer ir para outro lugar? – Pergunta ele.
– Sim... – eu sussurro.
– Tudo bem – ele diz, colocando seu Jeep pra funcionar. – Vamos para minha casa.
– Liam não faz muitas perguntas no caminho para sua casa. É um silêncio confortável, e
que me ajuda a esquecer da situação com o meu pai. Pelo menos por um tempo.
Eu não sabia que sua casa era tão... grande. Eu sempre pensei que Liam tivesse mãe
solteira e não tivessem muito. Essa sou eu e meu “julgar um livro pela capa”, penso.
Mesmo que ele se vista decentemente e tenha um carro, ele só parecia um bad boy
solitário. – Então, seja bem vinda. – Liam diz, jogando a mochila em um sofá de couro
branco, que parece que custa tanto quanto minha casa.
– Esta é a sua casa? – Eu olho em volta, é como um museu. Ele não olha viveu em
tudo.
Liam caminha para o que eu credito ser a cozinha. – Não, eu nos trouxe
sorrateiramente. – Eu rolo meus olhos. – Quer uma Coca-Cola, você pode entrar aqui – ,
ele grita, desaparecendo por trás da parede. Tiro meus sapatos, porque estou com medo de
arranhar o chão. Eu deslizo pela mobília perfeita, para uma cozinha completamente
vermelha e preta.
– Ah! – Eu grito, pulando para trás. Liam se vira, levanta uma sobrancelha e presta
atenção na senhora no canto longe.
– Oh, desculpe. Melinda essa é Katy, minha... namorada. – Ele tenta não sorrir. –
Katy essa é Melinda, a nossa empregada.
Melinda sacode, escovando os cabelos castanhos fora de seu ombro. Ela diz algo em
espanhol, mas eu não tenho certeza do que. Liam diz algo de volta para ela em espanhol e
ela sai.
– Você fala espanhol? – Eu pergunto.
– Não fique tão surpresa. – diz Liam.
Eu rio. Eu estou surpresa. – Bem, você poderia ter me avisado. – eu digo e pego a
Coca-Cola que Liam está segurando para mim.
Ele dá de ombros. – Eu esqueço que ela está aqui. Ela está sempre aqui. Está aqui
desde que eu era pequeno.
– Cadê seus pais?
– Papai está no trabalho e minha madrasta provavelmente está bagunçando por aí.
Eu engasgo com minha Coca-Cola. Ok, eu sinto um pouco hostilidade. Eu levanto
uma sobrancelha e olho pra ele. Ele dá de ombros e toma um grande gole da sua Coca-
Cola. – O quê? É a verdade. Ela tem idade suficiente para ser minha irmã mais velha.
– Onde está sua Mãe biológica?
Ele deu de ombros. – Não tenho ideia. Ela fugiu um dia, enquanto eu estava na
escola.
O quê. Inferno. Que tipo de mãe deixa seu filho? Eu mordo meu lábio e tento pensar
em algo para dizer que não soasse irritante como 'você está bem', ou 'tudo vai ficar bem.'
– Ela que perdeu... – eu digo, e tomo outro gole da minha Coca. Liam está me
olhando e a dor que estava em seus olhos desaparece. Ele sorri e fecha a geladeira. Ele sai
da cozinha em direção a um conjunto de escadas.
Ele se vira, levantando uma sobrancelha. – Você vem?
– Onde? – Eu pergunto, apesar de eu saber onde ele está indo.
– O meu quarto. Isso é um problema?
Eu congelo e meu estômago vira. – Eu...
Liam suspira e revira os olhos. – Eu não vou te estuprar, palavra de escoteiro. – Ele
levanta dois dedos na testa. – Vamos lá, namorada. – Ele começa a subir as escadas e eu
espero até que ele desapareça da minha vista para tomar um fôlego. Que sai pesado e
irregular. Não é que eu ache que Liam irá tentar qualquer coisa comigo; é só que ele me
deixa... nervosa.
Subo as escadas, e tento me concentrar em meus passos ao invés de pensar em ficar
sozinha no quarto com ele. Fique calma, Katy. É apenas Liam. É apenas seu... namorado...
falso namorado. Quando eu viro o corredor Liam pula e eu grito. Quando eu percebo que é
ele eu paro e estreito meus olhos em irritação. Sério?
Ele ainda está rindo quando eu o empurro. – O que você estava fazendo lá, se
certificando que seu hálito cheira bem? Arrumando o cabelo no espelho?
Eu endireito meus ombros e inclino a cabeça para o lado. – Não. Eu estava apenas
admirando sua casa. – eu minto.
– Seja o que for – ele sussurra e revira os olhos. – Vem por aqui. Eu quero que você
tenha os meus filhos. Você tem ótimos quadris para o parto.
Reviro os olhos e o sigo pelo longo corredor. Posso imaginar um pequeno Liam de
pé no final, vendo a entrada vazia depois que sua mãe o deixou. O que uma criança pensa?
Minha mãe desapareceu sem mim? Como um garotinho pode lidar com isso?
– Você vem ou o que? – Liam pergunta, acenando com a mão na frente do meu
rosto. Eu olho para ele e aceno. Seu quarto é... não é o que eu esperava.
Primeiro, está limpo. Em segundo lugar, não há fotos de meninas nuas nas paredes.
Em terceiro lugar, é limpo.
– Segure o seu queixo, Melinda limpa para mim. – Ele arranca os sapatos. – Se
fosse por mim, teria roupa por todo lado, como você. Bem, eu não tenho os livros abertos,
mas eu teria as roupas. – Ele deita em sua cama e liga a TV. Ele olha para mim. – Você
pode se sentar, eu estava apenas brincando sobre os seus quadris e o parto. – Ele olha
meus quadris. – Você está realmente um pouco magra.
Eu ignoro o seu comentário. – Seus pais não vão estar em casa logo? – Eu pergunto,
sentado na beira de sua cama. É macia. Tenho certeza de que o seu colchão provavelmente
custa mais do que o meu quarto inteiro, com tudo nele. Eu nunca quis afundar em um
material antes.
Ele dá de ombros e deita no travesseiro. – Não sei. Eles vêm e vão quando querem.
Eles nunca estão em casa, realmente. Eles são adultos, você sabe.
Eu pego a um pedaço da franja no meu jeans. – Eles não te dizem aonde vão ou
qualquer coisa assim? Eles só saem?
Ele suspira. Eu sei que estou fazendo um monte de perguntas, mas, às vezes, você
simplesmente tem que perguntar. – Eu não sei, eu não pergunto e eu não me importo. Por
que está tão preocupada sobre quando eles estarão em casa, afinal? Não é como se
realmente estivéssemos fazendo algo, apesar de que isso pode ser arranjado. – Ele mexe as
sobrancelhas.
Porque, eu me sinto triste por você. Eu dou de ombros. – Só estou perguntando,
Liam. – Liam rola sobre suas costas. – Então, o que você faz pra se divertir?
Liam se apoia sobre o cotovelo. – Você já jogou tênis?
– Eu já, por quê?
Liam se levanta. – Bem, é isso que eu faço. Nós vamos jogar tênis, vamos. – Liam se
levanta, pega meu braço e me leva pra baixo.
– Nós vamos até a quadra da cidade?
Liam abre a porta de trás pra mim. Eu paro no caminho. Que. Inferno. – Não, nós
temos a nossa. – Meu queixo caiu.
– Uau – eu digo.
Liam encolhe os ombros e faz menção para que eu o siga. – Meu pai construiu para
mim quando eu era mais novo. Eu acho que foi a sua maneira de comprar amor. Assim
como a piscina. – ele diz, apontando com a cabeça para a piscina à esquerda. Caramba. O
quintal é enorme. Liam abre a porta de uma pequena construção e traz duas raquetes de
tênis com um pacote de bolas de tênis. – Pronta para ser ensinada? – ele pergunta.
Eu pego uma raquete de tênis. – Eu gostaria de ver você tentar.
– Tenho que te avisar coisinha quente, eu sou muito bom. – Liam grita, enquanto
corre pro seu lado da rede.
***
Ele não está mentindo. Ele acabou comigo. Jogamos seis jogos, seis dos quais eu
perdi completamente. Eu quero rastejar pra piscina e me esconder pra sempre. O suor está
escorrendo da minha testa. – Pare, eu não posso... respirar.
Liam sorri e corre para mim, pulando por cima da rede. Ele acaricia minhas costas
com força. – Ah, aguente isso sua grande bebê. Eu te avisei completamente.
– Água – eu coaxo. – Morrendo de sede. Diga a minha mãe que eu a amo.
Ele ri. – Levante-se, namorada. – Ele agarra meu ombro e me puxa pra dento da
casa. Ele me dá um copo de água da geladeira. Eu trago.
– Ah, essa é a melhor água que eu já provei.
Liam concorda e termina sua garrafa. – Ainda é cedo, você já está pronta pra ir pra
casa? – Eu mordo meu lábio. Não realmente. Eu olho para Liam. Eu tento me convencer
que quero ficar porque ele está sozinho, mas eu realmente não quero ir.
– Bem, meu pai ainda pode estar em casa. – eu passo meu dedo ao longo do
armário da cozinha.
– Tudo bem – diz Liam. Eu posso ouvir o sorriso em sua voz. – Você gosta de
Jackie Chan?
Nós passamos as próximas duas horas deitados em sua cama, assistindo a Hora do
Rush. Quando eu disse que nunca tinha visto, ele quase teve um ataque do coração. O filme
estava para terminar quando alguém entrou no quarto de Liam. Eu pulei. Eu não tenho
muita certeza do por que, não era como se estivéssemos realmente fazendo alguma coisa
além de assistir TV. Foi apenas uma reação natural.
– Você não pode bater? – Liam pergunta, apoiando sobre os cotovelos. Eu olho pra
porta onde uma mulher alta, magra e loura está.
Suas mãos estão em seu quadril estreito; as unhas longas e perfeitamente pintadas
tamborilam em sua cintura. – Eu não tenho que bater, é a minha casa.
Ai. Deve ser a madrasta, jovem o suficiente para ser a irmã mais velha. Parece que
no ano passado, ela estava no último ano do ensino médio.
– Bem, este é o meu quarto, dá o fora. Estou ocupado.
Ela olha em minha direção, seus olhos azuis se estreitam. Eu quero evaporar, mas
tanto quanto eu quero, isso nunca acontecerá. – E quem seria você?
– Meu nome é Katy. – Eu sussurro. Eu desvio meus olhos. Ouvi dizer que você não
deve olhar para as pessoas más por muito tempo. Você pode virar pedra.
Ele levanta uma sobrancelha pra mim. – Ela é minha namorada.
– Muito surpreendente, eu jamais pensei que encontraria uma pessoa que gostasse
de você. – ela diz, empurrando seu longo cabelo loiro no seu ombro.
– Seu pai vai se atrasar hoje a noite. Ele queria que eu lhe dissesse. Você pode pedir
uma pizza para o jantar. – Ela sorri. É falso. Então sai da quarto. Eu deixo escapar um
suspiro, que eu não percebi estar segurando.
Ela sequer se apresentou oficialmente pra mim. Não que eu quisesse fingir um –
bom conhecer você – porque, obviamente, não era nada disso. Embora, normalmente
sejam os pais que tenham que fingir que se importam um pouco.
– Agh – ele diz, batendo a cabeça no travesseiro. – Ela nunca cozinha, Mamãe
costumava cozinhar.
Algo triste atravessa os seus olhos antes de fechá-los. Ela nunca cozinha? Que
horrível. – Deixa eu te falar. Levanta. – Eu dou um tapinha no joelho dele.
– Por quê? – ele pergunta, e abre apenas um olho.
– Para comer uma comida caseira, minha mãe sempre cozinha.
***
Vinte minutos depois, estamos na minha casa, na cozinha. O cheiro de comida é
pesado. Gostaria de saber quando foi a última vez que Liam sentiu o cheiro de uma
refeição preparada em sua cozinha.
– Você nunca comeu bolachas Oreo? – Minha mãe pergunta, soltando um prato na
frente de Liam. – Isso é uma blasfêmia.
– Parecem sujas. – diz ele, sorrindo.
– E tem gosto de Céu. – eu digo, jogando um pouco de pimenta sobre o purê de
batatas. – Você deve experimentar uma. Elas são ótimas.
Mamãe balança o prato no seu rosto e sorri.
Ele ri. – Você não deveria estar me incentivando a esperar até depois do jantar pra
comer a sobremesa, Sra. Taylor? Vou estragar o meu jantar.
Mamãe bufa e revira os olhos. – Eu não sou como a maioria das mães. É apenas
uma, pegue uma. – Ela soa como um traficante de drogas.
Liam olha pra mim e sorri. Meu estômago flutua e eu finjo interesse nas batatas.
Caramba, quando foi que seu sorriso ficou tão bonito? – Ok, aqui vai ela. – Ele alcança e
pega uma. Ele coloca na boca e eu odeio que eu veja a sua boca quando ele faz. Seus lábios
cheios devorando o chocolate com calma. Pare com isso, Katy.
– Elas são... – ele faz uma pausa para o efeito, com os olhos entre minha mãe e eu
– incríveis.
Mamãe grita e empurra o punho no ar, como uma lança. – Mais um convertido,
minha querida. – Ela sorri. – Ligue para os outros!
Eu rio. Minha mãe é muito embaraçosa às vezes.
Quando o jantar está pronto eu coloco a mesa e todos se sentam para comer. É
surpreendentemente normal. Nós conversamos sobre o nosso projeto e coisas não
importantes.
– Então. – Mamãe diz, limpando a garganta – vocês dois estão oficialmente juntos
agora?
Eu tento não engasgar com meu frango. Eu nem pensei sobre como isto ia parecer
pra minha Mãe. Todo mundo sabe, nós temos que tentar e ir em frente, então eu tenho que
dizer a ela, certo?
– Sim. – eu digo, tomando um gole da minha bebida.
Ela sorri e vejo que ela está tentando esconder isso. Minhas bochechas esquentam e
eu finjo realmente estar gostando do meu purê de batatas.
– Você está corando, – Liam solta. Eu olho para ele, e lhe dou meu olhar mortal.
Mamãe sorri. – Ela é uma corada, ela sempre foi.
– Eu peguei isso rapidamente. – Liam pisca.
Matem-me agora.
***
Após o jantar Mamãe basicamente nos empurrou para fora e disse que ela podia
cuidar da louça. Isso é inédito. Ela normalmente me pede para ajudar, enquanto ela 'finge'
limpar o fogão. Nunca está tão sujo quanto ela diz que está.
Liam caminha até nosso balanço no quintal e se senta. Eu o sigo e me sento ao seu
lado.
Ele coloca os braços no encosto. – Obrigado, Katy. – ele diz.
– Pelo que? – eu pergunto.
– Por me convidar. Foi bom. Minha família não tem sido assim por um longo, longo
tempo. Eu sinto falta. Isso foi... bom.
Eu mordo meu lábio. Que coisa mais triste. Estou determinada a não pensar em
uma criança pequena vendo a casa vazia e se perguntando o que ele fez errado. Eu nunca
tinha pensado sobre jantar com Papai ou Mamãe. Foi sempre tão normal. Agora que Papai
se foi, vai ser estranho, mas Mamãe nunca vai deixar de jantar comigo. Eu espero. – Bem,
você tem um Jeep. Você sabe onde eu moro. Você pode vir a qualquer hora que quiser para
o jantar.
Liam olha para mim e eu vejo a confusão dançando em seus olhos.
Desconfortável, eu empurro meu ombro no dele. – Você é meu namorado agora, se
lembra?
Ele balança a cabeça e sorri. – Como eu poderia esquecer? Você alterou totalmente
minha reputação. Na verdade, um professor me deu um meio sorriso hoje.
– As coisas estão realmente parecendo bem. Tenho certeza de que isso nunca
aconteceu. – Eu sorrio.
Capítulo Cinco
– O que há com você? – Jennifer pergunta, acenando com a mão na frente do meu
rosto.
Eu saio do meu torpor, balançando a cabeça. – Do que você está falando?
Jennifer abaixa seu nugget meio comido, estreitando seus olhos. – Algo não está
certo com vocês dois. Alguma coisa está estranha. Eu posso sentir isso.
Eu tomo um gole da minha bebida para me distrair de seu olhar. – O que você quer
dizer, Jennifer? Que você é um investigador particular ou alguma coisa assim?
– Chame isso de meus incríveis instintos asiáticos. – Ela ergue uma sobrancelha.
Reviro os olhos. – Ok, bem, diga pra mim. O que há de errado com a gente?
– Vocês dois não se tocam. – diz ela de fato.
– Ei! – eu levanto minha mão. – Nós damos as mãos o tempo todo...
– Não. – ela me corta, apontando com o dedo na minha cara – Vocês não beijam.
Vocês só se abraçam ou dão as mãos. E me corrija se eu estiver errada, mas Liam sempre
teve os lábios bloqueados por alguma garota. Ele não tem vergonha. E nem você, você e
Hayden matavam aula o tempo todo, pra ir fazer as coisas no corredor antigo. Então, isso é
bastante duvidoso para mim.
Corei, e mordi meu canudo. – Nós estamos juntos há apenas alguns dias, Nancy
Drew. É normal ir devagar nisso? – Devagar com nosso relacionamento imaginário? – Dá
um tempo, porra.
– Dá tempo pra quem? – Liam diz, colocando a bandeja ao lado da minha.
– Nada. – eu deixo escapar.
– Eu acho que alguma coisa está acontecendo com vocês dois. – diz Jennifer,
cruzando os braços sobre seu suéter horrendo.
Liam levanta uma sobrancelha, e dá uma mordida na sua pizza. – Boa investigação
aqui, Srta. Chang. Eu diria que você descobriu que estamos namorando depois de todos os
outros na escola.
Ela estreita os olhos. – Não. Quero dizer que vocês dois não se tocam ou se beijam.
Vocês mal se abraçam, é apenas um monte de conversa e flerte. – Ela pensa que nós
flertamos? Eu sorrio para mim mesma. – Que pela sua reputação, eu penso que você não
se importaria de dar um grande beijo na sua namorada. Pra não mencionar, que nenhum
dos dois disse nada sobre o Baile deste fim de semana. É tudo que os outros casais estão
falando. Por que vocês dois não? – Ela se inclina para frente, observando cada movimento
nosso. – Eu estou à espera de uma resposta.
Liam fica quieto por um minuto. Ele olha para mim, olhos cinza sérios. – Nós
vamos lhe dar um show Srta. Chang. Deixe-me comer primeiro, e depois refrescar minha
respiração. Eu não gostaria que minha namorada tivesse que provar o meu gosto
desagradável de pizza. – Ele sorri. – E se a Katy quiser ir ao baile, podemos ir. Não me
importo. A escolha é dela.
Jennifer sorri e levanta a sobrancelha. Ela adora isso.
– Hum... com certeza. – eu digo, enfiando meu garfo pelo meu milho. Eu odeio
bailes. Ela sabe disso. Eu vou matar a Jennifer. Eu pego o meu garfo; eu quero apunhalar
ela em seus olhos asiáticos.
Eu como minha comida em silêncio. Eu não sei o que dizer. Eu me sinto totalmente
desconfortável. Não que eu não tenha beijado ele antes, mas foi uma vez, e por despeito.
Estamos fingindo, isso não estava no acordo. Maldita seja Jennifer. Quando o sino toca,
Jennifer se levanta para jogar fora sua comida.
Liam segura meu cotovelo e olha para mim. – Não temos que beijar, se você não
quiser. Você pode fingir enjoo ou algo assim. Talvez fingir vomitar uma pizza? Eu sei que
estamos fingindo e tudo mais.
Eu suspiro. Eu sinto o calor subindo no meu rosto. – Quer dizer... – eu coço o
pescoço – Eu acho que tá tudo bem... se você quiser...
Liam está sorrindo, quando eu olho pra ele. Eu estava olhando pra baixo nas suas
botas de combate e como elas parecem bagunçadas, mas ele estava muito quieto então eu
olhei pra ele. – Do que você está rindo, Liam?
Ele se inclina para mim, me inundando com seu perfume e sorriso. – Você está
nervosa, é muito adorável. – Ele aperta minha bochecha e eu me afasto dele.
– Pare. – eu chio humildemente.
Jennifer volta, cruza os braços sobre o peito. – Vamos lá, deem um beijo.
Ah, merda. – Eu...
– Não aqui, Jennifer. Se vamos ter que provar pra você que queremos um ao outro,
temos que fazer isso no corredor. Vamos deixar isso interessante. – Ele está brincando
comigo agora, né?
Ah Deus. Quem que quer me castigar? Liam passa seu braço em volta da minha
cintura e me puxa pra ele. – Vamos lá, namorada. Se estamos tentando fazer que todo
mundo acredite que estamos juntos, temos de dar pelo menos um show por dia.
Por dia! Eu estava pensando em a cada duas semanas, ou por mês!
Os corredores estão lotados quando chegamos. Meu coração está batendo a 90 por
isso. Olho aluno por aluno. Todo mundo evacuando o corredor, eu quero gritar. Fogo!
Jennifer está no seu armário, de olho na gente. Eu vou matá-la.
Liam me empurra contra o fim do armário e o início da parede. Ele está perto de
mim, muito perto. Seu hálito é de menta; ele deve ter comido alguma bala. Minhas mãos
estão tremendo e Liam está sorrindo. – Por que tão nervosa, ursinha?
– Não me chame assim. – Eu rolo meus olhos.
– Você sabe por que eu te chamo assim? Você parece com um ursinho de pelúcia
apertável.
Muito lisonjeiro. – Muito romântico Liam.
– Você está nervosa. – ele sussurra.
– Eu não estou nervosa, estou pronta pra acabar com isso. – eu digo, mas sai fraco.
Ele sorri e coloca as mãos em cada lado do meu rosto. – Eu acho que você está
ansiosa. – ele sussurra no meu ouvido. Eu tremo. – Pronta pra me beijar. Você estava
esperando por isso, não estava?
– Não – eu sussurro.
Eu percebo alguém olhando para nós da parede oposta e não é Jennifer, mas não me
importo. Estou muito ocupada olhando para o rosto de Liam. Seus olhos cinza me
derretendo com um brilho, seus lábios cheios se separaram e a linha da mandíbula pesada.
Sem mencionar o jeito sexy, como o inferno, que seu cabelo preto cai sobre sua testa.
– Mentirosa, mas tudo bem. Seu namorado de mentira sabe a verdade. Você está
pronta para virar algumas cabeças, ursinha?
– Ahm ham – eu digo, tentando focar minha mente. Que está girando.
Liam abaixa a boca na minha, e eu estou segurando a minha respiração. Seus lábios
tocam os meus. Eu relaxo na suavidade deles. Liam está hesitante, com as mãos nos lados
da minha cabeça. Liam desliza a língua no meu lábio inferior, e eu lhe dou acesso a minha
boca. Ele faz um som baixo no seu peito. Isso causa ondas de calor, que me engolem em
puro desejo. Eu puxo sua camisa, até que ele me tenha presa contra o armário, sem
qualquer espaço entre nós. Liam desliza suas mãos pelos lados até meus quadris, e me
levanta, cruzando minhas pernas na sua cintura.
Eu não estou respirando. Meu coração bate com força contra minhas costelas, eu
acho que ele vai explodir do meu peito. Eu sinto uma cutucada forte no ombro, e saio do
meu torpor. Liam inclina a cabeça para baixo na minha orelha e ri. É baixo e sexy. Mas não
parece muito amigável.
Eu desço minhas pernas da cintura de Liam pro chão. Eu olho pra trás e vejo
Hayden caminhar no meio da multidão olhando pra mim. Eu sorrio. Haha, otário. Quando
olho de volta, Liam está sério.
Eu abro minha boca para dizer alguma coisa, mas eu não tenho certeza do que vou
dizer. – Bem – Jennifer diz, limpando a garganta. – Isso foi muito acreditável. – Ela não
nos olha nos olhos. Ela acreditou. Um pouco de rosa nas suas bochechas.
Liam balança a cabeça, sorrindo pra mim. – Sim, namorada. Estamos acreditáveis
agora.
– Acho que sim. – murmuro.
– Até depois da escola? – ele pergunta, sem esperar por uma resposta, apenas indo
embora. Suas botas de combate arrastando no chão enquanto ele vai.
Eu não sei o que está acontecendo, mas algo parece estranho. Meu peito dói e não é
azia.
****
Liam não está esperando em meu armário quando o último sinal toca. Eu espero um
minuto, sem saber o que fazer. Onde ele está? Ele foi embora sem mim? Será que o seu
professor o manteve na classe até agora? Eu pego os livros que preciso e vou pra fora. Eu
procuro no estacionamento até que vejo o Jeep de Liam na extremidade. Ele pareceu meio
bravo quando ele saiu depois do almoço. Talvez ele esteja com raiva? Por que eu me
importo? É apenas uma relação de mentira, certo? Quando dou a volta no Jeep, Liam está
inclinado contra a porta e uma garota sorridente está ao lado dele. Meu queixo cai.
Meu sangue começa a ferver. Eu tento me acalmar antes de falar, mas não funciona
realmente. – Que diabos, Liam? – eu grito.
A garota pula, deixando cair seus livros, apressando-se para pegá-los. Liam não para
de olhar para mim. – O que é isso?
O que é isso? Você está falando sério? – Você sabe muito bem o que é. – Eu aponto
para a garota que está pegando seus livros. Ela olha pra cima pra mim, com grandes olhos
azuis. Argh. Eles começam a lacrimejar. – Você poderia nos dar licença, por favor?
– Claro. – ela diz. Ela acena com a cabeça, e vai direto de volta para a escola. Ela
parece aliviada.
Liam revira os olhos, e se joga no seu jipe. – Bem, veja quem é uma estraga
prazeres.
A raiva está começando a se tornar minha emoção favorita do dia. – Liam, nós
conversamos sobre isso. Você não pode simplesmente ir e dar em cima das meninas...
deveríamos estar juntos. Isso me faz parecer sacaneada, ainda que, você pareça um idiota e
os professores gostem menos ainda de você do que eles já fazem.
Liam chega mais perto, o cheiro dele me oprimindo. Eu dou um passo pra trás
contra o seu Jeep e endureço. – Sim, nós deveríamos estar juntos. Então, por que é que
você ficou satisfeita em fazer ciúmes ao Hayden, hein? Isso não é muito acreditável. – A
mandíbula dele está definida. É um pouco assustador.
Então, isso é sobre Hayden? Eu mordo meu lábio e balanço a cabeça. – Olha, você
sabe que é apenas um extra deixá-lo com raiva. – eu digo, minha voz baixa. – Me faz
sentir melhor. – Uau, eu não sabia o quão terrível isso era até que eu disse.
Liam cerra o punho, inclina-se para perto de mim e sorri. – Bem, eu não vou ser seu
consolo ou seu fantoche. Estou aqui para ajudar a nós dois. Você não quer parecer uma
vagabunda, e eu preciso que os professores me deem a porra de um tempo.
Ai. Eu odeio que isso doa.
– Ok, então nada mais de falar com outras meninas em público, e eu não vou sorrir
pro Hayden. – Eu zombo e caminho para entrar no seu jipe.
– Não é isso Katy... – Liam diz, batendo a porta, e passando os dedos pelo cabelo.
– Não importa. Esqueça. Isso não é importante.
Nós não conversamos no caminho de casa. Eu não sei o que dizer e eu presumo que
ele está com raiva de mim. Ah ótimo. Foi bom ver Hayden com ciúmes. Eu não me
arrependo de lhe fazer ciúmes. Ele merece isso e muito mais.
Eu mordo meu lábio e lembro-me do rosto de Jennifer corado após nossa sessão.
Ela parecia acreditar em nós. Isso é uma boa notícia. Eu nem mesmo tive que fingir que
gostei, porque eu gostei. E gostei até um pouco demais. Eu vou ter que aprender a
controlar minhas emoções.
Eu noto minhas próprias bochechas corando. Ainda bem que Liam não está olhando
ou dando a mínima pra mim agora.
Quando chegamos a minha casa, a SUV do meu pai está na garagem. Eu vejo meu
pai sair de casa, duas caixas equilibradas uma na outra. Meu coração bate forte contra
minhas costelas. Papai abre a porta e as empurra pra dentro.
– Você está saindo? – Liam pergunta. Não parece que Liam vai me convidar para
sua casa hoje, ou jogar tênis.
– Sim. – eu digo, saindo do meu torpor. – Hum, sim, vejo você amanhã. – Eu abro
a porta vou em direção a meu Pai. Ele está arrumando as caixas no banco traseiro quando
eu chego à porta do carro.
– Ei. – eu sussurro.
Papai olha de volta, o seu cabelo de sal e pimenta caindo sobre os olhos.
– Querida. – diz ele, me abraçando. – Como você está?
Eu ignoro a pergunta. – Hum, quando você vai se mudar? – eu pergunto.
Ele passa os dedos pelo cabelo, fechando os olhos. – Na próxima semana. Katy
ouça. Eu sei que você está chateada...
– Você poderia apenas tentar fazer as coisas funcionarem, Pai? – Meu lábio treme.
– Por favor, fica pro jantar, apenas tentar falar com a mamãe...
– Katy, por favor. – Papai diz, colocando as mãos no meu ombro. – Não vai
funcionar com a gente, estamos tentando há anos. É só o tempo, você tem que entender
isso.
Eu fecho meus olhos, torcendo meu rosto, tentando não chorar. – Pai, você não
pode simplesmente no abandonar, por favor! – Eu imploro. Eu pego os braços, puxando-o.
– Por favor, não vá – Eu estou chorando agora, histericamente.
Papai fecha os olhos, balançando a cabeça pra frente e pra trás. – Katy – ele grita.
– Eu não posso. Isso não é culpa sua. Eu juro. Não é. Só, por favor, entenda que isso não
vai mais funcionar. Eu amo você e sua mãe. Mas, apenas não dá mais.
Minhas mãos caem dos seus ombros, eu tropeço para trás como se tivesse levado um
tapa. Me viro para a rua, me afastando dele. Eu o ouço gritando atrás de mim, mas eu saio
correndo, jogando minha mochila no chão. Lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto. Eu
as limpo, mas elas continuam chegando.
Eu não sei quanto tempo eu corri antes de ouvir o meu nome sendo chamado atrás
de mim. Eu tentei correr mais rápido, mas o braço de alguém se fechou na minha cintura.
– Katy, Katy, por favor, se acalme, sou eu. – Liam está me segurando, me puxando
contra seu peito. – Katy – ele murmura em meu ouvido.
Eu respiro profundamente, tentando me acalmar. – O que você está fazendo aqui?
– Eu pergunto, entre soluços.
Liam chega ao meu cabelo, passando os dedos por ele lentamente. Eu endureço. –
Hum... você deixou sua carteira. Eu estava voltando para devolvê-la. Seu pai disse que você
foi embora, então vim buscar você. Ele disse, por favor, pra voltar pra casa.
Eu balanço minha cabeça e apoio no ombro de Liam. – Não, eu não quero vê-lo.
Não é um lar, de qualquer jeito.
Liam concorda. – Deixa eu te falar. Vem comigo. – Liam puxa pra trás e olha para
mim. Seus olhos cinza penetrando no meu.
– Ir pra onde, Liam? Eu não sei...
– Vai ficar tudo bem, Katy. Apenas relaxe. Confie em mim pelo menos uma vez. –
ele diz.
Eu suspiro. – Ok, qualquer coisa pra sair daqui. – eu digo.
– Vamos lá. – Liam diz, me puxando pro seu Jeep estacionado atrás de nós. Entro
no jipe e pressiono a cabeça na janela fria. Eu não quero pensar no meu pai. Ele é um
traidor. Ele é um abandonador. Meu peito começa a doer; fecho meus olhos e seguro as
lágrimas. Isto não pode estar acontecendo. Ele é meu pai. Sempre.
– Você está bem? – Liam pergunta.
Eu balanço a cabeça. – Isso dói. – eu deixo escapar. – Tão, ruim. Ele está indo,
como se não fossemos nada.
Eu sinto a mão de Liam no minha, eu abro meus olhos. – Eu sei que dói, Katy. Mas,
eu juro tudo vai dar certo. Seu pai te ama; ele só não é mais apaixonado pela sua mãe. Isso
acontece todos os dias. Você sabe disso.
Eu aperto a mão de Liam. Eu sei disso. Eu amei Hayden, mas um dia ele
simplesmente não me amava mais. Tão simples como um interruptor de luz, que está
sendo desligado. Isto aconteceu com o meu pai. Ele não ama mais a minha mãe. Ele se não
se importa mais em ficar com a gente.
– Pra onde vamos? – Eu pergunto, mudando de assunto.
– Relaxar, você parece precisar. – ele diz, de uma vez. – Muito mesmo. Parece que
você precisa de diversão. – Ele mexe as sobrancelhas pra cima e para baixo. Eu finjo não
ver, eu não quero saber o que significa.
Estou muito cansada pra me preocupar, eu descanso minha cabeça contra o assento
de couro e deixo meus olhos se fecharem. É ótimo.
Liam está sacudindo meus ombros. Abro os olhos. Ele está sorrindo. – Chegamos,
tire sua bunda daí, ursinha.
– Eu não sou um urso. – eu bocejo – Pare de me chamar assim. – Eu coço os olhos
com os punhos, pisco duas vezes. Eu olho pra fora da janela. – Nós estamos na praia. Por
quê?
– Pra relaxar. Ainda está quente, não o suficiente para nadar, mas dá pra deitar no
sol. Vamos lá. – ele diz. Eu abro a porta e saio do seu jipe. Ele vasculha o banco de trás,
enquanto eu assisto as ondas baterem na areia. É um bom dia. O céu é azul, a água mais
azul ainda. Sons relaxantes são uma ótima ideia.
– Siga-me, ursinha. – ele diz, jogando um cobertor no seu ombro. Eu levanto uma
sobrancelha, mas ele não vê. Liam caminha pela praia e para num local aleatório. Tem
algumas pessoas, correndo, passeando com seus cães. Ninguém está nadando.
Liam desenrola o cobertor, jogando, espalhando e colocando-o na areia.
– Agora – ele diz, para si mesmo. Ele se senta, se inclinando pra trás. – Você vai se
sentar e se sentir em casa, querida.
Eu sorrio pra mim. Concordo com a cabeça, sentando ao lado dele, deitada de
costas. Uma brisa quente sopra por mim. Eu fecho meus olhos, respirando o ar do oceano.
– Alguém já está se divertindo. – Liam diz, deitado de costas comigo. – Eu venho
aqui, às vezes, é tão relaxante.
Será que ele vem aqui pra pensar sobre a sua mãe? Eu quero perguntar, mas eu
estou com medo de trazer essa lembrança. Eu posso imaginar o quanto isso dói.
– Por que você normalmente não tem namoradas? – eu deixo escapar. Não é o que
realmente está na minha mente, mas estou curiosa.
Liam suspira, encolhendo os ombros. – Eu sou um cara ocupado. Não tenho tempo.
Eu rio. – Porque, obviamente, você está muito ocupado, deitado no sol e relaxando.
Ele sorri. – Meu tempo pra relaxar consome muito tempo. É preciso me esforçar
muito pra fazer as coisas que eu faço.
– Por que ela não poderia vir com você? Eu estou aqui, eu estou te incomodando?
– Não – , ele sussurra. Há um silêncio. – Você é... você. – ele diz. Eu não sei o que
pensar sobre isso. Eu não digo nada. – Katy, por que o Hayden?
– O que? – Eu pergunto.
– Por que o Hayden? Por que você o namorou?
Eu mordo meu lábio. Eu tento não pensar sobre isso. – Ele costumava ser
encantador, Liam. Ele nem sempre foi um idiota. – Eu suspiro. – Eu achava que ele era...
um sonho. Eu gostava dele fazia tanto tempo. Então, ele me convidou pra sair. Eu não via a
hora de dizer sim. Eu estive planejando nosso casamento por anos. – Eu rio.
Liam sorri. – Quantos filhos você tinha planejado?
Eu rio. – Após o casamento em Nova York, nós estaríamos por nossa conta, e
teríamos quatro filhos. Dois meninos e duas meninas. Porque, todos podem planejar o
sexo de seus filhos. – Eu rio.
Liam assobia. – Isso é um monte de crianças. – Outro silêncio. – Ele fez jus ao que
você achou que ele seria?
Eu enrolo um cacho escuro que está no meu ombro. – No início, sim. Era perfeito.
Ele me acompanhava até a aula, trazendo um guarda-chuva ao meu carro quando estivesse
chovendo. Ele me levou para conhecer seus pais. Então... – Eu solto.
Liam fica de lado, de frente pra mim. Seu cabelo escuro caindo nos seus olhos cinza.
– E depois?
– Aquilo aconteceu.
Ele dá de ombros. – O que é aquilo? O término?
– Não. – eu sussurro, envergonhada. – Eu meio que... entreguei.
Liam fica quieto. – Entregou o quê? – Ele pergunta. Eu sei que ele sabe.
– Aquilo, minha v... – Meu rosto está como se alguém tivesse ateado fogo.
– Ah, – Liam diz finalmente.
Ah? É tudo o que ele vai dizer? Ah? – Sim. – eu digo, entrelaçando meus dedos. –
Então, o término aconteceu. Não mais que algumas semanas depois.
Silêncio.
– Quer um cachorro-quente? – Liam se levanta, rapidamente, olhando pra
qualquer lugar, menos pro meu rosto.
– Hum... com certeza. – eu digo.
Liam levanta, muito rapidamente, caminhando até uma barraca de cachorroquente,
no cais, atrás de nós. Eu afundo no cobertor. Caramba, o Liam pode ser tão
estranho às vezes. Tenho certeza que ele ficou tão desconfortável falando sobre isso quanto
eu.
Eu tento relaxar, mas tudo que eu vejo são imagens de Hayden e eu. Seu toque, seus
lábios, tudo dele. Eu balanço minha cabeça. Eu não deveria ter dito aquilo ao Liam. Ele
pulou como se eu tivesse ateado fogo nas suas calças.
– Aqui vamos nós, um cachorro-quente pra senhora. – Liam senta-se, entregandome
um cachorro-quente.
Nós sentamos em silêncio por alguns minutos comendo. – Seu pai parecia chateado
hoje.
Eu zombo. – Sim, com certeza. – Eu pego um pedaço de guardanapo e jogo meu
cachorro-quente fora, no chão. – Ele não se importa com a gente. Ele é um abandonador.
Liam está olhando pra mim, quando eu o olho. – Você não acredita realmente
nisso, não é?
Concordo com a cabeça. – Claro, que sim. Ele está me deixando. – eu sussurro. –
Como se eu não fosse nada. Ele não se importa mais.
– Pelo menos ele disse adeus. – sussurra Liam.
Meu coração bate uma batida extra. Como a mãe de Liam fez com ele. – Hum...
Sinto muito. Eu nem mesmo pensei sobre isso.
Liam empurra seu ombro no meu. – Está tudo bem, foi há muito tempo atrás. Eu
mal me lembro dela.
– Ainda dói. – eu digo. Quero dizer como uma pergunta, mas eu já sei a resposta.
– Ainda.
– Você... você já tentou entrar em contato com ela?
– Não sei como. – ele dá uma mordida no cachorro-quente – não sei seu endereço,
para onde foi, seu telefone celular ou qualquer coisa. Eu realmente nem sei mesmo se ela
está viva.
– Você sabe o nome dela, né?
– Sim, Mary Beth.
– Sobrenome?
– Bem, era Erickson, mas eu não tenho certeza se ela e meu pai são divorciados
oficialmente. Eu acho que devem ser já que meu Pai se casou com o clone da Barbie. Ele
nunca fala sobre ela. Ele nunca me disse por que ela foi embora ou pra onde ele pensa que
ela pode ter ido.
– Você lhe perguntou alguma coisa sobre ela? – Eu como o último pedaço do meu
cachorro-quente.
Ele balança a cabeça. – Não, eu perguntei quando era mais novo. Ele me ignorou.
Agora, ele nunca está em casa e a rainha das vadias está sempre lá. Então, eu simplesmente
parei de perguntar.
– Ela é tipo uma vadia. – eu digo. – Só estou falando....
– Falando sujo hoje. – Liam diz, sorrindo.
– Eu xingo às vezes.
– Às vezes?
– Eu disse merda aquela vez.
Liam joga a cabeça pra trás e ri. – Quando você pode contar nos dedos quantas
vezes você já xingou, você não pode dizer que você xinga.
Eu rio. – Eu não sou tão boa quanto você pensa.
– Como você sabe que eu acho que você é boa?
– Você não teria concordado com isso. Você sabe que estar comigo vai lhe dar uma
pausa dos professores. Alguém como você simplesmente não namora alguém como eu.
Liam faz um barulhinho em sua garganta que eu não sei o que significa. – Isso não
é verdade... – ele para. Eu estou pendurada nas suas palavras. Eu quero coloca-las para
fora dele. Mas seus lábios estão fechados.
– O que é verdade? – Eu pergunto.
Ele fecha os olhos, balançando a cabeça. – Nada.
Argh! Eu olho para o oceano. Eu não posso olhar para ele. O que ele ia dizer? Eu
mudo de assunto. – Eu acho que devemos tentar encontrar a sua Mãe.
Liam está muito quieto. Eu olho para ele. Ele está olhando para mim. Seus olhos
cinza tão... bonitos. – Não. – ele diz, balançando a cabeça de um lado pro outro.
– Não? Por que não?
– Eu não quero. – ele diz, tentando se levantar. Eu agarro seu braço, puxando-o de
volta pra baixo. Ele endurece com o meu toque.
– Eu sei que é assustador, mas pense sobre isso. Nós podemos encontrar alguma
coisa. Nós poderíamos encontra-la. Isso seria ótimo grande?
– Sim, mas e se ela não quiser me ver? – Ele sussurra.
Essa é a razão. Ele está com medo. – Olhe pra você. – eu digo; apontando meu
dedo no seu peito – Você é incrível. Não há nenhuma maneira de que ela não queira ver
você.
Ele sorri, fazendo uma covinha na sua bochecha. – Eu sou bem incrível, não sou?
– Não força.
Ele ri. – Talvez. – diz ele, hesitante. – Talvez.
– Isso é um começo.
Ele joga um pedaço de guardanapo no meu rosto. – Então, ursinha, sobre o baile...
Eu jogo o guardanapo de volta pra ele. – Nós não temos que ir. – eu digo. – Jen só
quer viver seus sonhos através de mim. Seus pais são como sargentos.
– Mas, ursinha, o que as pessoas vão dizer se o mais novo casal do ensino médio de
Avalon não aparecer no baile?
Eu sorrio. – Você quer ir?
– Nunca fui, primeira vez pra tudo, certo? – Ele enfia seus dedos na areia.
– Certo. – Eu sei que estou sorrindo como o gato de Alice, mas não posso evitar.
Liam revira os olhos, chegando e jogando areia no meu cabelo. – Eei! – eu grito. Eu
pego uma mão cheia e espalho na sua cabeça.
Ele olha pra mim, balançando seus cabelos, areia voando por toda parte. – É
melhor você correr. – ele diz.
Eu grito, pulando e fugindo dele. A areia está me puxando pra baixo, mas piso mais
fundo de qualquer maneira. Eu chego à água, quando Liam passa seus braços em volta da
minha cintura, me girando. Ele está indo em direção à água. – Não. – eu grito. – Por
favor. – Eu estou rindo então sai como um suspiro. – Não!
Liam caminha com água até os joelhos e me joga na água, encharcando minha
cabeça. – Merda! – Eu grito. – Está gelada.
Liam está sorrindo. – Bem, não é um dia de docinho, hoje, né? Você está chegando
perto de contar nas mãos agora. – Ele mexe os dedos na frente dele antes de me oferecer a
sua mão. Eu tento puxá-lo para baixo comigo, mas ele ri, me puxando pra fora, sem
esforço.
Minhas roupas estão encharcadas. Eu olho pra baixo. Minha camisa está colada em
mim e estou congelando. Os olhos de Liam encontram os meus. – Hum – ele diz,
balançando a cabeça. – Aqui. – ele tira a camisa, me entregando. Eu a pego. Eu viro as
costas pra ele; tiro minha camisa molhada e entro na sua camisa quente.
Ele está de pé atrás de mim, com as mãos nos bolsos. Meus olhos percorrem seu
peito. Ah, merda. Eu quero correr meus dedos no seu abdômen molhado. Ele é bronzeado,
duro e... eu vou dizer isso, sexy como o inferno. Eu desejo a mim mesma parar de observalo
na frente dele.
– Vendo algo que você gosta? – ele pergunta.
– Sim. – eu digo.
Liam levanta uma sobrancelha.
Eu passo por ele, a boca perto da sua. Quando ele chega na minha cintura, eu o
empurro dentro da água.
– Eu vou bater na sua bunda. – ele grita enquanto eu corro em direção ao cobertor.
Deito-me no cobertor e rio. É uma sensação boa. As calças de Liam estão
encharcadas quando ele chega a mim. Ele me olha, sorrindo. – Você pediu por isso. – eu
digo.
Ele inclina a cabeça para o lado, ficando de joelhos. Sento-me, mas ele me empurra
pra baixo. Ele chega até minhas costelas. Eu começo a rir. – Não, para. – eu digo, rindo.
Ele aperta seus dedos nas minhas costelas, me fazendo cócegas. Meu Pai costumava fazer
cócegas em mim com muita força, até chorar de tanto rir.
– Então você está arrependida? – ele diz, sorrindo.
– Não! – eu grito. – Pare.
– Diga que esta arrependida. – ele diz.
– Desculpe! Misericórdia! Tio!
Ele para, olhando para mim. Eu ainda estou sem fôlego. Liam esta rindo junto
comigo. – Você pediu por isso. – ele diz.
De repente percebo como isso parece. Liam está sentado tão perto de mim, suas
pernas tocando as minhas. Seu rosto fica sério. Os lábios de Liam se separam. Eu quero
beijá-lo. Eu quero que ele me beije. Eu simplesmente o quero. Ele se inclina um pouco, até
que está suspenso sobre mim. Ah, inferno. Seus dedos passando pela minha mandíbula.
Mandando arrepios pelo meu corpo. Eu gemo. Não sei de onde veio esse gemido, mas
aconteceu. Alto. Eu sei que ele ouviu.
Liam tira suas mãos de mim, sacudindo a cabeça. – Hum, eu vou jogar nosso lixo.
Te encontro no Jeep. – Liam pega os restos de guardanapos e vai em direção à lixeira.
Eu mal posso me mover. O que aconteceu? Liam ia me beijar? Ele ia me abraçar?
Sento-me e olho pra ele, ele não está olhando para trás, apenas andando rapidamente em
direção a um barril de lixo. Eu fecho meus olhos. Não deixe você se importar Katy. Esqueça
isso. Eu o sigo. Caramba, ande, Katy.
Eu pego o cobertor e dobro. Volto para o Jeep sozinha. Tente agir normalmente.
Espero ao lado da porta do passageiro, encostada contra ela. Liam caminha em direção ao
Jeep, mãos no bolso do jeans molhado. Ele não olha direto pra mim. É como se ele
estivesse com medo de que eu o transforme em pedra.
– Pronta pra ir? – Liam pergunta, destravando a porta. Concordo com a cabeça,
entrando no Jeep. Os olhos de Liam estão arregalados, ainda sem camisa, e a calça
encharcada. Eu quero dizer alguma coisa. Eu quero fazê-lo falar comigo. Ele quis me
beijar? Ou foi apenas o momento? Será que a porcaria do meu gemido idiota o assustou?
Deus, espero que não seja nada disso.
Eu dou uma olhada com o canto do olho para Liam. Ele está olhando pra frente. Ele
não olha pra mim. Eu mordo meu lábio, olhando pela janela do passageiro. Isto é estranho.
O caminho pra casa é silencioso. Liam liga o rádio, mas não parece mesmo que ele
está prestando atenção. Ele apenas olha pra frente. Eu suspiro. Eu nunca imaginei que
Liam pudesse ficar quieto tanto tempo.
Quando paramos na entrada, a SUV do Papai não está lá. Estou meio aliviada. –
Hum, então, eu me diverti. Obrigada. – eu digo, humildemente.
Liam olha para mim. – Estou feliz que você se divertiu. Você precisava de uma
pausa.
Concordo com a cabeça. – Bem, eu acho que vejo você amanhã, certo? – Minha
mão sobre a maçaneta da porta. Ele não me para.
– Amanhã é a escola. – ele diz.
– Sim.
– Bem, nos veremos então. – diz ele, olhando pela sua janela. Quero agarrar ele,
abraçá-lo ou tocá-lo. Mas ele está olhando pro outro lado. Ele quer que eu saia. Eu o faço.
Eu saio, acenando para ele, enquanto ele vai embora. Eu ando até a minha bolsa que ainda
esta na grama. Mamãe não a pegou? Algo deve estar errado.
Hesitante, eu abro a porta. Mamãe está sentada na mesa da cozinha, quando eu
entro. Seus olhos estão vidrados. O rosto sem emoção. Seu cabelo parece um ninho de
pássaro.
– Mamãe? – eu chamo.
Ela olha para mim. – Katy, você está em casa... onde você estava?
– Com Liam. Fomos à praia um pouco.
Ela olha para a minha camisa. – Essa é a sua camisa?
Eu balanço minha cabeça. – É do Liam, eu molhei a minha, ele me emprestou a sua.
– Ela acena com a cabeça, olhando para o espaço. – Você está bem? Qual é o problema?
Ela coloca as mãos sobre o rosto. Ela solta um pequeno soluço. Eu ando em sua
direção, passando os braços ao redor de seus ombros. Eles estão tremendo. – Mamãe – eu
digo.
– Ele está partindo. Realmente partindo. Eu sabia que ele iria algum dia. Eu sabia
que nós não nos amávamos mais como deveríamos, mas... está acontecendo. Eu vou ficar
sozinha. Eu não vou mais acordar com ele.
Eu espremo minha mãe com força. Deus, eu tenho sido tão egoísta. Eu sequer
considerei os sentimentos da minha mãe. Era tudo sobre mim. Ela está perdendo seu
marido. Ela está perdendo 20 anos de sua vida.
– Eu só não sei onde tudo deu errado. Simplesmente aconteceu. Ele não se
importava, eu não me importava. Nós mal passávamos algum tempo juntos. Tornou-se
rotina estarmos juntos.
Eu limpo minha garganta e passo meus dedos pelo cabelo da minha mãe. – Isto
acontece todos os dias. As pessoas se apaixonam e desapaixonam. É tão simples como ligar
e desligar um interruptor. Eu sei que Papai e você amam um ao outro, mas às vezes é mais
fácil amar alguém e não estar com esse alguém. Será que faz algum sentido?
Ela sorri no meu ombro. – Sim e não. Apenas dói, é apenas isso. Ele disse que você
fugiu hoje. – Ela se afasta para olhar pra mim. – Eu sei que provavelmente vai ser difícil
pra você, mas podemos lidar com isso. Podemos passar por tudo isso sozinhas. Teremos
uma a outra.
Concordo com a cabeça. – Eu sei que nós podemos. Nós apenas temos que acreditar
que podemos.
Ela balança a cabeça, me puxa para seu colo e passa seus dedos no meu cabelo. –
Supostamente eu é que deveria lhe dar conselhos e não o contrário. – Ela sorri. – Quando
você ficou tão esperta em relacionamentos?
Eu dou de ombros. – Eu não sou, acredite. – Eu tenho um relacionamento de
mentira agora, eu não preciso dar conselhos a ninguém.
Mamãe enxuga os olhos. – Como estão às coisas na escola? Com Jennifer, Hayden...
Liam?
Viro-me em seu colo. Eu quero desesperadamente fugir dela agora. O momento mãe
e filha parece ter se transformado de amoroso para desconfortável. – Hum, as coisas estão
bem. Hayden está com ciúmes.
Mamãe levanta a sobrancelha. – Você não está tentando fazer-lhe ciúmes, não é?
Porque, como sua mãe eu tenho que lhe dizer que não é uma boa ideia.
Sim. – Não. É apenas um benefício que vem junto. Ele esbarrou hoje em Liam e eu
quando estávamos... – Eu pulo fora. Merda. Mamãe não precisa saber os detalhes.
– Quando vocês estavam o que? – ela pergunta.
– Conversando no corredor... ei, eu acho que vou subir e fazer o dever de casa. –
Que nem existe.
Ela levanta uma sobrancelha. – Eu disse que ele era bonito? – ela diz. – Eu sabia
que vocês gostavam um do outro. Eu posso dizer pelo jeito que ele olha pra você.
Olha... pra mim? Ele não olha, não é? Meu coração vira no meu peito. Meu
estômago fica como se abelhas estivessem fervilhando dentro dele. – Como é que ele...
olha pra mim?
Mamãe sorri. – Ele é seu namorado. Você vê como ele olha para você.
Mas, é só fingimento. – Sim, eu acho que às vezes, acontece.
– Oh – a mãe diz, levantando-se. Ela remexe na sua bolsa. – Jennifer ligou e disse
ao seu Pai sobre o baile na sexta-feira. – Ela puxa um maço de dinheiro. – Papai deixou
isso pra você. Jennifer explicou que é extremamente importante pra você ter o último
modelo perfeito e sexy de vestido para o baile. Palavras dela e não minhas.
Pego o dinheiro. – Mamãe obrigada.
– Agradeça seu Pai.
Talvez mais tarde. – Falo com você mais tarde.
Capítulo Seis
– Vamos lá, tente o com os lados abertos. – diz Jennifer, empurrando-me no
provador.
Eu resmungo. Ela é muito mandona. – Eu vou parecer um projeto de prostituta. –
eu lamento.
– Você vai parecer gostosa. Acredite, eu sei de moda. – Ela gira me mostrando seu
suéter de gatinho. – Você pode não ser capaz de dizer, porque minha mãe ainda me veste,
mas um dia... – ela diz.
Eu rio e tranco a porta do provador. Eu visto o vestido, fechando. – Então, o que
você vai vestir? – Eu pergunto pela porta.
– Ah, eu não vou. – Jennifer diz.
O quê? – O quê? Você está me fazendo ir e você nem mesmo vai? Por que você não
vai? – Pergunto, saindo do provador. Jennifer suspira.
– Primeiro, minha mãe teria um derrame. Segundo, ninguém me convidou.
Terceiro, se alguém tivesse me convidado a minha mãe me faria dizer não. – Ela coloca a
mão em seu quadril. – Você sabe disso, agora gire. – Eu faço um círculo. – Até lá, Vou
viver meus sonhos através de você, minha criança. – Jennifer está sorrindo. – Você está
maravilhosa. Esplendida.
– Eu me sinto como uma prostituta. – Isso é uma mentirinha. O vestido se ajusta a
mim perfeitamente. É até o joelho, bem ajustado e uma fenda cortada de cada lado. Eu viro
para cada lado, olhando para mim.
– Você está gostosa. Pare de ser tão malditamente dramática. Liam vai amar você
nisso.
Lá esta esse nome de novo... Liam. Ele quase não falou comigo desde o nosso
“momento” na praia. Ele andou ao meu lado, falou comigo, me buscou, mas algo não
estava bem. Ele esteve quieto. Muito quieto. Isso me faz querer parecer tão gostosa quanto
eu puder. Talvez assim eu possa fazê-lo falar?
– Sim, ele vai, não é? – Eu pergunto.
Ela acena com a cabeça, sorrindo como uma lunática. – Então, eu falei com ele e lhe
disse para conseguir um arranjo de punho com fita preta. – ela diz.
– Eu ainda nem comprei o vestido, Jennifer. – eu digo, admirando a forma que
quase toca no meu joelho.
– Sim, mas eu escondi esse vestido no final só para você. Eu sabia que você ia ficar
com ele. – Jen sorri.
Eu rio. – É por isso que você é minha melhor amiga.
– Querida, eu sei disso. Essa asiática sabe o que está fazendo.
***
Depois que eu pago o vestido, vamos para a praça de alimentação. Sentamos com o
nosso Filé de Frango em uma mesa no centro. – Então. – diz Jennifer.
– Então? – eu digo, cortando meu frango para esfriar.
– Vocês já fizeram aquilo?
– O que? – Eu grito. – Quem?
Jen revira os olhos. – Você e Taylor Lautner? Liam, dã!
– Não! Claro que não. Nós estamos namorando faz apenas uma semana louca. –
Estamos apenas fingindo! Você não pode fingir fazer aquilo, é fazer ou não fazer!
Ela levanta as mãos em sinal de rendição. – Tudo bem. Ok. Estou apenas curiosa.
Droga. Não se pode culpar uma garota por fantasiar sobre ele. Ele é gostoso. Qualquer um
que tenha olhos pode ver.
Alguma coisa formiga na minha barriga. Você não pode ter ciúmes do seu namorado
de mentira, Katy. – Sim, ele é. – eu jogo.
– Você está planejando fazer aquilo? – ela pergunta, atrás do seu pedaço de frango.
– Eu não sei, nós estamos saindo faz apenas uma semana, como eu disse. Esse é um
grande passo pra qualquer um. Levaram sete meses para mim e Logan até que nós
fizéssemos.
– Eu ouvi que com a segunda pessoa é mais fácil.
Reviro os olhos. – Jennifer, você nunca fez isso, você não sabe.
– Você não sabe se eu fiz, existe um boato de que aconteceu em um acampamento
Asiático. – Jen diz.
– Você começou esse boato.
Ela sorri. – Ainda era um boato.
Eu levanto uma sobrancelha. – Assunto novo, este está me deixando nervosa.
– O que está te deixando nervosa? – eu ouço do meu lado. Liam esta de pé em cima
de mim, seu lábio enrolado em um sorriso.
– Nada...
– Fazer aquilo. – Jennifer solta. – Você sabe, balançar o lustre, entrar na canaleta,
fazer bebês.
– Eu acho que ele entendeu da primeira vez. – eu digo.
Liam ri e senta-se ao meu lado. Ele pega uma de minhas batatas fritas. – Sim, eu
entendi. O que tem isso?
– Nada...
– Eu perguntei se vocês dois já tinham feito. – Jen diz. – Katy surtou como
sempre.
Liam segura minhas batatas. Ele provavelmente tem repulsa. – O que?
– Eu sei que ridículo – eu digo.
Liam olha pra mim e levanta uma sobrancelha. Ele aperta minha coxa e eu tremo.
Ele se inclina perto do meu ouvido, pressionando um beijo suave no meu pescoço. Todo o
calor do meu corpo queima em um único lugar. – Nós apenas não encontramos o
momento certo ainda. Não estamos prontos.
Jennifer esta com os olhos arregalados. Quando Liam se afasta, eu grasno. – Então,
quem ganhou o jogo na última sexta-feira?
– Que jogo? – Jen pergunta.
– Você sabe o jogo – eu aperto meus dentes.
– Não teve um jogo – diz Liam. – Ainda nem é mesmo uma temporada.
Eu pego meu frango e enfio na minha boca. Eu posso dizer que ambos estão a ponto
de rir, mas se seguram.
Após o constrangimento de falar sobre sexo, Liam se oferece para me levar em casa.
Eu preferia ir com Jennifer já que Liam está estranho, mas que namorada não ia querer ter
a chance de estar sozinha com o namorado. Então, eu entro no Jeep de Liam.
– Então – Liam diz, batendo os dedos no seu volante. – O Baile é amanhã. Este é o
seu vestido – , ele pergunta, olhando a sacola no piso.
– Sim, é preto. Eu gostei.
– Posso dar uma olhada? – ele pergunta.
Eu balanço minha cabeça. – Má sorte.
– Eu pensei que fosse para casamentos e não um baile.
– Parecidos o bastante. – Eu o afasto.
– Casar e ir a um baile é parecido? Eu tenho uma lua de mel depois? – Ele mexe as
sobrancelhas.
Agh, aqui vamos nós de novo. – Pare – eu digo.
Ele joga a cabeça para trás depois ri. – Por que você estava tão envergonhado ao
falar sobre isso hoje? –
– Quem quer falar sobre sexo? É humilhante.
– Só se você deixar ser. – Foi você quem surtou sobre isso na praia. – Por que a
Jennifer está preocupada com isso, afinal?
– Ela é fascinada sobre isso, porque sua mãe não a deixará ter um encontro no fim
das contas. Ela não terá até ir para a faculdade. O que é triste.
– Que chatice. Isso é uma merda.
Concordo com a cabeça, olhando para fora da janela. Uma vez que ele está de bom
humor eu decido ir pra matar. – Tem pensado sobre procurar sua Mãe?
Liam me ignora. – Ah olhe, nós estamos na sua casa, hora de ir. – Ele dá a volta e
para.
– É o seu dia de sorte – eu digo, abrindo a porta.
– É sempre meu dia de sorte, te vejo amanhã, ursinha. – Ele diz antes de acelerar.
Jen me liga dez minutos depois, lembrando-me que temos a estúpida prova de
ciências amanhã. Ela me convida para sua casa. Eu odeio a casa dela. Eu digo que a minha
mãe não me deixara sair, ela terá que vir. Seus pais nos vigiam através da porta o tempo
todo, certificando-se de que não estamos assistindo pornô ou vendo o Taylor Lautner sem
camisa. Ela ficou de castigo por uma semana por olhar para ele. Eu lhes disse que eu estava
fazendo aquilo, então eles disseram que eu tinha que ir para casa, porque eu era uma má
influência. Caramba, desde quando Taylor Lautner faz outra coisa que não seja dar pura
alegria?
Duas horas mais tarde, eu ouço uma batida na porta. – Eu trouxe cookies – Jen diz,
quando eu abro a porta. Eu paro a meio passo e olho atrás dela.
– E o Liam – eu digo, olhando para ele.
– Eu trouxe a bebida. – Ele sorri. – Apenas brincadeira, eu trouxe as Coca-Colas –
ele diz, abrindo caminho através da sala de estar. – Eei – ele diz à minha Mãe, que sorri
para ele.
– Ei, querido. Como você está?
– Melhor agora – ele diz, olhando pra mim. Eu lhe dou um pequeno sorriso. Ele
interpreta muito bem seu papel de ótimo namorado para um cara que nunca foi um.
Jen caminha para o meu quarto como se fosse sua casa. – Nós estamos indo
estudar, Mãe – eu digo.
Ela acena com a cabeça, tomando um gole de sua xícara de café. – Tudo bem
querida, vá em frente. – Eu nunca vou entender por que ela não se importa de eu ficar
sozinha em meu quarto com Liam. Estou tentando enviar telepaticamente para minha
Mãe, mensagens que digam que precisamos estudar aqui embaixo. – O que está errado,
você está se sentindo bem? – ela pergunta, tocando a parte de trás da sua mão na minha
testa.
Inútil. – Sim – eu digo e subo as escadas. Liam está atrás de mim e eu espero que
ele não esteja olhando para a minha bunda.
– Gostando da vista, namorada – ele diz, quando eu chego lá em cima. Eu
arremesso um pássaro atrás de mim. – Passarinho sujo – ele sussurra.
Jen está deitada na minha cama, cookies abertos, livros abertos e um sorriso no seu
rosto. – Posso falar com você rapidinho? – Eu peço.
– Estou um pouco ocupada, Katy.
– Agora – eu resmungo.
Jen revira os olhos e me segue para o corredor. – Por que você não me disse que o
Liam estava vindo?
Jen suspira e revira os olhos. – Eu não achei que fosse importante, já que ele é seu
namorado e tudo. – Ela cruzou os braços sobre o peito.
– Não é, mas normalmente você deve avisar alguém, você sabe.
– Você é muito estranha, você sabe disso?
Diz a menina em um suéter de rena. Isso não é estranho quando Rachel usa.
– Eu morreria para conseguir passar um tempo com um menino. Os únicos garotos
que eu vejo é meu Pai e nosso carteiro.
– Sim, eu acho que meio que sei. – Eu aponto para ela voltar para dentro. Ela volta.
– Então, senhoras, vamos começar a estudar – diz Liam, chutando as botas e
colocando seus pés na minha cama. – Eu estou tentando essa coisa nova... realmente
tentando passar nas minhas aulas.
– É um começo – murmuro.
Nós estudamos por uma hora antes de Jennifer receber um telefonema de sua Mãe.
– Vou ter que deixar sua mãe falar com minha mãe. Argh, povo Asiático – ela
murmura pulando da cama e descendo as escadas.
Liam fica quieto por alguns minutos. – Katy, eu queria falar com você sobre o outro
dia.
– Que dia? – eu pergunto, pegando um fio na minha cama.
– Na praia – ele diz. Eu sinto sua mão quente na minha coxa. – Olhe pra mim, isso
é sério.
Eu olho para cima e sorrio. – Sério? Liam Erickson está falando sério? O que está
acontecendo com o mundo? Nosso relacionamento falso fez mudanças em você.
– Foi, de mais formas do que você poderia entender.
Meu corpo congela. Eu não posso me fazer mexer. Liam lambe os lábios. Eu o
invejo. Eu gostaria que ele colocasse sua boca na minha. Eu não tenho certeza do por que
eu sinto necessidade de pular em cima dele, mas eu sinto através de mim. Liam limpa a
garganta e se aproxima de mim. – Katy – ele sussurra. Meu nome saindo dos lábios é
memorável. Suas mãos calejadas sobre a parte de trás do meu pescoço, me puxando para
mais perto. – Eu realmente...
– Porra, Mamãe perguntou sobre tudo, até o CPF da sua mãe – , Jen diz,
estourando através da porta.
Liam e eu pulamos para trás. Eu arrumo meus papéis, ele coça uma coceira
inexistente no pescoço. Eu mal posso sentir a minha; o calor de sua mão ainda é
persistente na minha pele. – Vamos estudar estas coisas pessoal – Jen diz, sorrindo.
Concordo com a cabeça e olho para Liam. Ele está olhando pra mim. Eu me
concentro no meu papel. Você deve começar a se controlar.
***
Jen e Liam vão embora por volta das sete. Sento-me no meu quarto e estudo mais
depois que eles saem. Eu tomo um longo banho, em seguida jogo Angry Birds, até que
minha mãe me diz que eu tenho que ir dormir. Quando eu estou para cochilar, depois de
horas tentando forçar meus olhos a fecharem, eu ouço uma batida na minha janela. Sentome
na cama. Eu nunca fui de gostar do escuro, ou qualquer coisa nele. Então eu pulo e
pego o meu taco de beisebol. Eu não consigo ver a minha janela através das cortinas
verdes, então eu espio pra fora. Alguém está pendurado na treliça pelo amor de Deus.
– Quem é? – Eu sussurro com a voz embargada.
– Seu sexy, falso, namorado veio lhe fazer carregar seus filhos, afaste-se mulher –
ele sussurra de volta.
Argh. Eu me afasto e abro a janela, deixando Liam entrar. – O que você está
fazendo aqui? – Eu pergunto, fechando a janela atrás dele.
– O quê? Um namorado não pode dar uma de Romeu para sua garota? – Eu estou
quase acordada o suficiente para considerar quão romântico é. Quase. – Eu pensei que as
meninas é que deveriam ser as românticas, caramba. – Liam empurra suas mãos dentro de
seu capuz.
– Eu sei, eu sou super não romântica, agora o que está acontecendo? São – eu olho
para o relógio – uma e meia da manhã.
Liam suspira, caindo no meu tapete. – Eu não conseguia dormir.
– Então, você veio fazer isso onde eu não consiga dormir? – Eu pergunto, cruzando
os braços. De repente, lembrando; eu estou de babydoll e sem sutiã.
Liam passa os dedos pelo cabelo. – Eu não sei. Eu pensei que nós podíamos
conversar.
Eu sei que ele quer terminar a conversa de mais cedo, mas eu estou com medo. Eu
mordo meu lábio e tento pensar em uma maneira de sair disto. Isto é fingimento! Eu quero
gritar. – Hum, tudo bem – eu digo com a voz trêmula. Eu olho a minha cama, mas eu sei
que não deveríamos conversar ali. É muito tentador.
Liam olha para mim. – Tem uma rede no quintal, certo? Por que não vamos pra lá?
Já que você não quer se sentar na cama.
– Por que você pensa...
– Eu conheço você melhor do que você pensa, Katy. Vamos lá – diz ele, virando a
cabeça na direção da porta. Abro a porta com cuidado, andando lentamente; vamos nas
pontas dos pés até a rede. O céu está escuro, mas há postes posicionados ao redor da parte
de trás da minha casa.
Sento-me na rede, sem jeito; balançando quando Liam se senta ao meu lado. –
Então... – eu sussurro.
– Eu quero encontrar a minha mãe – ele diz.
Ah. Isto não é o que eu estava esperando. – Bem, nós devemos fazer isso.
– Agora?
– Não, é uma da manhã. Nos próximos dias. Eu vou ajudá-lo a procurar.
– Estou com medo – ele sussurra. – Ela pode estar morta... ou me odeia... ou não
quer me ver. E se ela tiver uma família inteira nova em algum lugar?
Eu toco sua mão, ele não se mexe. – Eu vou te ajudar. Nós vamos encontrá-la, eu
prometo – eu digo. Ele concorda com a cabeça e deita em suas costas. Eu deito ao lado
dele. Eu não sei quanto tempo ficamos ali.
– Katy – ele murmura.
– Humm.
– Obrigado.
– Isso é o que namoradas fazem. Fingindo ou não. – Eu não me lembro de como cai
no sono, mas logo eu estou no fundo de um sonho preenchido por Liam.
Quando eu acordo, Liam já foi. Seu casaco estendido sobre minhas pernas e fico
grata. Deve ser em torno de seis horas da manhã. O sol mal está brilhando sobre a nossa
pequena casa. A luz da cozinha não está ligada, então eu corro pra cima para o meu quarto
antes de Mamãe se levantar.
***
– Mamãe eu estou legal? – Eu pergunto.
Ela sorri, seus olhos enrugando nos cantos. – É claro que você está, querida. Você
está bonita. – Ela empurra meu longo cacho atrás do meu ombro. – Liam é um cara de
sorte.
Pena que estamos fingindo. A noite passada ficou repetindo em minha mente
durante todo o dia de hoje. Liam não agiu diferente hoje na escola. Buscou-me, almoçou
comigo, mas não mencionou o incidente da 'cama' ou a rede. Ele disse que eu roncava, mas
foi tudo.
– Aqui, fique ali, eu prometi ao seu pai que eu iria tirar fotos.
Eu tento sorrir. Ela não deveria ter que tirar fotos, ele deveria estar aqui. – Tudo
bem – eu digo. Eu fico ao lado da porta da frente e sorrio. Mamãe tira diversas fotos antes
de a campainha tocar. Minhas mãos começam a suar. Eu as limpo no fundo do meu
vestido. Caramba, se acalme Katy. É apenas Liam.
Mamãe sorri como uma menina da escola. Eu luto contra a vontade de revirar os
olhos para ela. Ela parece mais animada do que eu. – Eu vou abrir – , ela grita. Corro para
a sala de estar e respiro fundo. – Você está ótimo, Liam. – Eu escuto Mamãe fechar a
porta. Eu ouço Liam murmurar algo para Mamãe, mas eu não posso entender. Ela sorri.
Eu dou alguns passos e vejo como Liam anda pela sala de estar. Minha respiração
pausa. Liam é sempre tão sujo, com botas de combate, camisetas e jeans rasgados. Isto é...
diferente. Um ótimo e gostosíssimo diferente. O baile é semiformal. As meninas usam
vestidos arrumados e os meninos não precisam usar ternos. Eu sinto um rubor andando
em meu rosto, eu olho para baixo, determinada a não deixar Liam me ver corar. É a
primeira vez que eu o vejo bem vestido e o meu estômago formiga. Toda a distância que ele
ficou no início da semana desapareceu. Ele parece tão próximo de mim mesmo estando a
poucos passos de distância.
Ele limpa a garganta. – Você parece... ótima – ele diz, seus olhos passeiam até
minhas pernas nuas, em seguida, vai para a pele do lado. – Linda.
Eu o vejo desabotoar seu botão pela camisa preta. – Você também – eu digo. –
Hum – balanço minha cabeça – quero dizer bonito, você parece bonito.
Liam dá um passo mais perto e sorri. – Eu sabia o que você queria dizer.
– Hora da foto! Fotos, fotos! – Mamãe grita. – Fiquem juntos – ela diz, nos
juntando. Eu ando com cuidado, para não cair dos meus saltos, que Jen insistiu pra eu
usar, para passar sobre Logan.
Ele está quente. Todo o calor do mundo se transporta para o local onde a sua mão
descansa ao meu lado. Eu lamento ter pegado esse vestido, com qualquer outro; eu não
seria capaz de sentir sua mão calejada na minha cintura nua. Eu endureço. Ele está
sorrindo. – Você parece boa o suficiente pra comer – ele murmura em meu ouvido. Aí esta
o verdadeiro Liam. Ele está de volta. Eu fico mais do que feliz em recebê-lo de volta.
– Ok, Hannibal Lecter, vamos manter este a classe, pelo menos na frente da minha
mãe.
Ele gargalha e sorri para minha mãe. Ele se vira pra mim, descansa a boca acima da
minha orelha. – Se sua mãe fosse inteligente, ela teria te trancado no seu quarto, vestida
desse jeito. Eu poderia ter que fingir levar você pra casa comigo.
Arrepios correm nas minhas costas. Eu sorrio pra ele. Eu tento fingir que não gostei
disso.
– Ok, estas estão ótimas – Mamãe diz. – Vão garotos e divirtam-se.
– A que horas eu devo trazê-la de volta? – Liam pergunta, travando seu olhar com o
meu. Algo está escrito em todo o seu rosto, enquanto ele espera minha mãe responder. Eu
não tenho certeza sobre o que é. Ansiedade? Eu quero beijá-lo, mas eu não o faço.
Fingimento lembra-se Katy?
Mamãe acaricia o queixo, em seguida joga seus braços no ar. – Não mais do que
duas da manhã. – ela diz.
Duas? Ela nunca me deixou passar da meia-noite? Mamãe deve estar fumando
enquanto eu estou na escola. Minha boca está aberta, mas eu fecho. Eu não quero que ela
pense que está errada. Deixe-a acreditar que eu sou madura o suficiente pra voltar pra casa
às duas. A verdade é que estando com Liam, eu provavelmente não sou.
Liam levanta uma sobrancelha. – Muito confiável, Sra. Taylor.
Mãe abaixa a câmera. – Eu não deveria, Liam?
– Claro que você deve – interrompo.
Ela revira os olhos. – Saiam daqui antes que eu mude de ideia. – Liam envolve meu
braço em torno do seu e me acompanha pra fora.
Quando saímos, eu me sinto tonta. – Bem, minha namorada de mentira, você está
pronta para se divertir?
– Se você nunca mais disser isto, eu estou.
Ele ri. Ele estende a mão para me ajudar a subir em seu Jipe.
– Um cavalheiro – eu digo.
– Diga-me isso no final da noite. – Ele sorri e fecha a porta. Ele dá a volta no Jeep
para o lado do motorista. Eu entrelaço os dedos e aperto. Estou nervosa. Eu odeio bailes,
mas me vestir assim faz eu me sentir... linda... desejada.
– Nervosa? – Liam pergunta, ligando o motor.
Concordo com a cabeça. – Eu nunca fui. Eu normalmente não teria sequer pensado
em ir, mas temos que ser acreditáveis, certo?
– Você nunca foi com Hayden, e vocês namoraram por quanto tempo?
Eu balanço minha cabeça. – Um tempo e não eu nunca fui.
Isso o faz sorrir. – Será que ele nunca lhe chamou?
Eu olho pela janela. – Sim, mas eu não sou uma boa dançarina.
– Então – Liam tosse – você disse que não? –
Concordo com a cabeça. – Praticamente. Eu fingi estar doente no baile do ano
passado, e disse que estava com cólicas na hora. – Eu rio.
– Então, eu deveria me sentir privilegiado? – Liam pergunta, levantando a
sobrancelha. Sua a covinha aparecendo na sua bochecha. É adorável.
– Oh, certamente. É uma joia rara me colocar em um vestido, mais ainda ir ao baile.
Escreva esta data.
Liam sorri. Eu sinto o calor de sua mão na minha. – Ninguém está vendo – eu
sussurro.
Ele se vira para mim. – É bom praticar.
***
Quando chegamos ao baile, o lugar está lotado. Oh, merda. Parece com um hospício.
Têm adolescentes tirando fotos, se exibindo ao redor e arrumando seus vestidos.
– Nossa, não sabia que tantas pessoas viriam pra isso – eu digo.
– É semana de inicio da temporada. Amanhã é o grande jogo, você sabe. É uma
espécie de acordo. Este é o ensino médio. A única coisa boa que acontece na escola são os
jogos e os bailes.
Sim, eu sei. – Ah, Deus – eu digo, inspirando e expirando.
Liam ri, estendendo a mão para acariciar minha perna. – Calma, vai ser legal, eu
juro. Vamos. – Liam sai, dá a volta e me ajuda a descer. Eu vejo todos os outros casais
andando, sussurrando nos ouvidos uns dos outros. – Você gostaria que eu sussurrasse
frases doces no seu ouvido, ursinha?
Sim. – Não é necessário – eu digo.
Liam envolve seu braço na minha cintura. – Mas isso pode? – Sua respiração é
quente no meu pescoço.
– Sim – eu digo, sem fôlego. Eu me pergunto se ele percebeu que está fazendo meu
coração bater como louco contra o meu peito.
Ele finge uma reverência. – Vamos?
– Vamos.
Nós caminhamos até a bilheteria. – Eu preciso de dois convites. – diz Liam,
puxando a carteira. Um menino alto, de cabelos escuros está sentado atrás da mesa
olhando para mim. Um sorriso lento rasteja até seu rosto.
– Você é a Katy, né?
Liam olha para mim. Concordo com a cabeça. – Sim.
O menino ri.
Ah inferno. – O que é tão engraçado – diz Liam, tomando os bilhetes de sua mão.
Ele levanta as mãos em sinal de rendição. – Nada, mano. Apenas brincando. Nada é
engraçado.
– Eu não pensei assim – diz Liam, agarrando meu quadril e me puxando para o
ginásio. – As pessoas nunca vão crescer? – ele pergunta.
Eu balanço minha cabeça. Provavelmente não. Eu não quero nem saber do que ele
estava rindo. Eu só posso imaginar.
Há mesas cheias de ponche, sanduíches, batatas fritas e biscoitos, quando nós
entramos no ginásio. Eu quero rastejar pra debaixo de uma e me esconder. O meio do
ginásio foi transformado em uma pista de dança, onde a maioria dos nossos colegas de
classe está espremendo um ao outro.
Liam puxa a gola de sua camisa, seus olhos cinza passeando até mim. – Quer um
ponche? – ele pergunta. – Eu prometo não batizá-lo.
– Sim – eu digo. – De repente minha garganta está muito seca. E talvez você
devesse batizá-lo.
Ele ri. – Eu sei exatamente o que você quer dizer. Você pega alguns lugares e eu vou
pegar algo para beber.
Concordo com a cabeça. Faço meu caminho através do grupo de crianças, enquanto
minha cabeça é esmagada pela música de rap que está tocando pelo ginásio. Ninguém
parece nem mesmo perceber que eu estou empurrando através deles, eles mal se movem
para me deixar passar. Vejo uma mesa e ando rapidamente, em seguida sento-me. Eu olho
para a pista de dança e vejo como todo mundo começa a pular ao ritmo da música.
– Bem, foi uma loucura, mas finalmente eu consegui algo para você beber – diz
Liam. Ele me entrega o ponche e eu tomo um grande gole. – Uau – Liam diz. Eu o olho,
ele está olhando para o grupo de meninos balançando. – Parece um zoológico, quando
todo mundo está no cio.
Eu rio, derramando bebida sobre a mesa. – Pare, eu vou derramar tudo em cima de
mim.
Liam ri. – É melhor não, eu não acho que a minha camisa iria combinar com esse
vestido.
– Definitivamente não.
Eu estou olhando para a pista de dança quando noto Holly dançando. Ela está
mexendo seus quadris, então eu encontro os olhos de Hayden, que está olhando para mim.
Seus olhos verdes parecem com o Duende Verde. Sua mandíbula esta marcada, as mãos na
cintura de Holly e a virilha contra sua bunda.
Eu desvio o olhar. Eu não quero um replay do Liam ficando chateado porque eu
estou olhando e ficando satisfeita em fazer raiva a Hayden. O que me faz perguntar por que
ele ficaria com raiva em primeiro lugar? É apenas um relacionamento de mentira, certo?
Nós só beijamos e damos as mãos para exibir? Liam me pega para a escola porque é a coisa
certa a fazer? Ele realmente não se importa comigo, não é? Eu me importo com ele?
– Katy – Liam diz, acenando com a mão na frente do meu rosto. – Você está aqui
hoje?
– Sim. – Eu me inclino para trás na cadeira. Não, o inferno que não.
Ele se inclina para trás em sua cadeira. – O que você estava pensando aí, ursinha.
Eu balanço minha cabeça. Se você realmente gosta de mim ou não. Se você quer que
isso seja mais do que um relacionamento de 'mentirinha’. – Nada importante.
– Bem, ursinha, temos sido antissociais por tempo suficiente. – Liam levanta e me
oferece a sua mão. – Você gostaria de dançar?
– Oh – eu digo, movendo meus cílios. – Eu estive esperando a noite toda para um
convite gentil. Viva.
Liam me ajuda a levantar e passa seus braços pela minha cintura. – Eu não sou
cavalheiro, Katy. – Ele pisca e me leva para a pista de dança. Eu realmente nunca achei que
ele fosse. Eu acho que isso é o que eu gosto nele.
Liam empurra as crianças como se fossem bonecas de pano. Ninguém diz nada pra
ele. A música é rápida. Eu olho em volta de mim, tem muitas crianças dançando. Onde foi
a minha aula de dança? Todos pareciam ter tido uma? Nós fomos para a mesma escola a
maior parte das nossas vidas!
– Eu realmente não sei dançar – eu grito para ele.
Ele sorri me gira e aperta minha costa a sua frente. – Apenas mova-se comigo, eu
vou lhe mostrar – diz ele. – É muito simples. – Sinto sua respiração no meu pescoço; que
se infiltra até meus dedos. Merda. Ele envolve os braços na minha cintura, a pele de seus
braços, tocando minha pele descoberta. Ele nos move em ritmo constante com a música.
Meu coração está batendo na minha garganta. Eu não posso respirar. Liam aperta-me com
mais força, passando a boca perto da minha orelha. Eu suspiro. É o céu.
Eu vagamente vejo as crianças à nossa volta começarem a desacelerar, mudando de
posição. Eu sinto Liam me virar, mas minha cabeça ainda está girando. Ele me puxa para
ele, envolvendo uma mão na minha cintura, a outra segurando minha mão para o lado. Eu
nem percebi que a música tinha mudado. Minha cabeça está muito distante. – Você não é
tão ruim quanto você pensa – ele sussurra. Sinto o seu sorriso contra o meu cabelo.
– Eu sou terrível – eu sussurro para ele.
– Sem chance – ele diz.
– Onde você aprendeu a dançar? – Eu pergunto.
Ele dá de ombros. – Minha avó me ensinou. Ela sai pra dançar o tempo todo. Muito
promíscua aquela velha senhora.
Eu sorrio. – Dançar com a avó, deve ser divertido.
Liam revira os olhos. – Dançar com você é muito mais divertido. – Eu observo seus
lábios enquanto ele diz isso, quero beijá-lo. Esqueça isso, eu quero pular nele. – Enquanto
nós estamos conversando sobre dançar, eu queria saber se você iria ao baile beneficente
Alimente as Crianças que meu pai será anfitrião na quinta. Nós usaremos vestidos e ternos,
comeremos, dançaremos e os adultos estarão bêbados. Basicamente um desfile com um
bando de idiotas ricos.
Eu sorrio para ele. – Podemos roubar alguma bebida?
Liam suspira. – Ursinha, estou tão chocado e surpreendido por está declaração.
Claro que podemos. Acredite em mim quando eu digo que ninguém nem irá notar.
Eu jogo minha cabeça para trás e rio. – Bem, é claro que eu vou, então.
Liam olha para mim, sorrindo. – É um encontro então.
– Eu vou estar lá.
Liam suspira, passando os dedos ao longo do meu lado. – Katy – ele murmura,
inclinando-se mais perto de meus lábios. Eu me inclino, esperando que ele acabe com a
distância, isso está me deixando louca. Ele olha para baixo para mim, pedindo permissão.
Concordo com a cabeça, fracamente.
Ele exala, respirando canela em mim. Seu lábio superior toca o meu lábio inferior e
eu derreto em suas mãos. Seus dedos apertam ao meu lado, me trazendo o mais perto que
posso. Sua boca cobre minha. Seus lábios cheios pegam os meus, desejo corre em minhas
veias.
– Posso interromper? – Eu ouço. Eu ainda estou com os olhos fechados, a boca
aberta, como uma adolescente excitada, quando Liam me aperta mais forte. Abro um olho
e vejo Hayden de pé, com as mãos nos bolsos, olhando para mim. Eu cerro meus dentes.
Eu nunca quis bater o inferno em alguém como eu queria agora bater nele.
– Não – Liam diz. – Você não pode.
Eu abro meus olhos. Ah, merda. Hayden aperta sua mandíbula. – Por que diabos
não? – ele pergunta.
– Porque eu estou dançando com a minha namorada. – Liam me empurra para o
lado, cruzando os braços sobre o peito largo. – Você não pode interromper.
Hayden me olha pedindo ajuda. Não olhe para mim. Como se estivesse lendo minha
mente Liam diz: – Não olhe para ela. Ela não tem nada a ver com você. Você teve sua
chance, guarde seu rabo e vá embora.
Hayden cerra o punho. – Eu só quero falar com ela, saia do caminho. – Ele tenta
andar, mas Liam bloqueia seu caminho.
– Eu disse que não, pode sair.
– Não, mexa-se. Você está apenas tentando conseguir uma bunda de qualquer
maneira. Você não se importa com ela. – Hayden grita, isto chama a atenção de alguns
alunos.
Liam parece estar com raiva, ele é incrivelmente sexy. – Eu? Você foi o único que a
deixou pela vagabunda da Holly. Ela dormiu com toda a escola.
Hayden fica com o rosto vermelho.
Isso está ficando bom.
– Bem, desde que ela não tenha dormido com sua bunda desagradável, eu não dou
a mínima. – Hayden se vira para mim. – Você pode fazer melhor, você está surpreendente
a propós... – Liam lhe dá um soco.
Apenas lhe dá um soco, bem no queixo. Tudo parece em câmera lenta. Liam ri,
então chega de volta e soca o inferno fora dele. Hayden cai de costas em um grupo de
crianças, dançando. Todos eles gritam, se espalhando como baratas. Hayden deita no chão
por um minuto. Estou em pé de boca aberta. Eu não posso acreditar que ele acabou de
fazer isso.
Hayden se levanta, escalando, então dá um soco em Liam. Liam se afasta,
escapando por um triz.
Liam pula em cima de Hayden, dando murros em todos os lugares. Hayden rola pra
cima de Liam, eles fazem isso por apenas alguns segundos antes dos treinadores virem e
separá-los.
– Os dois, pra fora agora – treinador Cunner grita, puxando ambos para a porta. Eu
sigo, saltos clicando contra o chão. Liam se solta do treinador Cunner quando chega ao
lado de fora, vai direto em direção ao Jeep.
Eu posso ouvir Holly gritando com Hayden do outro lado do pátio. – Você é um
babaca estúpido – ela grita.
Você acertou.
Liam liga o Jeep antes que eu chegue nele. Ele sai do estacionamento da escola. Eu
me sento quieta por alguns minutos.
– Obrigada – eu sussurro.
Liam não responde; ele simplesmente continua dirigindo, mãos no volante, rosto
sério. Eu quero chegar perto e tocá-lo. Eu quero pegar seu rosto e fazê-lo olhar para mim,
mas eu não faço, eu só olho pra frente.
Liam chega a minha casa. Ele para, passa os dedos pelo cabelo e depois cobre o
rosto com as mãos.
– Eu sinto muito... – eu murmuro, apertando minhas mãos.
Ele ri, sem humor. – Katy... – ele começa, mas para. – Eu vejo você na segundafeira,
ok? Eu só preciso ir pra casa. Você entende, certo?
Eu engulo o caroço que está crescendo na minha garganta. Não, não realmente. –
Ok, hum... sim, claro, vejo você então.
Eu saio de seu Jeep e caminho até minha porta. São apenas dez. Que perdedora.
Liam canta pneu, e voa pelo fim da rua. Eu vejo a rua vazia e ouço o som de seu
motor desaparecer. Eu quero me enrolar em uma bola e morrer. Eu ainda tenho quatro
horas até meu toque de recolher. Esqueça isso... Eu sou uma maldita perdedora.
Minha mãe está sentada em sua cadeira quando eu entro. Ela olha para cima.
Quando eu vejo seu rosto, eu começo a chorar. – Querida, o que está errado?
– Hayden – eu digo em meio a soluços. – Eu o odeio. Ele arruinou tudo.
– O que aconteceu? – ela diz, me puxando para seu colo. – Shhh, querida. Diga-me
o que aconteceu. –
– Ele deu um soco... – soluço – Hayden tentou interromper... – soluço – Eu odeio
ele. – Eu tento começar a minha história um pouco mais audível desta vez. Mamãe nos faz
Oreo e leite.
Mamãe suspira nas horas certas, mergulha sua Oreo no leite e sorri quando ela
precisa.
– Parece-me que você tem um bom namorado em suas mãos. Batendo em pessoas
por você. É sempre um bom sinal.
Eu dou de ombros e separo minha Oreo. – Ele não quer falar comigo; ele só disse
que iria me ver segunda-feira. Ele parecia tão... diferente. Você acha que ele está com raiva
de mim?
Mamãe sorri, passa os dedos pelo meu cabelo. – Não. Querida – ela murmura – dêlhe
algum tempo. Ele teve uma noite difícil. Bater em pessoas é um negócio difícil.
Eu rio. Eu acho que isso é verdade. Eu não saberia. Eu provavelmente não bateria
em um cachorrinho se fosse preciso. Eu seria atacada. – Acho que sim – eu digo. –
Alguma notícia do Papai?
– Eu mandei as fotos, ele disse que você estava linda.
Eu balanço minha cabeça. – Não sobre mim, sobre vocês dois.
Mamãe suspira. – Já falamos sobre isso, Katy. Seu pai e eu...
Eu a paro com minha mão. – Eu sei, eu apenas pensei que talvez vocês tivessem
mudado de ideia. Isso poderia acontecer, certo? Hayden parece ter mudado de ideia. Ele
está com ciúmes.
Mamãe sorri. – Isso pode acontecer, mas, por favor, não se preocupe com isso. Você
tem o suficiente para se preocupar. Apenas se preocupe com você mesma. Eu sou uma
garota crescida. Eu tenho uma vida maravilhosa com ou sem o seu pai. Você entende isso,
certo? Você é a minha vida. Eu tenho uma filha maravilhosa.
Eu entendo? Nós não somos mais uma família feliz. Não somos mais o trio feliz. Nós
somos duas casas separadas e quebradas. Eu quero gritar. Eu nunca deveria ter tocado no
assunto. – Eu acho que vou pra cama mais cedo, Mamãe.
Ela acena com a cabeça. – Sim, eu só vou terminar o meu leite e deitar, também. –
Eu me inclino dou-lhe um beijo antes de eu subir para o meu quarto e tirar minhas roupas.
Eu visto uma camiseta e shorts. Eu me arrasto para a minha cama e olho para o teto. Eu
fecho meus olhos e repasso todos os problemas como uma maratona na minha cabeça. Eu
finalmente encontro o sono, à deriva com a esperança de mudança ao alcance.
Capítulo Sete
Eu torço meu pescoço em volta do refeitório. Ainda não está aqui. Eu pego meu
telefone e verifico as mensagens de textos. Nada. Niente. Bem, só uma mensagem de Jen
que diz: – Sr. Fringe parece super gostoso hoje.
Eu enfio meu telefone de volta no bolso. Se sua mãe encontra essas mensagens, sua
bunda vira palha.
Eu brinco com a alça da minha bolsa, pego meu almoço e me sento na nossa mesa
de sempre. Está vazia; Jen está em pé na fila, arregalando os olhos para o Sr. Fringe do
outro lado da sala. Reviro os olhos. Eu espeto meus nuggets de frango. Ele vai apresentar
acusações de assédio sexual contra ela, e eu vou dizer eu te avisei.
– Por que tão azul Charlie Brown – Jen diz, sentando-se em frente a mim. – Oh –
ela sorri – você está perdendo seus assobios. – Como foi? Você ignorou meus telefonemas
o fim de semana todo. O que há com aquele merdinha?
Eu balanço minha cabeça. – Hayden e Liam brigaram – eu digo.
A boca de Jen cai aberta. – Não, que loucura. É por isso que Hayden está com um
grande roxo, ele está tentando cobri-lo com o seu cabelo, mas não está funcionando
totalmente. Por que no inferno você não me contou! Isto é uma informação importante.
Você deveria ser colocada na prisão por sonegação de informações.
Eu quase sorri. Ele merece isso. Ele tem apenas arruinado tudo.
– Onde está Liam? – ela pergunta.
Eu dou de ombros. – Não tenho ideia. Ele não vai mandar mensagem de resposta.
Ele meio que me deixou em casa, ele estava com raiva.
Jen levanta uma sobrancelha. – Isso é tão saboroso, dois caras brigando por você –
ela diz, sorrindo. – Os sonhos se tornam realidade, hein?
Eu enterro meu nugget de frango em um pote de ketchup. – Bem, seria se o Liam
atendesse minhas ligações – eu sussurro.
Jen suspira, e depois se endireita, rapidamente. – Alerta de gostoso – Jen diz,
arrumando seu cabelo. – Ele está vindo para cá – ela sussurra.
Eu olho por cima do ombro para o Sr. Fringe andando na minha direção. – Katy –
ele diz, sorrindo. Ele realmente é bonito, mas cerca de dez anos velho demais para nós. –
Como você está?
– Bem – Mentirosa.
– Eu queria passar aqui e lhe agradecer por lidar com Liam. – Eu estou fazendo
mais do que lidando com ele. – Você fez maravilhas por ele. Suas notas melhoraram.
Estou muito emocionado de dizer que eu estou feliz de ter unido vocês dois.
– Sim, ele que fez isso; eu só lhe dei o empurrão que ele precisava.
Sr. Fringe sorri para mim, e então ele olha para Jen. – Olá, Jennifer.
Ela sorri. – Olá.
– Vejo vocês na sala de aula – diz ele, levantando uma sobrancelha. Ela inclina a
cabeça para o lado. – Você sabe o que eu quero dizer. – Ele sorri e vai embora.
Um rubor passeia até as bochechas de Jen. – Que humilhante.
– O que você faz em sala de aula?
Ela ri. – Eu me atiro, quando ele passa por mim. Sopro-lhe beijos pelas costas e
secretamente, gostaria que ele me desse dois minutos de seu tempo. – Ela mexe as
sobrancelhas.
– Isso é humilhante. Aposto que ele se sente pelado em um episódio de Tico e Teco.
– Isso soa delicioso.
– Isso soa como estupro.
***
Quando eu abro meu armário, depois do almoço, eu sinto uma mão em meu ombro.
Eu relaxo com o toque. Finalmente. Eu me viro esperando ver Liam, mas é Hayden de pé
atrás de mim. Um hematoma roxíssimo mal escondido por trás do seu cabelo castanho
desarrumado.
– Podemos conversar? – ele pergunta.
– Não – eu digo, fechando meu armário. Eu começo a andar para a aula quando
Hayden aperta meu cotovelo.
– Por favor, dois minutos Katy.
Eu dou de ombros, então gesticulo para ele continuar. – Você tem dois minutos, vá.
Ele exala. – Eu sinto muito sobre sexta-feira. Eu... eu não sei por que eu fiz aquilo.
Eu só queria dançar com você... Eu queria tanto você. Você parecia tão... bem. – Ele olha
para mim, seus olhos verdes escuros.
Lembro-me por que eu gostava dele. Por que eu gostava de olhar pra ele, ele sempre
teve uma expressão tão simpática no rosto. Sempre sorrindo, o modo como seus olhos
brilhavam. Ele sorri. – Você não me terá outra vez, Hayden. Você não vai. Você queria
Holly e você tem a ela. Eu estou com Liam agora – eu digo, e pela primeira vez parece que
é a verdade. Eu. Estou. Com. Liam.
Os lábios de Hayden curvam-se para baixo. – Holly terminou comigo. Eu apenas
pensei que...
Oh. – Você pensou que poderia voltar de joelhos depois que ela terminou com você?
Que romântico – eu digo, virando-me pra ir embora.
– Não, ela terminou comigo por causa do baile. Ela disse que eu não parava de
olhar para você. Que eu precisava superar você... – ele dá um passo à frente – Eu não
posso. Você é tudo que eu penso.
Eu sonhei com este momento. O momento em que Hayden percebeu que ele era um
idiota e me quer de volta. Eu o imaginei em um cavalo branco, e não em um jeans no
corredor da escola. Eu sonhei que ele me agarraria, me abraçaria e me beijaria. Como
naqueles filmes dos anos 80. Inferno, eu ainda sonhei com ele segurando uma caixa de
som sobre sua cabeça. Imaginei como eu me sentiria perfeita, como eu iria pular em seus
braços, que ele me levaria embora para o pôr do sol.
Eu não sinto nada disso. Olho para os olhos verdes de Hayden e sorrio. – Isso é
bom, mas eu não estou interessada. Estou com Liam agora. Eu gosto dele... muito.
– Você não pode estar falando sério? – ele pergunta, agarrando os meus ombros.
– Eu estou falando sério – eu digo, afastando meus ombros de debaixo de suas
mãos. – Ele não me deixaria pela primeira garota que cruzou o seu caminho. Agora, se
você me dá licença, eu tenho que ir ver o meu namorado.
Eu ando me afastando de Hayden, um sorriso no meu rosto.
***
Eu não ouvi nada sobre Liam desde sexta-feira e hoje é quarta-feira. Eu entrei em
meu carro várias vezes para ir vê-lo, mas eu sempre amarelo. Eu não tenho certeza do que
eu deveria dizer. Então, depois que eu saio da escola, eu decido ir a sua casa. Estou um
pouco nervosa quando eu estaciono na sua garagem. Seu Jeep está estacionado na entrada
da garagem e eu sou grata que nenhum outro veículo esta lá. Ele está bem? Ele está
doente?
Sento-me no meu carro por alguns minutos. É realmente estranho estar no meu
carro. Eu não o dirigi desde que Liam e eu começamos a namorar. Bem, fingimos namorar,
perto o suficiente. Talvez eu deva ir para casa? Talvez eu devesse parar de me preocupar
tanto? Talvez eu devesse parar de ser uma bundona e sair do carro. Respirando fundo, eu
saio e ando em direção a porta. Eu bato na porta e espero. Eu sinto como se eu estivesse de
pé aqui por horas quando finalmente a porta se abre.
Liam está em pé do outro lado. Seu cabelo preto desarrumado, sem camisa, seus
olhos arregalados e apenas seus dedos estão descobertos debaixo de sua longa calça cinza,
elas fazem seus olhos brilharem. – O que... o que você está fazendo aqui?
Eu mudo de um pé para o outro. – Hum, bem, você não apareceu na escola, fiquei
preocupada. Eu estava apenas verificando você. Eu vou embora – eu digo, virando-me pra
sair.
Liam agarra meu cotovelo. – Espere, eu não quis dizer isso assim. Desculpe. Só...
entre. – Ele me puxa para a porta e a fecha atrás de mim.
– Você está doente? – Eu pergunto, chutando o chão de madeira com a ponta do
meu sapato.
Liam coça a barriga e meus olhos desenham até o local onde ele arranhou. Eu olho
para cima. Não o encare. – Não. – ele diz. – Mas, é muito difícil.
– Alguém morreu? – Eu pergunto.
– Não. – Ele balança a cabeça. – Apenas siga-me. – Eu o sigo até a escada para seu
quarto. Ele aponta para eu sentar em sua cama. Eu me sento. Eu assisto enquanto ele mexe
na sua gaveta. O que diabos está acontecendo? Ele pega uma pilha de envelopes abertos e
os entrega para mim. – Eles são da minha mãe. Minha Mãe de verdade.
Eu olho para ele. Ele está franzindo a testa. – Onde você os encontrou? – Eu
pergunto, olhando para eles. Ela mora em Tampa, Flórida.
– No quarto de hóspedes. Eu fui pegar uma raquete de tênis lá, porque eu quebrei
uma no outro dia e encontrei-os enfiados na bolsa. Eu sei que minha madrasta os
escondeu. Cadela estúpida.
Eu estremeço. Devem haver mais de 200 cartas. Eu pego os envelopes e os coloco de
lado. – Você já perguntou a ela sobre isso?
Ele balança a cabeça. – Não. Eu preciso me acalmar primeiro. Eu quero mata-la. –
Já se passaram cinco dias. Eu não acho que vai ficar mais fácil.
– Elas dizem por que ela partiu?
Ele acena com a cabeça. – Ela tem distrofia muscular. Ela pensou que seria mais
fácil se eu não a conhecesse. Mais fácil para ela morrer. – Sua voz se quebra. – Ela tem
convulsões. Ela está ficando cada vez pior. – Ele enterra o rosto nas mãos.
Eu mordo meu lábio inferior, levanto e o abraço. – Eu sinto muito. Deus, Liam.
Ele me abraça, enterrando seu rosto no meu pescoço. – Isso dói. Eu poderia
construir um relacionamento com ela. Eu poderia ter ligado para ela, enviado e-mail,
falado com ela. Eu poderia tê-la amado. – Ele recua, limpando o nariz. – Eu vou escrever
de volta. Você vai me ajudar?
Eu sorrio. – É claro que eu vou.
Estamos sentados em sua escrivaninha faz uma hora tentando descobrir o que dizer.
O que você diz em uma situação como esta? Decidimos deixá-la saber o que a madrasta de
Liam fez. Ela precisa saber disso. O resto foi um apanhado sobre a vida de Liam. Ele
contou a ela sobre tudo... não sobre eu ser sua namorada de mentira; não queríamos que
ela pensasse que ele era um esquisito.
– Você tem certeza que está bom? Não tem nenhum desses erros gramaticais, não
é? Eu não quero que ela saiba que eu sou estúpido. – Liam diz.
– Você não é estúpido, Liam. Parece muito bem. Ela vai adorar.
Ele sela o envelope e o joga em sua mesa. – Obrigado por ajudar. Eu aprecio isso.
Eu dou de ombros. – Não tem problema. Ah, quase esqueci. Hayden tem um
grande roxo em seu olho. Parece que o novo nome de alguém deve ser Rocky.
Liam sorri. – Bem, isso é o que ele recebe por mexer com a minha menina. Eu
deveria ter batido a bunda dele um pouco mais.
Tento afastar as palavras “minha menina.” Me deixa tonta. – Ele meio que veio até
mim hoje querendo voltar comigo. – Eu entrelaço meus dedos e olho para o chão.
Liam esta mortalmente quieto. Isso me tortura, eu finalmente olho para ele. – O
que você disse a ele?
– Eu disse a ele que eu estava com você. – eu sussurro. – Eu disse a ele a verdade.
Eu estou com você.
Liam limpa a garganta. – Katy... – Liam diz, de pé. Sua boca está aberta, a mão
correndo através de seu cabelo.
Lágrimas começam em meus olhos. – Não, está tudo bem. Eu sei que estamos
apenas fingindo – Eu levanto. Eu giro nos calcanhares. – Eu acho que já estou indo, ok? –
Eu não suporto saber que ele não se importa comigo, como eu me importo com ele.
Eu estou na porta, quando Liam envolve a mão na minha cintura e me empurra
contra a porta. Sua respiração é quente no meu rosto. – Katy – ele sussurra. Eu não posso
olhar para longe de seus lábios. Eles se separaram perto da minha boca.
– Humm – eu digo, finalmente olhando para ele.
– Diga-me que você me quer também – ele diz, inclinando-se para a minha boca. –
Diga-me que não é só fingimento, por favor. Diga-me.
Oh, Deus. – Eu... eu quero você – eu digo. – Eu quero que você me beije. Eu não
quero que seja apenas fingido. – Não é mentira faz um longo tempo, pra mim.
Liam sorri, inclina-se para baixo até que seus lábios descansem nos meus. Eu me
derreto por dentro. É claro que eu já beijei Liam antes, mas desta vez é diferente. Eu sinto
que é real. É real. Ele disse que era real, mais ou menos.
Eu abro minha boca, permitindo-lhe o acesso, quando sua língua escova meu lábio
inferior. Ele me empurra com mais força contra a porta, uma mão nas minhas costas a
outra enrolada no meu cabelo. Ele me beija e eu pareço não obter o suficiente. Eu aperto
mais forte contra ele. Liam suspira, chega por trás de mim e me levanta, envolvendo
minhas pernas em sua cintura. Ele está andando, mas estou muito encantada com sua boca
para abrir meus olhos e ver.
Eu sinto a cama debaixo de mim e eu afundo no edredom macio. Liam fica em cima
de mim, seu corpo duro é um Céu no meu.
– Jesus, Katy – Liam solta meus lábios e sussurra no meu cabelo. – Eu não sei
como Hayden desistiu disso. Que idiota.
Eu fecho meus olhos e suspiro. Tudo o que eu queria era me sentir desejada por ele.
Ele é a única coisa que importa. Liam sai de cima de mim, envolvendo seus braços ao redor
do meu estômago e me puxando para ele.
Ficamos deitados em silêncio por alguns minutos. – O que isso significa? – eu
sussurro.
– O que você quer que isso signifique? – ele fuça no meu cabelo. Deus, ele cheira
bem.
Eu dou de ombros e fuço em seu edredom. – Eu não tenho certeza.
Ele ri, e me vira para encará-lo. – Eu gosto de você – ele diz. – Muito.
– Eu gosto de você, também. – Então...?
– Bem... – ele para por um momento – Eu acho que isso significa que nós
realmente gostamos um do outro, não estamos mais fingindo. Pelo menos eu espero que
signifique isso.
Ouço o coro celestial. – Eu acho que é isso que significa, também.
Ele sorri. – Eu sempre soube que você me queria – ele diz.
Reviro os olhos. – Gostando de você menos a cada segundo.
– Claro. – Ele pisca.
Capítulo Oito
Minha cabeça ainda está girando quando eu chego a minha casa. Liam me beijou
porque ele queria e não porque ele foi obrigado. Eu ainda estou sorrindo quando eu subo
para o meu quarto. Deito na minha cama, olhando para o teto. É como um sonho. Um
sonho surreal sem estresse. Eu estou sorrindo como uma idiota quando eu ouço o piso
ranger.
– Katy – ouço, suavemente. A voz soa familiar, mas distante. Espere, eu conheço
essa voz.
Sento-me na minha cama. Hayden está de pé na porta, mãos enfiadas em seus
bolsos. – Como foi que você entrou?
Ele sorri. – Eu sei onde fica a chave reserva. Eu simplesmente não esqueci, você
sabe. – Eu não vou olhar para o que ele quer dizer com isso na frase.
Eu gemo mentalmente. O que diabos ele está fazendo aqui? Por que ele está aqui
para atrapalhar meu sonho de vida perfeita, eu estava indo. Ele parece tão inocente, um
pequeno sorriso em seu rosto, seus grandes olhos verdes. Eu costumava morrer para vê-lo
olhar para mim desse jeito apenas mais uma vez. Mas agora, eu não posso me fazer querer
ele. Isso me deixa com raiva. Eu quero dar um soco na sua garganta.
– Você tem que ir, Hayden. Estou ocupada. Você não deveria estar aqui. Você está
fazendo as coisas mais complicadas do que tem que ser.
– Sim, realmente parece. Sonhar acordado e tudo mais. Coisas pesadas.
Reviro os olhos. Espertinho.
– Você estava com Liam agora? Eu estive esperando por horas. – Hayden caminha
em direção a mim. – Vamos lá, você não pode me dizer que você gosta dele mais do que
você gosta de mim. Você me ama, eu te amo, isso não se supera gostando de alguém, certo?
– Estúpido. – Isso deveria. Se você for esperta você vai perceber isso.
Acho que sou burra. Eu balanço minha cabeça. – Hayden, escute, eu queria que
você voltasse pra mim, rastejando em seus joelhos...
– Eu vou fazer isso – ele diz, agachando-se sobre os joelhos. – Por favor, baby. Eu
vou rastejar, implorar, o que você quiser que eu faça, eu vou fazer.
Eu fecho meus olhos. Bato suas mãos para longe quando ele tenta me tocar. –
Hayden, você me matou. Naquela semana meu pai partiu, também. Senti como se meu
mundo inteiro estivesse quebrando em um milhão de pedaços. Ele sequer me ligou. Ele se
foi, você se foi. Isso só fez tudo piorar.
– Seu pai... oh Deus, Katy. Eu sinto muito. – Eu o afasto primeiro, eu não quero que
ele me toque. – Katy, shhh – diz Hayden,
Eu choro. Eu não sei por que eu não posso fazer isso parar, mas as lágrimas
simplesmente caem com força. – Tudo foi para o inferno, Hayden. Você simplesmente
partiu, como se eu não fosse nada. Você pegou tudo de mim e foi embora. Meu pai levou
todo o meu ser, a minha alma, e está se mudando para a Flórida com isso.
Hayden franze a testa, chega mais perto e me puxa para ele. Ele me envolve em seus
braços e me balança pra frente e pra trás. Eu quero me afastar, eu quero lhe dizer para sair,
para sair da minha vida, eu quero dar um soco nele, mas eu não o faço. Deixei que ele me
abraçasse. – Sinto muito, Katy. Eu não tinha ideia. Eu não posso acreditar que ele partiu.
– É claro que ele não sabe. Eu não disse a ele, porque eu não queria sua pena.
Eu soluço com força. Todo mundo ultimamente tem sentido muito. Eu pressiono
minha cabeça na curva do pescoço de Hayden e cheiro seu perfume. Eu adorava isso, agora
eu gostaria que fosse o cheiro de oceano de Liam. Eu limpo meu rosto e tento me controlar.
– Hayden, eu acho que quero ficar sozinha.
Ele franze a testa e me abraça apertado. – Eu vou te abraçar toda a noite se você
quiser, eu não tenho que ir. Eu estou aqui para você, sempre.
– Sim, você tem que, você precisa sair – eu ouço da porta.
Eu congelo. Alfinetes e agulhas pinicam pelo meu corpo. Olho pelo ombro de
Hayden para Liam. Seus olhos estão estreitos, frios e ele tem meu telefone celular na mão.
– Você deixou isso na minha casa, quando estávamos fazendo as coisas na minha cama. Ou
você esqueceu?
Meu rosto aquece. Droga, Liam. Eu me levanto e passo meus braços pela minha
cintura. Liam está olhando para Hayden, é feroz. – Liam, acalme-se, não é...
– Saia do quarto da minha namorada, agora.
– Cara, ela não quer que eu vá – diz Hayden.
– Sim, eu meio que...
– Saia, antes que eu te bata de novo – Liam está gritando. Liam vira mim. – Você o
convidou Katy? Hã, convidou?
– Não! Ele simplesmente invadiu meu quarto! – jogo minhas mãos no ar. – Eu não
o convidaria, você sabe disso.
– Como diabos você entrou? – Liam pergunta.
– Eu a namorei por um ano, eu sei onde fica a chave reserva. – Hayden inclina-se,
colocando a mão sobre sua boca e sussurra – é sob o vaso de planta na varanda de trás. –
Estou surpresa que Liam não o bateu. Eu estava realmente meio que esperando isso.
Liam range os dentes e dá um passo a frente. – Eu não vou dizer isso mais uma vez,
pegue o inferno para fora daqui agora.
Hayden olha para mim, esfregando a mão no meu ombro. – Se você precisar de
qualquer coisa, é só chamar, você sabe o meu número.
– Ela não vai precisar de nada – Liam diz, antes de eu ter a chance de responder. –
Agora, dê o fora.
Hayden sorri para mim, então olha para Liam e sorri. Sinto-me como se estivesse
vomitando. Quando Hayden está fora da porta, Liam finalmente olha para trás pra mim. –
Liam – eu digo. – Ele simplesmente entrou; eu nem sabia que ele estava vindo.
Ele balança a cabeça, o rosto torcendo em um sorriso sarcástico. – Katy, ele fez você
abraça-lo? Ele fez você chorar em seu ombro? Porque não pareceu forçado para mim.
– Liam não, eu...
– Pode parar – Liam me interrompe. – Eu deveria ter sabido que isto era o que
você estava fazendo o tempo todo. Ainda tentando deixá-lo com ciúmes. Bem – ele joga as
mãos no ar – você teve sucesso arruinando nosso relacionamento; o babaca quer você de
volta agora. Você pode tê-lo. Ele é todo seu.
Lágrimas estão correndo pelo meu rosto. – Não, por favor, pare, não vá. Liam, por
favor. – eu puxo sua camisa, mas ele afasta o braço para longe de mim.
– Não há necessidade de fingir mais, Katy. Acabou. – Ele joga meu celular na cama.
Eu vejo seu rosto, esperando um pouco de compaixão nele. Se existe, ele está escondendo
bem.
Liam se vira e sai. Afastando-se de mim.
Capítulo Nove
Liam não atende os meus telefonemas. Sento-me na minha cama o resto da noite
chorando. Eu digo à Mamãe que estou com cólicas. Ela acredita em mim, ela volta para
baixo.
Eu choro até não poder mais. Meus olhos doem, meu peito dói mais ainda. Eu não
sei que horas são, antes de cair no sono, mas o meu alarme me acorda as sete. Eu deito na
minha cama olhando para o teto.
– Querida, você está... oh Katy, o que há de errado com você, baby? – Mamãe entra
no meu quarto. Ela se senta ao meu lado, apoiando a parte de trás de sua mão na minha
testa. – Você não tem febre. O que está acontecendo? Você se sente doente?
– Liam, ele terminou comigo – eu sussurro. – Simples assim, terminou comigo.
– Ah, querida... – Mamãe diz. – O que aconteceu?
– Hayden veio aqui, ele apenas se deixou entrar, e em seguida Liam o viu em meu
quarto e pensou que algo estivesse acontecendo. Não estava. Eu não quero fazer ciúmes a
Hayden, nunca mais. Eu realmente gosto de Liam. Eu só quero estar com ele. Porque ele
não pode entender isso?
– Eu sei querida. Mas, você precisa levantar e ir para a escola, ok? Ficar sentada no
seu quarto não vai fazer as coisas melhorarem, eu prometo. Vá ter um dia divertido na
escola com Jen.
Diversão? Na escola? Ela já esqueceu as últimas duas semanas da minha vida? Eu
quero gritar. – Tudo bem Mãe, eu vou – eu digo, só porque eu sei que ela não vai me
deixar ficar.
Depois que eu me arrasto para meu ritual matinal, eu dirijo até a escola. O Jeep de
Liam não está no estacionamento. Ele faltou quase toda esta semana à escola e minha mãe
não me deixa perder um maldito dia. Eu acho que é o privilégio de ter pais que não se
importam; você começa a fazer o que você quer fazer.
– Você parece horrível – Jen diz quando eu abro a porta do carro. – Horrível, o que
aconteceu? Ouvi dizer que Holly terminou com Hayden? É o que ele merece – ela diz. –
Agora ele está provavelmente explorando a próxima garota que vai lhe dar toda a atenção.
Concordo com a cabeça.
– Ok, me diga, o que está acontecendo? – ela pergunta, me virando para encará-la.
– Você não disse nada e eu sei que você está fazendo uma dança feliz aí dentro por causa
de Hayden. Como não poderia?
– Liam terminou comigo.
– O que? – Jen grita. – Por quê? Eu pensei que tudo estava indo bem? Você quer
que eu chame meus primos asiáticos em L.A? Eles podem arrebentar de verdade alguns
traseiros. Mesmo que minha mãe fosse arrebentar o meu traseiro por ligar para eles. Da
última vez ela me fez sentar no canto do meu quarto o dia todo. Ela disse que não queria
me ver aliada àqueles vagabundos, mesmo sendo filhos de sua irmã mais nova.
Eu forço um sorriso. – Não, está tudo bem. Não há necessidade de sentar e encarar
a parede novamente. Hayden apareceu no meu quarto e, em seguida, Liam entrou. Foi tão
estúpido. Eu tentei fazê-lo me ouvir, mas ele não quis.
– E parece que ele não vai aparecer na escola, também. – Ela olha em volta antes de
abrir a porta da frente da escola. – Isso é péssimo. Talvez ele esteja apenas atrasado.
Talvez você o veja hoje. E conversem sobre isso? Sim, talvez ele esteja mais tranquilo e
você possa falar com ele.
Concordo com a cabeça. – Sim, talvez – Talvez não.
Quando eu entro na aula eu vejo Hayden sentado do outro lado da sala. Eu evito
olhá-lo. Passaram 30 minutos de aula e eu senti cinco bolas de papel atingirem minha
cabeça e meu telefone vibrou oito vezes.
– Sr. Hayden – a professora finalmente grita, batendo com o punho na mesa. –
Você poderia, por favor, deixar esta pobre menina em paz?
O rosto de Hayden fica vermelho quando eu finalmente olho para ele. Eu meio que
me sinto mal. Sua namorada o chutou e sabe que ele foi chamado atenção em frente a
turma inteira. Mas, isso não é pior do que ele preocupado que a minha reputação poderia
afetá-lo, para não mencionar que ele me chutou como se eu fosse um saco de batatas.
– Hum, sim senhora, com certeza. Desculpe interromper.
Ela revira os olhos e volta a escrever no quadro.
Hayden não me incomoda pelo resto da aula.
O tempo está se arrastando. Ainda não há sinal de Liam. Ele não respondeu minhas
mensagens de volta, ligou ou até mesmo me mandou um e-mail. Eu estava esperando por
qualquer um deles. Durante a aula de Ciências eu fico completamente cansada e enjoada
desse dia.
– Ainda não há sinal dele? – Jen se inclina para trás e pergunta.
– Não, nenhum sinal dele – eu sussurro.
Ela encolhe os ombros. – Eu aposto que ele está apenas se tranquilizando. Ele
provavelmente só precisa de algum tempo. Eu acho.
– Provavelmente sim – eu digo.
Sr. Fringe começa a fazer a chamada. Eu respondo e encolho um pouco os ombros
quando ele chama o nome de Liam. Eu realmente não ouço o que o Sr. Fringe esta dizendo.
Eu não posso me fazer importar. Eu estou no meio da aula, quando eu ouço alguém
sussurrar meu nome. Eu me viro e Justin está sorrindo para mim.
– Acho que já que Hayden está solteiro agora, você vai pular de volta para ele? –
Justin diz.
Meu rosto aquece. Eu o ignoro. – Não obrigado, todos ouviram que você já o fez.
– Vá se foder – eu grito, ficando de pé. – Eu estou tão cansada de você. Eu não sei
por que você insiste em ser mau comigo. Eu nunca fiz nada para você.
– Estou apenas dizendo a verdade, docinho. Todo mundo está pensando isso,
apenas estão com muito medo de dizer qualquer coisa.
– Sente-se, Katy. E cale a boca Justin. Eu não quero ouvir uma palavra de nenhum
de vocês dois de novo.
A raiva toma conta de mim. Eu ignoro o Sr. Fringe. Sua voz está diminuindo. Eu só
quero bater nele. Sem pensar sobre isso, eu pego meu livro de Ciências e jogo diretamente
na sua cabeça. Ele atinge a ponta de sua sobrancelha. – Merda! Vadia estúpida.
– Fora! Vocês dois fora agora! – Sr. Fringe está apontando o dedo em direção a
porta. Seu rosto está vermelho e acho que ele está à beira de gritar. Eu viro no meu
calcanhar e vou direto para o escritório da diretora.
Sr. Fringe está lá há um tempo com Justin. Espero que isso seja ruim para ele. Ele
sempre começa isso. Trinta minutos mais tarde, Justin sai com uma carranca nos lábios.
Ele para na minha frente. Eu olho em volta, implorando para alguém me ajudar. Parece
que ele quer me dar um soco. Eu tenho muita certeza que ele iria me dar um também. –
Eu sinto muito – ele deixa escapar.
– O que? – eu pergunto.
– Desculpe, eu não vou dizer isso de novo. – Sr. Fringe anda atrás de Justin e lhe
cutuca. Ele geme. – Eu sinto muito, eu não deveria ter chamado você daqueles nomes. –
Ele se vira e dá ao Sr. Fringe o sorriso mais falso que eu já vi.
– Ok, bom o suficiente, vá – diz ele, apontando para o corredor.
Quando Justin sai de repente eu gostaria que ele voltasse e bloqueasse o olhar
decepcionado do Sr. Fringe. – Katy, o que deu em você? – ele pergunta, balançando a
cabeça.
Eu acho que é uma pergunta retórica, já que ele me envia ao escritório da diretora.
Eu só estive aqui quando recebi a lista de honra e ganhei um prêmio. Eu não sou uma
criadora de problemas.
Sra. Shaw é uma mulher muito viril. Suas sobrancelhas escuras são pesadas, seus
lábios são cheios e ela tem um nariz grande. – Katy Taylor sente-se, querida.
Sento-me, sentindo-me pequena comparada a ela e sua enorme mesa. Quem precisa
de uma mesa tão grande? – Então, o Sr. Fringe me disse que você lançou um livro em
Justin, Katy? – Ela olha para mim. É muito intimidante.
– Hum – eu sussurro, olhando para o Sr. Fringe. Se ele não estivesse aqui eu
poderia tentar chorar ou mentir. Mas, eu não me atrevo a arriscar. – Sim, senhora, eu
joguei meu livro em Justin.
– Você o fez sangrar.
Eu fiz? Droga eu gostaria de ter visto isso. – Eu acho, eu não vi isso.
– Hummm – ela diz, entrelaçando os dedos que se parecem com balas brancas. É
estranho que suas mãos sejam tão grandes e os dedos pequenos. – Você me ouviu, Katy?
– Hum, não senhora.
Ela suspira. – Você nunca foi de problemas. Eu odeio deixar você ir com uma
punição mais severa do que você merece. Então... eu vou pedir que você voltasse para a
aula e pedisse desculpas aos alunos. Então, depois do almoço, você terá que ir para casa
pelo resto do dia. Fique tranquila.
Quem disse aos professores, que mandar os alunos de volta pra casa é uma punição
severa. Eu sorrio. – Obrigado Sra. Shaw. Eu agradeço por isso.
– Eu não vou ver você aqui de novo, vou?
Eu balanço minha cabeça. – Não, senhora.
Ela acena com a cabeça. – Ok, então você está dispensada.
Concordo com a cabeça e saio do escritório. Sr. Fringe me segue Ele caminha ao
meu lado em silêncio. Eu gostaria que ele dissesse alguma coisa. Quando chegamos a sala
de aula, Sr. Fringe segura meu ombro. – Katy, eu sei que você estava se defendendo. Você
entende que eu tinha que mandá-la para diretoria, não é?
– Eu entendo, Sr. Fringe.
Ele sorri. – Bem, sem registros, estou feliz que você jogou aquilo nele. Ele merecia.
– Eu rio. – Agora, entre lá e peça desculpas para a turma. Apesar de eu ter certeza que eles
estão todos dispersados de tentar aprender sobre sexo.
– Eu tenho que ir? – eu sussurro.
– Sim, agora entre lá.
Eu entro na classe e todos param de falar. Jen empurra o punho no ar e a boca em
vitória. Reviro os olhos. Eu ando até o púlpito e paro. – Ok, pessoal, eu só queria pedir a
todos desculpa pela perturbação.
Umas poucas pessoas sorriem. – E que eu nunca mais vou bater em alguém na
cabeça com um livro – eu digo.
Mais risadas. – Ok, ok, turma, é o suficiente. Você pode ir para o seu lugar, Katy. –
Sr. Fringe me empurra para o meu lugar. Eu recebo alguns cumprimentos e piscadelas.
Quando me sento no meu lugar eu olho para a minha esquerda. A cadeira vazia parece
mais vazia do que antes.
***
Jen não parou de falar desde que saímos da aula de Ciências. Ela me mostrou sua
melhor postura de luta pelo menos oito vezes, eu empurro a minha comida em volta do
meu prato e finjo prestar atenção nela. Eu ouço a cadeira ao meu lado arrastar pelo chão.
Eu olho para a minha esquerda. Hayden esta olhando para mim, sorrindo.
Bom, Deus.
– Eu ouvi sobre você jogar um livro – diz Hayden. – Justin tem que agradecer que
eu não estava lá.
Que inferno. Jen abre a boca e movimenta seu dedo indicador em torno de sua
têmpora, em um movimento lento. – O que você está fazendo? – Eu pergunto, me
sentando reta.
– Almoçando, como costumávamos fazer. – Seus olhos desviam para Jen. – E aí,
Jen?
Ela encolhe os ombros e finge comer.
– Ok – eu digo – deixe-me reformular, por que você está sentado comigo como
costumávamos? Nada mudou. Nós. Não. Vamos. Voltar. A. Ficar. Juntos. Juntos. Você não
pegou a dica na aula hoje? Você já estragou o suficiente, eu não quero estar perto de você.
Hayden fecha os olhos e balança a cabeça. – Isso mudou. Você está solteira e eu
estou solteiro. Nós ainda amamos um ao outro. Eu não entendo você. Você ficou abatida
depois que terminamos. Eu sinto sua falta e eu sei que você sente a minha, também.
– Fale por você, Hayden. Eu amo outra pessoa – eu deixo escapar. Eu não queria
dizer isso. Porque eu não estou cem por cento certa sobre isso, mas escapuliu. Como
vômito. Eu poderia muito bem ter vomitado no almoço de Hayden.
– Você não o ama – ele diz. – Você nem sequer o conhece.
– Você não o conhece também. Mas, eu sei que eu não sou um pano descartável que
você pode simplesmente jogar fora e voltar a tê-lo. Supere a si mesmo, Hayden. Eu não
quero voltar com você agora, nem nunca. – Quando eu olho pra cima para algumas mesas
que nos rodeiam estão todos olhando para mim, boca escancarada, os olhos esbugalhados
de seus crânios.
Hayden fez um som estranho na garganta e colocou a mão na minha. – Você não
quer dizer isso, você está apenas chateada porque Liam terminou com você. Você vai ter
que superar isso – ele diz.
Ele está delirando? – Hayden – eu digo – não, eu não vou. Eu não vou superar isso.
Basta pegar a dica e ir embora. Estou falando sério. Eu irei até a diretoria. Eu só quero que
você me deixe em paz.
Hayden se levanta, batendo com o punho na mesa. Eu pulo. Caramba. – Esta é a
sua última chance de ficar comigo. Se você não fizer isso agora, eu vou partir.
Pra onde você vai? Você tem que terminar o resto do ano. Eu sorrio para mim. –
Ok, então, vai. Xô... – eu digo, enxotando-o.
Eu viro as costas para ele. Jen está sorrindo de orelha a orelha. – Ele ainda está de
pé atrás de mim – eu me inclino e sussurro.
– Sim – ela diz fraca. – Ele parece um hidrante, ele está tão vermelho. É meio
engraçado – ela diz.
Eu mordo o riso. – Bem, ele vai ter que superar isso.
Capítulo Nove
– Sam é o meu favorito – eu digo e encho a mão de pipoca.
– Que previsível – diz Jen.
– O quê, por quê? Finn ou Puck seriam previsíveis. Quem você gosta Jane e Henry?
– Suspire, isso é racista – diz ela, sorrindo. – Muito obrigada eu gosto do Artie.
Olhe para aqueles óculos grandes... vou desmaiar.
Reviro os olhos. – Eu ainda gosto de Sam.
– Claro que sim – diz Jen. – Ele é apenas a cara do Liam.
– O que não ele... oh meu Deus, ele se parece com ele. – Eu sorrio para mim
mesma. – Eu não tinha percebido isso até agora. O cabelo e os olhos são completamente
diferentes, mas os lábios, o rosto, são...
– Iguais, dã – diz Jen, jogando uma cereja em sua boca. – Às vezes eu não sei onde
sua cabeça está, querida.
Eu sei exatamente onde ela está. Focada em Liam. Eu mandei mensagem para ele o
dia todo, cerca de 20 desde que sai da escola. Nada. Eu continuo olhando para meu
telefone. É quinta-feira e eu sei que eles terão o banquete em sua casa esta noite. Tenho
certeza que ele está lá se preparando sem mim.
– Talvez você devesse simplesmente aparecer por lá, Katy. O que isso poderia doer?
– Ah, ele poderia bater a porta na minha cara? – eu digo. – Conseguir que o povo
da cidade me persiga com seus garfos.
– Você é tão dramática. Ele não iria fazer nenhuma dessas coisas.
– Ele só não vai falar comigo – eu lamento. – Eu odeio a minha vida.
– Você já vai calar a boca? – Jen diz.
– O que? – Eu pergunto, me sentando.
– Estou cansada da sua choradeira. Eu sei que sua vida não tem sido um conto de
fadas perfeito ultimamente, mas Katy, não é tão ruim assim. Pelo menos você pode
namorar. Pelo menos você pode sair com rapazes. Eu tenho que esperar até depois da
faculdade para namorar. E se ele não for asiático e aceitável meus pais me deserdarão.
Seus pais estão felizes, se você está feliz. Você é mais sortuda do que você pensa. – Jen se
levanta. – Me deixa louca que você pense que tudo acabou. Levante sua bunda e faça algo
sobre isso. É simples assim. – Ela agarra sua bacia de cerejas. – Eu tô fora. Eu acho que
vou te ver mais tarde.
Eu assisto Jen sair do meu quarto. Minha boca está pendurado aberta. Será que ela
realmente disse isso? Que tipo de amiga é essa?
– Ugh – eu gemo, rolando, olhando para a tela. – Ah, Glee. O que eu faço?
Eu não sei quanto tempo fiquei deitada na minha cama, olhando para o teto.
– Katy, você esta acordada? – Mamãe pergunta pela porta.
– Infelizmente – murmuro.
– Posso entrar?
Eu preferia que você não entrasse. – Claro, Mãe.
A porta range e eu sinto a cama se mexer quando a Mamãe senta. – Querida, seu
pai e eu estamos preocupados com você.
Eu bufo. – Sim, ele parece muito preocupado. – eu murmuro.
– Ele está bebê. O que foi tudo aquilo entre Jen e você mais cedo? Ela saiu antes de
acabar Glee. Eu sabia que algo estava acontecendo, então.
Eu dou de ombros e olho para minha mãe. Ela está olhando para mim. – Ela me
disse que estava cansada da minha choradeira que a minha vida era muito boa para estar
reclamando. Então ela meio que foi embora.
– Você nunca achou que ela pode estar certa? – Mamãe pergunta, escovando meu
cabelo para trás.
– Eu acho que eu sei que ela está. Eu apenas não estou bem o suficiente para
entender tudo isto. Papai se foi, Liam se foi, e toda a escola está falando sobre mim. Eu não
posso imaginar as coisas ficando pior.
Mamãe ri.
– O que é tão engraçado?
– Eu era do mesmo jeito na sua idade... dramática. Querida, eu sei que seu pai e eu
nos divorciando é muito para você, mas vai ficar tudo bem. Eu sei que você não quer ouvir
isso agora, mas vai. – Ela se levanta, e depois beija minha testa. – Basta ser grata que você
cresceu e têm ambos seus pais. Eu amo você, baby.
Eu sei que minha mãe tem razão. Eu sei que ela quer o bem, mas isso é demais. Eu
engulo minhas lágrimas. Eu estou tão cansada de chorar. Eu estou tão cansada de estar
brava com meu pai. Dói muito. Eu rolo e noto uma foto de Papai, Mamãe e eu na parede
em Niágara Falls. Todos nós juntos. O rosto de Liam pisca pela minha mente. Ele não teve
isso. Ele não tem a memória de uma foto de família... a dele está quebrada como a minha
agora. O pobre garotinho esperando sua mãe voltar, só para ela nunca mais voltar. Eu só
queria que ele pudesse encontrá-la. Eu quero empurrar a dor latejante em meu peito; isso é
como ele se sentiu toda a sua vida. Quebrado.
Sento-me na cama. Eu poderia tentar localizá-la? Duvido que eu encontre alguma
coisa, mas eu poderia tentar. Eu pego meu laptop e abro o Google. – Eu posso apenas
tentar – eu sussurro.
***
Duas horas depois eu tenho um número. Eu não tenho certeza se é o número certo.
Mas depois de desligar 50 vezes, eu oro para que seja o certo. Eu tive que dar uma olhada
no anuário da minha mãe e procurar por qualquer Mary Beth. Tinham três. Uma ainda
morava aqui e a outra faleceu. Então, me restou Mary Beth Johns.
Eu disco o número. – Olá – diz um menino.
– Hum, eu queria saber se tem alguma Mary Beth ai?
Silêncio. – Quem é? – ele pergunta.
– Meu nome é Katy Taylor. Eu... Eu sou amiga de Liam Erickson... Ela está? – eu
pergunto.
– De quem você disse que era amiga? – o menino pergunta. Eu ouço algumas
pessoas falando no fundo.
– Liam Erickson – eu sussurro, minha voz quebrando. Dizer seu nome novamente
faz meu estômago revirar. Eu deveria estar fazendo isso pelas suas costas? Eu deveria ao
menos estar fazendo isso?
– Pode esperar um momento, por favor?
– Claro. – Eu não notei, mas eu estou andando pela sala, minha unha na minha
boca. Existem alguns sussurros do outro lado e um som agitando. Meu coração está
batendo alto. Eu caio em minha cama e mordisco o restante do meu cookie.
– Alô – eu ouço.
Eu lanço meu cookie para o lado e me sento. – Oi... hum... é a Mary Beth? –
– Sim, é ela. Você conhece meu filho? Liam – ela diz. Sua voz é suave como mel. Eu
sorrio para o telefone. Eu me pergunto se Liam parece com ela. Eu nunca vi seu Pai, então
eu realmente não sei.
– Sim, eu o conheço. – Muito bem. – Você recebeu a carta que nós enviamos? – eu
pergunto.
– Hum, não, querida, não recebi. O que... onde ele está? Será que ele sabe que você
está me ligando? Ele está aí com você?
– Hum, não. Ele não sabe exatamente que estou ligando. Eu nem tenho certeza de
que ele gostaria que eu estivesse. Eu só sei que ele encontrou as cartas. Sua madrasta as
estava escondendo. Nós lhe escrevemos uma de volta; ele disse que ia enviá-la. Eu imaginei
que estaria de volta para você agora.
Eu ouço um soluço. – Existe alguma maneira de você entrar em contato com ele por
mim?
– Eu tenho o numero de telefone dele, ele não está falando comigo agora. Mas, eu
estaria disposta a dar a você. Ele quer ver você. Ele realmente quer. Você quer ligar?
Ela funga. – Eu acho que tenho uma ideia melhor. Você estaria disposta a me
ajudar?
Concordo com a cabeça, em seguida, percebo que ela não pode me ver. – Claro que
eu gostaria – eu digo. – Qualquer coisa por Liam.
Capítulo Dez
Minhas mãos estão tremendo. Olho ao redor do saguão do aeroporto. Eu não sei
quem eu estou procurando. Só que ela está na casa dos quarenta anos e ela tem um filho.
Liam não irá responder aos meus telefonemas ou mensagens. Eu não tenho certeza de
como o diabos eu vou conseguir isso. Liam não vai concordar em me encontrar em lugar
algum. Ele nem sequer me respondeu. Então, aqui estou eu no aeroporto para conhecer
sua mãe e seu irmão mais novo. Minha perna está batendo nervosamente no piso de
concreto. O avião pousou. Eu salto e fico na ponta dos pés.
– Meu Deus, onde eles estão? – Eu peço.
Eu vou para um dos assentos e olho para a multidão de pessoas. Eu coloco minha
mão sobre minhas sobrancelhas para bloquear a luz. Talvez eu devesse fazer um sinal?
Não, que ridículo.
Eu suspiro, levando minha mão para verificar o meu telefone. Não há novas
mensagens. Essa tem sido a única coisa que o meu telefone pode me dizer nas ultimas três
semanas. É meio deprimente. Viro-me para a direita e dou duas voltas. Um menino com
cabelo preto escuro olhando em volta. Eu franzo a testa. Agora eu estou vendo Liam em
todo lugar. Seus olhos pegam os meus. Eles são cinza. Eu levanto e sobrancelha e sorrio.
Estou flertando com um estranho que se parece com Liam... espere poderia ser seu
irmão? Percebo uma pequena mulher de cabelos escuros olhando para mim. Eu aceno. Eu
espero que sejam eles.
– Katy – ela mexe a boca sobre o mar de pessoas.
Concordo com a cabeça. – Sou eu – eu grito. Eu pulo da cadeira e percorro o meu
caminho através das pessoas. – Oi – eu digo, quando eu chego perto o suficiente para me
ouvirem. – É muito bom conhecer vocês dois. – Eu dou um sorriso de volta.
– Você também, querida. – Sua mãe me abraça.
– Eu sou Brian – o igual a Liam diz.
– Você parece tanto com Liam que é assustador. Exceto – eu olho para baixo pros
seus tênis Nike bem lavados. – Você é muito mais formal do que ele.
Ele dá com a mão e abre um sorriso. – Mamãe me fez usar isso, isso não é
totalmente o que eu iria escolher para vestir.
Eu rio.
– Não, ele usaria botas sujas feias.
Botas. Algo dentro de mim dói.
– Então, onde está o Liam? – ela pergunta.
– Bem, sobre isso. Ele não sabe que vocês estão aqui.
– Ele ainda não está respondendo? – ela pergunta. – O que devemos fazer então?
Eu bato meus lados. – Bem, eu sei onde ele mora. Essa é a nossa melhor aposta.
Sua mãe parece preocupado. – Bem, eu não tenho certeza de que é uma boa ideia.
Quero dizer Luke... Luke vai, quero dizer seu pai vai estar lá?
Eu vejo preocupação em seus olhos. Eles são cinza. Liam deve ter puxado os olhos
de sua mãe. – Ele nunca está lá. Devemos ir – eu digo.
Brian olha para sua mãe. – Sim, Mãe, nós não viajamos tudo isso para não vê-lo.
Devemos ir, absolutamente. – Ele espera por sua resposta. Ela acena com a cabeça. –
Mostre o caminho.
Nós entramos no meu Honda e de repente eu estou feliz de ter aspirado. – Eles
ainda vivem na rua Houston? – ela sussurra.
Concordo com a cabeça. – Sim, ainda é lá. Está melhorado. Eles construíram para
Liam uma quadra de tênis e uma piscina.
– Uau, Mãe, devemos voltar a morar lá – diz Brian do assento de trás.
Ela lhe dá um olhar mortal. – Espero que ele esteja ok em nos ver. Espero que ele
não fique bravo ou algo assim.
Eu também. Eu fecho a cara quando chegamos à entrada da garagem. O Jeep de
Liam está na garagem e meu coração está martelando em meus ouvidos. Eu paro o carro e
Brian solta um longo assobio. – Um cafofo muito bom. Eles devem ser regados.
– Cale-se, Brian.
Eu rio. Ele só está pensando a mesma coisa que eu pensava. – Bem, eu acho que
devemos sair – eu digo, lentamente. – É provavelmente melhor que vocês venham comigo.
É menos provável que ele bata a porta na minha cara desse jeito.
– Ele esta com raiva de você desse tanto? – Brian pergunta. – O que você fez?
Matou seu cachorrinho?
– Isso não é da sua conta, Brian. Deixe a garota em paz. – Mary Beth bate os dedos
ao longo de sua bolsa. Ela esta mais nervosa do que eu. Ela deve estar. Meu problema e de
Liam não deve ter lugar nesse momento. Eu abro a porta, e afasto o assento para que Brian
possa sair.
– Vamos – eu digo, apontando para que eles me sigam.
Nós três andamos até a entrada. Eu me sinto como se a Fera fosse sair de trás das
portas fechadas e me expulsar. Eu bato suavemente, e passo para o lado. Eu não quero que
ele olhe pelo olho mágico e me veja. Ele poderia não responder.
Depois de alguns minutos, ouço pés arrastando na madeira do chão. Meu coração da
um baque. Por favor, não feche a porta na minha cara. Por favor.
A porta se abre e Liam está de pé do outro lado. Seus olhos vão direto para mim.
Eles ficam lá por alguns longos segundo não falados. Eu sinto que todos estão me olhando.
Eu não posso suportar isso. – Hum, oi, Liam – eu sussurro.
– O que você está fazendo aqui? – ele pergunta, com os olhos piscando para os dois
ao meu lado. – E o que está acontecendo, quem são essas pessoas? – Ele cruzou os braços
sobre o peito. Percebo como a camisa de mangas longa se encaixa bem em seus braços. Eu
quero passar meus braços em volta de sua cintura, abraçá-lo e beijá-lo. Eu quero que ele
fale comigo. Eu quero que ele me ame, como eu o amo.
– Esta é Mary Beth Johns e Brian Johns – eu murmuro.
Seu rosto está pálido. Eu sei que ele sabe quem eles são, mas ele pergunta de
qualquer maneira. – Quem são eles, Katy? – Meu nome soa estranho em sua língua. Eu
gostaria que ele me chamasse de ursinha, apesar de eu odiar.
– Esta é a sua mãe e seu irmão, Liam – eu solto.
Os olhos de Liam vão direto para sua mãe. – Mãe? – ele pergunta, baixo.
– Sim – ela deixa escapar. Ela está chorando quando ela o puxa para um abraço. Eu
me sinto estranha em pé aqui os observando, mas não posso evitar. Liam está... sorrindo. É
enorme, eu poderia acrescentar. Brian dá um passo em direção a eles, envolvendo os dois
em um abraço.
– Eu tenho um irmão mais novo? Quantos anos você tem? – ele pergunta.
– Catorze.
– Você se parece comigo – Liam diz. – Nós somos todos parecidos.
Sua mãe soluça com mais força. – Eu sinto muito... muito, muito. Katy explicou o
que aconteceu. Por que você não escrevia de volta. Ela me contou tudo. Ela me encontrou.
Eu pensei que você não queria falar comigo. Eu não podia culpá-lo.
Ela o abraça novamente, mas ele está me olhando por cima do ombro. – Talvez
devêssemos entrar. – ele diz, rindo.
– Sim, isso seria ótimo – ela diz, envolvendo seu cardigan em torno de sua cintura
fina. – Isso seria ótimo.
Ele aponta para Brian e Mary Beth entrarem. Ele fica em pé na porta por um longo
minuto. – Obrigado, Katy – ele diz, a sua voz embargada.
Deus, eu quero tocá-lo. Tocar sua nuca até sua mandíbula. Beijar seus lábios. Mas
eu não. Porque ele não fez um movimento em direção a mim afinal. Ele ainda fica parado,
com as mãos nos bolsos.
– De nada. Era o mínimo que eu poderia fazer – eu digo.
Ele acena com a cabeça. – Bem, é melhor eu entrar. – Seus olhos pegam os meus.
Concordo com a cabeça.
– É claro. Vá se misturar, para conhecer sua família.
Ele acena com a cabeça. – É... acho que vejo você depois.
– Tchau –eu digo, enquanto ele fecha a porta. Eu fico olhando para a porta de
madeira por cinco minutos. Meu coração está gritando para eu bater nela. Para bater até
que ele abra, para jogar meus braços em torno dele e nunca mais deixa-lo ir. Mas, eu não.
Meu cérebro me diz para desistir. Que ele não quer fazer isso funcionar. Ele está além de
mim.
Então eu me viro e vou embora, desesperadamente esperando ouvir a porta abrir e
ele correr para os meus braços. Isso não acontece. O único som são dos carros passando e
minha respiração pesada.
Eu ligo o motor e dou ré até a estrada. Tanto quanto me dói, eu sei que fiz a coisa
certa. Mesmo que Liam fale comigo novamente ou não. Eu sei que ele conheceu sua mãe e
seu irmão. Eu sei que isso é algo que ninguém jamais lhe deu. A coisa que ele mais queria.
Eu lhe dei o que ele merece.
Capítulo Onze
Não é que eu pensasse que Liam de repente iria me perdoar e esquecer sobre
Hayden. Mas eu tinha esperanças. Minha mãe está no jardim quando eu chego em casa.
Ela está em sua camisa azul jeans, bandana e botas à prova d’água. Eu sorrio. Nossa
tradição de sábado. Arrancar ervas daninhas e regar o jardim. Eu não tenho ajudado
recentemente. Eu estive muito preocupada com Liam e nosso relacionamento de
‘mentirinha’.
– Como foi? – Mamãe pergunta, tirando as luvas sujas, empurrando-as no bolso de
sua camisa.
Eu balanço minha cabeça. – Não foi muito bem – eu digo. – Ele estava feliz em vêlos,
mas não a mim. Eu não sei o que fazer. Eu fiz tudo que eu pude pensar. Ele apenas me
deixou do lado de fora – eu sussurro. – Ele não me perdoou.
Mamãe envolve seus braços em volta de mim, acariciando meu cabelo. – Ele irá
voltar, querida. Ele vai perceber como você é boa, eu prometo. – Ela me afasta para trás e
olha para mim. – Enquanto isso, vamos entrar bem rapidinho. Eu tenho algo para lhe
mostrar.
Eu limpo meus olhos e respiro fundo. – Ok.
Eu sigo minha mãe até em casa e paro de repente. Meu pai está em pé na porta, com
as mãos no batente. Ele passa a mão através de seu cabelo e me dá um sorriso. Fico feliz
que ele tem motivos pra sorrir. – O que você está fazendo aqui? – Eu pergunto. Eu não
notei seu carro na garagem?
Eu estou analisando meus métodos de fuga quando Papai limpa a garganta. – Eu
estacionei na parte de trás – ele diz. – Eu sabia que você não ia voltar pra casa, se você
soubesse que eu estava aqui. Como você gostaria de estar em qualquer outro lugar menos
aqui agora – ele diz.
– Você entendeu isso direito – eu atiro, cruzando os braços sobre o peito. Eu
preferia estar sentada em uma sala com Liam e ele me ignorando.
– Querida – Papai diz, adiantando – eu sei que você está com raiva de mim e eu não
posso culpá-la. Eu errei e sei que isso magoou você e sua mãe. O mal está feito. Mas, esta
mudança será para o melhor. O melhor para sua mãe, você e eu. Você pode não vê-lo
agora, mas é. É uma coisa boa. – Seus olhos desviam para minha mãe. – Bem, eu e sua
mãe temos conversado. Ela me contou sobre Liam...
Eu gemo. – Obrigada Mãe, muito obrigada.
Mamãe encolhe os ombros. – Eu estou preocupada com você, baby.
– Não há nada para se preocupar. Nós apenas não estamos mais juntos? Nem vocês
dois, devo me preocupar com vocês?
– Não, nós somos adultos. Você tem estado de mau humor pela casa como uma
criança. O que você fez por Liam foi ótimo, querida. Mas, você está chateada. Seu pai e eu
decidimos que você precisa ir passar alguns dias com seu pai. Nós já falamos com seus
professores; isso vai ser bom pra você. Você deveria ir hoje e ficar até quarta-feira, depois
voltar a escola na quinta-feira – Mamãe diz, mordendo o lábio. Percebo que ela tem feito
isso ultimamente quando está nervosa.
– Você não pode estar falando sério. Eu não vou a lugar algum com ele – eu jogo. –
Eu não posso fugir dos meus problemas como o Papai fez.
– Agora, você vai esperar um maldito minuto Katy. Talvez eu tenha estragado tudo,
mas eu ainda sou um adulto e seu pai e eu sempre serei. Você vai me tratar com respeito. –
Ele olha para mãe que lhe dá um pequeno aceno com a cabeça. – E isso não está para
discussão. Você está vindo pra ficar comigo por alguns dias. Isso vai ajudá-la a manter sua
mente longe das coisas. Tem muitas coisas pra fazer na Flórida. É lindo. Tem shoppings e
praias.
– Eu não quero ir – eu digo.
– Bem, você está indo, baby – Mamãe diz, apontando para a minha mala encostada
na porta do corredor. – Sua mala já está feita.
Isso não está acontecendo. Isso tem que ser um terrível pesadelo. Eu fecho meus
olhos e reabro. Meus pais ainda estão olhando para mim. – Eu espero que você esteja feliz,
Pai. – Eu giro nos calcanhares e ando para o meu quarto. Eu arranco meu celular do meu
bolso, mas percebo que não tenho ninguém para ligar. Minha melhor amiga pensa que eu
sou uma rainha do drama egoísta, meu namorado de “mentira”, não quer me ver, e até o
meu ex-namorado que quer voltar comigo está com raiva porque eu o humilhei.
Eu enfio meu telefone de volta no bolso e finalmente deixo as lágrimas que estavam
lutando contra mim o dia todo, caírem pelo meu rosto. Talvez um fim de semana longe de
todos possa ajudar? Talvez eu volte e todo mundo vá falar comigo de novo? Talvez alguns
deles percebam que eles dão a mínima para mim.
Sento-me na minha cama até que meu pai bate na porta. – Entre – eu sussurro. Eu
nem tenho certeza se meu pai me ouviu.
Ele deve, porque ele abre a porta, aparecendo através da fenda até que eu olho pra
ele.
– Você está pronta para ir? – ele pergunta. – Nosso avião sai em uma hora.
Precisamos ir. – ele diz.
– Sim, eu acho – eu sussurro. – Se temos que ir.
Papai sorri. – Não é tão ruim quanto você acha que vai ser, eu prometo. Venha,
temos que ir. – Eu me levanto e sigo Papai até a escada. Mamãe esta de pé, com minha
mala. Ela está sorrindo, mas posso dizer que é só para mostrar. Parece o sorriso que ela dá
a minha avó quando ela vem nos visitar. O pensamento faz o meu estômago doer. Não será
igual. Será que Vovô e Vovó ainda virão para o Natal, mesmo se o pai não estiver aqui?
Eu luto contra as lágrimas, elas estão ameaçando cair. Mamãe chega até mim, beija
minhas bochechas e me abraça. – Eu te amo, menininha. Eu vou te ver Quarta-feira, ok?
Você precisa de alguns dias de folga. Vá se divertir na praia.
Concordo com a cabeça mesmo que esteja muito frio para ir a praia. Eu posso ir a
praia aqui. Por que é que eles querem fazer parecer que é muito melhor na Flórida? Eu luto
contra a vontade de não ir dos meus pés. Eu não quero ir. Eu quero ficar e afundar na
minha auto piedade no meu próprio quarto. – Tudo bem, Mãe.
Ela me dá outro beijo, andando com meu Pai e eu para fora da porta. Eu ando
devagar, esperando que algo aconteça. Para Mamãe mudar de ideia, para Jen correr na
rua, para Liam bater na minha janela, me beijar e manter-me em seus braços para sempre.
Nada acontece. Pai coloca minha mala no porta-malas, e depois fecha o porta-malas. Eu
vejo o meu pai dar um abraço em minha mãe. Eu duvido que ele queira, mas o gesto é
bonito.
Papai abre a porta e retira as chaves do bolso. – Isso vai ser divertido, Katy. Basta
esperar.
Estou esperando...
***
Nós embarcamos no avião. Eu não dou a meu Pai a chance de falar. Eu não quero
falar com ninguém. Eu coloco meus fones nos ouvidos e fecho os olhos. Esperando que
quando eu abra meus olhos de novo isso tudo tenha sido um terrível pesadelo.
Eu acordo com Papai balançando meus ombros. – Katy, levante-se, estamos na
Flórida. Levante-se, meu bem – diz ele, baixo em meu ouvido.
Eu abro um pouco os olhos e vejo o Papai inclinado no meu rosto, sua barba
bagunçada é principalmente o que posso ver. – Ok, eu estou acordada, Pai. Caramba – eu
digo, esfregando minha cabeça. Parece que ela foi atingida com um martelo de três
toneladas.
Papai revira os olhos e se levanta para pegar nossas bagagens de mão. Ele se levanta
e arruma sua camisa branca. Eu puxo minha perna que está debaixo de mim e me levanto.
Meu olho percebe uma mulher no corredor atrás de meu Pai, olhando para ele. Fixamente
olhando para ele, sem tentar disfarçar ou qualquer coisa. Ela tem pernas longas, cabelos
ruivos e dentes brancos. Para não falar da prateleira gigantesca. Ela parece vagamente
familiar.
– Danny? – ela pergunta. Levo um segundo para perceber que ela está falando com
meu pai. Seu nome é Danny.
Ele se vira e fica com um branco fantasmagórico no rosto. – Beth?
Beth? Beth a secretária no escritório do pai, aquela que Mamãe pegou com ele. Calor
se espalha subindo do meu pescoço quando eu a olho.
– Como você está? – ela sussurra, colocando o cabelo atrás da orelha.
– Tudo bem, eu estou bem. Eu mudei para cá.
– Para Florida? Mudou? Pra sempre? Eu sabia que era o que estavam dizendo no
escritório, mas eu não tinha certeza. – Seus olhos azuis piscam ao meu.
Eu lhe dou minha melhor cara de eu sou uma babaca que eu consigo.
– Oh, que grosseria. Esta é minha filha, Katy. Katy esta é Beth. – Papai aponta em
direção a ela. Eu vejo nos seus olhos o, por favor, não me faça passar vergonha. Muito
tarde, Pai. Você fez sua cama
Beth estende a mão para mim. Eu olho para a mão dela e empurro através de meu
Pai e ela. – Eu espero que você esteja feliz, Beth. Meu pai e minha mãe não estão mais
juntos, porque você não pode manter as pernas fechadas. Bom pra você – eu digo, virando
em meus calcanhares e saindo do avião.
Eu sei que não era a coisa certa a fazer, mas cara eu me sinto um inferno de melhor.
Eu continuo andando mesmo que eu tenha escutado meu pai chamando meu nome. O
aeroporto está lotado e eu empurro as pessoas para chegar até as portas. Quando eu chego
as portas duplas, meu pai me alcança, sua mão envolvendo meu cotovelo.
– Katy – ele diz, me puxando para ele. Eu me viro para olha-lo, seus olhos estão
lacrimejando. Ele não disse mais nada. Ele me puxa para trás dele. Ele nos leva de volta
para a esteira, onde ele busca nossa bagagem. Eu não digo ou faço nada. As lágrimas em
seus olhos foram suficientes para me silenciar por uma década. Ele não se certificou de que
o estou seguindo quando ele vai em direção a porta, mas eu estou.
Ele estende a mão para um táxi. Nós esperamos em silêncio até que um Taxi para na
calçada. Eu fico em silêncio, vendo meu pai colocar nossa bagagem. – Sétima rua em
frente à praia, número 11 – diz Papai. Ele se inclina para trás e fecha os olhos.
Vejo uma lágrima cair pelo rosto triste. Eu viro para o outro lado, eu não posso me
fazer olhar pra ele. Eu só vi meu pai chorar uma vez. Foi quando minha mãe e eu sofremos
um acidente de carro no caminho para a escola em uma manhã. Ele veio correndo em
direção ao nosso carro que estava deitado de cabeça pra baixo. Ele estava histérico, então,
a dor cobriu seu rosto. Aqui ele está triste. Ele está triste que as nossas vidas se
transformaram nisso. Eu também estou.
O taxista para ao lado da rua e estaciona. Eu olho e vejo uma casa pequena em
frente a praia. É de madeira, tem balanço e areia em todos os lugares. A vista é muito
parecida com a da casa de Aron Michelle. Eu saio e olho em volta. Há uma fileira de casas
na rua, quadras de vôlei, cestas de basquete, casas de famílias normais. Eu olho para a casa
do papai. Uma família não vai morar aqui. Pelo menos não por enquanto.
– Por aqui – diz Papai, passando-me para a casa. Eu fico atrás dele, meus pés
pesando na areia. Papai solta nossas malas e abre a porta. É uma casa bem aberta, muito
espaço. Os pisos são de madeira, há portas de vidro deslizantes que levam direto para da
praia.
Papai desaparece em um corredor a direita. Eu sigo atrás dele, vendo da casa o que
eu posso. – Este será o seu quarto sempre que você vier – Papai diz, soltando minha mala.
Eu sinto que ele sabe que eu não quero vir sempre. Na verdade, eu tenho certeza que ele
sabe disso.
– É bonito – eu digo. Tem uma boa cama queen size, uma TV, penteadeira e
banheiro anexado. Mas, não é confortável. É estranho.
Ele acena com a cabeça. – Eu vou tomar um banho, você pode ir dar uma olhada na
praia se você quiser. – Ele não espera que eu diga alguma coisa, ele só sai.
Meu telefone vibra e eu tiro do meu bolso. Meu coração está acelerado, eu meio que
espero ver o nome Jen ou Liam na tela, quando o nome da Mamãe aparece isso me
decepciona. – Ei, Mãe – eu digo, limpando a garganta.
– Vocês fizeram boa viagem? – ela pergunta.
– Sim, nós fizemos.
– O que há de errado?
Eu quase lhe digo. Mas eu acho que ela está machucada o bastante. – Só cansada.
Eu vou tirar um cochilo, eu acho.
– Ok, baby, só me ligue se precisar... de qualquer coisa.
– Ok.
– Tchau, querida. – Eu desligo o telefone e o enfio no bolso do jeans. Eu ouço o
chuveiro do Papai, então eu saio pelas portas de correr para a varanda de trás. Há algumas
pessoas andando na praia, algumas de mãos dadas e outras correndo. Suspirando, eu
desço, tirando meus sapatos. Eu ando pela areia fina e fria e sento e deito de costas em um
lugar qualquer. Meu corpo fica cheio de areia e meus cabelos emaranhados contra a areia.
Eu não me importo.
Eu fecho meus olhos e imagino minha vida antes. Minha vida perfeita. Minha vida
em que alguém me amava, onde todos na minha vida me amavam. Fazia muito mais
sentido. Isso me ajudou a cada dia. Agora, tudo foi para o inferno de uma vez.
Eu passo a areia entre os dedos. O rosto de Liam, despejando areia no meu cabelo
passa por minha mente. Ele desistiu tão fácil de mim, para não me perdoar. Isso queima
muito. Como ele pode me odiar tanto? Eu me desculpei... minha mente abranda. Pedi
desculpas como meu pai fez comigo e minha mãe. Minha mãe parece ter perdoado o meu
pai, com facilidade, eles se separaram, mas eles são agradáveis um com o outro. O rosto de
Jen quando ela disse que eu era egoísta e mal agradecida foi tão... honesto. Jen sempre foi
honesta comigo.
Quem sou eu para julgar Liam por não me perdoar quando eu não perdoei o meu
pai? Meu estômago começa a doer e eu me sento. Eu olho para a casa de praia do meu pai.
Meu pai ainda me ama; eu soube que ele ainda ama. Ele ainda ama minha mãe, mas ele
estragou tudo. Ele deixou de amá-la como Hayden fez comigo. Ambos irão seguir em frente
com suas vidas. Ambos irão encontrar pessoas novas. Ambos irão continuar me amando
como eles sempre amaram.
Me levanto da areia e limpo meu jeans. Eu olho para a praia, é tão pacífica. Não é de
admirar que Liam gaste todo o seu tempo aqui relaxando e pensando. A praia traz os bons
pensamentos em todos é o que parece.
Papai ainda está no chuveiro quando eu volto para a casa. Eu acho que ele está se
afundando em auto piedade, como eu. Isso é provavelmente de onde eu puxei isso. Eu
ando para a cozinha e começo a buscar comida. Eu posso fazer o jantar. Eu acho.
Quando Papai sai, eu tenho hambúrguer de carne fritando. – O que você está
fazendo, Katy? – ele pergunta, secando o cabelo molhado.
– Fazendo o jantar – eu digo de fato. – Você não está com fome?
Ele pisca duas vezes. – Hum, sim, mas... esqueça – ele diz, segurando suas mãos em
sinal de rendição. – Eu não estou reclamando de ter alguém cozinhando.
Ele chega perto e senta-se no bar, olhando para mim. Eu sei que ele quer perguntar
alguma coisa, mas não sabe como fazer.
– Olha pai – eu viro para ele – eu sinto muito. Eu não queria ficar tão fora de
controle. É só... isso é uma merda sabe? Estava acostumada a voltar para casa e ver meu
pai todos os dias. Eu estava acostumado a ter os pais normais, a família normal. A família
que não está divorciada. Agora, eu sou... Katy que não nenhum namorado. Katy que não
tem nenhum amigo... Katy que não tem os dois pais. Parece que nada mais está certo. Nada
faz sentido. É uma merda. É uma merda grande parte do tempo. Eu não deveria ter dito o
que eu disse para Beth. Mas, me senti tão bem, que eu não me importei. Eu sinto muito por
isso. – Eu mordo meu lábio e olho meu pai nos olhos. Ele está olhando sério para mim.
– Você não é a única que fez alguma coisa, porque se sentiu bem, Katy. É por isso
que estamos nessa confusão agora. Porque eu fiz algo que me senti bem no momento. Foi
errado e me arrependo disso. Mas, a sua mãe e eu não estava funcionado de qualquer
maneira. Nós não estávamos apaixonados um pelo outro fazia muito tempo. Eu odeio que
nós a fizemos passar por isso. Eu odeio que você tenha sofrido por conta disso... mas posso
te dizer agora que tudo vai ficar realmente bem. Não importa o quão ruim a vida nos puxe
para baixo. Vai ficar tudo bem.
Papai se apoia em suas mãos e olha para mim, enquanto eu coloco o tempero de
hambúrguer na panela. É a única coisa que eu sei cozinhar direito. Pela primeira vez em
algum tempo, eu sorrio de verdade para meu pai. Porque, é a hora. Eu sei que tudo
realmente vai ficar bem.
Capítulo Doze
A semana foi melhor do que o planejado. Passei a maior parte do meu tempo na
praia, deitada na areia observando as ondas e relaxando. Foi calmo. Papai me levou em
lugares diferentes para comer; fomos para o Museu Acredite se Quiser do Ripley, e ao
shopping.
Ele me comprou algumas coisas. Eu acho que é apenas por causa da situação; ele
normalmente não é um grande comprador. Ou um gastador de verdade.
– Você está pronta? – Papai pergunta, em pé na minha porta. Eu fecho minha mala
e aceno com a cabeça.
– Pronta, como eu nunca vou estar. – Eu rio. – Eu não pensei que diria isso, mas
eu estou tipo chateado que eu não vou ficar. Foi divertido, eu não posso esperar para
voltar.
Papai sorri. – Você só tem alguns meses até a formatura, você poderia pensar em
fazer faculdade por aqui? Visitar durante as férias. Fazer outra pausa após a formatura e
passar o verão aqui.
Isso soa ótimo, na verdade. – Sim, eu definitivamente vou ter que ver para fazer
isso.
Papai caminha em direção a mim, e então me envolve em um abraço. Parece como
antes, antes da separação. É o mesmo. – Você só precisava de uma pausa. Você se sente
melhor, certo?
Concordo com a cabeça em seu ombro, cheirando a sua colônia Ralph Lauren. – Eu
me sinto. – Um pouco. – Eu me sinto melhor, pai.
– Essa é minha garota. – Ele me solta. – Vamos indo, não queremos perder o seu
voo. – Ele pega minha mala e eu o segui para o seu SUV. Nós vamos ouvindo música e
cantando no caminho para o aeroporto. Papai está com as janelas abertas e está batendo
com os dedos no volante. Eu vou sentir falta disso. Eu vou sentir falta do meu pai. Ele olha
para mim, sorrindo. Ele é um ótimo pai. Ele apenas cometeu um erro.
Eu coro ao lembrar o que disse a Beth. – Você vai dizer a Beth que eu sinto muito?
– eu sussurro.
Ele sorri. – Eu realmente não falo com ela. Eu não vou mais vê-la, mas se eu a vir
vou deixá-la saber de você.
– Ela é a que você... hum, você sabe, certo?
– Sim – Papai diz.
– E você não fala com ela? – Eu pergunto.
– Não. Sua mãe apareceu no único momento em que eu beijei outra mulher. Mas, o
fato é que me deixei fazê-lo.
Eu mordo meu lábio e enrolo meus dedos em uma linha no meu jeans. – Eu sei que
você está arrependido e eu o perdoo – eu digo. – Tudo bem dizer isso? Eu sei que você não
me traiu, mas...
– Eu fiz. Eu traí você, você que é minha filha e eu traí minha família. É uma coisa
terrível o que eu fiz e estou agradecido que você tenha me perdoado.
– Mãe perdoou, também – eu digo.
– Eu sei. Eu sempre vou ser grato pelo seu perdão, porque eu não merecia.
– Todo mundo comete erros – eu digo. Eu só queria que Liam perdoasse o meu. Ele
perdoou sua mãe por deixá-lo. Por que não eu?
Papai estaciona no aeroporto e me ajuda a despachar minha bagagem. Eu paro em
pé na porta e olho para meu pai. Ele sorri para mim, correndo o dedo pelo meu cabelo. –
Eu vou sentir sua falta, Katy besourinho.
Eu seguro um soluço. – Eu vou sentir sua falta, também, Papai. – Eu o aperto em
um abraço e fico lá, segurando meu pai como se tivesse cinco anos de idade, até que avisam
pelo microfone que o nosso avião vai sair em breve.
– Melhor ir, eu vou vê-la em breve. Ligue-me quando pousar, ok? Eu te amo.
– Eu também te amo – eu sussurro. Pego minha bagagem de mão e caminho para o
terminal.
***
Eu dormi no avião. Eu nunca consigo ficar acordada nessas coisas. É terrível.
Quando eu acordo uma criança está olhando para mim. – Essa menina está babando,
Mamãe.
– Shhh – diz a mãe, empurrando-a e me dando um olhar de me desculpe. Eu gemo
e limpo a baba da minha boca.
– Ótimo – eu murmuro. Eu só espero que eu não pareça tão ruim quanto eu me
sinto. Eu saio do avião, pego minha mala. Meu celular vibra. – Ei, mãe – eu respondo.
– Onde está você? – ela pergunta.
– Perto dos banheiros.
– Estarei aí em um segundo – ela diz, desligando. Eu me inclino contra a parede e
fecho os olhos. Eu realmente preciso de um cochilo.
– Querida – minha mãe grita. Eu olho para cima e vejo minha mãe. Eu paro. Jen
está caminhando ao lado dela. Um sorriso enorme no rosto.
Eu sorrio de orelha a orelha e corro em direção a elas. Jen passa seus braços em
volta de mim. – Sua mãe deixou você sair de casa? – eu pergunto. Ela me abraça apertado.
Eu sei que fiquei fora só alguns dias, mas é tão bom falar com Jen.
– Sua mãe a convenceu – ela diz. Ela se afasta e levanta as sobrancelhas. – Sinto
muito, Katy. Eu não deveria ter dito...
– Não. – eu a paro. – Você estava certa. Eu estava sendo egoísta e excessivamente
dramática. Me desculpe, por agir daquela maneira. Eu tenho uma vida ótima – eu digo.
Mamãe funga e eu a olho. – Sem aguaceiros. – eu digo e a abraço. Ela me abraça de
volta, com força.
– Bem – ela diz. – Vamos para casa. Vocês querem fazer uma maratona de Glee ou
The Vampire Diaries?
– Essa é a pergunta mais difícil que você já me fez – eu digo. Passo o dedo pelo meu
queixo. – Damon ou Sam?
– Que inferno, Sam! – Eu grito.
Todas nós rimos e caminhamos em direção à saída.
***
Passamos o resto da noite amontoadas na sala de estar, comendo chocolate,
assistindo e cantando junto com Glee. Quando a mãe de Jen liga pela quinquagésima vez,
ela finalmente vai. – Estou tão feliz que estamos nos falando novamente – ela diz na porta.
– Eu pensei que fosse explodir.
– Eu também.
– Então, nada de Liam? – ela pergunta.
Eu balanço minha cabeça. – Não, não falei com ele desde que levei sua mãe à sua
casa. E mesmo assim só por um segundo rápido. – Encolho os ombros e luto contra a
vontade de gritar. – Vai ficar tudo bem.
Ela acena com a cabeça. Seu telefone começa a tocar. – Ugh, minha mãe. Eu tenho
que ir. Vejo você na escola. – Ela me dá um abraço rápido antes que ela saia gritando com
sua mãe em chinês.
Eu fecho a porta atrás de dela e olho para minha mãe. – Pronta para assistir mais
um pouco de Sam?
Concordo com a cabeça. – Sempre pronta para isso – eu digo, antes de pular ao
lado ela.
Capítulo Treze
Minhas mãos estão tremendo quando entro no corredor na manhã de sexta. Estou
um pouco cansada de ter ficado acordada assistindo reprises de Glee à noite toda com a
minha mãe. Mas, eu estou tão nervosa que supera a minha falta de sono. Sem mencionar
que eu mal pude comer meu café da manhã.
Jen está esperando por mim no meu armário quando eu entro. – Ei, querida. Lhe
trouxe um café – ela diz, me entregando um copo. – Eu imaginei pela sua falta de
autocontrole que você ficou assistindo Glee até tarde.
– Você está certa, com certeza eu fiquei. Foi incrível.
Ela sorri e hesita quando olha por cima do ombro. – Você precisa de algo? – ela
pergunta.
Eu olho para trás e paro de repente. – Brian? – Eu digo.
– E aí Katy? Eu estive procurando por você durante toda a semana. Onde você
estava? – ele pergunta, agarrando o meu ombro e me abraçando.
– Eu estava na Flórida com meu pai, ele acabou de se mudar. A melhor pergunta é o
que diabos você está fazendo aqui?
Ele ri. – Mamãe e eu nos mudamos para cá. Ela queria ficar mais perto de Liam.
Jen tosse, fazendo-me sorrir. – Oh – gesticulo para Jen – Brian esta é minha
melhor amiga Jen. Jen este é o irmão de Liam, Brian.
Jen agita os cílios e oferece-lhe a mão. Reviro os olhos. Ela é louca.
– Prazer em conhecê-lo – ela diz.
– Você também. – O sino toca e nos corta e Brian segura sua mochila nas costas. –
Eu acho que preciso ir para a aula, vejo vocês duas mais tarde?
– Sim, claro – eu digo, antes de ele sair no corredor.
– Por que você não me disse que ele era gostoso? – ela grita.
– Porque, eu realmente não estava avaliando, Jen. Caramba. Sem mencionar que
ele tem apenas 14 – eu digo, fechando meu armário. – Embora ele se pareça com Liam.
– Você acha, você precisa começar a me ter em mente quando você vê estes
meninos. A idade não é nada além de um número. – Ela zomba. – Bah, Katy, pare de ser
tão egoísta – ela diz. Ela acena e corre em direção a classe.
Eu não vejo Liam durante todo o dia. Brian fica conosco durante o almoço e eu
quase pergunto, mas não. Eu não quero dizer o nome dele. Um grande nó cresce na minha
garganta quando eu penso sobre isso. Então, eu não pergunto. Quando o sino toca eu vou
direto para casa. Jen me convida para ir à sua casa para uma atualização de Vampire
Diaries, já que temos negligenciado por causa de Glee mas, eu recuso. Eu só quero ir para o
meu quarto e ler ou relaxar. Mamãe ainda não está em casa, ela não vai estar de volta do
escritório, até cinco ou seis horas. Eu não estou reclamando, eu gosto do tempo só.
Eu vou à cozinha e retiro um pouco de carne do almoço e pão. Eu arrumo um
sanduíche e subo para o meu quarto. Eu paro rapidamente quando eu abro minha porta.
Um ursinho está sentado no centro da minha cama, uma rosa presa a ele. Eu nervosamente
olho ao redor do meu quarto. Por favor, não deixe que Hayden esteja aqui novamente.
Eu coloco meu sanduíche em cima da minha mesa e caminho para o urso. Eu desato
a rosa e a seguro em minha mão. Espero que algo aconteça. Talvez Mamãe pensou que isso
fosse me fazer sentir melhor? Mas isso é tipo um presente romântico para um
relacionamento mãe/filha.
– Você sabe – eu ouço e me viro para a porta. Liam está encostado contra o batente
da porta, braços cruzados sobre o peito, seus grandes olhos cinza abertos, um sorriso
perigoso subindo em seu rosto. – Se algum dia eu agradecer Hayden por alguma coisa, vai
ser por ele ter dito onde fica a chave reserva.
Eu tento não sorrir, mas eu faço de qualquer maneira. Ele envia algumas lágrimas
pelo meu rosto. Olho para o urso e o pego. – Ursinha – ele sussurra, saindo do batente da
porta. Eu espero pacientemente por ele para fazê-lo para mim. Eu sinto o cheiro dele em
primeiro lugar, que é de água salgada do mar e sândalo maduro. Seus dedos levantam meu
queixo em direção a ele. – Eu sinto muito – ele sussurra.
Eu mordo meu lábio e aceno com a cabeça. Eu não posso arriscar dizer nada; um
soluço está montando em meus lábios.
– Desculpe-me ter te machucado. Desculpe-me ter dramatizado a situação; eu sei
que você estava machucada; apenas me machucou te ver com ele. Doeu mais do que
qualquer outra coisa que eu já senti.
Concordo com a cabeça.
– Eu senti tanto a sua falta, Katy – ele sussurra, movendo seus lábios mais perto da
minha boca. – Eu senti demais a sua falta.
– Brian esta aqui – murmuro para fora.
Ele sorri. – Ele está, e a minha mãe também. Ela quer que eu lhe traga a sua casa
nova. Obrigado, Katy – ele murmura. Eu lambo meus lábios e aceno com a cabeça. –
Ursinha – ele sussurra. – Eu quero você de volta. Eu quero você de volta comigo. Eu não
quero mais fingir, eu não estive fingindo por um longo tempo. Eu quero que você fique
comigo, porque eu quero você. Não para parar alguma fofoca.
Eu deixo o soluço sair da minha garganta e sorrio impotente com o som. – Eu senti
saudade de você, também – eu sussurro.
Liam abaixa sua boca em direção a minha e me beija. Parece que é a primeira coisa
real que eu senti nas últimas semanas. Parece que ele realmente está me beijando, por
mim, não por um acordo. Liam me levanta e me coloca na cama, me regando com beijos.
– Eu não quero ter que te deixar – ele sussurra.
– Então, não deixe.
Ele suspira no meu cabelo e sussurra: – Eu acho que é hora de dar ao ensino médio
de Avalon mais coisas para falar.
Eu suspiro. – Liam, você não estaria sugerindo nada que nossos pais não
aprovariam.
– Eu estou ursinha.
– Estou tão chocada quanto excitada – eu sussurro.
Ele ri e me puxa para perto dele. – Venha aqui, nós temos alguns rumores para
começar – ele diz, antes de colocar seus lábios de volta nos meus.
Fim.

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